A sudação é extremamente variável de indivíduo para indivíduo, consoante idade, sexo, raça e é influenciada por fatores endógenos e exógenos. A sudação excessiva é a hiperhidrose. O odor desagradável do suor é a bromidrose e é relacionada a associação do suor com bactérias da pele e, eventualmente a fungos. A alteração da cor é a cromidrose. A ausência de sudorese denomina-se anidrose.
A hiperhidrose pode ser generalizada e habitualmente é ligada a exercícios físicos e fatores emocionais.
De interesse maior são as hiperhidroses localizadas ou regionais: palmar, axilar, plantar e craniofacial que ocorrem associadas ou separadas e cuja intensidade podem causar desconforto e alterar o comportamento psicosocial do indivíduo.
A hiperhidrose é uma disfunção do Sistema Nervoso Autônomo Simpático que se expressa por exagero da sudorese na região afetada e é influenciada por fatores emocionais, habitualmente intermitente e, ligada a reação de excitação, angústia, ansiedade, medo ou drogas estimulantes como cafeína, chá ou refrigerante tipo “cola”. Ocorre uma leve exacerbação da sua intensidade no verão. Possui relação com desencadeamento pelo estresse, calor excessivo e com a gustação, sendo o fator estresse o maior desencadeante, tendo como fator comprobatório disto, o fato de que durante o período de sono raramente ocorre hiperhidrose.
Cerca de 20% das pessoas afetadas já nascem com hiperhidrose. Este fato e a ocorrência de hiperhidrose em elementos da mesma família leva a conclusão que em alguns casos o fator hereditário está presente. Não há distinção racial, porém tem incidência discretamente aumentada em judeus e asiáticos e aparenta ter caráter de predominância familiar. Ocorre em 0,5 a 1% da população.
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Sintomas e limitações volta ao início
A maioria dos pacientes relata início dos sintomas na puberdade e adolescência muito embora já possa estar presente no nascimento ou na infância. A incidência é igual em ambos os sexos.
A hiperhidrose palmar limita a atividade social, laborativa e de relacionamento do indivíduo. Os indivíduos não se sentem bem e, relutam, em cumprimentar com aperto de mãos; crianças frequentemente não conseguem executar trabalhos escolares borrando os papéis. Atividades como manusear papéis podem se tornar quase impossíveis, por exemplo uma funcionária de banco ou uma funcionária de cartório. Não conseguem assinar cheques. São obrigados frequentemente a usar luvas mesmo em época de calor ou usar toalhas constantemente para secar as mãos. Vários pacientes se queixam de dificuldade para o início de namoro ou mesmo para o toque físico em momentos de intimidade.
Algumas profissões podem ser particularmente prejudicadas como os pianistas, artistas plásticos, digitadores, maquiadores, massagistas, médicos, fisioterapeutas, etc. Citamos um exemplo de uma dentista, tinha uma grande limitação em virtude da necessidade profissional de usar luvas de borracha para o atendimento dos pacientes. O suor se acumulava dentro da luva prejudicando sua atividade diária. Temos o caso de uma paciente que deixava o carro na rua, irritada com o fato de molhar o volante. Gestos simples como ficar de “mãos dadas” tornam-se impossíveis para estas pessoas.
A hiperhidrose axilar se torna desagradável pelo fato do suor escorrer pelo corpo e a sensação permanente de falta de higiene, principalmente quando associada ao odor desagradável. Grandes manchas de suor se formam nas regiões axilares e adjacências fazendo com que estas pessoas só vistam roupas brancas ou pretas. Pitorescos são os casos de alguns pacientes cujo maior desejo era o de usar uma camisa de cor azul. As pacientes sonham em vestir roupas coloridas especialmente no verão. Os pacientes chegam a tomar cinco banhos por dia devido a sensação de angústia e insegurança em relação a própria higiene ou ao que as pessoas possam pensar dela. Alguns utilizam absorventes higiênicos na axilas para minimizar a ação do suor sobre as vestes.
A hiperhidrose plantar limita , principalmente, as pacientes que são obrigadas a usar sapatos fechados pois escorregam dentro dos calçados tipo sandálias; e usar permanentemente meias de algodão, mesmo no verão. Se tornam irritadas com o odor desagradável de couro ou plástico molhado ou pior, quando a hiper-hidrose é associada a bromidrose. Em algumas pacientes o acúmulo de suor nos pés, quando usam sandálias, juntamente com o pó, chega a formar lama.
A hiperhidrose axilar e /ou plantar podem contribuir ou agravar doenças como infecções bacterianas, micoses e dermatites de contato.
