No sincretismo brasileiro,
o catolicismo se mesclou
a ritos indígenas, cultos
afro-brasileiros e espiritismo kardecista
C
atólica fervorosa e organizadora de uma festa do Divino que dura 15 dias, Maria Celeste Santos, a dona Celeste, é figura de destaque em São Luís do Maranhão. Quando o papa João Paulo II visitou a cidade, em outubro de 1991, ela foi escolhida para lhe entregar uma bandeja de prata em nome da população. Na época, porém, circulou pela cidade o boato de que o presente havia sido oferecido à Sua Santidade pelo vodum Averequetê, que teria se incorporado em dona Celeste durante a solenidade. Embora não comente o episódio, ela sempre assumiu que é consagrada a Averequetê. Além de católica praticante, dona Celeste é também uma das líderes espirituais da Casa das Minas, um terreiro fundado em 1840 para cultuar os voduns, divindades africanas trazidas para o Brasil pelos escravos.
A fusão de doutrinas aparentemente antagônicas não é uma exclusividade de dona Celeste. Por todo o País, o sincretismo prolifera em terreno fértil, em especial entre católicos e seguidores de cultos afro-brasileiros. Os últimos somam mais de dois milhões de praticantes. Segundo o escritor Reginaldo Prandi, especialista em sociologia das religiões, no Brasil o sincretismo se forma no século XIX, quando os escravos deixaram o confinamento das senzalas e passaram a viver nas cidades. “Eles já haviam experimentado uma assimilação intensa do catolicismo e começaram então a reconstituir suas religiões”, diz Prandi.
Um fator fundamental na formação do sincretismo é que, de acordo com as tradições africanas, divindades conhecidas como orixás governavam determinadas partes do mundo. No catolicismo popular, os santos também tinham esse poder. “Iansã protege contra raios e relâmpagos e Santa Bárbara protege contra raios e tempestades. Como as duas trabalham com raios, houve o cruzamento”, explica Prandi. Cultuados nas duas mais populares religiões afro-brasileiros – a umbanda e o candomblé – cada orixá corresponde a um santo católico (leia quadro). Ocorrem variações regionais. Um exemplo é Oxóssi, que é sincretizado na Bahia com São Jorge mas no Rio de Janeiro representa São Sebastião.
Além dos orixás, os escravos vindos da África reverenciavam os voduns e entidades conhecidas como inquices, entidades ancestrais. A adoração aos voduns, contudo, não proliferou no Brasil. Seus seguidores ficaram restritos ao Maranhão, enquanto os inquices sequer foram trazidos, pois seriam presos à terra e, aqui, acabaram substituídos pelos índios. “Os caboclos da umbanda são, na verdade, os antigos habitantes da terra que ocuparam o lugar dos inquises”, relata Prandi.
O professor Antônio Flávio Pierucci, do departamento de sociologia da USP, afirma que a umbanda é a mais sincrética das religiões afro-brasileiras, tendo acentuado seu lado ocidentalizado com o kardecismo e continuando cada vez mais híbrida. “Sua tendência mais recente é a incorporação dos elementos mágicos da chamada Nova Era”, completa. Em alguns terreiros, portanto, o frequentador pode receber um indicação de Floral de Bach junto com o passe. São os reflexos de uma mescla que tem legitimidade social. Não é à toa que no maior país católico do mundo, a passagem do ano é uma festa profana, com brasileiros de todas as origens sociais vestidos de branco, fazendo suas oferendas para Iemanjá.
Fonte: revista "Isto É"
2007-01-31 04:26:39
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answer #1
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answered by RELIGIÃO MATA E CEGA 2
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não sou devoto! mais respeito quem seja
2007-01-31 04:17:02
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answer #2
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answered by Anonymous
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Ah! Lete... Quem me dera, poder ir à Salvador e participar da festa da minha mãe Yemanjá... Sempre que vou à Salvador fico num apartamento, ali no Rio Vermelho e fico imaginando como é aquilo nos dias de festa dela... Nunca consegui ir pra lá, nesta data, mas espero que um dia eu vá, num daqueles barquinhos, seguir junto com os pescadores e jogar muitas flores prá ela, mas, neste ano, pelo menos, farei isto somente na minha mente... Pois estou trabalhando e , mesmo que estivesse de férias, não teria dinheiro para a viagem. Mas, ela é mãe e sabe da minha vida... Boa sorte.
2007-01-31 12:44:14
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answer #3
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answered by Cidinha 3
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Não... não vejo razão para isto.
Abraços,
2007-01-31 04:59:00
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answer #4
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answered by no_stress_123 3
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Deus que me defenda!!!!!!Deus me Livre e guarde!!!!!!!Eu sou é de Jesus.
2007-01-31 04:05:24
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answer #5
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answered by Roger Abe 3
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É ruim hein!
"4 Não farás para ti imagem de escultura, nem alguma semelhança do que há em cima nos céus, nem em baixo na terra, nem nas águas debaixo da terra.
5 Não te encurvarás a elas nem as servirás; porque eu, o SENHOR teu Deus, sou Deus zeloso, que visito a iniqüidade dos pais nos filhos, até a terceira e quarta geração daqueles que me odeiam.
6 E faço misericórdia a milhares dos que me amam e aos que guardam os meus mandamentos. Êxodo 20:4 a 6.
2007-01-31 04:05:09
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answer #6
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answered by Gilberto 5
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Minha religião não admite adorar nenhum santo, por isso,não sou devoto não. mas respeito os que são...
Abraços
2007-01-31 04:03:48
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answer #7
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answered by Bimbo 2
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