Havia um caminho, por onde seguia um rapaz.
Ele estava a procura da felicidade, mas não fazia idéia de onde encontrá-la.
Durante sua caminhada, encontrou com um velho, sentado em um banquinho fumando cachimbo, e seu cão deitado aos pés.
Já cansado, e sem saber onde ir, perguntou ao velho:
-O senhor poderia me dizer, onde encontro a felicidade? Fazem anos que eu trilho esse caminho, e até agora nada.
O velho, olhando calmamente ao rapaz, lhe disse em voz branda:
-Está vendo aquela trilha, perto da montanha? Você pode escolher continuar o mesmo caminho em que está, ou seguir ela até o pé da montanha. La encontrará um banquinho com um saco de pães e um pote d'água.
Coma, beba, e siga caminho acima.
Mas lembre-se, se escolher subir, não poderá mais voltar.
O rapaz pensou, e resolveu seguir a trilha até o pé da montanha. Lá encontrou o banquinho, como havia descrito o velho, comeu, bebeu resolveu seguir caminho.
No começo da escalada, encontra uma placa escrito; “Para subir, deve-se carregar a pedra!”, e ao pé da placa, havia então uma pedra, pesada, cheia de pontas.
Pegou então a pedra, e começou a escalar.
Subiu, subiu, subiu, e já estava quase desistindo quando encontrou uma área plana, com uma cadeira, e o velho lá, sentado com seu cachimbo e o cão.
-Mas, mas, mas... como raios o senhor chegou até aqui?
-Ora. Vim para te trazer mais pão e água pois a subida é longa.
Pálido, mas cansado e com fome, o rapaz comeu, bebeu e descansou.
Ao olhar para os lados, reparou que o caminho que havia trilhado para subir, havia desaparecido, porém, haviam mais duas trilhas, e perguntou onde elas dariam.
-Ambas vão para o mesmo lugar, assim como a que você segue.
Olhando para as duas, o rapaz resmungou pensou; “Esse velhote ta tirando com a minha cara! Como podem, ambas irem para o mesmo lugar?”
-Velho. Mas se vão para o mesmo lugar, qual a diferença?
-Meu filho, você pode escolher qual caminho seguir. Se quisér continuar a escalada, continue. Se quisér ir pra direitaou esquerda, vá.
Para a esquerda ou direita, podes deixar a pedra aqui mesmo, mas para subir, deverá carregá-la contigo até o topo.
O rapaz pensou, e resolveu continuar a sua escalada com a pedra.
Mais uma longa jornada, até chegar a outro local plano, e novamente o banquinho, o velho cachimbando, segurando pão e água, com seu cão deitado.
Já estressado com tudo, e não querendo sequér imaginar como o velho chegou até lá, comeu, bebeu, descansou novamente, e de novo haviam duas trilhas.
-Velho. E essas duas trilhas...
Prontamente o velho respondeu:
-São novamente caminhos que levam ao mesmo lugar.
O rapaz então, jogou a pedra e disse:
-Velho. To me esfolando pra carregar essa pedra montanha acima. se eu for por uma dessas duas trilhas, não terei que carregá-la, certo?
-Sim.
-Pois então vou por outra!
Seguiu então a trilha da direita. Era plana, e a sua volta pássaros, flores...
-Vélho sacana! E eu subindo aquela ladeira carregando aquela maldita pedra. Por aqui é muito fácil e menos cansativo.
Andou, andou, andou... não havia fim! Quase desistindo e voltando, vê então o fim da trilha e, emocionado, juntou suas forças para sua corrida a glória.
Ao chegar no final, depara-se com o mesmo local de onda havia partido, e o velho ainda lá, com outro saco de pão e água.
-Vélho! Você mentiu pra mim! Me disse que daria no mesmo lugar pra onde eu iria, e voltei pra cá!
-Meu filho. Eu não menti. Você escolheu esse caminho que da uma volta, mas vai para o mesmo lugar, ou seja, podes continuar sua subida ainda.
-Tá gozando com a minha cara. Por que não falou que ele dava uma volta?
-Você não perguntou. Mas viste como é belo o caminho?
-Tudo bém. Vou tentar escalar mais um pouco.
Já ia subindo quando o velho alertou:
-A pedra, meu filho. Lembre-se que pra subir, deve carrega-la.
-Ta bom, ta bom... ( resmungou o rapaz )
Pegou a pedra e continuou a escalar.
Chegando novamente a outro ocal plano, o velho de novo sentado em um banquinho.
-Vélho! Você já está me dando medo!
-Não tenha medo. Novamente trouxe-lhe pão e água, pois quero que chegue a teu destino.
Bem alimentado e hidratado, o rapaz olha novamente para os lados, novamente duas trilhas, e mal abre a boca quando o velho começa a falar:
-São novamente dois caminhos para o mesmo lugar.
