Diz-se do sacrifico de Cristo, que dá sua vida pela salvação dos homens.
O Servo de Javé, Aquele que como lemos no Profeta Isaias,
Quarto canto do Servo de Iahweh (Is 53,10-11). Naquele que se tornou irreconhecível em seus traços humanos (52,14), transparece o gesto extraordinário do amor salvífico de Deus, que causa estupefação (42,15). O impacto é causado, antes de tudo, pela própria figura do Servo humilhado, rebaixado e esmagado, um homem sujeito à dor (53,2-3), que simultaneamente, por causa disto, é Salvador e Redentor, que oferece sua vida como sacrifício pelo pecado (53,10), que ´eo sacrificio vicário. Cresce, então, o sentimento de estupefação ao se considerara a responsabilidade de quem o reduziu à ignomínia: Eram as nossas enfermidades que levava sobre si, as nossas dores que carregava (53,4); foi trespassado por causa de nossas transgressões, esmagado em virtude das nossas iniqüidades (53,5). Mais: o castigo pelo pecado se transforma na própria missão do Servo que o expia, assumindo o lugar de todos os transgressores (53,5-6), intercedendo pelos culpados (53,12) e justificando a todos (53,11).
Os versículos do poema que hoje são lidos, condensam o valor salvífico deste sacrifício vicário do Servo, mas também descortinam a vitória final do seu gesto: Verá uma descendência, prolongará seus dias, e por meio dele o desígnio de Deus há de triunfar. Após o trabalho fatigante da sua alma, ele verá a luz e se fartará (vv.10-11).
Em Hbreus 4,14-16, Jesus é o Sumo-Sacerdote eminente, que exerce a perfeita mediação entre nós e o Pai porque, sendo Filho de Deus que atravessou os céus, representa o mundo divino (v.14) e, sendo homem, capaz de se compadecer das nossas fraquezas, representa o mundo humano, sendo inclusive provado em tudo como nós, exceção do pecado (v.15). Entende-se, pois, por que somos convidados a nos aproximar, com segurança, do trono da graça para alcançarmos de Jesus, que continua nos céus sua função de mediação sacerdotal, a misericórdia e a graça (v.16). Compreende-se também por que o autor exorta os hebreus exilados a que permaneçam firmes na profissão de fé cristã (v.14), superando a nostalgia do culto levítico, com seu sacerdócio e sacrifícios. Com efeito, não é mais necessário o sacerdócio do templo, que foi abolido porque Jesus Cristo, com seu Sacrifício, se constitui o único Mediador entre Deus e os homens.
Jesus sofre no lugar do Povo e do conjunto da Humanidade, bebendo a taça com gosto amarga de vinagre (Lc 23,36) e de mirra (Mc15,23), que deveria ser entregue aos pecadores como ato da justiça divina. Neste sentido, exerce uma função única e irrepetível, cuja necessidade e urgência deixa transparecer: Devo receber um batismo e como me angustio até que seja consumado! (Lc 12,50). A este gesto salvífico associa o ministério apostólico: Do cálice que eu beber, vós bebereis, e com o batismo com que eu for batizado, sereis batizados (v.39). Deste modo, os seus não só participarão da taça do martírio e do batismo da sua morte, mas, sobretudo, serão associados à obra salvífica, pela autoridade do exercício do ministério apostólico:
Sabeis que aqueles que vemos governar as nações as dominam, e seus grandes a iranizam. Entre vós não será assim: ao contrário, aquele que dentre vós quiser ser grande, seja o vosso servidor, e aquele que quiser ser o primeiro dentre vós, seja o servo de todos. Pois o Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos (vv. 41-45).
Paz e Bem
2007-03-14 02:57:36
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answer #1
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answered by Frei Bento 7
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