No início, o paciente com Doença de Alzheimer mostra apenas uma leve perda de memória, a qual chega a atrapalhar o pensamento em geral. Ao paciente parece difícil resolver alguma conta ou fazer raciocínios simples, depois pode surgir uma fase com desorientação, dificuldade para tomar decisões ou mesmo para conversar. Daí para frente os sintomas se agravam.
Apesar de tratar-se de uma doença predominantemente senil, essa questão deve preocupar também o público de qualquer idade porque, num futuro próximo, esses números passarão a fazer parte das perspectivas de vida daqueles que hoje são ainda jovens.
Até hoje, a Doença de Alzheimer continua sendo uma síndrome de causa desconhecida e incurável. Mas, nos últimos anos as perspectivas em relação à Doença de Alzheimer têm sido abordadas com um certo otimismo realista, tendo em vista as possibilidades da ciência retardar os sintomas da enfermidade. A medicina está começando a detectar os sinais da doença décadas antes dela surgir. Estamos muito próximos de começar ensaios clínicos dirigidos a evitar que se produzam as primeiras lesões cerebrais da doença, as quais têm início em torno dos 40 anos.
Além disso, as pesquisas genéticas parecem deixar claro que, se a pessoa possui alguns genes defeituosos, poderá ter a Doença de Alzheimer no futuro. Com modernas técnicas de pesquisa genética já se vislumbra a possibilidade de saber se a pessoa vai ou não Ter, desde os 20 anos de idade, a Doença de Alzheimer na senilidade.
A doença de Alzheimer é uma doença do cérebro que afeta inicialmente a memória, o raciocínio e a comunicação das pessoas. Esta doença é a causa mais comum de demência, um termo geral para prejuízo progressivo da função mental. A demência era, antigamente, conhecida como "senilidade" e considerada um sinal normal e inexorável do envelhecimento. Hoje sabemos que Alzheimer e outras formas de demência não fazem parte de um envelhecimento normal (senescência).
Como fica o cérebro na doença de Alzheimer?
Áreas diferentes do cérebro controlam funções diferentes e certas áreas controlam tarefas tais como andar, por exemplo, enquanto outras áreas controlam a capacidade de falar, controlam a memória, a concentração e assim por diante.
Na doença de Alzheimer as células de certas áreas do cérebro começam a morrer, formando cicatrizes em forma de estruturas microscópicas chamadas Placas Senis. Na medida em que as células morrem e são formadas as Placas Senis, o cérebro não consegue mais funcionar como deveria. E as áreas do cérebro afetadas por estas mudanças degenerativas são aquelas que controlam as funções da memória, concentração e raciocínio. Outras funções cerebrais, como por exemplo os movimentos, não costumam ser afetadas até que a doença esteja bem adiantada.
Entendendo a doença de Alzheimer
A melhor maneira de ajudar a pessoa com Doença de Alzheimer é aprender tudo o que puder sobre a doença. A doença de Alzheimer provoca mudanças nas áreas cerebrais que controlam a memória e o raciocínio. É por este motivo que as pessoas portadoras da doença de Alzheimer tem dificuldade para viver uma vida normal. As causas do desenvolvimento da doença ainda não são totalmente conhecidas pela medicina. Algumas pesquisas enfatizam um componente hereditário, outros falam de alguma virose, enfim, não se sabe ainda ao certo qual seria a causa dessa doença.
É importante saber que, atualmente, ela ainda não tem cura, mas cuidados apropriados podem ajudar a pessoa com Alzheimer viver com mais conforto.
Os sintomas da Doença de Alzheimer aparecem lentamente. O período médio entre o primeiro e o último estágio é cerca de 8 anos. Este período pode, entretanto, variar muito de uma pessoa para outra. No estágio inicial a pessoa com Doença de Alzheimer parece um pouco confusa e esquecida. Ela pode não encontrar palavras para se comunicar direito, pode deixar pensamentos inacabados, pode esquecer com freqüência fatos e conversas recentes.
Curiosamente, entretanto, ao mesmo tempo em que está prejudicada a memória para fatos recentes, como por exemplo o que teve no jantar de ontem, pode haver lembranças claras de um passado mais distante. O paciente freqüentemente se lembra e repete histórias de sua infância com riqueza de detalhes impressionante.
Fica prejudicada também a capacidade de lidar com as coisas (pragmatismo), e o paciente começa a precisar de ajuda para executar tarefas rotineiras, anteriormente realizadas com facilidade. Ele pode, com o evoluir da doença, não mais reconhecer seus familiares, os locais familiares e mesmo esquecer como realizar tarefas simples, como por exemplo, se vestir, tomar remédios, tomar banho, etc.
