Em primeiro lugar é importante conversar com o seu médico e esclarecer todas as suas dúvidas e seguir exatamente as orientações dele. Mas para que você entenda exatamente o que é triglicérides e sua ação no organismo, Cyber Diet vai explicar um pouco mais sobre esse tipo de gordura.
Os triglicérides são tipos de gorduras que podem ser produzidas pelo organismo ou ingeridas através dos alimentos. Assim como o HDL, LDL, os triglicérides quando encontram-se em nÃveis alterados no sangue podem causar prejuÃzos à saúde, principalmente se este aumento estiver associado ao aumento das
frações de colesterol citadas.
NÃveis elevados de triglicérides na corrente sanguÃnea estão associados ao aparecimento de doenças coronarianas e por este motivo é importante que todos se conscientizem do quanto é importante ter as taxas de triglicérides dentro do limite recomendado.
As gorduras desempenham papel importante em nosso organismo, como fornecer energia ao corpo, proteger os nossos órgãos, a camada de gordura isola o organismo, preserva o calor do organismo e mantém a temperatura do mesmo. As gorduras também auxiliam no transporte e absorção de vitaminas lipossolúveis, A, D, E e K.
Com isso, milhões de pessoas passarão a tomar medicamentos para o controle dessa doença. Essas novas recomendações expressam:
- para pessoas com alto risco, a recomendação do nÃvel de LDL – colesterol deve ser menor que 100 mg/dl.
- para pessoas com risco muito alto, a recomendação de LDL – colesterol deve ser menor que 70 mg/dl. Esse Ãndice passa a ser considerado quando o paciente de alto risco possui ainda altos nÃveis de triglicérides ou baixos nÃveis de HDL- colesterol.
- para pessoas com risco moderadamente alto, recomenda-se que seja menor que 100mg/dl.
Além de rigoroso controle médico com o uso de medicamentos e exames periódicos, as pessoas que apresentam este quadro devem evitar os alimentos ricos em colesterol. Não controlar a alimentação é tão perigoso quanto a ausência de acompanhamento médico.
Em muitos casos, somente o cuidado com a alimentação já contribui para a diminuição do colesterol sangüÃneo. Na hipercolesterolemia, os alimentos ricos em gordura saturada devem ser evitados porque esses alimentos aumentam o colesterol sangüÃneo.
Veja abaixo alguns alimentos ricos em colesterol:
- Carnes gordas;
- Bacon, toucinho;
- Gema de ovo;
- Produtos embutidos (salsicha, lingüiça);
- Leite integral;
- Queijos amarelos, como queijo prato, queijo mussarela, parmesão;
- Manteiga, banha, creme de leite;
- Frutos do mar como camarão, lagosta, lagostim, siri, caranguejo;
- Alimentos fritos e
- Doces.
Sabe-se, ainda, que muitos estudos atuais sugerem que alguns alimentos, os chamados funcionais, devem ser incentivados na alimentação diária. Este hábito previne doenças, como as cardiovasculares, por exemplo. Os alimentos funcionais, como o vinho tinto, a soja e a castanha do Pará agem no sentido de diminuir o colesterol sangüÃneo. Eles são verdadeiros amigos do seu organismo.
Se você anda como o colesterol elevado, consulte um médico e cuide da sua alimentação. Um nutricionista poderá ajudá-lo montando um cardápio que diminui o colesterol sangüÃneo e que previne esse aumento no sangue. Cuide da sua saúde.
Falcemia Heterozigota é o nome dado a um tipo de anemia hereditária imperceptÃvel presente numa pessoa aparentemente sadia.
Essa pessoa é, portanto, um portador assintomático (não doente) de uma alteração da hemoglobina, que é uma proteÃna que se encontra no interior dos glóbulos vermelhos.
A pessoa que tem a Falcemia Heterozigota é normal, com resultado quantitativos de glóbulos e de hemoglobina dentro dos padrões de normalidade.
