Na questão 202 de O Livro dos Espíritos, Allan Kardec pergunta: "Quando errante, que prefere o Espírito: encarnar no corpo de um homem, ou no de uma mulher?" A resposta: "Isso pouco lhe importa. O que o guia na escolha são as provas por que haja de passar".
Os Espíritos superiores querem dizer com isto que, escolhida a opção, deve-se enfrentar as provas referentes a tal opção. Se a escolha for o corpo masculino, deverá enfrentar as experiências reservadas ao homem; se a encarnação ocorrer no vaso feminino, as provas serão as reservadas às mulheres.
Segundo o pensamento espírita, o homossexual é um espírito que enfrenta momento de provação, e que deve estar vigilante para que saia vitorioso, em vez de agravar os seus débitos perante a lei divina. Mas o que é estar de acordo com a lei divina? A resposta foi dada por Jesus: Fazer aos outros todo o bem que gostaríamos que nos fizessem. Certamente que isso se manifesta também em nossos relacionamentos afetivos, através de gestos de respeito e carinho por aqueles seres com quem nos relacionamos. Então, o equilíbrio sexual (que se manifesta por um comportamento que não é promíscuo e nem desrespeitoso para com os sentimentos alheios) é caminho seguro tanto para homossexuais como para heterossexuais.
Todos nós somos seres em busca do equilíbrio espiritual. A maior parte de nós traz graves comprometimentos no que diz respeito no campo sexual. O Espírito Emmanuel, em sua obra "Vida e Sexo", psicografada por Chico Xavier, nos informa que, quase sempre, os que chegam no além-túmulo, sexualmente desequilibrados, depois de longas perturbações, renascem no mundo tolerando moléstias insidiosas, ou em condição homossexual, amargando pesadas provas como conseqüência dos excessos que cometeram no passado.
Depreende-se, portanto, que os homossexuais são Espíritos que podem ter cometido abusos sexuais em sexo diferente do atual, respondendo, tal comportamento no passado, pela atual atração que sente por pessoas do mesmo sexo, devendo resistir a esses apelos instintivos em prol do seu aperfeiçoamento moral.
Ainda o Espírito Emmanuel, em O Consolador, nos mostra que Deus não extermina as paixões dos homens, mas fá-las evoluir, convertendo-as pela dor em sagrados patrimônios da alma, competindo às criaturas dominar o coração, guiar os impulsos, orientar as tendências, na evolução sublime dos seus sentimentos. Informa Emmanuel que observamos almas numerosas aprendendo, entre as angústias sexuais do mundo, a renúncia e o sacrifício, em marcha para as mais puras aquisições do amor divino.
A recomendação do Espiritismo para o respeito e a compreensão para com os irmãos que transitam em condições sexuais inversivas (homossexualismo), ocorre em função do sentimento de fraternidade ou caridade que deve presidir o relacionamento humano, mas igualmente pelo fato de que nenhum de nós tem autoridade suficiente para condenar quem quer que seja, pois todos temos dificuldades morais e/ou materiais graves que precisam de educação. A esse respeito, Emmanuel finaliza o livro Vida e Sexo com a seguinte recomendação: "Diante de toda e qualquer desarmonia do mundo afetivo, seja com quem for e como for, colocai-vos, em pensamento, no lugar dos acusados, analisando as vossas tendências mais íntimas e, após verificardes se estais em condições de censurar alguém, escutai no âmago da consciência, o apelo inolvidável do Cristo: Amai-vos uns aos outros como eu vos amei".
O escritor e médico psiquiatra Jorge Andréa, no seu livro Forças Sexuais da Alma, considera que o homossexual, ao atender os sentidos em satisfação sexual, não estará em processo de realização plena. Na homossexualidade, como em qualquer outro processo provacional, sofremos as conseqüências de nossos atos anteriores. Então, se reencarnamos com uma distonia relacionada à área sexual, isso nos deve ser encarado como sinalizador de que cometemos deslizes graves nessa área e que necessitamos de ajustes, principalmente no setor moral. Segundo Jorge Andréa, a falta de sintonia entre o ser e o querer ser, ou entre o que se é e o que se pensa ser, transforma o homossexual, masculino ou feminino, num ser frustrado (ainda que a negativa seja comum, num mecanismo psicológico por demais conhecido), atormentado por ilusões e anseios de consumação às vezes impossível e que o debilitam moralmente, abrindo porta larga a graves obsessões (obsessão é a influenciação negativa de um espírito desencarnado sobre uma pessoa).
Para o homossexual, há necessidade intransferível de vivência equilibrada no campo sexual a fim de encontrar a harmonia para as futuras reencarnações. Tanto o homossexual como o heterossexual devem buscar a sua reforma interior, não cedendo aos arrastamentos provocados pelos impulsos instintivos e sensuais. Ensinam-nos os espíritos que a energia sexual é criação divina e que o sexo em bases de amor e carinho, respeito e atenção pelo sentimento alheio, é força maravilhosa.
O Espírito André Luiz, no seu livro Conduta Espírita, psicografado por Chico Xavier, recomenda "distinguir no sexo a sede de energias superiores que o Criador concede à criatura para equilibrar-lhe as atividades, sentindo-se no dever de resguardá-la contra os desvios suscetíveis de corrompê-la".
A Doutrina Espírita não condena o homossexual. Ao contrário, recomenda que tenhamos para com ele todo o respeito, a consideração e o carinho, uma vez que é um espírito que atravessa momento difícil (até mesmo tormentoso) em que necessita promover a sua edificação moral, através de uma conduta sexual equilibrada. O que não é lícito ao hetero, também não pode ser ao homossexual. Para ambos, os abusos, tais como as orgias, o sadomasoquismo, a necrofilia, a pedofilia e outros, são práticas que comprometem o equilíbrio no manuseio das forças genésicas e são contrárias às leis naturais, dando uso aos órgãos sexuais de maneira diversa do que recomenda a sua natureza.
http://febnet.org.br/atendimento/faq,0,0,63,0,0.html
2007-02-01 12:05:32
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answer #10
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answered by Antonio Vieira Sobrinho 7
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