US$ 1 bilhão em indenizações
Dentro do Vaticano, há quem tema que o sigilo imposto pelas novas regras possa ser interpretado como uma tentativa da Igreja de "encobrir" o crime. Mas o arcebispo Bertone sustenta que todos se beneficiam da discrição: as vítimas, os parentes e os acusados.
John Allen, da publicação National Catholic Reporter, analisa: "O que o Vaticano quer fazer é manter isso como um processo jurídico, garantir que o padre, a pessoa acusada, tenha o direito de se defender".
"Mas, ao mesmo tempo, as pessoas atingidas têm o direito de garantir que alguém responderá por sua situação", conclui.
O Vaticano reconhece a pedofilia como um problema que precisa ser atacado rapidamente. As novas regras, garante, destinam-se às chamadas "ofensas graves".
Segundo Bertone, "a Igreja está preocupada e quer esclarecer quem é competente para tratar de casos tão sensíveis".
"O Vaticano quer permanecer informado, acompanhar o fenômeno, conseguir evitar isso e, quando possível, curar isso", encerrou.
Para alguns observadores, a Igreja também pode estar motivada por razões financeiras.
"Há quem calcule que a Igreja Católica já tenha desembolsado um bilhão de dólares para fazer acordos em processos desencadeados por casos de abuso sexual. E isso, obviamente, é um preço muito alto", opina Allen, da National Catholic Reporter.
2007-02-26
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