Para entender melhor sua pergunta temos antes de mais nada que saber sobre cada medicamento, a começar pelo Cloridrato de Buspirona.
DESCRIÇÃO
Cloridrato de BUSPIRONA é um agente ansiolítico, que não tem relação química ou farmacológica com as benzodiazepinas ou outros agentes psicotrópicos conhecidos. O cloridrato de buspirona é um composto branco, cristalino, solúvel em água, com peso molecular de 422,0. Quimicamente, é cloridrato de 8-[4-[4-(2-piridimil) -1-piperazinil]butil] -8-azaspiro [4,5] decano 7,9-diona. A sua fórmula empírica é C21H31N5O2 .HCl.
INDICAÇÕES
Cloridrato de BUSPIRONA é indicado no tratamento de distúrbios de ansiedade e no alívio a curto prazo dos sintomas de ansiedade. O diagnóstico de pacientes estudados em experiências clínicas controladas com a BUSPIRONA , corresponde a distúrbios de Ansiedade Generalizada conforme a classificação da Organização Mundial da Saúde (OMS) descritos a seguir:
A - Ansiedade Persistente Generalizada manifestada por sintomas de três das seguintes quatro categorias:
1) tensão motora: instabilidade, agitação, nervosismo, tremores, tensão, mialgias, fatigabilidade, incapacidade para relaxar, contração muscular da pálpebra, testa enrugada, face extenuada, desassossego, sobressalto, diplopia.
2) hiperatividade do sistema nervoso autônomo: sudorese, palpitações, taquicardia, frio, mãos frias e pegajosas, boca seca, tontura, delírio, parestesias (formigamento das mãos ou pés), distúrbios estomacais, acessos de calor ou frio, micção freqüente, diarréia, desconforto epigástrico, nó na garganta, rubor, palidez, pulso e respiração muito rápidos em repouso.
3) expectativa apreensiva: ansiedade, preocupação, medo, reflexão e pressentimento do infortúnio para si mesmo ou para outros.
4) vigilância e vigília: estado de hiperalerta que resulta em distração, dificuldade de concentração, insônia, sensibilidade extrema, irritabilidade e impaciência.
B - Estado de ansiedade sendo contínuo durante pelo menos um mês: Tensão e ansiedade comuns associadas com estresse da vida diária, geralmente não requerem tratamento com agentes ansiolíticos.
Como os estudos clínicos de BUSPIRONA têm sido geralmente limitados a 6 meses, recomenda-se este tempo como período limite para a terapia contínua. Nos pacientes em uso prolongado de BUSPIRONA , devem ser reavaliadas as necessidades da droga.
Não existe registro de síndrome de abstinência na terapia com BUSPIRONA após a administração crônica em ratos, a suspensão repentina não provocou perda de peso, comumente observada com substâncias que causam dependência física. Muito embora não exista evidência direta de que Cloridrato de BUSPIRONA cause dependência física ou comportamento de procura à droga, é difícil predizer, baseado em experimentos, a extensão na qual uma droga ativa no SNC em comercialização poderá ser erroneamente usada, ter sua finalidade desviada e/ou ser de uso abusivo.
Portanto, os médicos deverão avaliar cuidadosamente os pacientes, quanto a história de abuso de drogas e acompanhá-los de perto, observando sinais de uso errôneo ou abusivo de Cloridrato de BUSPIRONA (por exemplo, desenvolvimento de tolerância, aumento da dose, comportamento de procura à droga).
USO NA GRAVIDEZ
Nenhum comprometimento da fertilidade ou fetais foram observados em estudos de reprodução realizados em ratos e coelhos a doses de BUSPIRONA de aproximadamente 30 vezes a dose máxima humana recomendada. Em mulheres, no entanto, não foram realizados estudos adequados e bem controlados durante a gravidez, por esta razão, o uso de BUSPIRONA durante a gravidez somente poderá ser iniciado ou continuado se, na opinião do médico, o benefício sobrepujar o risco potencial.