O portador de Falcemia Heterozigota não deve entretanto, fazer uso de drogas ou medicamentos que "queimam oxigênio", por exemplo: inalação de éter, lança-perfume e anestesia geral sem oxigenação suplementar. Também os exercÃcios fÃsicos muito intensos devem ser evitados, pois "queimam oxigênio" com extrema rapidez. Da mesma forma, devem ser evitados o mergulho prolongado e a prática de natação em águas muito frias.
Todos esses cuidados estão relacionados com a diminuição de oxigênio, pois quando falta quantidade suficiente deste gás em pessoa que tem Falcemia Heterozigota, os glóbulos vermelhos se deformam, mudando sua forma globular para a de "foice" ou "meia-lua", daà o nome falciforme. Com a forma alterada, os glóbulos vermelhos além de não desempenhar com eficiência a sua função, que é o transporte de oxigênio, provocam, também, alteração na circulação do sangue. à necessário dizer que esses efeitos são muito discretos no portador de Falcemia Heterozigota, mas podem se tornar perigosos se a "queima de oxigênio" ocorrer por longo perÃodo (anestesia geral sem suplementação de oxigênio) ou se ocorrer de forma aguda (cheiro de lança-perfume).
A identificação de Falcemia Heterozigota é realizada por meio de análises laboratoriais especÃficas. Outro fato muito importante é o seguinte: quando você for se casar ou optar por ter filhos, há necessidade que seu parceiro ou parceira faça o exame para saber se é também portador de anemia hereditária imperceptÃvel. No caso dos dois terem esse tipo de anemia, existe a possibilidade de nascer uma criança que poderá receber as partes anêmicas do pai e da mãe, e assim aparecerá uma anemia grave.
O gênero chlamydia compreende um grupo de parasitas intracelulares obrigatórios, três espécies sendo reconhecidas: C. psitacci, C. pneumoniae (cepa TWAR) e C. trachomatis; a primeira delas é um patógeno comum em espécies de aves e mamÃferos e as duas últimas, causadoras de doenças em seres humanos1,2.
As clamÃdias são classificadas como bactérias gram-negativas, altamente especializadas. O sorotipo Twar da C. pneumoniae causa bronquite, pneumonia e doença arterial. Em relação a C. trachomatis, 15 sorotipos são reconhecidos: L1, L2 e L3, causadores do linfogranuloma venéreo; A,B, Ba e C, causadores do tracoma ocular; D,E,F, G, e H, causadores da conjuntivite de inclusão observada no recém-nascido (RN) e os sorotipos I,J e K, causadores da pneumonia do recém-nascido (RN) e do lactente, da uretrite, da cervicite, da salpingite e da epididimite3,4.
A epidemiologia da infecção perinatal por C. trachomatis foi descrita décadas antes do isolamento do microrganismo. Halberstaedter e Prowasek visualizaram pela primeira vez as inclusões intracitoplasmáticas em 1907 e Linder et al. nos anos de 1909-1911 descreveram o mesmo padrão citológico em infecções oculares não gonocócicas e em secreções do trato genital de mães que geraram crianças infectadas3.
A C. trachomatis é provavelmente a infecção sexualmente transmissÃvel mais prevalente nos Estados Unidos5 e o seu Centro de Controle de Doenças (CDC) estima que o número de novas infecções por este microrganismo exceda quatro milhões anualmente6,7.
A gestação por si só parece aumentar o risco de colonização por essa bactéria8. Os fatores de risco, além da própria gestação, são a vida sexual ativa, baixas condições socio-econômicas, vários parceiros e antecedentes de outras doenças sexualmente transmissÃveis9-11.
