O termo urgência expressa necessidade imediata, pressa, resolução com brevidade. Em Medicina, pode representar risco de vida iminente ou possibilidade de seqüelas, decorrentes da falta de presteza, no diagnóstico ou tratamento, não admitindo-se protelar solução definitiva.
Em ginecologia, as urgências caracterizam-se, por situações com baixo risco de vida, mas com alta morbidade, caso o diagnóstico e tratamento sejam protelados indevidamente.
Por outro lado, indicações cirúrgicas intempestivas, falhas na anamnese, exame físico ou nos exames complementares, podem induzir a cirurgias desnecessárias e frustrantes.
As principais urgências ginecológicas manifestando-se como abdome agudo, podem ser enumeradas conforme os sinais, sintomas ou origem da situação, agrupando-se de acordo com os diagnósticos correspondentes.
Abdome agudo em Ginecologia
1 - Hemorrágico prenhez ectópica rotura de cistos ou tumores pélvicos
2 - Inflamatório doença inflamatória pélvica aguda
3 - Decorrente de neoplasias torções de anexos degenerações do mioma ou tumores pélvicos complicações do câncer ginecológico
Propedêutica
A associação dos sintomas ao ritmo menstrual, sua última ocorrência normal, padrão de atividade sexual e uso de métodos anticoncepcionais podem facilitar diagnóstico de gravidez ectópica, doença inflamatória pélvica aguda (Dipa) ou rotura de cistos ovarianos.
Dor súbita, em facada, latejando, com aumento progressivo de intensidade, sem irritação peritoneal, sugere torção de tumores pediculados, anexiais ou uterinos.
Nesse caso, a dor é insuportável durante a mobilização do colo uterino. O toque sob analgesia permite identificar o tumor pélvico.
Dor pélvica irradiada para o ombro supõe irritação do diafragma, em geral pelo acúmulo de sangue até a cúpula diafragmática (sinal de Lafond).
Na menopausa, pela possibilidade de necrose tumoral ou invasão de órgãos adjacentes, o carcinoma ovariano ou o sarcoma uterino devem ser colocados dentre as hipóteses de abdome agudo de origem ginecológico.
É rara a torção de tumores malignos, devido às aderências pélvicas por eles provocadas.
Da mesma forma, os en-dometriomas de alto potencial fibrótico, pelo conteúdo hemático (hemossiderina), permanecem fixos e por vezes o aspecto é de pélvis congelada.
O peritonismo pode ser tardio e pouco evidente no caso de acúmulo de sangue, ou precoce e intenso, quando se trata de secreção purulenta, provocando descompressão brusca dolorosa, que pode acentuar-se em direção a região anexial, sugerindo origem ginecológica da doença (sinal de Halban).
Raramente se observa arroxeamento periumbilical, resultado do acúmulo de sangue intraperitoneal (sinal de Cullen), principalmente na gravidez ectópica.
As repercussões gerais, como palidez cutânea, taquidispnéia, hipertermia, hipotensão arterial e hipotensão ortostática, contribuem para avaliação geral e indicam maior agressividade e rapidez nas medidas terapêuticas.
O exame especular permite a caracterização do aspecto do colo, identificando sinais de gravidez, traumatismo ou infecções.
A dor pélvica associada a corrimento vaginal purulento, via de regra, indica doença inflamatória pélvica, sendo freqüente a associação desta com gravidez ectópica.
Corrimento vaginal purulento, sinais de peritonismo difuso em abdome inferior ou região de hipogástrico, associado a punho percussão dolorosa de loja hepática, são sugestivos de Dipa com envolvimento inflamatório do peritônio parietal e cápsula de Glisson (Síndrome de Fitz-Hugh-Curtis).
O toque vaginal, uni ou bidigital, associado ao toque retal, permite a caracterização ginecológico da dor, bem como sua relação com os demais órgãos pélvicos, exceto na paciente obesa.