USO NA LACTAÇÃO
A extensão da excreção de BUSPIRONA ou de seus metabólitos no leite materno é desconhecida. Em ratos, no entanto, a BUSPIRONA e seus metabólitos são excretados no leite. Assim sendo, BUSPIRONA somente deverá ser administrado a lactentes após o médico determinar que o benefício para a mãe supera o risco potencial para o bebê.
DOSES
A dose habitual é de 5-10 mg 2x/dia
Com relação aos benzodiazepínicos de modo geral é importante saber:
Com exceção do Lorazepan (Lorax®), a grande maioria dos benzodiazepínicos têm meia-vida longa, em geral entre 10 e 30 horas. Isso faz com que o equilíbrio dinâmico da droga no organismo ocorra até depois de 3 dias de uso. Chama atenção o fato do pico de concentração plasmática ser atingido mais rapidamente quando a via de administração for oral, ao invés de intramuscular. Esta peculiaridade acontece porque o solvente da apresentação injetável, com característica lipídica, tem absorção mais lenta por via intramuscular. Assim sendo, havendo necessidade de rapidez, a via oral ou endovenosa é preferível à intramuscular.
Aparentemente o efeito ansiolítico dos benzodiazepínicos está relacionado com o sistema gabaminérgico (do GABA) do sistema límbico. O ácido gama-aminobutírico (GABA) é um neurotransmissor com função inibitória capaz de atenuar as reações serotoninérgicas responsáveis pela ansiedade. Os benzodiazepínicos seriam, assim, agonistas (imitadores) deste sistema agindo nos receptores gabaminérgicos.
Ultimamente as pesquisas têm indicado a existência de receptores específicos para os benzodiazepínicos no SNC, sugerindo a existência de substâncias endógenas muito parecidas com os benzodiazepínicos. Tais substâncias seriam uma espécie de "benzodiazepínicos naturais", ou mais precisamente, de "ansiolíticos naturais".
Os ansiolíticos benzodiazepínicos possuem, em geral, metabólitos ativos. Isso, de certa forma, aumenta ainda mais a sua meia-vida plasmática. O lorazepan e o oxazepan não possuem metabólitos ativos.
B - EFEITOS COLATERAIS
O principal efeito colateral dos benzodiazepínicos é a sedação, variável de indivíduo para indivíduo. Um aumento da pressão intra-ocular teoricamente pode ocorrer mas, na clínica, trata-se de raríssima observação. Os efeitos teratogênicos são ainda objeto de estudo, porém, sua utilização clínica durante décadas permite a indicação do diazepan durante a gravidez.
C - TOLERÂNCIA E DEPENDÊNCIA
A prática clínica tem demonstrado que a dependência aos benzodiazepínicos acontece, embora não invariavelmente. A tendência do paciente em aumentar a dose para obter o mesmo efeito, ou seja, a tolerância aos benzodiazepínicos, parece ser rara. Em relação à isso notamos, no mais das vezes, uma má utilização da droga. Isto é, em não sendo tratada a causa básica da ansiedade e esta tornando-se mais intensa, haverá maior necessidade de droga. Essa maior necessidade da droga decorrente do aumento da ansiedade não deve, de forma alguma, ser confundida com o fenômeno da tolerância.
Quanto aos sintomas de abstinência aos benzodiazepínicos, o que observamos, com freqüência, é o retorno dos sintomas psíquicos que promoveram sua indicação por ocasião de sua retirada. Isso pode, eventualmente, ser confundido com abstinência na expressiva maioria dos casos. Ora, se situação psicoemocional que determinou a procura pela droga não foi decididamente curada com o benzodiazepínico, foi apenas protelada, então, retirando-a os sintomas recrudescerão. Isso não pode ser tomado como síndrome de abstinência.
