A Hepatite C é uma doença viral do fígado causada pelo vírus da Hepatite C (HCV). A hepatite C é a mais temida e perigosa de todas as hepatites virais, devido à inexistência de vacina ou tratamento, e à sua alta tendência para a cronicidade que complica eventualmente em cirrose hepática mortal.
O virus da hepatite C é um flavivirus, um dos poucos dessa familia (que inclui os virus da dengue, febre amarela e Nilo ocidental) que não é transmitido por artrópodes. Este vírus tem um genoma de RNA simples de sentido positivo (é usado directamente como mRNA na síntese proteica). Reproduz-se no citoplasma e reticulo endoplasmático, produzindo dez proteínas vírais. Algumas destas proteínas inibem a apoptose (morte programada) da célula e outras inibem a acção do interferon. Tem envelope bilípidico e portanto não sobrevive a condições secas.
O virus tem uma preferência forte (tropismo), em infectar os hepatócitos do fígado. Os sintomas da hepatite são pelo menos tanto devido à acção necessária do sistema imunitário como aos danos causados pelo virus.
[editar] Epidemiologia
Há quase 200 milhões de portadores ou doentes crónicos de hepatite C no mundo. Na Europa a incidência é de cerca de 0,3% da população, mas nos EUA é de 1,5%. Em Portugal, Espanha, Itália e Japão há mais casos. Infecta seres humanos e chimpanzés apenas. Não existem dados confiáveis acerca da prevalência de hepatite c no Brasil.
A transmissão é por infecção do sangue por sangue contaminado, como ocorre em tranfusões (hoje raramente) e troca de agulhas infectadas, piercings e tatuagens em estabelecimentos que não esterilizam cuidadosamente todos os materiais (não só a agulha); pela actividade sexual (4%) e da mãe para o filho recém nascido (4%). No entanto a mulher portadora pode amamentar. Existe um alta porcentagem (em torno de 30%) dos casos em que não se identifica o foco de transmissão.
Em Portugal todas as pessoas que, antes de 1992, se submeteram a intervenções cirurgicas, que foram sujeitas a transfusões de sangue, os ex-combatentes da Guerra do Ultramar devem pedir aos seus médicos de familia o rastreio da Hepatite C (o anti-VHC). É uma simples análise ao sangue. No Brasil, o vírus começou a ser testado entre 1992 e 1993.
Hoje existe tratamento para a Hepatite C. E cura em 50 a 60% dos casos. O tratamento consiste numa injecção semanal de Interferon Peguilado junto com 4 a 6 comprimidos diários de ribaverina. O tratamento dura de 24 a 48 semanas. A txa de resposta ao tratamento varia de acordo com o subtipo do vírus, ou seja, o genótipo. Por exemplo, nos casos de genótipo 3 a taxa de negativação do vírus pode chegar a 80% dos casos.
[editar] Progressão e Sintomas
Após infecção o vírus praticamente só se multiplica no fígado. Há vários tipos de progressão.
Em 15% dos casos há hepatite aguda, com icterícia (pele e olhos amarelos), febre, dores abdominais, mal estar, diarreia e fadiga. Segue-se após alguns meses a resolução e cura completa. As sintomas são devidos à destruição eficiente e rápida pelo sistema imunitário dos hepatócitos infectados e é essa acção que permite a cura.
Em 85% dos casos incluindo quase todas as crianças, a hepatite inicial pode ser assimptomática ou leve. O sistema imunitário não responde eficazmente ao virus, e o resultado é cronicidade em 70% dos casos. Destes 15% progridem rapidamente para cirrose e morte; 20% progridem lentamente com cirrose e morte ao fim de 10 anos; e outros 20% após 20 anos. O cancro do fígado surge em mais 5% após 30 anos. Os restantes tornam-se portadores a longo prazo, infecciosos.
O fígado responde de duas formas à destruição das suas células. Inicialmente os hepatócitos regeneram o tecido perdido, mas tarde com os danos repetidos inicia-a se também a produção de tecido conjuntivo fibroso pelos fibrócitos. Com danos continuos, a capacidade de regeneração dos hepatócitos é insuficiente, e a fibrose torna-se predominante, levando à cirrose hepática com insuficiência hepática devido ao pequeno numero de hepatocitos, que não se pode multiplicar devido à resistencia do tecido conjuntivo modelado à sua volta. A cirrose hepática é uma condição inevitavelmente fatal, e mesmo o transplante de fígado só permite a vida durante alguns anos devido à rejeição progressiva do orgão estranho.
A replicação aumentada dos hepatocitos aumenta a probabilidade de outra complicação: o carcinoma hepatocelular. A maioria das mutações genéticas que resultam no cancro (tumor) ocorrem durante a replicação celular, em que o processo de cópia do DNA conduz quase sempre a alguns a erros. Com a regeneração continua do tecido do fígado devido à destruição das células pelo virus (e resposta imunitária) esses erros acumulam-se. O resultado é que a infecção crónica pelo HCV é uma causa importante do carcinoma hepatocelular -o cancro de longe mais comum do fígado, de mau prognóstico.