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Simpatectomia Torácica Videotoracoscópica volta ao início
O tratamento definitivo já é conhecido desde 1940 (KOTZAREFF) fazendo-se a ressecção dos gânglios simpáticos da cadeia torácica. Faz a ressecção do 2º no caso da hiperhidrose palmar, do 3º e 4º, na hiperhidrose axilar e do 2º ao 4º gânglio na hiperhidrose palmar e axilar. Tem sido crescente as publicações a respeito da ressecção do 2º gânglio torácico no caso da hiperhidrose facial.
O método não teve grande divulgação no Brasil porque a Simpatectomia Torácica era feita através de toracotomia ampla (grande incisão na parede torácica) e posteriormente, através de toracotomia axilar menor, porém ainda ampla e com limitações do campo cirúrgico.Os autores Europeus, em especial os Escandinávios apresentaram grandes séries com ótimos resultados desde 1950 utillizando-se da Toracoscopia.
Com o advento da VIDEOTORACOSCOPIA (CIRURGIA TORÁCICA VIDEO ASSISTIDA), método cirúrgico que emprega ótica adaptada a microcâmera que aumenta o campo cirúrgico em 20 vezes e pequenas incisões, portanto com menor índice de complicações e dor no pós operatório, menor internação e menor custos médicos hospitalares. Houve uma grande divulgação da Simpatectomia Torácica através da VIDEOTORACOSCOPIA para o tratamento da Hiperhidrose Palmar e/ou Axilar, Doença de Raynaud, Distrofia Simpático Reflexa, Causalgia, Insuficiência Vascular dos Membros Superiores e da Síndrome do QT Longo.
A operação é realizada sob anestesia geral com intubação com sonda traqueal de duplo lúmen para permitir a ventilação pulmonar de cada pulmão isoladamente e o colapso pulmonar do lado a ser operado. Paciente é colocado em decúbito lateral. Uma incisão de 5mm é feita no 4o espaço intercostal na linha axilar média para colocação de trocáter para ótica de 5mm. Um segundo trocáter ou portal é colocado através de incisão com 5mm no 3º espaço intercostal na linha axilar anterior. Um terceiro portal de 5 mm é colocado no 5º Espaço intercostal na linha axilar posterior ou próximo ao ângulo da escápula, somente quando necessário.
A cadeia simpática é visualizada em sua posição subpleural e na junção da cabeça das costelas com os corpos vertebrais. Procede-se a abertura da pleura com cautério e dissecção e ressecção dos gânglios de T2 para hiperhidrose palmar; T3 e T4 para axilar e de T2 a T4 para hiperhidrose axilar e palmar. Hemostasia é feita. Dreno torácico é colocado quando a expansão pulmonar não foi satisfatória ou a cirurgia teve dificuldade além do habitual. Ambos os lados são feitos no mesmo ato anestésico, durando em média uma hora e meia.
2007-01-25 03:06:40
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answer #1
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answered by Anonymous
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Hiperhidrose é simplesmente a doença do suor excessivo.. Quem tem isso deve procurar um dermatologista, há várias formas de tratar, uma delas é a aplicação de toxina botulínica tipo A (de preferência Dysport) na região onde ocorre o suor..
2007-01-25 02:53:29
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answer #2
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answered by camy_star 3
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HIPERHIDROSE:
Hiperhidrose é um excesso desagradável de suor, em uma ou várias partes do corpo.
A Hiperhidrose definida como sudorese que ultrapassa a necessidade de termoregulação ( controle da temperatura corporal) , é uma condição benigna, mas que pode trazer desagrado a seus portadores. É uma afecção não muito rara, atingindo até 1% da população. Pode-se imaginar que numa cidade como São Paulo, com 12 milhões de habitantes, existam 120.000 pessoas com esse problema. Provavelmente todos têm em seu círculo familiar, profissional ou de amizade alguém que apresente Hiperhidrose. Às vezes isso não é tão visível , porque por constrangimento ou desconhecimento , as pessoas não gostam de revelar a sua presença.
As pessoas que tem Hiperhidrose podem apresentar um aumento de sudorese em situações inexplicáveis e sem qualquer causa aparente. Este aumento pode aparecer na axila, nas mãos, nos pés, no rosto ou em qualquer outra parte do corpo.