A infecção por C. trachomatis é adquirida pelo RN durante a passagem pelo canal do parto, existindo casos de infecção em crianças nascidas de parto cesárea12 com antecedentes maternos de ruptura prematura de membranas amnióticas, e, mesmo a pós-natal sendo possÃvel através do contato com a mãe13. O RN de mãe com infecção por C. tracomatis na cervix uterina tem 60% a 70% de risco de adquirir a infecção durante sua passagem pelo canal do parto: 25% a 50% deverão desenvolver conjuntivite e 10% a 20% pneumonia14,15. A infecção ocular manifesta-se entre cinco e 12 dias após o nascimento e o quadro pulmonar, na maior parte dos casos, antes da oitava semana de vida16.
Em nosso meio, o diagnóstico pré-natal de mães portadoras de infecção por esta bactéria é difÃcil, uma vez que a pesquisa não faz parte dos exames de rotina. Nos últimos anos, com a melhora dos métodos de diagnóstico através de exames diretos e sorológicos para C. trachomatis, foi possÃvel reconhecer no RN e no lactente tanto a conjuntivite de inclusão como a pneumonia. Esses exames são realizados em todos os RN com suspeita dessas patologias na Unidade de Cuidados Intensivos Neonatal (UCINE) do Instituto da Criança do Hospital das ClÃnicas da FMUSP.
O reconhecimento dessa infecção tem implicações diretas no tratamento do paciente e dos pais, bem como seguimento a longo prazo das crianças contaminadas, pois, segundo Bell et al. (1992), a doença pulmonar pode evoluir para doença pulmonar obstrutiva crônica5,18.
OBJETIVOS
Os objetivos deste trabalho foram: verificar a incidência de infecção ocular por Chlamydia trachomatis nos RN internados com diagnóstico de conjuntivite, num perÃodo de 10 anos (1997-1998); verificar a associação entre infecção ocular e pneumonia intesticial nos RN infectados e estudar os aspectos epidemiológicos e os métodos utilizados para o diagnóstico laboratorial.
CASUÃSTICA E METODOLOGIA
Foram estudados retrospectivamente 20 RN que apresentaram diagnóstico de infecção neonatal por C. trachomatis, dentre aqueles internados na UCINE com diagnóstico de conjuntivite e/ou pneumonia no perÃodo proposto para o estudo. Foram analisados os dados epidemiológicos importantes para a ocorrência dessa infecção a partir da história clÃnica especÃfica para doenças sexualmente transmissÃveis.
Fizeram parte dos métodos de diagnóstico: a pesquisa direta do agente etiológico em raspado de conjuntiva, radiografia de tórax, sorologia para Chlamydia trachomatis no sangue pelo método de imunofluorescencia para anticorpos IgG e IgM.
Aspectos clÃnicos: conjuntivite
No RN os principais agentes etiológicos que causam inflamação da conjuntiva são as bactérias (Neisseria gonorrhoeae, Chlamydia trachomatis, Streptococcus sp, Staphylococcus aures ou epidermidis, E. coli e outras bactérias gram-negativas), as drogas oculares (conjuntivite quÃmica) e os vÃrus do tipo Herpes. Com a profilaxia realizada com solucões oculares tópicas ao nascimento (nitrato de prata a 1%, eritromicina 0,5% e tetraticlina 1%) a incidência da patologia infecciosa diminuiu, ocorrendo ainda ao redor de 20% de todos os RN.
A conjuntivite freqüentemente encontrada atualmente é a provocada pela C. trachomatis e é conhecida como conjuntivite de inclussão em decorrência dos achados anátomo-patológicos19. Embora essa bactéria seja susceptÃvel aos medicamentos tópicos citados, a eficácia da profilaxia tópica não é bem estabelecida. Hamerslag et al.10 mostraram ser a eritromicina mais eficaz do que o nitrato de prata para essa bactéria e menos eficaz para o gonococo. Por ser esta última bactéria de maior prevalência e mais grave, a profilaxia da conjuntivite continua a ser efetuada, na maioria dos hospitais, pela solução de nitrato de prata a 1%.
