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estou vendo aqui que tem umas perguntas intereçantes sobre a inquisição, e me surgiu uma duvida....
OCORREU A INQUISIÇÃO AQUI NA AMERICA? NAS 3 EM GERAL?

ah.... porque os catolicos não querem responder nada sobre a inquisição?

2007-03-11 15:30:15 · 10 respostas · perguntado por Anonymous em Sociedade e Cultura Religião e Espiritualidade

10 respostas

gostei de sua observação sobre os catolicos....
eles realmente não respondem sobre a MALDITA inquisição....
e quando responde é atacando pedra em todo mundo
mas vamos a resposta que vc pediu...

SIM A INQUISIÇÃO OCORREU AQUI SIM... MAS FOI MAIS FRACA....
ATÉ NO BRASIL TEVE INQUISIÇÃO

Não havia parte nenhuma no mundo onde os protestantes ou hereges estivessem livres para o exercício de sua fé. Partindo da Europa, muitos procuraram refúgio nas Américas do Sul e Central, o "Novo Mundo". Mas para cá também vieram os inquisidores. A inquisição em Cuba iniciou-se em 1516 sob o comando de dom Juan de Quevedo, bispo de Cuba, que, com requintes de maldade, eliminou setenta e cinco "hereges".

A Inquisição No Brasil

O padre Antônio Vieira (1608-1697), pregador missionário e diplomata, defensor dos indígenas, considerado a maior figura intelectual luso-brasileira do séc. 17 foi condenado por heresia pelo Santo Ofício, e mantido em prisão por cerca de dois anos. O brasileiro Antônio José da Silva, poeta e comediólogo, foi um dos supliciados em autos-da-fé. A Inquisição se instalou no Brasil em três ocasiões:
Em 09.06.1591, na Bahia, por três anos;
em Pernambuco, de 1593 a 1595;
e novamente na Bahia, em 1618.
Há notícia de que no século XVIII Inquisição atuou no Brasil. Segundo o jornal "Mensageiro da Paz", número 1334, de maio/1998, "cento e trinta e nove "pessoas foram queimadas vivas, no Brasil, entre os anos de 1721 e 1777.
Todos os que confessavam não crer nos dogmas católicos eram sentenciados.
De acordo com os dados históricos, quase todos os cristãos-novos presos no Brasil pela Inquisição, durante o século 18, eram brasileiros natos e pertenciam a todas as camadas sociais.
Praticamente a metade dos prisioneiros brasileiros cristãos-novos no século 18 era mulheres. Na Paraíba, Guiomar Nunes foi condenada à morte na fogueira em um processo julgado em Lisboa.
A Inquisição interferiu profundamente na vida colonial brasileira durante mais de dois séculos.
Um dos exemplos dessa interferência era a perseguição aos descendentes de judeus.
Os que estavam nessa condição podiam ser punidos com a morte, confisco dos bens e na melhor das hipóteses ficavam impedidos de assumir cargos públicos".
A matéria do Mensageiro da Paz foi assinada por Regina Coeli. Do livro "BABILÔNIA: A RELIGIÃO DOS MISTÉRIOS" de Ralph Woodrow -
"As autoridades civis eram ordenadas pelos papas, sob pena de excomunhão, a executarem as sentenças legais que condenavam os hereges impenitentes ao poste. Deve-se notar que a excomunhão em si mesma não era uma coisa simples, pois, se a pessoa excomungada não se livrasse da excomunhão dentro de um ano, passava a ser considerada herética, e incorria em todas as penalidades que afetavam a heresia" (pág. 110).
"A intolerância religiosa que incitou a Inquisição, causou guerras que envolveram cidades inteiras. Em 1209 a cidade de Beziers foi tomada por homens que tinham recebido a promessa do papa de que entrando na cruzada contra os hereges, eles (os assassinos), ao morrerem, passariam direto para o céu, desviando-se do purgatório. Reporta-se que sessenta mil, nesta cidade, pereceram pela espada. Em Lavaur, em 1211, o governador foi enforcado e a esposa lançada num poço e esmagada com pedras. Quatrocentas pessoas foram queimadas vivas em Lavaur. Os cruzados assistiram à missa solene pela manhã, em seguida passaram a tomar outras cidades da área. Neste cerco estima-se que cem mil albigenses (protestantes) caíram em um só dia. Seus corpos foram amontoados e queimados. No massacre de Merindol, quinhentas mulheres foram trancadas em um celeiro ao qual atearam fogo. Se qualquer uma pulasse das janelas seria recebida na ponta de lanças. Mulheres foram ostensiva e dolorosamente violentadas. Crianças assassinadas diante de seus pais. Algumas pessoas eram lançadas de abismos ou arrancavam suas roupas e arrastavam-nas pelas ruas. Métodos semelhantes foram usados no massacre de Orange em 1562. O exército italiano, enviado pelo Papa Pio IV, recebeu ordem e matar homens, mulheres e crianças. A ordem foi seguida com terrível crueldade, sendo o povo exposto a vergonha e tortura indescritíveis. Dez mil huguenotes (protestantes) foram mortos no sangrento massacre em paris no "Dia de São Bartolomeu", em 1572". (págs. 113-114).
Enciclopédia BARSA, vol. 8, pág. 30-31, edição 1977 Em 1229, no Concílio de Tolouse, criou-se oficialmente a Inquisição ou Tribunal do Santo Ofício.
A partir deste momento, e sobretudo com o trabalho dos frades dominicanos, foi-se precisando a legislação e jurisprudência da Inquisição.
O processo era sumário. O acusado podia ignorar o nome do acusador. Mulheres, crianças e escravos podiam ser testemunhas na acusação, mas não na defesa. Num destes processos consta o nome de uma testemunha de dez anos e idade. O padre dominicano Bernardo Guy (Bernardus Guidonis, 1261-1331), um dos mais completos teóricos da Inquisição, enumerou, no seu Liber Sententiarum Inquisitionis ("Livro das Sentenças da Inquisição"), vários processos para a boa obtenção de confissões, inclusive pelo enfraquecimento das forças físicas do prisioneiro."