Às vezes, embora nem sempre, emoções podem piorar o processo de Hiperhidrose. As pessoas podem se tornar inseguras, achando que está tensa, ou que os outros pensem que está sob forte tensão emocional. Embora a Hiperhidrose possa se manifestar e piorar pela presença da emoção, é errado dizer que ela ocorre por motivos psicológicos. Em outras palavras, para uma mesma emoção , uma pessoa sem Hiperhidrose não apresentaria excesso de sudorese, enquanto outra com Hiperhidrose pode manifestar este excesso. Entretanto, a presença de Hiperhidrose ao longo dos anos , acaba gerando tensão emocional e que realimenta o processo, em um ciclo vicioso, onde as alterações emocionais começam a se intensificar , tornando o convívio com a Hiperhidrose uma condição difícil para muitas pessoas.
Mas a Hiperhidrose pode também aparecer sem que tenha ocorrido qualquer emoção, ou mesmo sem qualquer motivo aparente, o que é causa de constrangimento emocional, passando a imagem de um grande descontrole emocional, quando na realidade ele não existe em tal grau.
Em algumas pessoas aparece em baixas temperaturas ambientais e em outras em altas temperaturas.
Alguns pacientes referem que passaram a apresentar Hiperhidrose, quando submetidos à responsabilidades maiores, geralmente profissionais, ou durante períodos de maior emoção, como a adolescência, problemas familiares, conjugais ou econômicos. O que acontece, é que estas pessoas já apresentavam a Hiperhidrose, mas com o stress emocional, ela se manifestou.
A “Síndrome do Gatilho da Hiperhidrose”, descrita pelos médicos da Clínica Naturale, é o conjunto de reações psicológicas decorrentes da Hiperhidrose genética , que geram ansiedade e piora dos sinais e sintomas.
TRATAMENTOS:
Casos mais brandos podem ser tratados com medicamentos tópicos, iontoforese e/ou psicoterapia. Eventualmente, a hiper-hidrose axilar é uma ocorrência transitória do início da puberdade e pode desaparecer em meses ou poucos anos.
Formas mais graves podem se beneficiar de tratamento sistêmico com agentes anticolinérgicos ou beta-bloqueadores não específicos. No entanto, o tratamento sistêmico pode ter repercussões cárdio-vasculares e deve ter acompanhamento cuidadoso deste sistema pelo médico.
A aplicação de toxina botulínica é uma boa opção, apesar de seu alto custo e da necessidade de constantes reaplicações. A cirurgia de simpatectomia, na qual nervos que estimulam a sudorese são cortados, também pode ser eficaz. A relação custo / risco / benefício deve sempre ser levada em consideração.
Tratamento cirúrgico
Uma opção que crescentemente vem obtendo mais adeptos devido ao baixíssimo índice de complicações importantes é a cirurgia de ressecção das glândulas sudoríparas axilares. É um procedimento simples realizado sob anestesia local, no qual as glândulas são removidas através de dois pequenos orifícios de no máximo 1cm em cada axila.
Seu maior inconveniente é que muitos dos folículos pilosos da região são eliminados conjuntamente, levando a uma diminuição definitiva dos pêlos axilares. No pós-operatório imediato é comum ocorrer equimose (manchas roxas) da região, que regride espontaneamente em cerca de 10 dias. O repouso é importante nos primeiros dias. Subsequentemente, exercícios de alongamento da região tem de ser realizados para evitar fibrose e perda da flexibilidade dos braços. Eventualmente, pode ser necessário o apoio de um fisioterapêuta ou fisiatra.
Pequenas áreas de necrose podem surgir na região, mas isto tem sido menos observado com a técnica não aspirativa. Em geral, é preferível a realização de uma remoção parcimoniosa das glândulas e uma posterior complementação no consultório do que uma retirada radical destas, podendo levar a um resultado oposto: o ressecamento das axilas.
Por fim, a cirurgia de ressecção das glândulas sudoríparas axilares é uma técnica que se limita ao plano cutâneo, não atingindo estruturas nobres e profundas do corpo, portanto, além de agir diretamente sobre a causa da hiperidrose (a hiperatividade das glândulas sudoríparas) esta técnica não apresenta riscos a outros órgãos e pode ser realizada sob anestesia local. Infelizmente, por razões técnicas, ainda não é possível realizar esta cirurgia para hiperidrose palmo-plantar.
Em resumo, a hiper-hidrose axilar é um problema médico-social maior que deve ser primariamente tratada de forma conservadora. Casos rebeldes e/ou mais graves podem se beneficiar da aplicação de toxina botulínica, da simpatectomia ou da cirurgia de remoção das glândulas sudoríparas axilares. Os riscos e os benefícios sempre devem ser cuidadosamente avaliados antes de se tomar a decisão final sobre uma possível terapêutica cirúrgica para um problema que não afeta a saúde física do indivíduo.
2007-01-25 04:10:06
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answer #3
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answered by Anonymous
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