A C. trachomatis é adquirida pelo RN na maior parte das vezes durante a passagem pelo canal de parto. Em nossa casuÃstica, 55% dos RN haviam nascido de parto normal e 45% de parto cesárea (Tabela 1), fato sugestivo de que o tipo de parto não invalida o diagnóstico, conforme também é descrito na literatura20.
A incidência de conjuntivite por C. trachomatis entre os RN internados com esse diagnóstico no perÃodo de estudo foi de 17% (17/100) . Sabe-se pela literatura que 25% a 50% dos filhos de mães portadoras de C. trachomatis terão conjuntivite. Nesta casuÃstica, não temos esse dado materno, porém dos 17 RN com este diagnóstico, em nove (52,3%) as mães tinham antecedentes de leucorréia (Tabela 2), achado que indiretamente sugere a presença de infecção por essa bactéria14. A média de inÃcio da sintomatologia nos 17 RN foi com cinco dias de vida, (tabela 2) o que também está de acordo com a literatura, pois, o ciclo do microrganismo sendo de 48 horas, o tempo de inÃcio da sintomatologia é mais tardia em relação à de outros microrganismos, ou seja, entre cinco e 14 dias. Por outro lado, o achado de conjuntivite com inÃcio no primeiro dia não afasta o diagnóstico. Essa situação ocorreu com os casos 1,3,4,5,6,7 e 15 do nosso estudo, podendo o inÃcio precoce estar associado à ruptura prematura de membranas, citada em cinco desses RN.
A média de idade em dias no inÃcio da internação foi de 17,9 verificamos, portanto, que o motivo desta, na maioria dos casos, foi o quadro pulmonar e não somente a conjuntivite. à citado por Heggie et al. (1981)16 que essa doença acomete mais RN pré-termo, podendo isso ser atribuÃdo, como os autores referem, ao maior tempo de internação desse tipo de criança com o conseqüente reconhecimento da doença21. No estudo presente a maioria dos RN foi de termo (75%), tendo sido reinternados após alta da maternidade em UTI neonatal, o que permitiu reconhecer essa infecção. Acreditamos, assim, que não deve existir diferença em relação à idade gestacional. Na literatura não é citado predominância de sexo, porém, neste estudo a infecção predominou no sexo feminino (60%.).
Esse tipo de conjuntivite de inclusão apresenta-se de forma aguda, com edema palpebral e secreção purulenta em moderada quantidade; inicialmente o comprometimento é unilateral, evolui em poucos dias para o olho contra-lateral, poucas vezes acometendo a córnea, porém, se não tratada, poderá evoluir com formação de "panos" e cicatrizes, prejudicando a visão a longo prazo. O atraso da medicação favorece indubitavelmente o aparecimento de seqüelas22.
Para evitar esse tipo de infecção seriam necessários exames periódicos durante o pré-natal para tratar a mãe e o seu parceiro. O antecedente de mães que realizaram pré-natal foi importante na composição da nossa casuÃstica (45%), (Tabela 1), porém, não contribuiu para evitar o aparecimento da infecção nos RN, já que não é feita a pesquisa de rotina durante as consultas de pré-natal.
PNEUMONIA
As infecções pulmonares persistem como causa importante de morbidade e mortalidade principalmente nos paÃses subdesenvolvidos23. Na Unidade de Cuidados Intensivos Neonatal, reconhecendo a importância de verificar os agentes etiológicos da pneumonia do RN, existe uma rotina diagnóstica na qual pesquisam-se vÃrus, bactérias e fungos em crianças internadas com esse diagnóstico. São citados como fatores de risco para infecção por C. trachomatis aqueles comuns à s doenças sexualmente transmissÃveis, tais como a idade materna (mais freqüente em adolescentes), e múltiplos parceiros7, 24. No estudo apresentado, podemos observar que a idade materna variou entre 17 e 37 anos e em 20% dos casos houve mais de um parceiro. A falta de alguns fatores de risco comuns à s doenças sexualmente transmissÃveis não deve afastar o diagnóstico.
