A causa mais comum de prisão de ventre (PV) é, sem dúvida, o desaparecimento do reflexo da evacuação. Esse reflexo é normalmente pouco intenso e acontece quando as fezes, em volume de 100 gramas ou mais, enchem a ampola retal. Caso a pessoa não atenda ao estimulo, depois de algum tempo ele deixa de existir
De maneira geral, a pessoa com prisão de ventre toma muito laxante, cujo excesso provoca efeito pior que a doença em si. Nesse caso, é preferível ficar sem evacuar que tomar laxante catártico ( purgante), que estimula a eliminação de muita água. Esse fato acaba levando a um cólon ( intestino grosso) sem motilidade ( sem movimento), que é chamado de cólon catártico.
Em certas situações, quando o cólon não funciona de forma alguma, torna – se necessária até mesmo a realização de uma colectomia, isto é, a retirada do intestino grosso, para a pessoa poder sobreviver. Os conteúdos fecais parados no intestino por um período longo podem provocar perfuração.
As pessoas idosas sofrem com grande frequencia de prisão de ventre, o que pode vir a causar a moléstia diverticular hipotônica, por falta de tônus ( contração muscular). Vão surgindo divertículos (pequenas bolsas) em todo o intestino grosso. Nesse caso não se trata de uma doença, e sim de uma involução senil.
A prisão de ventre é diagnosticada com mais frequencia em mulheres. O reflexo da evacuação é, muitas vezes , inibido por fatores pscologicos. Normalmente, também não há a prioridade desse ato sobre outros considerados mais importantes para elas. Nessa Circuntância estabele – se , depois de algum tempo, a chamada prisão de ventre habitual ( PVH). O diagnótico da PVH na mulher deve ser na fase pré – menstrual. Nesse período, o organismo feminino libera prostaglandinas, ( substâncias laxantes), Permitindo que essas mulheres evacuem normalmente e provando, dessa forma que a incidência da prisão de ventre é de ordem emocional e não patológica. Portanto nesses casos, não há necessidade de solicitar exames subsidiários para o diagnóstico da causa.
O tratamento da prisão de ventre habitual deve ser orientado no sentido de o paciente ingerir bastante fibras, encontradas nas verduras , cereais e frutas. Indicam – se também : mamão ingerido com as sementes ( sem mastigá – las), laranja com o bagaço, ameixas pretas, farelo de trigo e de aveia, e arroz integral. Existem inúmeros produtos comerciais à base de fibras, contudo as do trigo são mais indicadas por serem insolúveis e auxiliarem melhor no tratamento da prisão de ventre. O ideal é ingerir no mínimo 40 g de fibras por dia, tomar bastante àgua fora das refeições e evitar tomar laxantes.
Algumas pessoas sofrem de prisão de ventre por toda a vida porque se habituam ao uso de laxantes e, com o tempo, o cólon perde a motilidade, deixandode responder até mesmo a doses elevadas do medicamento. Entretanto, algumas vezes, a prisão de ventre poder ser provocada por doenças orgânicas. O doente normalmente swe queixa de cólicas e distensão abdominal ;às vezes tem febre, além de eliminar sangue e muco pelas fezes. Dentre algumas doençaspodemos citar:
· tumor no intestino grosso ou intestino delgado;
Retocolite ulcerativa inespecífica: doença que fere todo o intestino grosso, provocando feridas e ulceração. O doente sofre diarréia e elimina sangue pelas fezes. Na evolução da doença pode acontecer o fechamento do intestino, havendo maior incidência de cancer no intestino grosso. A obstrução pelo tumor provoca prisão de ventre:
· Doença de chagas
Doença provocada pelo parasita Trypanossoma cruzi é transmitida pelo Barbeiro, inseto que vive em casas de campo, principalmente naquelas feita de pau – a – pique parede feita com ripas ou varas enxertadas de barro. Esse protozoário lesa principalmente os nervos. Quando ele atinge os nervos do tubo digestivo, provoca um nó no esôfago distal, que se dilata fazendo com que o doente não consiga mais engolir. O protozoário acomete também o cólon, provocando o chamado “megacólon chagásico”. Doença em que o intestino grosso deixa de funcionar por causa da neuropatia ( enfermidade dos nervos) consequente à ação parasita;
· Moléstia diverticular com diverticulite
Essa Moléstia ocorre quando, na parede do intestino, forma – se um saco ou uma pequena bolsa que cresce para fora , o que é chamado de divertículo. Quando essa bolsa se fecha por resto de fezes ou alimentos, ela inflama. Isso é o que chamamos de diverticulite;
· Semi – oclusão ou oclusão intestinal por bridas
Em uma operação do abdômem pode ocorrer uma inflamação, provocando a formação de tecido fibroso para proteger a barriga surgindo aderências semelhantes às teias de aranha, que podem obstruir o intestino. Normalmente, as bridas são uma consequência de operação na cavidade abdominal, embora excepicionalmente o indivíduo possa nascer com elas.
