O filme é bom (mesmo com alguns momentos bem ruins) ou ruim (com alguns momentos muito bons) Quando o filme começa, vemos William Hurt discursando sobre a importância de se construir um robô que seja capaz de amar, isso lá nos anos futuros onde a Inteligência Artificial é tão avançada que computadores que vencem jogos de xadrez são piadas do passado. Logo, embarcamos no drama de um casal cujo filho está doente e que serve de cobaia para realizar o experimento com o robô que é capaz de amar e que quer exigir o direito de ser amado. Algumas coisas acontecem, o robô acaba se perdendo da mãe e se empenha em uma luta de volta para casa, que é o tema de 9 entre 10 grandes fábulas infantis (Do já citado "Pinóquio" até "O Mágico de Oz"). A discussão sobre amor, tecnologia e sonhos é lançada e tem terreno para gerar um filme reflexivo daqueles que só Fellini consegue fazer (e entender). Mas o grande problema se trata justamente da falta de identidade de "AI": tentando ser um filme de Stanley Kubrick em alguns momentos e de Steven Spielberg em outros, ele acaba não sendo de nenhum dos dois. E cada vez que a coisa aperta e "AI" ameaça ficar amargo demais, o diretor sabe bem como dobrar os nossos sentimentos: basta colocar Haley ali, com olhar terno, abraçado a um ursinho sempre com o mais galante e doce dos sorrisos. E assim, não há quem resista.
2007-02-22 12:14:37
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answer #1
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answered by Anonymous
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Realmente, esse filme é muito longo para tão pouca história, uma versão futuristica de Pinoquio, em que a fada-madrinha no caso seria os Ets.
Um casal tem um filho em coma num hospital e os médicos afirmam que ele nunca se recuperará, assim um cientista que está fazendo pesquisas sobre colocar emoção em um robo convenço o pai do garoto doente (ou a mãe, não me recordo ao certo) a aceitar o robozinho. Tudo vai muito bem até que o filho do casal se recupera e faz da vida do robozinho um inferno. O casal decide devolvê-lo, mas no caminho se arrepende e faz com que ele fuja. Começa a saga do robozinho em busca do seu criador. Milhares de anos se passavam, e os Ets vêm a Terra e encontram o robozinho como único sobrevente, através de suas memórias lhe devolvem a imagem materna que ele conheceu e dizem que só lhe podem dar vinte e quatro hora com ela, depois disso ela morre. O robo decide morrer junto com o clone da mãe.
De bom o filme tem bem pouco, muito longo, muito chato, e com moral bem a quem do desejado.
2007-02-22 21:42:16
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answer #5
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answered by Cida 6
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Oi,
A.I.: Inteligência Artificial... Incompreendida?
por Kentaro Mori
O fato mais terrÃvel sobre o universo não é que ele é hostil mas sim que é indiferente, mas se nós pudermos conviver com esta indiferença, então nossa existência como uma espécie pode ter um verdadeiro sentido. Não importa quão vasta a escuridão, nós devemos criar nossa própria luz. - Stanley Kubrick
Stanley Kubrick foi o responsável pelo primeiro filme de ficção cientÃfica de grandes proporções em Hollywood, que é considerado ainda hoje quase por unanimidade o melhor de seu gênero: 2001, Uma Odisséia no Espaço. A inspiração para o mote do filme – um artefato alienÃgena encontrado no espaço – veio do conto de Arthur C. Clarke, A Sentinela, que fala de uma pirâmide artificial encontrada na Lua. Dejá vu? Acho que não é preciso falar muito sobre isso, exceto que o conto de Clarke foi escrito em 1951 e que foi Kubrick que sugeriu usar no filme um monolito de ‘proporções perfeitas’ (12 x 22 x 32) ao invés de uma pirâmide.
