1.1 A batalha espiritual nas Escrituras
A BÃblia está repleta de relatos de batalhas, guerras, confrontos e todo tipo de coisas que denotam conflitos. Só para termos uma idéia de como este assunto é tratado em grande escala nas Escrituras, a palavra “batalha”- assim como foi traduzida- encontra-se em cinqüenta trechos das Escrituras. A palavra sinônima “guerra”, encontra-se em duzentos e oito versÃculos. São referências que descrevem a luta entre nações, pessoas individuais, Deus e o homem, o homem cristão e a sua velha natureza, a Igreja e o mundo, a Igreja e o diabo.
Esta última a ser referida, revela-nos uma espécie de guerra que é bastante diferente da que estamos acostumados a ver nos noticiários de T.V, mas, não menos horrenda e, até mais terrÃvel: a Batalha Espiritual.
Em Ap. 12:4, encontramos a referência à primeira batalha espiritual que foi travada: “arrasta a terça parte das estrelas do céu, as quais lançou para a terra”. Esta é uma referência de João a Satanás que rebelou-se contra Deus e arrastou consigo a terça parte dos anjos. Desde então, nós vemos, através da BÃblia, Satanás fazendo guerra contra Deus e o Seu povo:
“Então ele me mostrou o sumo sacerdote Josué, o qual estava diante do anjo do Senhor, e Satanás estava à sua mão direita, para se lhe opor”. (Zc. 3:1).
Encontramos, também, citações da batalha que o crente deve fazer contra Satanás: “..não deis lugar ao diabo”. (Ef. 4:7); Revesti-vos de toda armadura de Deus para que possais estar firmes contra as astutas ciladas do diabo”. (Ef. 6:11). Em Tg 4:7, está escrito: “Sujeitai-vos, portanto, a Deus; mas resisti ao diabo, e ele fugirá de vós”. Esta palavra “resisti”, a qual Tiago refere-se, no grego é “anqi(sthte”, ela é derivada de ”anqi)sthmi”, que traduzido é “colocar-se contra, opor-se, permanecer firme”. Esta palavra é aplicada da mesma forma- o combate que o crente deve fazer ao diabo- em, pelo menos, mais duas formas no Novo Testamento: Ef 6:13 e 1 Pe 5:8,9. Isso denota, de forma direta, uma luta espiritual que está se travando. Sobre isso, Paulo Romeiro comenta de forma plausÃvel: “A BÃblia fala muitas vezes sobre tal conflito. Sim, existe uma contÃnua e intensa batalha entre a luz e as trevas, entre Cristo e Satanás, entre a Igreja e o inferno”[1].
Para entendermos melhor esta batalha, precisamos tomar conhecimento de como ela começou
1.2 A origem da batalha espiritual
Procurar saber a origem desta guerra cósmica leva-nos a indagar sobre a origem do mal. No entanto, não iremos nos deter neste assunto. Aqui, é necessário sabermos que existe uma origem para o mal e que esta, é identificada com o diabo.
De acordo com as Escrituras, o Diabo é o chefe da apostasia. Em Is 14:12, Satanás é identificado como sendo a Estrela da Manhã e Filho da Alva. Isso quer dizer que houve um tempo em que este ser angelical criado por Deus, rebelou-se contra o seu Criador (Ez 28:12-19), querendo ser igual a Ele e, consequentemente, foi expulso do céu juntamente com os seus seguidores (Mt 25 41; 12:24; Ef 2:2; Ap 12:7).
à aà que começa toda a guerra, com o propósito de Satanás de ser igual a Deus e, por isso, opor-se a tudo o que Deus faz ou o que se chama pelo Seu nome ( Mt 13: 24-30; Lc 22:3).
2- O MOVIMENTO “BATALHA ESPIRITUAL”
“Precisamos nos guardar contra dois perigos extremos. Não podemos tratá-lo com muita leviandade, para não subestimar seus perigos. Por outro lado, também não podemos nos interessar demais por ele.”2
2.1 Sua origem
Na religião, existem várias posições a respeito do assunto de demônios. Existem aqueles que se mantêm céticos a respeito da crença em demônios e, categoricamente, afirmam que isto é coisa da idade média ou superstição. O teólogo católico, especialista em demoniologia e parapsicologia, Oscar Quevedo, disse o seguinte sobre o diabo:
Tudo o que foi dito sobre ele está no paganismo... Falar em lÃnguas, ter uma força descomunal e outras atitudes que indicam que alguém está possuÃdo pelo demônio, tudo isso pode ser explicado pela psicologia ou pela parapsicologia.3
Existem outros que crêem na existência dos demônios, mas mantêm indiferença a respeito do assunto.
