Por Roberto do Amaral Silva
O papa Bento XVI renuncia a um dos seus nove habituais títulos: o de “patriarca do Ocidente”. Ao abrir mão dessa honra, o líder da Igreja Católica tenta estreitar os laços com as igrejas ortodoxas, que surgiram do cisma de 1054. Mas é sabido que essas igrejas apresentam uma resistência muito forte, porque, à semelhança dos evangélicos, não aceitam a autoridade do papa.
Além disso, os ortodoxos divergem de outras práticas da igreja romana. Seus padres se casam e constituem família. As comunidades locais gozam de relativa autonomia, pois não possuem um sistema hierárquico semelhante ao papado romano. Isso significa que a autoridade não é restrita aos bispos, mas abrange a comunidade de todos os fiéis. Não veneram imagens de esculturas, usam somente os ícones, que são pinturas de “santos” ou anjos, o que não deixa de ser idolatria.
Há quem diga que, ao renunciar ao título em referência, o papa deseja, na verdade, se apresentar como “patriarca universal”.
É uma pena que o papa tomou essa decisão, de renunciar a um título, movido mais pela diplomacia no seu esforço ecumênico do que pela orientação das Escrituras. Por que o chefe da Igreja não abriu mão de ser chamado “vigário de Cristo”? Para começar, é bom recordar que “vigário” significa “substituto”.
2007-02-01
03:21:08
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