A ocorrência de pneumonia é de 10% a 20 % nos RN de mães portadoras de C. trachomatis, sendo a nasofaringe posterior do RN o local preferencial de sua replicação, e as culturas desse local costumam ser positivas enquanto que noutros locais (conjuntiva e faringe oral) podem ser negativas25. A história de conjuntivite não é um pré-requisito para o aparecimento de pneumonia; parece o que o trato respiratório pode ser diretamente infectado durante o nascimento26. Neste estudo, a pneumonia esteve presente em 15/20 RN (75%), sendo que em 12 casos havia associação de conjuntivite e pneumonia e, em três casos, havia pneumonia sem antecedentes de conjuntivite.
Parece que a pneumonia no RN está relacionada a uma resposta de hipersensibilidade, já que esses RN apresentam nÃveis elevados de anticorpos IgG para C. trachomatis. As mães infectadas também tem nÃveis elevados de anticorpos IgG, porém não parece ter efeito protetor, pois os RN, mesmo assim, adquirem a doença27.
A pneumonia por C. trachomatis foi descrita por Schacter et al.28 em 1975 em uma criança pós-recuperação de uma conjuntivite de inclusão. Os achados clÃnicos, descritos por Benn; Saxon26,em 1977, manifestam-se geralmente entre a segunda e 16ª semana de vida no RN; o quadro respiratório costuma ser mais grave que no lactente, com aumento progressivo da freqüência respiratória (entre 50 e 70 movimentos respiratórios/minuto), cianose, deterioração do estado geral à ausculta pulmonar, roncos e estertores crepitantes difusos29,30. Na casuÃstica apresentada, a média de inÃcio dos sintomas respiratórios foi de 14,2 dias, sendo que em quatro casos (1,2,7 e 15) ( Tabela 2) o inÃcio foi na primeira semana e os RN tiveram quadro ocular iniciado no primeiro dia de vida, com exceção do caso 2 que só teve pneumonia.
Dos 15 RN que tiveram pneumonia, 14 necessitaram de oxigênio por mais de 24 horas , dos quais 9/14 com oxigênio inferior a 40% (na incubadora), 4/14 com oxigênio superior a 40% (capacete) e um deles (caso 20) necessitou de ventilação mecânica. Nesse último RN foi verificada a presença de vÃrus sincicial fator, de piora da evolução. O curso desta pneumonia é prolongado e os sintomas persistem por mais de uma semana. Os RN desta casuÃstica tiveram uma boa evolução, com tratamento sistêmico e obtiveram alta após completar antibioticoterapia.
ASPECTOS LABORATORIAIS
Para a pesquisa de C. trachomatis em conjuntiva, o material deve ser obtido por raspado da conjuntiva, com a pálpebra inferior evertida e corado pela técnica de GIEMSA.
Neste material são observadas inclusões azuis ou púrpuras no citoplasma das células endoteliais; a sensibilidade do método é boa, atingindo 90 %31. Na casuÃstica apresentada, a pesquisa de células de inclusão em material de conjuntiva foi positiva em todos os casos que apresentaram conjuntivite (17/20)
O diagnóstico sorológico pode ser realizado através de detecção de anticorpos especÃficos para C. trachomatis pelo método de imunofluorescencia32.Os anticorpos da classe IgG têm origem através da passagem transplacentária e sua positividade no RN não significa infecção. Por outro lado, o encontro de anticorpos da classe IgM é de produção do próprio RN e diagnostica a infecção aguda33. Outro fato importante reside em que as crianças com infecções pulmonares apresentam taxas de anticorpos séricos superiores à quelas com infecção ocular25. Neste estudo todos os RN com pneumonia tiveram nÃveis de IgM maior ou igual a 1/32 (infecção aguda) e, aqueles que só tiveram conjuntivite, apresentaram sorologia negativa; houve associação estatisticamente significante (teste de Fisher P <0,0001) entre pneumonia e sorologia positiva
O diagnóstico radiológico é feito pela radiografia de tórax, onde é observada uma hiperinsuflação do parênquima pulmonar associada à infiltração intersticial difusa. Neste trabalho o padrão descrito esteve presente em todas as crianças que tiveram pneumonia, no entanto o quadro radiológico poderá ser confundido com outras etiologias, principalmente virais, devendo ser lembrado no diagnóstico diferencial34.
