Note-se, por exemplo, sua melancolia ao ver a Alemanha destruída por suas doutrinas: “Lutero se aproxima dos sessenta anos; seu humor tornou-se sombrio, estado de alma que sua correspondência reflete. Toda a alegria, a jovialidade, seu humor (...) desapareceram. (...) sobretudo sofre pelo estado e quem se encontra o país, a Alemanha, a sociedade onde vive. Tinha ingenuamente (sic) imaginado que já que o mundo estava agora, graças a ele (...) de posse das verdades celestes (...) o mundo ia entrar numa era de felicidade, de concórdia, de ventura, de bondade, de fraternidade e de amor. Contrariamente: “ A Alemanha acabou-se, escreve nesse ano de 1542, não será nunca mais o que foi outrora. Também, como estou cansado! Demos de ombro! Aconteça o que for possível!” “A igreja é espoliada, despojada, escreve mais longe (sic), não há mais caridade; mas rouba-se, pilha-se. Em tempos idos, reis e príncipes faziam dádivas generosas às igrejas, ajudavam-nas; atualmente eles as saqueiam... Mesmo aqueles que se dizem evangélicos atraem para nós a cólera de Deus por sua rapina, pelos roubos sacrílegos.” (Brentano: 211-212)
Esquecia Lutero que as rapinas e os príncipes avarentos eram o produto de sua pregação...
E continua Brentano: “As abadias são atacadas, tomadas de assalto, saqueadas sob a melodia dos cânticos, à sombra dos estandartes onde se lê a divisa evangélica: “A palavra de Deus perdura”. Altares, quadros, órgãos e objetos do culto são quebrados, calcados aos pés, os cálices, ostensórios, ornamentos bordados a ouro, são roubados, as hóstias profanadas, os edifícios religiosos saqueados, a menos que eles não sejam convertidos em cavalariças.(...)” (Brentano: 212
2007-02-23
05:55:44
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Maria Wangler
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Sociedade e Cultura
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