A identificação do útero e anexos, sua relação com bexiga e alças intestinais, as características da sensibilidade local, presença de abaulamento ou dor aguda (grito de Douglas ou sinal de Proust), associados aos demais parâmetros clínicos, definem clinicamente a doença ginecológico aguda.
Exames complementares
Alguns exames são obrigatórios na avaliação do abdome agudo ginecológico, permitindo abordagem propedêutica e terapêutica adequada e segura.
Havendo atividade sexual deve ser solicitada a detecção da subunidade beta da gonadotrofina coriônica (hCG), urinária ou plasmática.
O sedimento urinário proporciona suspeita diagnóstica de infecções assintomáticas.
O hemo-grama, ou melhor, a avaliação do hematócrito e hemoglobina seriados permitem a quantificação da perda sangüínea, orientando conduta conservadora ou abordagem cirúrgica adequada.
A análise do leucograma, velocidade de hemossedimentação e pro-teína C reativa auxiliam a caracterização de infecção, sua repercussão sistêmica e pode avaliar o sucesso da terapia antimicrobiana instituída.
A bacterioscopia da secreção cervical com pesquisa de gonococos ou chlamídia pode permitir diagnóstico da Doença inflamatória pélvica.
A ultra-sonografia pélvica e transvaginal, representam os maiores aliados do ginecologista, no diagnóstico das doenças pélvicas agudas.
Seu baixo custo relativo, especificidade e sensibilidade proporcionam o diagnóstico de tumores pélvicos, líquido livre ou acumulado em fundo -de saco de Douglas, gravidez tópica ou ec-tópica, sendo essencial para o diagnóstico definitivo do abdome agudo de causa ginecológica.
A tomografia pélvica ou a ressonância magnética devem ser reservadas para casos de dúvida diagnóstica, clínica ou ultra-sonográfica, auxiliando na delimitação pélvica de tumores, principalmente quando suspeitar-se de corpo estranho e abscesso pélvico de origem não ginecológica.
Havendo abaulamento de fundo de saco de Douglas, realizamos a culdocentese, definindo qualidade do conteúdo pélvico, obtendo material para cultura, antibiograma e drenando parte do conteúdo purulento.
Diagnóstico diferencial
O diagnóstico diferencial inclui doenças ginecológicas e não ginecológicas capazes de ocasionar dificuldades na abordagem inicial a paciente com abdome agudo.
A apendicite aguda deve ser sempre colocada dentre as hipóteses diante de quadro de abdome agudo inflamatório.
Existindo dúvida, a laparoscopia pode ser utilizada para esclarecimento definitivo, permitindo o tratamento cirúrgico da apendicite ou possibilitando a obtenção de material para cultura e irrigação exaustiva do foco infeccioso ginecológico.
Abdome agudo - diagnóstico diferencial Causas não ginecológicas: Apendicite Diverticulite Adenite mesentérica Gastroenterite Infecção ou Litíase urinária
2007-03-23 09:05:35
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answer #2
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answered by patpedagoga 5
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Nada mais é que um exame ginecológico para diagnosticar uma hemorragia, inflamação ou gravidez ectópica (fora do útero), e existe na mulher uma região cahmada de saco de Douglas, que normalmente é o que fica em uma mulher quando a mesma faz uma histerectomia (retirada total do útero) a cavidade vaginal é fechada por dentro ficando então o famoso saco de Douglas, que quando esta vai fazer o preventivo eles citam apenas coleta de fundo de saco, mas enquanto a mulher tem o útero é a região que se localiza entre o útero e diremos o reto , mais ou menos an altura de seu umbigo bem no meio de seu organismo.
E o nome do exame grito de Douglas por seu uma região muito senssivel ao ser tocado pelo médico a mulher reage com um griot de dor caracteristico, indicando problemas naquela região.
E Douglas, comc erteza deve ter sido o cientista ou ginecologista que descobriu esse tipo de inflamação e ou região.
2007-03-22 23:42:43
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answer #3
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answered by Téc. Enf. Machado 4
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