diagnóstico hematológico, como descrito na literatura, é de leucocitoce com eosinofilia; observamos, assim como Ejzemberg, em 199035, a presença de leucocitoce em sua maioria. Não tem sido freqüente a eosinofilia, o Ãndice neutrofÃlico nunca foi superior a 0,3, o que o diferencia de outras infecções bacterianas.
TRATAMENTO
Como citado anteriormente, a profilaxia ocular realizada com nitrato de prata a 1% ao nascimento não afasta a infecção por C. trachomatis e mesmo o uso de eritromicina a 0,5%, já em sala de parto, poderá evitar a infecção ocular mas não previnirá a colonização em nasofaringe e a conseqüente infecção pulmonar. Os RN infectados por C. trachomatis devem ser tratados com eritromicina (etilsuccinato) na dose de 40mg/kilograma/dia divididos em quatro doses, durante 14 dias, inclusive para quem teve conjuntivite isolada, pois só o tratamento local com eritromicina falha em 50% dos casos, recidivando. A eritromicina diminui significativamente o curso clÃnico da doença, a melhora ocorre ao redor do sétimo dia de tratamento e não são observadas recaÃdas30,36. Os RN deste estudo foram tratados com eritromicina (16/20) e os quatro que receberam trimetoprim-sulfisoxazol pelo fato de suspeita de pneumonia por Pneumocistis carinii.
PREVENÃÃO
O tratamento da mãe com a eritromicina antes do parto deverá prevenir a transmissão para o RN, e, já que não é toxica para o feto, deve ser administrada à mãe particularmente durante o terceiro trimestre de gestação e ao seu parceiro sexual. Os pais dos pacientes da presente casuÃstica foram encaminhados para tratamento.
CONCLUSÃES
Salientamos a importância da pesquisa de infecção por C. trachomatis em RN com conjuntivite e/ou pneumonia do tipo intersticial, mesmo na ausência de fatores de risco para doença sexualmente transmissÃvel. A pesquisa direta em raspado de conjuntiva e o exame sorológico se mostraram importantes como métodos auxiliares do diagnóstico.
O vÃrus da Herpes simplex é uma das infecções mais comuns do mundo. Dentre os diversos tipos de Herpes, destacam se dois tipos do vÃrus: HSV1 que afeta o trato oral e a forma de transmissão é muito comum na infância e HSV2 que afeta o trato genital que ocorre por transmissão sexual.
Após a infecção primária, o vÃrus da Herpes sobrevive no estágio de inatividade latente nas células do corpo durante toda a vida. Dependendo de vários fatores, eles são reativados de tempos em tempos e partÃculas infecciosas virais são formadas. O vÃrus é excretado com ou sem sintomas clÃnicos.
Em doadores sanguÃneos na Alemanha, há uma prevalência de aproximadamente 80% de pacientes com Herpes I e 15% para Herpes II sendo essa incidência similar em todo o mundo. Contudo, em vários paÃses, tem ocorrido um aumento na infecção de Herpes II nos últimos anos. Em vários casos, os pacientes que apresentam positividade para o Herpes II apresentam também para o Herpes I.
Uma atenção especial deve ser tomada com relação a primeira infecção em pacientes gestantes pois, o risco de Herpes neonatal é especialmente alto em mulheres que não apresentem anticorpos de proteção. Isto ocorre quando a mulher fica infectada por Herpes no perÃodo da gravidez.