"Em toda a sua calamitosa história, a Igreja Católica nada mais tem feito que perseguir o homem, sob o sofisma de agir em nome de Deus. Vejamos os morticínios que ela levou a efeito:
As cruzadas à Terra Santa custaram à humanidade o sacrifício de dois milhões de vítimas; de Leão X a Clemente IX (papas) os sanguinários agentes do catolicismo, que dominavam a França, a Holanda, a Alemanha, a Flandes e a Inglaterra, realizaram a tenebrosa São Bartolomeu, de que já falamos, degolando, massacrando, queimando mais de dois milhões de infiéis, enquanto a Companhia de Jesus, obra do abominável Inácio de Loyola, cometia as maiores atrocidades, chegando mesmo a envenenar o Papa Clemente XIV.
O seu agente S. Francisco Xavier, em missão no Japão, imolava cerca de quatrocentos mil nipônicos; as cruzadas levadas a efeito entre os indígenas da América, segundo Las Casas, bispo espanhol e testemunha ocular de perseguição e autos-de-fé, sacrificaram doze milhões de seres em holocausto ao seu Deus; a guerra religiosa que se seguiu ao suplício do Padre João Huss e Jerônimo de Praga, contou mais de cento e cinqüenta mil vidas imoladas à Igreja Romana; no século XIV, o grande Cisma do Ocidente cobriu a Europa de cadáveres, dado que nada menos de cinqüenta mil vidas foram o preço cobrado pela ira papal; as cruzadas levadas a efeito a partir de Gregório VII (papa), roubaram à Europa cerca de trezentos mil homens, assassinados com requintes de selvageria; nas terras do Báltico, os frades cavaleiros, além de uma devastação e pilhagem completa, ainda sacrificaram mais de cem mil vidas; a imperatriz Teodora, dando cumprimento a uma penitência imposta pelo seu confessor, fez massacrar cento e vinte mil maniqueus, no ano de 845; as disputas religiosas entre iconoclastas e iconólatras devastaram muitas províncias, resultando ainda no sacrifício de mais de sessenta mil cristãos degolados e queimados. A Santa Inquisição, na sua longa e tenebrosa jornada, levou aos mais horrorosos suplícios, inclusive às fogueiras, algumas centenas de milhares de pobres desgraçados; segundo o Barão d´Holbach, a Igreja Católica Romana, pelos seus papas, bispos e padres, é a responsável pelo sacrifício de cerca de dez milhões de vidas. Que mais é preciso dizer"?
catolicos sanguinarios esses né?

