Para responder a sua pergunta precisamos recorrer a fontes seguras da História do passado da religião Cristã.
No inÃcio do cristianismo, havia dois caminhos possÃveis à escolha de quem abraçasse essa fé impopular — apegar-se aos não transigentes ensinos e princÃpios de Cristo e das Escrituras, ou tender para a ampla e cômoda trilha da transigência com o mundo de então. Como veremos, a história dos primeiros 400 anos mostra qual foi a vereda que a maioria por fim escolheu.
O historiador Will Durant explica: “A igreja não se limitou a tomar algumas formas e costumes religiosos da Roma [pagã] pré-cristã — a estola e outras vestes sacerdotais, o uso do incenso e da água benta nas purificações, os cÃrios e a luz perpetuamente acesa nos altares, a veneração dos santos, a arquitetura da basÃlica, a lei romana como base da lei canônica, o tÃtulo de Pontifex Maximus para o Supremo PontÃfice, e no século IV o latim . . . Em breve os bispos, em vez dos prefeitos romanos, seriam a fonte da ordem e a sede do poder nas cidades, os metropolitanos, ou arcebispos, iriam sustentar, senão suplantar, os governadores provinciais; e o sÃnodo dos bispos sucederia à Assembléia provincial. A Igreja Romana seguiu nas pegadas do Estado Romano.” — A História da Civilização: Volume III — César e Cristo.
Tal atitude abriu o caminho para a infiltração da filosofia e da terminologia gregas nos ensinos da cristandade, especialmente nos campos da doutrina trinitarista e da crença numa alma imortal. Como diz Wolfson: “Os Pais [da igreja] passaram a buscar nas reservas da terminologia filosófica dois bons termos técnicos, um dos quais seria usado para designar a realidade da distinção de cada membro da Trindade como indivÃduo, e o outro para designar a sua fundamental união comum.” Todavia, tiveram de admitir que “o conceito de um Deus trino é um mistério que não pode ser solvido por raciocÃnio humano”. Em contraste, Paulo reconhecera claramente o perigo de tal contaminação e ‘desvirtuamento das boas novas’ quando escreveu aos cristãos gálatas e colossenses: “Acautelai-vos: talvez haja alguém que vos leve embora como presa sua, por intermédio de filosofia [grego: fi·lo·so·f÷as] e de vão engano, segundo a tradição de homens, segundo as coisas elementares do mundo e não segundo Cristo.” — Gálatas 1:7-9.
Durante o primeiro século, após a morte de Jesus, seus apóstolos, junto com outros anciãos cristãos espiritualmente qualificados de Jerusalém, trabalhavam para aconselhar e dirigir a congregação cristã. Nenhum deles exercia superioridade sobre os outros. — Gálatas 2:9.
No ano 49 AD, foi preciso que eles se reunissem em Jerusalém para resolver questões que afetavam os cristãos em geral. O relato bÃblico nos diz que, depois duma consideração aberta, “pareceu bem aos apóstolos e aos anciãos [pre·sbý·te·roi], junto com toda a congregação, enviar a Antioquia homens escolhidos dentre eles, junto com Paulo e Barnabé, . . . e escreveram por sua mão: ‘Os apóstolos e os anciãos, irmãos, aos irmãos em Antioquia, e SÃria, e CilÃcia, que são das nações: Cumprimentos!’” Evidentemente, os apóstolos e os anciãos serviam como órgão governante para as amplamente espalhadas congregações cristãs. — Atos 15:22, 23.
Então, visto que aquele grupo governante em Jerusalém era o primitivo arranjo cristão para a supervisão geral sobre todos os cristãos, que sistema de direção tinham eles em cada congregação, a nÃvel local? A carta de Paulo a Timóteo torna claro que as congregações tinham superintendentes (grego: e·p÷sko·pos, origem da palavra “episcopal”) que eram anciãos espirituais (pre·sbý·te·roi), homens que, por sua conduta e sua espiritualidade, estavam qualificados para ensinar seus concristãos.