A.I. seria a segunda obra-prima de Kubrick em ficção cientÃfica, um projeto extremamente ambicioso que ele incubou por dezoito anos. As ambições imensas deste projeto eram tanto técnicas quanto ficcionais. No lado técnico, sua intenção era que o personagem principal não fosse um ator interpretando um robô, mas sim que fosse usado um verdadeiro robô animado. No lado ficcional, a intenção era recriar o famoso conto de fadas Pinóquio com temas mais adultos. Estas ambições só poderiam ser realizadas, segundo o próprio Kubrick propôs, em um filme ‘produzido por Stanley Kubrick e dirigido por Steven Spielberg’. Ambos trocaram centenas de páginas sobre o projeto.
Infelizmente, Stanley Kubrick faleceu antes de finalizar o projeto, mas podemos conferir o resultado final do filme A.I., escrito e dirigido por Spielberg com base em todo o trabalho acumulado por Kubrick em uma espécie de tributo. As opiniões sobre este resultado diferem muito, mas o mesmo também ocorreu com 2001. Dentre os infindáveis temas e referências, há alguns elementos interessantes relacionados à ufologia neste filme e também sobre os cineastas Kubrick e Spielberg, e acho que a esta altura todos já devem ter assistido A.I. para que eu possa falar livremente sobre o final sem estragá-lo para ninguém. Aliás, uma das motivações deste texto é abordar o fato de que para muitos o final do filme já veio estragado -- e ao fazer isso evidenciar certos insights interessantes sobre a ufologia.
Pois bem, em uma cena de tirar o fôlego no inÃcio da segunda parte do filme, há a aparição de uma Lua gigantesca que revela ser em verdade um balão com pessoas caçando robôs para destruÃ-los em shows. Além das diversas referências poéticas que devem poder ser encontradas em uma simulação da Lua perseguir simulações de seres humanos, há uma referência bem concreta aqui: ‘invisibilidade óptica’, ou optical stealth. Todos conhecemos a invisibilidade ao radar, contudo existe já há alguns anos rumores de misteriosos blimps stealth, espécie de dirigÃveis extremamente avançados que não só seriam invisÃveis ao radar, mas também de noite a olho nu. Eles seriam negros e sua parte inferior exibiria imagens de constelações, desta forma uma pessoa observando de baixo pensaria estar vendo o céu e as estrelas quando na verdade uma aeronave avançada estaria passando bem em cima de sua cabeça. Um balão que se confunde com a Lua – e assim fica ‘invisÃvel’ – não está assim muito distante da realidade, ou pelo menos das especulações em torno de projetos militares secretos.
Este parece ser um toque de Kubrick porque lembra como ele lidou com diversos temas reais da Guerra Fria em sua comédia Doutor Fantástico (em inglês, Dr Strangelove). Lá nós encontramos o Dispositivo do JuÃzo Final, que garantiria que se qualquer bomba atômica explodisse sobre a URSS toda a vida na Terra fosse automaticamente aniquilada sem a necessidade de qualquer interferência humana. Posteriormente tornou-se público que tal dispositivo foi de fato projetado e proposto ao premiê soviético Kruschev, que teria rejeitado a idéia tão absurda que faz rir (no filme, pelo menos). Também há referências a militares praticamente psicóticos em altos postos de comando (o que também foi confirmado), a grande sátira ao cientista nazista trabalhando (Operação Paperclip: “nossos alemães são melhores que os deles”) e mesmo a idéias sobre o establishment abandonar a superfÃcie da Terra e ‘preservar a espécie’ em grandes cavernas subterrâneas na Terra ou no espaço (o que na ufologia significa a historinha da Alternativa 3).