2007-03-11 15:35:21 · answer #1 · answered by Phelipe Baixista 7 · 1 2

vai ver q é pq nao achamos a pergunta "intereÇante"

2007-03-11 15:34:17 · answer #2 · answered by Frei Bento 7 · 2 2

Caríssimo amigo José Lima.
O Tribunal do Santo Ofício, mais conhecido como a Santa Inquisição, alcançou todas as colônias das grandes nações europérias católicas e naturalmente nas Américas Central e do Sul tiveram inquisidores para julgarem supostos casos de heresia.
Instituída oficialmente pelo Papa Gregório IX no ano de 1231, a congregação foi abolida pela Igreja Católica por volta de 1800, mas ressuscitada na atualidade pelas religiões neopentecostais que alienam as pessoas, interferem no livre arbítrio de cada um, reprimem todas as iniciativas de entretenimento, interditam a individualidade inerente a pessoa , que apregoam a falsa moral do tradicionalismo com uma doutrina religiosa extremista que prega um retorno às tradições de uma tribo semiselvática de mais de três mil anos pretéretitos.
Não sou católico e não posso responder por eles, mas para que utilizar-se de negras páginas da história da humanidade com o propósito de expressar a intolerância religiosa?
Um abraço, irmão.

2007-03-12 01:23:44 · answer #3 · answered by ? 6 · 0 1

José, aqui no Brasil há uma GRANDE lista de famílias que sofreram nas mãos do cristianismo. A inquisição nunca foi extinta terminantemente, apenas foi aos poucos mudando de nome. Até 1908 chamava-se "Sacra Congregação da Romana e Universal Inquisição" quando passou a se chamar "Santo Ofício". Em 1967, uma nova reforma durante o pontificado de Paulo VI mudou para"Congregação para doutrina da fé" e é este o nome dela até hoje e as pessoas pensam que ela acabou, hehehe... eu diria que está "descansando" mas não morreu! O "chefe" desta instituição é ninguém mais ninguém menos que o atual papa, que muito antes de ser eleito já pertencia a ela.

Quanto a sua outra pergunta, bem, o problema é que os cristãos são os que menos conhecem o cristianismo e por isso não falam muito. Se procurassem entender de fato a história da religião, muitos não seriam mais cristãos!

É muito difícil você nascer sob um costume religioso que te intimida a ler, estudar e saber "verdades". A igreja foi a primeira instituição historicamente a criar a sensura para manter os povos ignorantes. Ainda hoje isto funciona muito bem. Fazer o quê?

2007-03-11 18:39:07 · answer #4 · answered by Historiador Filósofo 3 · 0 1

OCORREU A INQUISIÇÃO AQUI NA AMERICA? NAS 3 EM GERAL?
Resp. Nas Três Américas o que houve não foi inquisição mas genocídio, extermínio da Nações Indígenas que aqui habitavam.

Na Europa...