· Síndrome de cólon irritável
Doença mais comum do mundo moderno. Significa uma resposta do intestibno ao stress. A pessoa tem alteração da motricidade intestinal e essa midança é caracterizada por diarréia ou prisão de ventre, ambas de curta duração. A Síndrome de cólon irritável acomete mais o lado esquerdo e, em decorr
6encia do aumento das contrações musculares, provoca a moléstia diverticular hipertônica podendo causar inflamação;
· Doença de Crohn
Doença nflamatória crônica que pode afetar todo o tubo digestivo, desde a boca até o ânus.
No exame preliminar podem ser encontradas alterações que levam à solicitação de exames subsidiários, tais como, enema opaco, retossigmoidoscopia e/ou colonoscopia ( endoscopia do intestino grosso); exames e testes que definem o diagnóstico e permitem administrar a terapêuta específica.
Por quanto tempo uma pessoa pode ficar sem evacuar? Que tipo de sequela a prisão de ventre pode produzir no organismo ?
O fato de uma pessoa ficar muito tempo sem evacuar não causa problemas desde que a mucosa que a absorção e a excreção esteja ilesa. Caso contrário, poderá provocar sequelas como intoxicações e bacteriemia – processo em que bactérias passam para o sangue por meio de feridas e lesões provocando graves doenças. Tratando – se de prisão de ventre habitual ou de doença de chagas, como nelas não há lesão da mucosa intestinal, não haverá nenhuma consequência . O mesmo acontece na síndrome do cólon irritável. Já se observam casos de doentes de chagas com até 20 dias sem evacuar sem sentir nada.
Quando a pessoa não possui doenças com lesão no tubo digestivo, pode ficar de 20 a 30 dias sem evacuar, porque não absorve as toxinas contidas no órgão. Se ao contrário, ela tem uma gastroenterite ou uma doença de Crohn ou, ainda, afecções que lesam a mucosa do intestino grosso ou delgado, ficando mais de 5 dias sem evacuar já se sentirá mal e ficará intoxicada, podendo sentir consequências em todo o corpo causadas pela absorção de bactérias e toxinas.
Caso a prisão de ventre seja decorrente de uma doença que lesa a mucosa do intestino delgado ou do intestino grosso, impedindo a excreção, além de facilitar a absorção de toxinas e bactérias do intestino, o indivíduo com poucos dias de prisão de ventre é levado à um quadro toxêmico, com intensa desnutrição. No caso de ser necessária a cirurgis , ela não deve ser protelada.
O uso rotineiro de laxantes pode levar ao cólon catártico – intestno grosso dilatado sem motalidade. Ele não funciona mais e pode ser necessário submeter o indivíduo a uma colectomia total- retirada do intestino grosso. Nessa situação , o intestino delgado , com o tempo estica – se e vai se adaptando às condições normais, promovendo um novo intestino grosso. Dentro de 6 a 12 meses o paciente colectomizado voltará a ter uma vida normal como qualquer pessoa.
2007-03-13 07:35:15
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answer #1
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answered by Amanda 7
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