A laderia desanimava o pobre rapaz, já não aguentando mais ter que carregar aquela pedra incômoda, e enão resolve seguir o caminho da esquerda.
Sotla a pedra novamente e sai andando.
O caminho era belo, mas não tanto como o primeiro, só que desta vez, descendo suavemente.
Sorrindo, pensou; “Bom. Se eu descer, poderei voltar ao caminho que seguia inicialmente, e ADEUS vélho!”
Andou, andou, andou e viu novamente o final da trilha já pensando; “Se eu parar no pé da montanha novamente, esgano aquele velho.”
Chegando ao local, depara-se com o maior abismo, e grita:
-Vélho sacana! Mentiu pra mim!
No que uma vóz ecoa:
-Não menti. Disse lhe que este caminho não dá voltas. Mas podes voltar pelo mesmo caminho, e continuar sua escalada agora.
No que chega o cão, carregando um pacote com pães e um pote d'água dentro.
Comeu, bebeu, e quando virou-se para voltar, deparou-se com a pedra e uma plaquinha; “Para subir, deves carregar a pedra”.
Pegou a pedra e voltou. Lá, encontrando o velho, já com outro saco de pães, água, e o cão deitado, sentou-se ao lado do velho e perguntou:
-Mas por que devo carregar a pedra afinal?
-A pedra é uma condição para tua escolha. Jogaste a pedra no chão na hora da fúria, certo? Deixaste ela de lado, enquanto contemplava a beleza do caminho da direita, e enauqnto descia o da esquerda, não? Mas para subir, a carregou mesmo já estando cansado, e por estár cansado trouxe-lhe pão e água. Tua pedra é tua consciência! É para que lebre do cansaço e suor gasto para carregá-la. Do teu esforço e perseverança.
-Mas eu não poderia subir sem carregá-la?
-E o que jogaria no chão na hora da raiva? O que deixaria de lado ao escolher os demais caminhos? Não existe no mundo, caminho que não exija sacrifício. Se não fosse a pedra, seria outra coisa, que talvez não prefira sequér imaginar.
O rapaz pega a pedra e se levanta para continuar a escalada, quando o vélho diz:
-Coloque essa pedra dentro desse saco, e amarre em uma extremidade deste bastão. Ficará mais facil de carregar daqui pra frente.
Ele amarra a pedra no bastão, e retoma então sua escalada.
Já quase no topo da montanha, encontra uma senhora idosa, carregando sacos com parafernalhas:
-Onde vai, senhora?
-Meu menino. Moro no topo desta montanha e tenho que preparar um almoço para uma pessoa especial. Mas esse peso todo está me atrasando.
Rapidamente o rapaz pega o bastão, amarra os sacos na outra extremidade, e segue caminho junto a senhora.
Chegando ao topo, vê uma casa smples, mas acolhedora. Entra com a senhora e senta-se no sofá, enquanto ela começa os preparativos para o almoço.
-Quem a senhora espera para o almoço?
-Um senhor amigo meu. Ele me disse hoje que traria um rapaz, como você, e que esse rapaz estaria exausto, pois subiria essa montanha carregando uma pedra pesada.
O rapaz pega então a pedra e mostra para a senhora, que sorrindo lhe abraça e diz:
-Coloque sua pedra alí -Apontando para um amontoado de pedras no quintal, de vários tamanhos e pesos- pois tua jornada terminou.
No que o rapaz coloca a pedra no local, depara-se com o velho sentado agora no topo do monte.
-Encontrou o que procurava?
-Só essa casa, e a senhora que mora nela.
No que se vira para a casa, vê então a senhora, com uma mesa enorme, várias pessoas sentadas. Desde amigos que nunca mais havia visto a familiares.
-Meu filho. Tua jornada foi a mesma que todos aqui trilharam. Assim como você, cada um carregou sua pedra até o topo, e outros ainda virão. Eu te acompanho desde que nasceu, e como você, cada que está sentado ali, teve alguém como eu ao lado.
O rapaz, segue até a mesa, senta-se em sua cadeira, e então descobre onde estava sua felicidade.
2007-03-01
14:24:38
·
12 respostas
·
perguntado por
Hokus Phokus
7
em
Sociedade e Cultura
➔ Religião e Espiritualidade
Não Ana.
Não é uma histórinha típica religiosa.
A intenção é unicamente para efeito moral, pois sou espírita, porém não psicofrago.
Ma notará que, é imparcial, e a interpretação pessoal de cada um acaba sendo parecida, se não a mesma, indiferente o credo, ou a ausência dele.
Para você, então, recomendo "Os Anacletos" de Confúcio.
2007-03-01
14:49:40 ·
update #2