Foi instalado em Toledo, em 1986, um museu itinerante particularíssimo, diante do qual muitos visitantes preferem desviar o olhar e tratar de ver outras coisas, o Museu de Instrumentos de Tortura da Inquisição, o que foi feito em nome de Jesus Cristo na Idade Média lá na Europa:

Por onde começar a visita a este circo de horrores? Comecemos logo pela entrada, onde reina, soberana, a Donzela de Ferro. Para quem já viu antigos filmes de terror, nada de novo. A donzela é uma espécie de sarcófago com duas portas, no interior das quais estão fixados pregos que penetram o corpo da vítima quando o aparelho é fechado. Foi muito utilizada a partir do século XVI e tem seus requintes: os pregos estão fixados em posições que não atinjam órgãos vitais, que isso de a vítima morrer mal se fecha o sarcófago, decididamente não tem graça. Diz a crônica da época, a respeito de um falsificador de moeda submetido ao amplexo da donzela: “as pontas afiadíssimas lhe penetravam os braços, as pernas, em vários lugares, e a barriga e o peito, e a bexiga e a raiz do membro, e os olhos e os ombros e as nádegas, mas não a ponto de matá-lo; e assim permaneceu fazendo grande gritaria e lamentações durante dois dias, depois dos quais morreu”. Nos filmes de terror de nossa adolescência, o herói sempre dava um jeito de escapar do abraço da donzela. O mesmo não acontecia na Idade Média.

Ainda na mesma sala, estão o machado e a espada de decapitar, instrumentos que animaram grandes festas públicas na Europa central e nórdica há uns 150 anos, e ainda hoje a televisão ou os jornais nos mostram algumas práticas da antiga arte nos países orientais. Se o verdugo era hábil, sorte da vítima. Caso contrário, teria de sofrer na carne as várias tentativas do aprendiz de carrasco.

Adelante! Ainda na entrada do museu, solene, sinistra, está a guilhotina, que durante a Revolução Francesa foi considerada um instrumento de humanização da pena de morte, tanto que mereceu o apodo de l’amie du peuple. Luis XVI e Maria Antonieta, no 21 de janeiro de 1793, mereceram sua homenagem, após o que a máquina passou a chamar-se de la Louisiette. Seu inventor, o médico francês Joseph-Ignace Guillotin, teria sido mais tarde submetido a seu próprio invento, o que não é historicamente verdadeiro, pois morreu pacificamente em 1821. O que é verdadeiro, isto sim, é que a guilhotina só foi abolida na França recentemente, durante o governo Mitterrand.

Villiers de L’Isle-Adam, um dos desconhecidos precursores do modernismo em literatura, há cerca de duzentos anos preocupava-se com o novo instrumento de execução. Em um de seus Contos cruéis, um médico, imbuído do espírito de investigação do Iluminismo, tenta convencer, um condenado à morte a prestar uma última colaboração à pesquisa neurológica: no momento da execução, ele, o médico, estaria do outro lado da guilhotina, junto ao cesto que recolhe a cabeça do condenado. Não poderia este, em nome da ciência, é claro, responder com um ligeiro piscar de olhos, após a descida da lâmina, para confirmar a continuidade da consciência após a separação da cabeça do corpo? O condenado aceita a proposição, mas seu gesto é tão vago que não permite ao pesquisador conclusão alguma. Hoje se sabe que uma cabeça cortada por machado ou guilhotina continua consciente enquanto roda ou cai no cesto. O que deve ser uma percepção no mínimo desagradável.

Logo após vem a roda. Todos teremos visto, em pinturas ou xilogravuras medievais, ou mesmo em filmes alusivos à época, intermináveis seqüências de corpos agonizantes, atados a uma espécie de roda de aranha erguida sobre um alto poste.Ao ver a reprodução de tais cenas sempre imaginei que lá estariam os cadáveres dos condenados, para exemplo e edificação da plebe. Não é nada disso, feliz do condenado se assim fosse. A roda para despedaçar – que assim era chamada – constituiu o instrumento de execução mais comum depois da forca na Europa germânica, desde a baixa Idade Média até o século XVIII. E seu emprego é um pouco mais sofisticado do que eu imaginava.

