Fumei durante 35 anos da minha vida e confesso que foi um dos maiores prazeres que tive, fascinado com todo o glamour do mundo dos fumantes, a começar pelos acessórios para fumantes tais como isqueiros Du Pont, Zippo e Ronson, por exemplo, isso sem se falar na grande companhia que o cigarro me fazia quando estava só ou mesmo estando ao piano, acompanhado de um bom wisky ou ainda participando nos meus projetos arquitetônicos (alguns até queimaram parcialmente meus vegetais, por descuido meu), nas festas, nos momentos de tristeza e tensão e, cá entre nós, tem coisa melhor quer uma boa baforada acompanhada de um licor após o jantar? Pois é, por mim, jamais deixaria esta "jóia" e, além do mais, meus exames ergométricos e radiográficos, nunca sequer sugeriram que eu tivesse alguma doença causada pelo fumo - pulmões limpos, de não fumante - , era o que me diziam os médicos. Pois bem, num belo dia comecei a me sentir mal, sentia um cansaço diferente, uma fadiga muito estranha, acompanhada de uma sensação de "vou desligar". Corri ao meu médico e este examinou-me todo e solicitou tudo que era exame , afinal já estava com 49 anos e, para nossa surpresa, nenhum exame acusou qualquer resultado que insinuasse, ainda que de leve, haver alguma doença. Ele me questionou se eu estava estressado ou sob pressão de qualquer tipo; pasme, ao contrário, eu estava vivendo numa fase muito tranquila e feliz. Diante dos fatos e resultados, ele ficou embasbacado, mas graças a Deus e à enorme experiência profissional deste doutor, me disse: - "Olha, só por desencargo de consciência, vou solicitar uma prova de função pulmonar, você pode ir ao 9ºandar deste mesmo edifício e, aguardarei aqui no consultório o resultado". Subi, entreguei a requisição à recepcionista e aguardei o médico. Quando este chegou, conduziu-me à sala de de procedimento dos exames. Após a conclusão, aguardava o resultado e eis que o médico retorna e me diz:-"Desculpe, deve ter havido algum problema com o equipamento e teremos que refazer os exames, se o senhor não se importa". É claro que intui que alguma coisa muito estranha estava acontecendo. Após a repetição do exame, ele pediu que aguardasse e, para minha surpresa, mandou chamar no 4º andar o meu médico e, juntos, me deram a notícia: - Você está muito doente e, o que é pior, totalmente assintomático, isto é, não apresenta os sintomas clássicos de quem tem esta doença, a começar pela tosse, pigarro constante, inflamações, etc e cumpre-nos informá-lo que o seu pulmão direito produz menos de 35% do oxigênio que o seu organismo necessita e o seu pulmão esquerdo menos de 25%, em outras palavras, eu estava morrendo por asfixia dos órgãos e tecidos do meu corpo. Assim que passou o susto, me invadiu um sentimento que se traduzia numa mistura de impotência e ódio ao mesmo tempo. Me senti traído, vendido e usado pelo cigarro. Descemos ao consultório do meu médico e, ele me parecia chocado, mais do que eu, afinal era meu médico e amigo desde os 17 anos e nunca desconfiou de nada. Aí eu perguntei, isso é muito ruim ? Ele me informou que se eu parasse de fumar, o mal causado aos meus pulmões não progrediria, mas também não regridiria, a vantagem era que sem fumar eu me sentiria melhor, isto é, teria uma qualidade de vida próxima ao razoável durante anos, porém se eu continuasse a fumar, certamente abreviaria minha vida. Fiz um balanço, pesei o "ganha/perde" e, neste mesmo dia, fumei meu último cigarro e desde então, passaram-se 8 anos e, o mais importante de tudo foi a ajuda de Deus a quem "pedi com toda a fé que me tirasse a vontade de fumar". Tenho certeza absoluta que Ele ouviu. Esta é a maior dica. Antes que eu me esqueça, de lá para cá não engordei nenhuma grama.
2007-01-30 13:06:12
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answer #1
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answered by seme philippe 6
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