Essa progressão da doença leva a um estágio mais avançado, quando então a pessoa perde completamente a memória, a capacidade de julgamento e o raciocínio. Daí em diante será necessário ajudá-la em todos os aspectos do dia a dia.
Outras Alterações do Comportamento
Alterações comportamentais acontecem na Doença de Alzheimer com variável freqüência. De 30 a 50% dos pacientes apresentam algum tipo de delírio. Entretanto, é sempre difícil caracterizar o delírio do paciente com Alzheimer porque, na maioria das vezes o que existe é uma desorientação tão grande em relação ao local, à data e às pessoas que podemos pensar tratar-se de delírio (mas não é, é desorientação). Delírio seria uma crença de natureza mais absurda e bastante irremovível. De 10 a 25% deles têm alucinações e a maioria, de 40 a 60% tem sintomas depressivos.
Pacientes com transtornos psicóticos prévios, e que começam a apresentar prejuízo progressivo da cognição (integração da consciência), evoluem muito mais rapidamente para a demência. Havendo alguma doença mental anterior à Doença de Alzheimer, principalmente doenças do tipo psicose, fará com que o paciente apresente muito maiores alterações comportamentais, tais como delírios, alucinações, agressividade, agitação, furor, mudanças de personalidade, alterações sexuais e perda das noções de higiene.
As Confusões
O paciente com Doença de Alzheimer confunde facilmente a realidade e, para ele, não é claro a diferença entre o presente do passado, assim como não é claro a diferença entre esse ou aquele filho ou parente. Essa alteração da consciência é que chamamos de alteração cognitiva.
A confusão que ele faz entre as pessoas da família pode ser muito frustrante, acostumados que estamos a sermos bem identificados por todos. Cada situação merece ser tratada diferentemente. Devemos decidir se o assunto em questão é importante, se é importante que o paciente saiba realmente quem é essa pessoa ou não. Às vezes podemos deixar as coisas como estão, outras vezes devemos lembrar a identidade da pessoa confundida.
De vez em quando a personalidade do paciente com Doença de Alzheimer sofre mudanças. As mudanças mais comuns são a depressão, a regressão, apatia, irritabilidade, desconfiança e impaciência. Também podem ocorrer alucinações (ver coisas que não existem) e ilusões (crenças irracionais), mais freqüentemente no início da noite. Diante de tais problemas é bom consultar o médico para orientação.
Quem pode ter a doença de Alzheimer?
A doença de Alzheimer geralmente afeta as pessoas acima de 65 anos. Quanto mais velha a pessoa, maior a probabilidade de desenvolver a doença. Entretanto, algumas vezes as pessoas mais jovens, por volta dos 40 anos, podem também ser afetadas. Portanto, em tese, todas as pessoas estão sujeitas a esta doença. Nenhuma profissão, nível de escolaridade, raça ou nível sócio-econômico está imune.
Em certo número de casos a doença de Alzheimer pode ter uma natureza familiar, enquanto em outros, apenas uma pessoa da família pode ser afetada. De qualquer forma, as pesquisas genéticas sobre a doença têm evoluído bastante e, até agora, parece haver uma certa predisposição constitucional para desenvolver esse mal (veja acima as pesquisas sobre o gene defeituoso, chamado Apo-E)
Tratando a Doença de Alzheimer
Os objetivos do tratamento são, infelizmente, apenas no sentido de controlar os sintomas mais incômodos e estimular o treinamento familiar para se aprender a lidar com pessoa doente. Os medicamentos podem melhorar os sintomas em alguns casos, principalmente os sintomas de irritabilidade, depressão, inquietação, alteraçães do ritmo sono-vigília, etc.
É essencial traçar um plano de atenção ao paciente com Doença de Alzheimer que inclua cuidados gerais, cuidados médicos e supervisão sócio-familiar. Visitas regulares ao médico ajudarão a monitorar as condições do paciente, verificando se existem outros problemas de saúde que devam ser tratados.
Organizando a vida do paciente com Alzheimer
Avaliar os perigos em potenciais da casa onde vive o paciente é de fundamental importância. Degraus, maçanetas, quinas e cantos de móveis, iluminação de corredores e cômodos (manter luzes acesas à noite), enfim, deve ser realizada uma verdadeira perícia de segurança no habitat do paciente. Observe cada cômodo e verifiqüe se existe algum perigo para alguém que está esquecido e confuso.
Por outro lado, decidindo por mudanças, não devemos esquecer que uma pessoa com a doença de Alzheimer tem sérias dificuldades para ajustar-se às mudanças.
Fogão e outros eletrodomésticos podem ser esquecidos ligados ou usados de maneira errada pelos pacientes, portanto, uma checada rotineira é importante. Havendo prejuízo mais severo da memória e da atenção, os botões devem ser cobertos, o registro do gás deve ser desligado quando o fogão estiver sem uso, da mesma forma que os aquecedores e fornos microondas devem ser desligados da tomada quando não estiverem sendo usados. Esse mesmo raciocínio de dificultar o uso indevido deve ser aplicado em relação aos ferros elétricos, torradeiras, liquidificadores, ferramentas e outros equipamentos elétricos.