Aqui no Brasil, principalmente, está havendo uma super-valorização deste tema. Na novela global: “suave veneno”, está uma curiosidade: o diabo, personagem vivido pelo autor Aguinaldo Silva. Para vencê-lo, tem o paranormal Uálber, personagem vivido pelo autor Diogo Vilela.
Os autores do trama, apostaram no “carisma” do diabo, no meio brasileiro. Aguinaldo Silva, chegou a dizer o seguinte: “ No Brasil, as pessoas acreditam que o diabo realmente interfere em nossa vida, mais até do que os santos.”4
Sim, esta é uma realidade brasileira, o espiritualismo. No entanto, também nos cÃrculos evangélicos, atravessa-se uma onda de super-valorizão de anjos e demônios. Estão sendo promovidas reuniões de guerra, libertação, “poder”. Seminários sobre batalha espiritual são comuns.
As livrarias foram invadidas por uma série de livros que tratam deste tema. Livros que têm exercido grande influência no meio evangélico como o de Frank Peretti, Este Mundo Tenebroso ( Ed. Vida).
A esta ênfase dada aos demônios, pelo menos aqui no Brasil, atribuÃmos a responsabilidade a um pastor norte americano chamado C. Peter Wagner. Ele é autor de trinta livros e é a atual autoridade no campo de guerra espiritual. Em seu livro intitulado Oração de Guerra (Ed. Unilit), ele nos conta como foi originado este movimento de guerra espiritual.
Peter Wagner é representante do Movimento de Crescimento da Igreja, fundado por Donald MacGavran, em 1955. Em 1980 começou a interessar-se sobre as dimensões espirituais do crescimento eclesiástico. Em 1989, percebeu que o evangelismo funciona melhor quando é realizado através de oração e que Deus tem dotado certos indivÃduos que se mostram incomumente poderosos no ministério da intercessão.
Pensando sobre a idéia de como conciliar evangelismo e intercessão, Peter Wagner reuniu um grupo de cinqüenta intercessores para orarem em um hotel, localizado em frente do local onde seria o segundo congresso de Lausanne.
Durante esta intercessão, Peter Wagner diz que recebeu de Deus o que denominou de “parábola viva”. Ele deu esse nome a um acontecimento durante a intercessão. Uma das intercessoras, Juana Francisco, foi acometida de uma crise asmática, rapidamente levaram-na à s pressas para o hospital. Esperando a recuperação da amiga no hospital, outras duas intercessoras, Mary Lance e Cidy Jacobs, tiveram uma mensagem que logo identificaram como sendo de Deus. Juana Francisco havia sido atacada por um espÃrito da macumba. Recebendo a revelação, as duas intercessoras fizeram uma oração quebrando o poder do demônio enquanto, no mesmo momento, Bill Bright, estava com a enferma orando em prol da cura. O que aconteceu foi que no mesmo momento a mulher ficou boa.
Peter Wagner interpretou este episódio como sendo uma lição de Deus ao Seu povo. A partir daà ele tomou para si os seguintes princÃpios: (1) A evangelização do mundo é uma questão de vida ou morte; (2) A chave para a evangelização do mundo consiste em ouvirmos a Deus e obedecermos à quilo que tivermos ouvido. “Elas sabiam que Deus queria que a maldição fosse anulada, pelo que entraram em ação”5; (3) Deus usará a totalidade do corpo de Cristo para completar a tarefa da evangelização do mundo.
Naquela mesma conferência de Lausanne, em Manila, foram abordados os temas de espÃritos territoriais e da intercessão espiritual em nÃvel estratégico.
O interesse sobre o assunto cresceu e foi organizado um grupo de pessoas que se interessavam por guerra espiritual. Peter Wagner tornou-se o lÃder deste grupo que posteriormente foi denominado de “Rede de Guerra Espiritual”. Entre os membros deste grupo podemos mencionar Larry Lea, John Dawson, Cindy Jacobs e Edgardo Silvoso.
2007-01-23 22:13:47
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answer #5
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answered by Anonymous
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