Todas! Eu tive uma infância maravilhosa, subi em árvores, aprumei pipa, fiz arapuca, andei na enxurrada, acreditei em Papai Noel, ouvi contos de fadas,torci para a princesinha encontrar o seu príncipe encantado. Tenho pena das crianças de hoje, que vivem apenas da tecnologia.
2007-02-14 19:08:21
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answer #7
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answered by esperança viva 4
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Lembro-me de TUDO, e vou repetir aqui minhas lembranças da infância em Nova Friburgo. Raras pessoas expõem sua criança interior com toda naturalidade e coragem, como fez o poeta nascido em 1839 nas serranias de Friburgo, entre S. José e Rio Preto (hoje, municÃpio de São José do Vale do Rio Preto), o genial Casimiro de Abreu, autor de “Camila”, “Carolina”, “Camões e o Jaú”, “As Primaveras”, etc, falecido com apenas vinte e um anos de idade, em 1860. Em sua obra – uma rica coleção de poesias sentimentais - a simplicidade da forma admite a união do sentimento melancólico ao intenso e apaixonado, ora profundamente fervoroso e contido, ora veemente e arrojado. Casimiro (nome eslavo para “aquele que comanda a paz”, batizado Casimiro José Marques de Abreu), como outros poetas de seu tempo, adorava a vida boêmia, mas seu pai português queria coagi-lo a trabalhar no comércio, e antes de enviá-lo para Portugal, onde passou quatro anos (1853/1857), colocou-o para estudar em Friburgo como interno no colégio do inglês João Henrique Freese, desde os nove até os quinze anos (1847/1853). Ali, enternecido pela saudade do lar, compôs seus primeiros versos (que brota com espontaneidade na alma dos que se deixam inspirar em tudo que é belo). Aos vinte anos, antes de morrer tuberculoso, tomado pelo pessimismo, em seu último livro “As Primaveras” dedicou o prefácio a Francisco Octaviano de Almeida Rosa, nascido no Rio em 1825, deputado, senador e, acima disso, admirável poeta e autor do pungente poema “Ilusões da Vida” (aliás, declamado com toda excelência pelo sensÃvel e brilhante ator e amigo Osmar Prado), cujo texto antológico demonstra o peso do carma que todo homem verdadeiro é forçado a se submeter:
"Quem passou pela vida em branca nuvem,
E em plácido repouso adormeceu,
Quem não sentiu o frio da desgraça,
Quem passou pela vida e não sofreu,
Foi espectro de homem, não foi homem,
Só passou pela vida, não viveu".
E assim, para ocultar o peso que trazia em seu jovem coração, Casimiro deixava-se levar pela leve fluidez de sua precocemente envelhecida alma, tal como denota o melancólico prefácio dedicado a Octaviano:
"Um dia, além dos Ãrgãos, na poética Friburgo, isolado dos meus companheiros de estudo, tive saudades da casa paterna e chorei. Era tarde; o crepúsculo descia sobre a crista das montanhas e a natureza como que se recolhia, para entoar o cântico da noite; as sombras estendiam-se pelo leito dos vales e o silêncio tornava mais solene a voz melancólica do cair das cachoeiras. Era a hora da merenda em nossa casa e pareceu-me ouvir o eco das risadas de minha mana pequena! As lagrimas correram e fiz os primeiros versos de minha vida, que intitulei: “Ave-Maria”. A saudade havia sido a minha primeira musa"... Ãs vezes, parece justificável que a palavra “Saudade” seja privilégio da lÃngua portuguesa (e inspire a percepção do nome em algum apaixonado por sua terra natal), talvez pelo sentimento nostálgico que só invade a alma dos que estão preparados para senti-la, o que não é intrÃnseco ou próprio do caráter de alguns povos, eis que orgulhoso em enaltecer a primeira musa, gerada na saudade do seio familiar, aflorada justamente na chamada “hora do anjo”, a beleza interior de Casimiro revela-se por sua transparência, e nem por isso o seu estandarte bárdico - enérgico e ao mesmo tempo sensÃvel – deixa de ser viril apenas por não agredir a ninguém, mesmo ao invocar com todo vigor o seu inocente (e, por isso mesmo, magnÃfico) menino interior, desde os seus idos “oito anos”:
“Oh que saudade que tenho da aurora de minha vida...”
2007-02-08 16:58:32
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answer #10
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answered by Origem9Ω 6
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