A vítima, nua, era espichada, com a boca para cima, no chão ou no patíbulo, com os membros distendidos e atados a estacas ou argolas de ferro. Sob os punhos, cotovelos, joelhos e quadris eram colocados, atravessados, pedaços de madeira. O verdugo, assestando violentos golpes com a roda, ia quebrando osso após osso, articulação após articulação, incluindo os ombros e quadris, sempre procurando não assestar golpes fatais. Segundo uma crônica anônima do século XVII, a vítima transformava-se então em “uma espécie de grande títere gemente retorcendo-se, como um polvo gigante de quatro tentáculos, entre rios de sangue, carne crua, viscosa e amorfa misturada com lascas de ossos quebrados”.

Mas tudo seria muito simples se a tortura terminasse neste ponto. Após o despedaçamento, a vítima era desatada e introduzida entre os raios da grande roda horizontal, no extremo de um poste que era então erguido. Logo entravam os corvos em ação, arrancando tiras de carne e vazando os olhos até a chegada da morte, constituindo talvez o suplício da roda a mais longa e atroz agonia que o poder era capaz de infligir.

Junto à fogueira e o esquartejamento diz o catálogo de horrores que apanhei no museu – este era um dos espetáculos mais populares entre os muitos outros semelhantes que tinham lugar diariamente nas praças européias. Multidões de nobres e plebeus deleitavam-se com um bom despedaçamento, de preferência quando a ele eram submetidas várias mulheres em fila.

Há também a gaiola, este bem mais simples. Pendura-se a vítima a uma gaiola de madeira ou de ferro, até que morra de frio, fome ou devorado pelos corvos. Uma versão mais simples e prática desta modalidade é simplesmente pendurar o condenado pelos pés em uma vara horizontal, na qual também são pendurados, um cada lado, dois lobos famintos.

Depois vem a serra, muito usada no século XVIII, criação espanhola. A não ser pelos dentes mais espaçados, em nada difere de uma prosaica serra de madeira. Pela xilogravura que explica a utilização do instrumento, pareceu-me que naquele século faltou imaginação ao verdugo: pendurava-se a vítima pelos pés em uma vara, e dois homens passavam a serrá-la, a partir do cóccix. Tortura idiota, pensei, o homem deve morrer já no início do suplício. Santa ingenuidade minha! Devido à posição invertida do corpo, que garante suficiente oxigenação ao cérebro e impede a perda geral de sangue, a vítima só perdia a consciência quando a serra alcançava o umbigo e, às vezes, o peito.

Embora se associe este suplício à Espanha, sua origem vem de época em que nem se pensava em Espanha. Os leitores atentos da Bíblia devem lembrar que o sábio rei Davi (II Samuel 12:31) exterminou os habitantes de Rabbah e de todas as outras cidades amonitas submetendo homens, mulheres e crianças ao suplício da serra e sofisticações outras da época. Era aplicada preferentemente a homossexuais de ambos sexos. Na Espanha foi utilizada como método de execução militar, na Alemanha luterana era destinada aos líderes camponeses rebeldes e, na França, fazia justiça às mulheres emprenhadas por Satanás.

Mais adiante, encontramos a cunha de Judas, uma pirâmide pontiaguda de madeira sustentada por um tripé. Sua finalidade não exige maiores esforços de imaginação. A vítima, nua, é içada por cordas, de forma que todo seu peso repouse sobre o ponto situado no ânus ou na vagina. O carrasco, conforme determinação dos interrogadores, pode variar a pressão do peso do corpo e inclusive sacudi-lo repetidamente sobre a cunha.

Em meio a estes instrumentos mais brutais, o museu exibe outros aparentemente anódinos, mas que não deixam de ter sua eficácia. Por exemplo, os látegos com correntes. Na ponta, uma bola de ferro com pontas agudas. Sua utilização não requer maior prática ou habilidade. Mas há um outro látego, de aparência bem mais inocente, porém de atroz eficácia, é o látego para esfolar. É um chicote de couro, com dezenas de cordas, aparentemente inofensivas. Na extremidade de cada cordel há uma ponta de ferro afiadíssima. Os cordéis eram empapados em uma solução de sal e enxofre dissolvidos em água, de forma que a vítima, ao ser fustigada, tinha sua carne reduzida a uma polpa e ao final do suplício ficava com pulmões, rins, fígado e intestinos expostos. Durante este procedimento, a zona afetada ia sendo umedecida com a solução quase em estado de ebulição.