[editar] Diagnóstico e Tratamento
O diagnóstico é serológico, pela detecção de anticorpos por técnicas de ELISA. A PCR pode também ser usada.
Não há vacina ainda, mas a administração de interferon alfa recombinante ou peguilado, associado a ribavirina, tem algum resultado. A taxa de resposta varia de 40 a 80% dos casos, dependendo do genótipo. No Brasil, recomenda-se que o paciente procure um centro de hepatologia de referência. O SUS fornce a medicação para os pacientes cadastrados embora a demanda seja insuficiente em relação ao número de pacientes.
ok
2007-01-28 00:24:20
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answer #1
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answered by M.M 7
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Formas de evitar contágio
Não usar escovas de dentes, lâminas, tesouras ou outros objectos de uso pessoal que possam ter estado em contacto com sangue contaminado.
Não partilhar seringas e outros objectos usados na preparação de drogas injectáveis e inaláveis.
Tratar das feridas e cobri-las com pensos ou ligaduras.
Usar preservativo nas relações sexuais
A hepatite C não se transmite pela convivência social, apertos de mão, abraços, beijos, utilização de pratos ou talheres de pessoas infectadas. A probabilidade de transmissão por via sexual é mínima e só ocorre se houver contacto de sangue durante o acto sexual.
2007-01-28 08:11:06
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answer #2
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answered by ♥Erika♥ 6
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Hepatite C é a inflamação do fígado causada pela infecção pelo vírus da hepatite C (HCV), transmitido através do contato com sangue contaminado. Essa inflamação ocorre na maioria das pessoas que adquire o vírus e, dependendo da intensidade e tempo de duração, pode levar a cirrose e câncer do fígado.
A transmissão da hepatite C é realizada através de sangue, seja por transfusões, contato direto ou compartilhamento de seringas. A transmissão sexual pode existir. No momento do ato sexual, se existir contato com sangue devido a pequenos ferimentos em ambos os parceiros, o contágio é altamente provável. Deve ser usada sempre a camisinha como prevenção; o sexo anal deve ser evitado, pois é comum ocorrerem pequenas feridas durante o ato.
Recente estudo de casais heterossexuais nos quais um dos parceiros estava infetado pela hepatite C, resultou numa incidência de transmissão de somente 1% ao ano. O vírus também pode ser transmitido da mãe ao filho ao que parece, se no momento do parto existir contato da sangue da mãe com o sangue do filho (somente 5% das crianças filhas de portadoras nascem com o vírus). Existem casos isolados de transmissão dentro do próprio lar; é aconselhável lavar imediatamente com água corrente derramamentos de sangue e se possível desinfetar o local, bem como manter navalhas e escovas de dente separadas de seus familiares.
Instrumentos como escovas de dentes, alicates de unhas ou cutículas e aparelhos de barbear não devem ser compartilhados pois podem contaminar. Instrumentos dentários devem ser esterilizados e desinfetados. Se você precisar receber sangue, exija o teste da hepatite C.
A maioria das pessoas com hepatite C contraiu-a por uma transfusão de sangue ou recebendo um produto de sangue, ou compartilhando agulhas com usuários de drogas intravenosas que estavam infectados com hepatite C.
Antes de 1990 não podia ser testado o sangue para VHC. Graças ao teste ANTI-HCV que testa com modernos métodos sensíveis, o risco de adquirir hepatite C através de transfusão de sangue é agora menor que 1%.
Outras pessoas que podem adquirir hepatite C incluem trabalhadores de laboratórios que podem ser contaminados com uma agulha infectada, as pessoas que tiveram tratamentos médicos e odontológicos sem os devidos cuidados, as pessoas que fizeram hemodiálises, quem teve o corpo perfurado por piercings ou acupuntura, quem compartilha navalhas, escovas de dente, cortadores de unha ou ainda as pessoas que tiveram tatuagens ou que trataram mãos e pés com manicuras com equipamento não esterilizado .
As mães infectadas podem passar o vírus ao feto no útero mas isto acontece em menos de 5% dos casos; pode acontecer mais freqüentemente se a mãe também for infetada com o vírus da AIDS.
Quarenta por cento de todos os casos de hepatite C foram contraídos através de meios desconhecidos, por pessoas que não estão inclusas em nenhuma categoria de risco atual; isto significa que todos possuem o risco de contrair hepatite C.
Se você não possui anticorpos das hepatites A e B (isto é, se você nunca teve nenhuma das duas), é necessário vacinar-se o quanto antes; para estes dois tipos de hepatite já existe vacina. O fato de você já estar com hepatite C aumenta os perigos ao se contrair uma outra hepatite. Pacientes com hepatite C que também contraem hepatite A correm um sério risco de ter hepatite fulminante - uma forma de evolução muito rápida e mortal da doença. Não existe vacina contra a hepatite C; a melhor vacina é a prevenção e os cuidados gerais.
