Purgatório
Só havia duas opções: ou ser quase santo e ir para o céu ou queimar eternamente no fogo do inferno
Lívia Lombardo
Não havia lugar para quem não era totalmente bom ou mau
Céu e inferno. Para os cristãos de até meados do século 12, esses eram os únicos destinos das almas após a morte.
Os bons, que haviam levado uma vida casta e santa, iriam para o céu. Os maus e pecadores estariam condenados ao inferno e a todas as penas ali presentes, descritas no Apocalipse da Bíblia como sendo a fome, a sede, o frio, o calor, os vermes, o mau cheiro e o fumo. Temendo esse fim, as pessoas iam mais à Igreja, se esforçavam para seguir à risca o que os padres pregavam, faziam penitências.
Mas e aqueles que não eram nem totalmente bons nem completamente maus? A idéia de salvação começou a ser desenhada algum tempo antes, no século 4, pelo teólogo Aurélio Agostinho - mais tarde, Santo Agostinho.
Para ele, os que estavam mais inclinados para a maldade tinham como destino o inferno, mas teriam a chance, por meio das orações dos vivos, de amenizar seu sofrimento. Já aqueles que não haviam sido inteiramente bons passariam por uma purgação para, talvez, alcançar o paraíso. Na época, o purgatório não era um lugar, mas uma idéia de salvação. A imagem dele como um "além" intermediário só se instalou na cristandade entre 1150 e 1250.
Bem antes de os cristãos inventarem o purgatório, outras religiões já possuíam a crença em um lugar intermediário, onde os que cometeram pecados leves poderiam se redimir de seus erros. Na Índia do século 6 a.C., por exemplo, os mortos tinham três destinos distintos.
Os justos seriam conduzidos a um mundo de luz. Os maus sofreriam renascimentos de punição, sob a forma de vermes ou insetos, até caírem no inferno. Já os que levaram uma vida intermediária passariam por um período de trevas, seriam comidos pelos deuses e iniciariam um ciclo de renascimentos de perfeição até atingirem o paraíso.
Já para os judeus antigos, existia uma categoria composta por homens nem bons nem maus. Eles sofreriam um castigo temporário após a morte, para alcançarem o éden.
2007-03-23
10:50:17
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6 respostas
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perguntado por
Anonymous
em
Sociedade e Cultura
➔ Religião e Espiritualidade
Por isso as pessoas ficam confusas. Como ninguém neste mundo é completamente bom ou mal, subentende-se que todos vão para o purgatório.
Aconselho a leitura de Alan Kardec em "céu e inferno", onde mostra de maneira racional, que céu e inferno não existem como localização, que eles são estados de consciência.
Cada um colhe do que plantou e não há sofrimentos eternos, mas há sofrimentos terríveis com um fim que parece uma eternidade.
Causa e efeito, essa é a lei de Deus.
Abraço e opine.
2007-03-23
10:55:11 ·
update #1