Ou algo ainda mais prosaico, que imaginação para fazer seu próximo sofrer é o que não falta ao ser humano: um funil e alguns baldes de água. A vítima é inclinada com os pés para baixo e obrigada a engolir quantidades imensas de água através do funil, enquanto o nariz é tapado, o que a força a tragar todo o conteúdo do funil antes de poder respirar um hausto de ar. Sem falar no terror da asfixia, a todo instante repetido, quando o estômago se distende e incha de maneira grotesca, inclina-se o supliciado de cabeça para baixo. A pressão contra o diafragma e o coração ocasiona sofrimentos inimagináveis, que o verdugo intensifica golpeando o abdômen. Esta prática é bastante utilizada ainda nos dias atuais, por ser fácil de administrar e não deixar marcas delatoras.

Que mais? Pois afinal mal entramos no museu. Continuando, há as aranhas espanholas, também chamadas de aranhas de bruxas. O instrumento é de uma estrutura elementar: garras metálicas com quatro pontas em forma de tenazes, usadas tanto frias como em brasa, para içar a vítima pelas nádegas, pelos seios ou pelo ventre, ou ainda pela cabeça, em geral com duas pontas nos olhos e as outras duas nos ouvidos.

Mas este passeio está ainda longe de seu fim, e isso que estou resumindo. Há por exemplo a cegonha, também chamada de “a filha do lixeiro”. É constituída por quatro hastes metálicas que prendem, ao mesmo tempo, o pescoço, as mãos e as pernas do supliciado. À primeira vista, é apenas um método a mais de imobilização, mas em poucos minutos a vítima é acometida de fortes cãibras que afetam primeiro os músculos abdominais e retais e, depois, os peitorais, cervicais e as extremidades. Com o passar das horas, a cegonha produz uma agonia contínua e atroz, que pode ser intensificada, ao prazer do verdugo, com chutes, golpes e mutilações.

As maneias de ferro, para pulsos e tornozelos, as deixo de lado. Paremos alguns segundos ante um instrumentozinho de concepção elementar, mas efeitos abomináveis. É o esmaga-cabeças, patente italiana, contribuição veneziana às artes do medievo. É uma espécie de torno munido de um capacete, que comprime a cabeça do condenado contra uma barra metálica. Comentários supérfluos: primeiro são destroçados os alvéolos dentários, depois as mandíbulas, até que o cérebro escorra pelas cavidades dos olhos e por entre os fragmentos do crânio.

Com a mesma finalidade, há outras versões mais simples do mesmo instrumento, tipo um arco metálico que se cerra em torno à cabeça, com pregos internos que vão perfurando a calota craniana.

Mas ilimitado é o engenho humano, quando se trata de supliciar outrem. O museu, em verdade, não é nem um Louvre ou Prado, mas cada objeto nos rouba mais minutos do que a contemplação de um Velázquez ou Goya. Há técnicas que parecem ter sido concebidas por um deficiente mental, de elementares que são. A tartaruga, por exemplo: põe-se a vítima estendida no solo e, sobre ela, uma superfície quadrada de madeira, sobre a qual vai-se empilhando vários quintais de peso. Para aumentar o sofrimento, pode-se acrescentar, sob o dorso do supliciado, um calço transversal de forma triangular chamado de báscula.