Em alguns pouquíssimos casos, de fato observamos sintomatologia de abstinência. Estes ocorrem, predominantemente, com o Clonazepam. Quando ocorre a síndrome de abstinência ao benzodiazepínico, esta tem início cerca de 48 horas após a interrupção da droga e os sintomas correspondem à ansiedade acentuada, tremores, visão turva, palpitações, confusão mental e hipersensibilidade a estímulos externos. Antes de confirmar o diagnóstico de síndrome de abstinência à benzodiazepínicos convém observar, como alertamos, se tais sintomas não são os mesmos que anteriormente levaram o paciente a iniciar o tratamento.
Os casos de dependência aos benzodiazepínicos relatados na literatura ou constatados na clínica se prendem, na grande maioria das vezes, ao uso muito prolongado e com doses acima das habituais. Há uma tendência atual em se considerar o fenômeno da dependência ao benzodiazepínico, até certo ponto, mais dependentes de traços da personalidade que de alguma atribuição da droga. De qualquer forma, parece que o Clonazepam e o Lorazepam são os benzodiazepínicos mais facilmente relacionados à dependência.
Antes de considerarmos a dependência, pura e simplesmente, devemos ter em mente que se o benzodiazepínico não foi bem indicado e esteja sendo utilizado como paliativo de uma situação emocional não resolvida, como atenuante de uma situação vivencial problemática, como um corretivo de um "modus vivendi" ansiogênico, enfim, como um "tapaburacos" para uma circunstância existencial anômala, então a sua supressão colocará à tona a penúria situacional em que se encontra a pessoa, dando assim a falsa impressão de dependência ou até de síndrome de abstinência.
Sendo assim os sintomas que pode resultar esta associação de medicamentos é muito flexivel de pessoa para pessoa, não sendo possivel estabelecer uma via de regra, a associação pode sim ser benéfica, ou não, os sintomas podem sim passar desapercebidos ou até mesmo serem intensos.
Irritabilidade, perda de sono, alteração nos hábitos de apetite etc... podem ocorrer, e quando ocorrem o médico deve ser informado para que as dozagens em um primeiro momento sejam alteradas e até a medicação seja trocada em um segundo passo.
Cada caso é um caso.....
2007-02-13 22:36:44
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answer #2
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answered by Medico24h 2
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Rosângela, a buspirona é indicada qdo um ansiolítico de primeira ou segunda escolha não dá certo.É um tranquilizante fraco.Não causa relaxamento muscular, não provoca um sono melhor, não tem ação anti-convulsivante, o que já acontece com os benzodiazepínicos(Rivotril, p.ex.).Ou um, ou outro.A fluoxetina é o antidepressivo mais forte do mercado que causa euforia/nervosismo na pessoa.Ansiedade e tensão que vc sente pode ser efeito colateral da fluoxetina, sim..veja a bula...pode ocorrer insônia, sono leve e irritação tbm.Várias pessoas tem isso.Fluoxetina vai para sua veia na hora...pode atrapalhar seu sono, e causar tensão e elevar a ansiedade, por isso se faz a combinação com um ansiolítico benzodiazepínico, ás vezes em 3 tomadas/dia.Se a fluoxetina está fluindo bem em relação à depressão, mantenha-a, porém converse com seu médico que essa dose tá alta.A fluoxetina fica 14 dias no seu organismo(meia-vida alta), circulando nele, fazendo efeito antidepressivo.Eu faço uso dela em semana alternada, tomo 20 mg 1 vez p/semana.Cada caso é um caso, mas acho que:1.não há necessidade de combinar dois ansiolíticos, mesmo com mecanismos de ação diferentes e 2.a fluoxetina tem que ser reavaliada.Vc deve estar com overdose dela...ou se abaixa a ingestão diária, ou pule alguns dias, senão não há ninguém que aguente de tanta ansiedade, irritabilidade e euforia!!!Caso ela não dê certo para combater sua depressão, seu médico tem bem umas 20 opções de medicamentos diferentes.O Rivotril(clonazepam) te ajudaria em muito para combater sua ansiedade, bem como o Frontal(alprazolam)..não entendi pq está se retirando...mas com paciência vc terá a medicação, a dose e a hora certas de fazer um bom efeito.Melhoras!!JR.
2007-02-10 12:31:55
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answer #3
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answered by JAS 7
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