Muitas pessoas contaminadas há muito tempo podem não sentir sintomas de nenhum tipo; caso você suspeite de ter tido alguma possibilidade de contágio, consulte o seu médico e faça um exame de sangue chamado de ANTI-HCV. Ele indica, caso positivo, a exposição ao vírus, mas não diz se a infecção está presente ou se já foi curada. O sintoma mais comum na maioria dos infectados é a fadiga, mas isto não é regra.
Até o atual momento podemos dizer que o contágio da hepatite C não é tão fácil de acontecer, pois ele não se dá por:
- Alimentação materna (Amamentação),
- Abraços,
- Beijos,
- Espirros,
- Tosse,
- Compartilhar copos, garfos, facas, pratos, etc.,
- Comida ou água,
- Contato casual.
Se você é portador de hepatite C, adote os seguintes cuidados:
- Não doe órgãos, sangue, esperma ou tecidos (Escreva isto nos seus documentos),
- Não compartilhe seus artigos de uso pessoal,
- Cubra imediatamente qualquer ferida que possa ter,
- Use camisinha no ato sexual
Vários estudos tem demonstrado que muitas mulheres positivas deram a luz crianças que eram negativas de VHC. A probabilidade de transmissão pelo leite do peito também é muito pequena para as portadoras de hepatite C; os médicos não desaconselham de amamentar.
A transmissão durante o parto entre mulheres infetadas com a hepatite C foi estimada em 5% dos nascimentos, mas pode ser chegar a 25% se a mãe também for positiva de HIV. Estudo feito no Japão, (onde um genótipo de VHC muito mais severo é prevalecente) mostrou que só 6% dos bebês nascidos tinham o VHC; muitos mostraram anticorpos no nascimento, mas estavam livres do vírus antes dos 18 meses.
A transmissão da mãe para o bebê pode ser aumentada se a mãe tiver altos índices de vírus no sangue; nesta circunstância, calcularam os investigadores japoneses, o risco de transmissão pode ser aproximadamente 10%.
Recentes avanços tecnológicos conduziram principalmente ao desenvolvimento de vários tipos de procedimentos no feto para a diagnose e administração de desordens fetais. Isto gera um risco pequeno mas possível de transmissão de infecções virais maternas, provavelmente com os vírus HIV, hepatites B e C, cytomegalovírus e herpes durante procedimentos invasivos no feto.
O risco de transmissão sexual de hepatite C não foi investigado completamente mas parece ser mínimo; alguns estudos não mostraram nenhum risco de passar a hepatite C para um parceiro sexual, outros mostraram só um risco baixo. Os Centros Americanos para Doença, Controle e Prevenção (CDC) não recomenda uma mudança nas práticas sexuais para os portadores, se estes mantém uma relação de longo prazo com seu parceiro sexual.
No entanto, pessoas com doença aguda e parceiros sexuais múltiplos podem ter um maior risco e devem usar preservativos para reduzir o risco de transmitir hepatite C, assim como também outras infecções sexualmente transmissíveis. O risco aumenta se o nível de VHC no sangue for elevado (contagem feita pelo PCR).
Sexo durante o período menstrual deve ser evitado, devido ao sangue presente naquele momento. Também existe alguma especulação sobre a possibilidade de transmissão do vírus por lesões genitais nos contaminados por herpes.
A razão que muitos estudos falarem em que pessoas com múltiplos parceiros sexuais correm um risco maior de transmissão sexual da hepatite C, é porque estas pessoas têm um maior risco de contrair outras doenças sexualmente transmitidas que podem causar feridas abertas e lesões; e com essas feridas abertas e lesões a pessoa está exposta a maior risco para o contato com o sangue.
A transmissão sexual da hepatite C acontece a uma taxa de cerca de 1% por ano em parceiros sem comportamento de risco, de acordo com um relatório Americano.
Trabalhadores das áreas medicas e odontológica podem se contaminar, pois o contágio é possível em qualquer ocupação na qual há exposição a sangue possivelmente infectado. O risco de infecção de VHC que se segue a um acidente cortante ou perfurante com material contaminado pelo vírus VHC pode chegar a 10%; no entanto, o risco de transmissão profissional de VHC para trabalhadores nestas áreas e muito menor do que isso.
A pessoa que teve hepatite C e negativou o vírus, pode ser infectada novamente com a mesma. Isto se deve ao fato de que há muitos genótipos diferentes de hepatite C, e também porque o vírus transforma-se muito rapidamente (sofre mutações). Não há imunidade natural desenvolvida para a hepatite C.
LEMBRE-SE: A PREVENÇÃO É A MELHOR MANEIRA DE SE EVITAR A TRANSMISSÃO.
Este site com um vídeo de como se prevenir. Além de maiores inforações
http://www.grupoesperanca.org.br/
2007-01-27 20:13:23
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answer #4
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answered by Anonymous
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