Ou a forquilha do herege, este um verdadeiro achado, prático, baratinho e eficacíssimo. Imagine o leitor uma espécie de garfo, com duas pontas em cada extremidade. Duas destas pontas são cravadas profundamente sob o queixo, enquanto que as pontas da outra extremidade são apoiadas sobre o esterno. Uma pulseira de couro fixa a forquilha contra o pescoço. A forquilha, ao ir penetrando nas carnes, impedia qualquer movimento de cabeça, mas permitia que o acusado de heresia, com voz apagada, pudesse dizer abiuro, palavra que estava gravada em um dos lados do instrumento.

Ou a mordaça, também chamada de babeiro de ferro, uma espécie de colar de ferro, com um tipo de funil achatado na parte interna do aro, que era enfiado na boca do torturado, enquanto o colar era preso na nuca. Tinha por função evitar que os berros da vítima atrapalhassem a conversa dos torturadores. Um pequeno buraco permitia a passagem de ar, o que também permitia que o carrasco sufocasse sua presa, com o simples gesto de obstruir o buraco com um dedo. Giordano Bruno, uma das inteligências mais brilhantes de sua época – e nisto constituía seu crime – foi queimado pela Inquisição em 1600 e submetido a uma destas mordaças provistas de duas longas puas, uma das quais perfurava a língua e saía pela parte inferior do queixo enquanto a outra perfurava o palato.

Em outra sala do museu, tão solene quanto a donzela de ferro, está a cadeira de interrogatórios, uma espécie de poltrona metálica, toda forrada de pregos agudíssimos, desde o espaldar até o assento e inclusive na parte inferior, que fica junto à barriga da perna e sob os pés. O suplício podia ser aumentado mediante pancadas nos membros ou com um fogareiro aceso sob o assento.

A fogueira, todos conhecemos, que mais não seja das festas juninas. Só que na saudosa Idade Média não era utilizada exatamente para assar pinhões, inclusive a Igreja deu-se ao luxo de fazer churrasco de uma santa. (Aliás, quem quiser maiores detalhes sobre o assunto, pode ler o romance de Michel Tournier, Gilles & Jeanne. A edição é da Bertrand Brasil, São Paulo, a tradução é deste que vos narra estes horrores e talvez ainda possa ser encontrado nalgum sebo). Mas a fogueira em si pouca ou nenhuma arte exige. Verdugos mais criativos bolaram uma versão bastante engenhosa: a vítima era atada a uma escada, que por sua vez era inclinada sobre as chamas, no melhor estilo de um autêntico churrasco gaúcho. Em algumas execuções, atava-se um saco cheio de pólvora junto ao peito.

Havia também o touro, método este já bem mais sofisticado. Era simplesmente um touro de metal, dentro do qual se metia o condenado. Depois, acendia-se uma fogueira embaixo. O touro logo começava a mugir, para deleite do público. Consta que em versões orientais deste instrumento, um complexo sistema de tubos transformava em uma espécie de música os berros do coitado.

Já o potro é de origem italiana, e todos já o teremos visto até mesmo em revistas em quadrinhos, pois tornou-se um dos instrumentos mais simbólicos dos porões da Inquisição. É uma mesa onde o condenado é atado de pés e mãos e um cabrestante passa a espichar os seus membros. Antigos testemunhos narram casos em que se obteve até trinta centímetros a mais em um ser humano, pelo deslocamento de articulações de braços e pernas, pelo desmembramento da coluna vertebral e rompimento dos músculos de extremidades, tórax e abdômen, isso evidentemente antes que o homem morresse.

As mulheres, por sua vez, mereciam atenções e instrumentos específicos, todos mutilando as partes sexuais. Tenazes incandescentes para esmagar mamilos, garras para rasgar seios ou nádegas, etc. Um achado digno de menção é a pêra, um objeto de madeira em forma da dita fruta, que é introduzido na vagina das pecadoras ou no ânus dos homossexuais. Depois, por meio de um parafuso, a pêra abria-se em quatro partes, até sua distensão máxima.