Foi apenas com o tempo que a palavra e·p÷sko·pos (administrador, superintendente) foi convertida em “bispo”, que significa um sacerdote com jurisdição sobre outros membros do clero em sua diocese. Como explica o jesuÃta espanhol Bernardino Llorca: “De inÃcio, não havia suficiente distinção entre os bispos e os presbÃteros, e dava-se atenção apenas ao significado das palavras: bispo é o equivalente de superintendente; presbÃtero é o equivalente de homem mais velho. . . . Mas, aos poucos, a distinção se tornou mais clara, passando o nome bispo a designar os superintendentes mais importantes, que detinham a suprema autoridade sacerdotal e o direito de ordenar sacerdotes pela imposição das mãos.” (Historia de la Iglesia Católica) De fato, os bispos passaram a atuar numa espécie de sistema monárquico, especialmente a partir do começo do quarto século. Foi estabelecida uma hierarquia, ou corpo regente de clérigos e, com o tempo, o bispo de Roma, afirmando ser o sucessor de Pedro, foi reconhecido por muitos como o supremo bispo e papa.
Hoje, o cargo de bispo nas diferentes religiões da cristandade é um cargo de prestÃgio e poder, usualmente bem remunerado, e não raro identificado com a elite dominante em cada nação. Mas, entre sua posição orgulhosa e enaltecida e a simplicidade de organização sob Cristo e os anciãos, ou superintendentes, das primitivas congregações cristãs, há uma enorme diferença. E que dizer do abismo entre Pedro e seus chamados sucessores, que têm dominado no suntuoso Vaticano?
Entre as primitivas congregações que aceitaram ser dirigidas pelos apóstolos e anciãos de Jerusalém estava a de Roma, onde a verdade cristã provavelmente chegou algum tempo depois de Pentecostes de 33 AD.Como qualquer outra congregação cristã da época, tinha anciãos, que serviam como corpo de superintendentes sem nenhum deles ter a primazia. Por certo, nenhum dos primitivos superintendentes da congregação de Roma foi encarado por seus contemporâneos como bispo ou papa, visto que o episcopado monárquico em Roma ainda não viera à existência. Exatamente quando começou o episcopado monárquico, ou de um só homem, é difÃcil de determinar. A evidência indica que começou a se desenvolver no segundo século.
O tÃtulo “papa” (do grego pá·pas, pai) não foi usado durante os dois primeiros séculos. O ex-jesuÃta Michael Walsh explica: “Parece que a primeira vez que um Bispo de Roma foi chamado de ‘Papa’ foi no terceiro século, e o tÃtulo foi dado ao Papa Calisto . . . Por volta do fim do quinto século, ‘Papa’ usualmente se referia ao Bispo de Roma e a ninguém mais. Foi só no século 11, porém, que um Papa podia insistir que esse tÃtulo se aplicava só a ele.” — História Ilustrada dos Papas (em inglês).
Um dos primeiros bispos de Roma a impor a sua autoridade foi o Papa Leão I (papa de 440-461 AD). Michael Walsh explica adicionalmente: “Leão apropriou-se do tÃtulo outrora pagão de Pontifex Maximus, ainda hoje usado pelos papas, e que era usado, até fins do quarto século, pelos imperadores romanos.” Leão I baseou suas ações na interpretação católica das palavras de Jesus em Mateus 16:18, 19. Ele “declarou que, uma vez que São Pedro era o primeiro dentre os Apóstolos, a igreja de São Pedro devia receber primazia entre as igrejas”. (As Religiões do Homem [em inglês]). Com esse gesto, Leão I deixou claro que, ao passo que o imperador detinha poder temporal em Constantinopla, no Oriente, ele exercia poder espiritual a partir de Roma, no Ocidente. Um exemplo ilustrativo desse poder deu-se quando o Papa Leão III coroou Carlos Magno como imperador do Santo Império Romano, em 800 AD.
Desde 1929, o papa de Roma é encarado por governos seculares como governante de um estado soberano independente, a Cidade do Vaticano. Assim, a Igreja Católica Romana, como prerrogativa que nenhuma outra organização religiosa tem, pode enviar representantes diplomáticos, ou núncios, aos governos do mundo. (João 18:36) O papa é honrado com muitos tÃtulos, tais como Vigário de Jesus Cristo, Sucessor do PrÃncipe dos Apóstolos, Supremo PontÃfice da Igreja Universal, Patriarca do Ocidente, Primaz da Itália, Soberano da Cidade do Vaticano. Ele é carregado com pompa e cerimônia. Concedem-se-lhe as honras de chefe de Estado. Em contraste, note como Pedro, supostamente o primeiro papa e bispo de Roma, reagiu quando o centurião romano Cornélio prostrou-se aos seus pés a fim de prestar-lhe homenagem: “Pedro ergueu-o, dizendo: ‘Levanta-te; eu mesmo também sou homem.’” — Atos 10:25, 26; Mateus 23:8-12.
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2007-03-25 19:58:23
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answer #9
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