Nas casas com aquecimento de água central, é importante que a temperatura seja regulada abaixo dos 39 graus. O paciente pode se queimar no momento de misturar água quente e fria para o banho. Trancas e chaves pelo lado de dentro das portas devem ser removidos para facilitar o acesso dos familiares à esses cômodos. O acesso à banheira e à piscina devem ser fechadas.
Dirigir é perigoso para pessoas com a Doença de Alzheimer, mesmo no início do quadro. Ter uma programação diária e regular para as atividades do paciente com a Doença de Alzheimer é de grande ajuda, pois ele se sente muito mais seguro e orientado com uma rotina familiar. Exercícios regulares também ajudam a diminuir a impaciência, além de ajudar dormir melhor. Caminhar é uma boa maneira do paciente com Doença de Alzheimer se exercitar.
Em relação às atividades, é bom ter em mente que as pessoas com doença de Alzheimer freqüentemente se aborrecem por querer executar atividades e não conseguir.Por causa dessa dificuldade pragmática (para fazer as coisas), faça as tarefas junto com o paciente, permita que ele faça o máximo que puder por conta própria, mas esteja pronto para ajudar. Para fazer um bolo, por exemplo, escolha para ele as atividades que envolvam várias tarefas simples, fazendo você mesmo as tarefas mais difíceis, como por exemplo, medir os ingredientes como.
Algumas famílias costumam deixar o paciente tomar suas refeições em separado do restante da família, mas essa não é uma boa tática. As refeições são ótimos momentos para a socialização e permite que se tenha algum controle sobre a quantidade e qualidade do alimento que o paciente Quando o paciente se veste sozinho, escolher o que vestir pode ser difícil demais para ele e pode também não conseguir escolher as roupas que combinam. Procure deixar as roupas que ele usará sobre a cama diariamente e, se for o caso, entregue uma peça de cada vez, explicando como vesti-la. O estímulo para que o paciente continue a se vestir sozinho ou o máximo que consegue é muito importante para evitar uma apatia por acomodação.
Assim como as refeições podem se transformar num excelente exercício de ressocialização, também os cuidados higiênicos com barba e cabelo podem ser melhor aproveitados. Havendo condições, a ida a barbeiros e cabeleireiros é sempre desejável.
Os Medicamentos
Muitas vezes a informação do paciente de que ele já tomou determinado medicamento ou que não tomou ainda não são perfeitamente confiáveis. Ele esquece fácil e tende a fazer confusão. Portanto, controlar os medicamentos, separando diariamente o tanto de comprimidos que serão consumidos ao longo do dia pode facilitar as coisas. Através dessa separação da medicação diária será mais fácil verificar se estão sendo tomados nas horas e quantidade certas.
Muitos familiares tendem a se indispor com o paciente nessa questão da confusão com remédios. Lembre que a Doença de Alzheimer torna difícil para o paciente compreender e ser compreendido, mas estes problemas são causados pela doença e não são propositais.
As pessoas com Doença de Alzheimer têm dificuldade para entender o significado do que é dito mas, por outro lado, elas são muito sensíveis a como as palavras são ditas. Um tom ríspido, agressivo ou intempestivo pode perturbá-las, ao contrário, um tom calmo pode dar-lhes segurança. Mantenha um tom positivo na voz sempre que puder.
Tipo de Assistência
Escolher o tipo mais apropriado de assistência a que o paciente com Doença de Alzheimer terá é um dos itens mais importante. Dependendo do estágio da doença e do comportamento da pessoa doente, a assistência pode variar de visitas diárias a cuidados ininterruptos. Primeiro determine o grau necessário de assistência, e então decida qual a melhor maneira de obtê-las.
Normalmente as famílias desses pacientes têm algumas opções: contratar uma enfermeira ou alguém para cuidar da pessoa, encaminhá-lo para tratamento em hospitais-dia ou abrigar o paciente em casas de repouso. Seja qual for a opção escolhida, periodicamente temos que verificar se ela continua sendo a melhor escolha. Questões legais e financeiras devem ser levadas em consideração. Chegará o momento em que a pessoa com Doença de Alzheimer não estará mais apta para tomar decisões. É bom estarmos preparados para isto. Converse com ela a respeito destas questões o mais cedo possível, enquanto ela ainda pode entender seus objetivos e concordar em fazer mudanças. Se puder contate um advogado especializado, ele poderá ajudá-lo no planejamento legal e financeiro.
ok
2007-02-07 16:30:39
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answer #3
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answered by M.M 7
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