Para o procedimento diagnóstico é de crucial importância que o ensaio utilizado possa diferenciar entre os anticorpos dos dois tipos de HSV. Existem muitos testes no mercado que fornecem resultados, contudo eles, freqüentemente utilizam antÃgenos que causam reação cruzada que na verdade não distingue entre o HSV 1 e HSV2. O RIDASCREEN HSV1 e RIDASCREEN HSV2 agora permite uma clara distinção entre os dois tipos de HSV e é possÃvel graças à glicoproteÃna G (gG), que possibilita uma clara diferenciação dos anticorpos que é vital para a correta identificação do status do HSV e cuidados no risco de infecção durante a gravidez.
Ensaio de metodologia ELISA com procedimento técnico semelhante e um rápido tempo de incubação de 30', 30' e 15" padronizado para ambos.
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HSV1 IgG HSV 2 IgG
Sensibilidade 100% 100%
Especificidade 98,3% 99,3%
Vantagens dos testes sorológicos
1. Identificação da infecção subclÃnica dos pacientes infectados.
2. Risco durante a gravidez, e iniciação na ação corretiva.
A estrongiloidÃase é uma das mais importantes helmintÃases em paÃses tropicais e estudos epidemiológicos têm demonstrado associação desta parasitose com o vÃrus HTLV-1. Em regiões onde estes dois agentes são endêmicos a coinfecção pode resultar no desenvolvimento de formas disseminadas da estrongiloidÃase assim como em estrongiloidÃase recorrente. Enquanto que o vÃrus HTLV-1 está relacionado com uma alta produção de IFN-g e desvio da resposta imune para o tipo Th1, a proteção contra helmintos está associada a uma resposta Th2. Devido a este viés da resposta imune, indivÃduos infectados pelo HTLV-1 apresentam redução na produção de IL-4, IL-5, IL-13 e IgE, componentes participantes dos mecanismos de defesa contra S. stercoralis. Estas anormalidades constituem a base para a ocorrência de maior freqüência e de formas mais graves da estrongiloidÃase em pacientes infectados pelo HTLV-1.
Hepatite C
Sinônimos:
amarelão ; derrame de bile;
O que é?
à uma inflamação do fÃgado causada pelo VÃrus da Hepatite C (HCV).
Como se adquire?
Situações de risco são as transfusões de sangue, a injeção compartilhada de drogas e os acidentes profissionais.
Portanto, podemos nos contaminar com o vÃrus da Hepatite C ao termos o sangue, as mucosas ou a pele não Ãntegra atingida pelo sangue ou por secreção corporal de alguém portador do HCV, mesmo que ele não se saiba ou não pareça doente.
A transmissão sexual do HCV não é freqüente e a transmissão da mãe para o feto é rara (cerca de 5%). Não são conhecidos casos de transmissão de hepatite C pelo leite materno. Apesar das formas conhecidas de transmissão, 20 a 30% dos casos ocorrem sem que se possa demonstrar a via de contaminação.
O que se sente e como se desenvolve?
Diferentemente das hepatites A e B, a grande maioria dos casos de Hepatite C não apresenta sintomas na fase aguda ou, se ocorrem, são muito leves e semelhantes aos de uma gripe. Já há tratamento para a fase aguda da Hepatite C, diminuindo o risco de cronificação. Por isso pessoas suspeitas de terem sido contaminadas merecem atenção, mesmo que não apresentem sintomas.
Mais de 80% dos contaminados pelo vÃrus da hepatite C desenvolverão hepatite crônica e só descobrirão que tem a doença em exames por outros motivos, como por exemplo, para doação de sangue. Outros casos, aparecerem até décadas após a contaminação, através das complicações: cirrose em 20% e câncer de fÃgado em 20% dos casos com cirrose.
Como o médico faz o diagnóstico?