Se Kubrick abordou em Doutor Fantástico temas sensÃveis do mundo real que fariam parte da ufologia, distorcidos ou não, Spielberg foi muito mais direto e popular. Suas diversas contribuições à ufologia envolvem obviamente E.T. – O Extraterrestre, que foi por muitos anos a maior bilheteria e disseminou amplamente nas telonas o conceito do extraterrestre benfeitor depois de diversos alienÃgenas comunistas. Mais do que E.T. porém, Contatos Imediatos do Terceiro Grau influenciou tanto a ufologia a ponto de uma caracterÃstica completamente artÃstica – os longos pescoços finos dos alienÃgenas – começar a aparecer em relatos supostamente verÃdicos de abduções. Muitos, incluindo ufólogos, devem ter presumido que os alienÃgenas de Contatos Imediatos foram supervisionados por Jacques Valleé (que deu origem ao cientista francês do filme), quando em realidade a estética e a opinião de Spielberg foram muito mais determinantes.
Os alienÃgenas de Contatos Imediatos e seus longos pescoços finos nos levam de volta a A.I.. No final, depois de ficar 2.000 anos no fundo do oceano que acaba por congelar, David é resgatado por estranhas criaturas que são logo associadas por boa parte da audiência a seres alienÃgenas. O fato é irônico porque os diálogos dos seres evidenciam que eles não são alienÃgenas, mas sim evoluções dos andróides que sobreviveram à extinção do ser humano. Como o robô Gigolo Joe diz profeticamente, “no final, tudo que restará seremos nós”.
Permanece porém um certo ar de ambigüidade, e o melhor que podemos achar no diálogo do próprio filme a respeito desta questão é o comentário do ser que diz ‘invejar os seres humanos’ e ‘aquilo que eles chamam de espÃrito’. à razoavelmente claro que este comentário advém de uma máquina, mas é apenas nas referências visuais que poderemos encontrar pistas decisivas sobre o ambÃguo final. Os seres lembram alienÃgenas, entretanto se resumirmos nossas referências visuais apenas ao filme eles são incrivelmente similares ao sÃmbolo da Cybertronics, a empresa que fabricou David! SÃmbolo este que é a primeira coisa de que ele se lembra: um ser estilizado, esbelto e longilÃneo. Aliás, a primeira imagem de David que temos, desfocada, também lembra os seres do final do filme. No auge de sua evolução os andróides eventualmente assumem a forma do sÃmbolo idealizado de perfeição humana da mesma Cybertronics que criou David.
O que isso quer dizer? A intenção pode ser, de forma bem Kubrickiana, dizer que a perfeição humana não será atingida por homens, mas por máquinas que ao longo de todo o filme demonstram ser mais humanas que nós mesmos. Em verdade, no final descobrimos que o próprio narrador é um desses superandróides (supermechas). Ele nos conta a história de A.I. no mais humano dos estilos: como um conto de fadas. Isso explica um dos mais irreais aspectos da história, quando David é levado no fundo do mar por peixes – esta outra parte aparentemente estranha ao enredo vem diretamente de Pinóquio, e deixa claro como estamos assistindo a um conto de fadas contado por robôs.
Então A.I. nada tem a ver com alienÃgenas? A rigor, e felizmente para o enredo do filme, sim. A.I. é totalmente dedicado a refletir sobre a humanidade e, é claro, sobre a inteligência artificial. Mas que os seres lembrem à maior parte das pessoas seres alienÃgenas é irônico e tem muito a ver com os alienÃgenas que habitam as mentes da audiência. Os andróides não-alienÃgenas apenas parecem alienÃgenas porque são estilizados e encontram referências a estátuas associadas, por exemplo, à deusa grega Nice da vitória que todos vemos em troféus. Décadas depois de Contatos Imediatos, seres simbólicos estilizados são confundidos com alienÃgenas supostamente reais. O que deve dizer algo sobre a realidade da forma de tais alienÃgenas, que pode ser tão idealizada quanto o sÃmbolo da Cybertronics. Que, pelo visto, é uma empresa fictÃcia de um belo conto de fadas tecnológico.
Um abraço
2007-02-22 20:20:44
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answer #7
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answered by Tin 7
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