Sei que este desfile de horrores já vai longe, não os compilei todos e creio que nem os próprios organizadores do museu de Toledo conseguirão um dia catalogar todos os métodos que o homem criou para fazer seu próximo sofrer. Mas antes de concluir, permito-me arrolar esta maravilha para comprovar-se se uma mulher era ou não bruxa: atava-se a acusada pelas mãos e pés e se a jogava em um rio. A comprovação era imediata e de clareza meridiana. Sendo a água um elemento puro e inocente, no caso da acusada ser bruxa, a água a recusaria e a faria flutuar, com o que a mulher seria conduzida à fogueira e queimada. Se, ao contrário, a água a aceitava e a mulher se afogava, sua inocência estava comprovada.

Tudo isto em nome de Jesus Cristo, é claro. E duvido que qualquer inquisidor perdesse o sono em função de suas piedosas tentativas de salvar uma alma pecadora. Neste artigo, passo ao leitor apenas uma pálida idéia do que foi a Inquisição, defendida pelo acadêmico em Direito Marcelo Moura Coelho!

Fonte(s):

© 2005 MidiaSemMascara.org

2007-03-11 15:43:19 · answer #5 · answered by ▒▒ Da Terra ▒▒ 7 · 0 1

Melhor vc estudar português e deixar a Bíblia de lado, com certeza conseguirá aprender mais.
interessssssssssante :)

2007-03-11 15:35:52 · answer #6 · answered by Anonymous · 1 2

Não respondemos, porque isso faz parte da história, e história não se discute, se aprende.

Cada povo, em cada época da humanidade teve motivos para agir de determinadas formas, pois a época exigia assim.

Aliás, a Igreja, muito menos os católicos, não tem qualquer culpa nisso, pois tais atos foram cometidos pelos filhos da Igreja.
é a mesma coisa que querer culpar os alemães eternamente pelo nazismo nacionalista de Hitler.

A Igreja é santa em sua constituição e seus filhos são pecadores, daí vem todos estes casos de desrespeito aos mandamentos de Deus.

Se um padre comete pedofilia, a Igreja não pode ser culpada por isso, pois a igreja sempre a condenou.

A história da inquisição só é discutida pelos anticatólicos, ou seja, por motivos religiosos.

As pessoas inventam histórias estúpidas sobre a inquisição, como esta história longa postada acima, onde se afirma que São Francisco Xavier imolou 400 mil nipônicos. Desde quando a igreja aceitou absurdos de imolação humana? Desde quando São Xavier evangelizou o Japão? Ele evangelizou a Índia, e no Japão permaneceu pouco tempo.

São histórias assim que querem apenas denegrir a imagem da Igreja. Não importa se a história seja absurda, o que importa é criticar a igreja católica.

Não é a toa que existem milhares de textinhos na internet que fazem este trabalho de contar uma história completamente deturpara e inverídica da inquisição.

Eu já li por aqui milhares destes absurdos.

Eis os motivos por que os católicos não discutem passado.
Passado é passado e devemos fazer algo para melhorar o futuro e não repetir os erros.

Vc já deve ter ouvido isto de algum professor marxista.

2007-03-11 16:51:30 · answer #7 · answered by Anonymous · 0 2

Eu gostaria de ter sido um inquisitor e ter acabado com todos os seguidores do Martinho Lutero da face da Terra e aqueles que escrevem "interessante" com "ç". Assim nos dias atuais não existiria, RRRoubares, Pedir maiscedo, Sônia Errantes, Salafraia e tantos outros desse naipe!

2007-03-11 15:46:38 · answer #8 · answered by SATELLITE 7 · 0 2

não para a primeira pergunta, os catolicos não respondem pois foi um movimento de reforma e contra reforma ao movimento protestante.
por ter sido parte cruel da historia os catolicos preferem não lembra-las ou fingir que não existiu.

2007-03-11 15:37:48 · answer #9 · answered by uyarakamayura 2 · 0 2

Não.
Foi na Europa. Tanto que lá o cristianismo está sumindo tamanha as atrocidades dessas religião.

2007-03-11 15:34:32 · answer #10 · answered by Mega 5 · 0 2

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