Na fase antes do aparecimento das complicações, exames de sangue realizados por qualquer motivo, podem revelar a elevação de uma enzima hepática conhecida por TGP ou ALT. Essa alteração deve motivar uma investigação de doenças hepáticas, entre elas, a Hepatite C. A pesquisa diagnóstica busca anticorpos circulantes contra o vÃrus C (Anti-HCV). Quando presentes, podem indicar infecção ultrapassada ou atual. A confirmação de infecção atual é feita pela identificação do vÃrus no sangue, pelo método da Reação da Cadeia da Polimerase (PCR RNA-HCV). Com a evolução, aparecem alterações de exames de sangue e da ecografia (ultrassonografia) de abdome.
Muitas vezes o médico irá necessitar de uma biópsia hepática (retirada de um fragmento do fÃgado com uma agulha) para determinar a grau da doença e a necessidade ou não de tratamento. São realizados também a detecção do tipo de vÃrus (genotipagem) e da quantidade de vÃrus circulante (carga viral), que são importantes na decisão do tratamento.
Como se trata?
Nos raros casos em que a hepatite C é descoberta na fase aguda, o tratamento está indicado por diminuir muito o risco de evolução para hepatite crônica, prevenindo assim o risco de cirrose e câncer. Usa-se para esses casos o tratamento somente com interferon por 6 meses.
O tratamento da Hepatite Crônica C vem alcançando resultados progressivamente melhores com o passar do tempo. Enquanto até há poucos anos alcançava-se sucesso em apenas 10 a 30% do casos tratados, atualmente, em casos selecionados, pode-se alcançar até 90% de eliminação do vÃrus (Resposta Viral Sustentada). Utiliza-se uma combinação de interferon (“convencional” ou peguilado) e ribavirima, por prazos que variam de 6 a 12 meses (24 a 48 semanas). O sucesso do tratamento varia principalmente conforme o genótipo do vÃrus, a carga viral e o estágio da doença determinado pela biópsia hepática.
Pacientes mais jovens, com infecção há menos tempo, sem cirrose, com infecção pelos genótipos 2 e 3 e com menor carga viral (abaixo de 800.000 Unidades/mL) tem as melhores chances de sucesso. O novo tipo de interferon, chamado interferon peguilado ou “peg-interferon” é uma alternativa que vem alcançando resultados algo superiores aos do interferon convencional especialmente para portadores do genótipo 1 e pacientes com estágios mais avançados de fibrose na biópsia.
Os efeitos indesejáveis (colaterais) dos remédios utilizados em geral são toleráveis e contornáveis, porém, raramente, são uma limitação à continuidade do tratamento. A decisão de tratar ou não, quando tratar, por quanto tempo e com que esquema tratar são difÃceis e exigem uma avaliação individualizada, além de bom entendimento entre o paciente e seu especialista.
Novas alternativas terapêuticas vêm surgindo rapidamente na literatura médica. Além de novas medicações, a adequação do tempo do tratamento a grupos de pacientes com caracterÃsticas diferentes poderá melhorar ainda mais os resultados alcançados com as medicações atualmente disponÃveis. Estudos vêm mostrando que, para alguns pacientes, com caracterÃsticas favoráveis, tempos mais curtos de tratamento possam ser suficientes, enquanto que pacientes com menor chance de resposta e, possivelmente, aqueles que não responderam a tratamentos anteriores, possam se beneficiar com tempos maiores de tratamento.
Como se previne?
A prevenção da hepatite C é feita pelo rigoroso controle de qualidade dos bancos de sangue, o que no Brasil, já ocorre, tornando pequeno o risco de adquirir a doença em transfusões. Seringas e agulhas para injeção de drogas não podem ser compartilhadas. Profissionais da área da saúde devem utilizar todas as medidas conhecidas de proteção contra acidentes com sangue e secreções de pacientes, como o uso de luvas, máscara e de óculos de proteção. O uso de preservativo nas relações sexuais com parceiro fixo não é indicado para prevenção da transmissão da hepatite C.
2007-03-11 21:04:15
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answer #5
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answered by Lucas Brandão 3
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