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Vinte anos de serviços prestados à Igreja Católica. Agora ex-padre, troca o reino do Vaticano pelo Reino de Deus.

Entrevista:
Robélio Vale Figueiredo

Entrevistado por:
Sézar Cavalcanti

Nos tempos apostólicos o Evangelho alcançou todos os níveis de pessoas: camponeses, pescadores, cobradores de impostos e até sacerdotes, homens ligados diretamente aos sacrifícios no Templo, também abraçaram a fé cristã. Hoje não é diferente. O poder do Evangelho de Jesus Cristo tem libertado pessoas de todas as seitas e religiões.

Entrevistamos o irmão Robélio Vale Figueiredo que, depois de quatro anos de preparação num seminário católico, oficializou durante vinte anos em diversas paróquias. Sua conversão foi fruto da tolerância, bom senso e confiança na obra do Espírito Santo. Hoje, membro de uma congregação da Assembléia de Deus, em São Paulo, tem tido oportunidade para testemunhar e pregar o verdadeiro Evangelho de Cristo.




Defesa da Fé – Como nasceu o desejo para se tornar Padre?
Robélio Vale Figueiredo – Na verdade, a minha mãe fez uma promessa ao “senhor do Bonfim” quando ela ainda estava grávida e, nessa promessa, dizia que se o bebê fosse homem, um dia seria padre – o que veio a se concretizar com meu nascimento, em 7/10/1944, em Ilhéus na Bahia.

Defesa da Fé – E você consentia com a vontade de sua mãe?
Figueiredo – Com a idade de 7 anos comecei a fazer catecismo e a conviver com a religião de minha mãe, começando, então, a me simpatizar com a idéia de um dia ser padre. Continuei na comunidade católica e me tornei coroinha – ajudando o padre ao celebrar a missa, isso com a idade de 12 anos. Ficava admirado com o paramento sacerdotal, isto é, a roupa usada nas missas e outras celebrações, o que também influenciou no meu desejo de ser padre.

Defesa da Fé – Como foi a preparação no seminário e seu desempenho na Igreja Católica?
Figueiredo – Em 1969, com 25 anos, ingressei no seminário São Marcos (Embu-guaçu) e concluí o curso teológico em 1972, quando fui ordenado sacerdote pela congregação dos Padres Clementinos. Logo após, fui nomeado pároco para uma paróquia em Santo Amaro, a qual administrei durante três anos. Depois, recebi uma convocação pela C.P.C. (Congregação Padres Clementinos) para realizar Santas Missões pelo interior de São Paulo. Fui vigário em diversas regiões da capital ( São Miguel Paulista, Carapicuiba, Osasco).




Defesa da Fé – O irmão fez menção sobre um conflito interior. O que lhe trazia mais reflexão, enquanto estava como sacerdote católico?
Figueiredo – O batismo de crianças sempre me trouxe conflito, pois já era evidente para mim que crianças não deveriam ser batizadas, devido a algumas razões. Primeiro, porque devemos observar o mandamento do Senhor sobre o batismo. As Escrituras nos dizem que antes do batismo deve haver ensino: Portanto, ide, ensinai todas as nações, batizando-as em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo. (Mt 28.19)
Também nos dizem as Escrituras que a fé é um requisito para o batismo: Quem crer e for batizado será salvo. (Mc 16.16). Um bebê jamais poderia ser previamente ensinado e esclarecido da importância do batismo e sua relação com a fé cristã.
Por outro lado, o apóstolo Paulo nos esclarece que a criança é santa devido a presença de um adulto crente: Porque o marido incrédulo é santificado no convívio da esposa, e a esposa incrédula é santificada no convívio do marido crente. Doutra sorte, os vossos filhos seriam impuros; porém, agora, são santos. (1 Co 7.14)
Outro aspecto da comunidade sacerdotal é a ausência de vida cristã. Tínhamos ensinamentos filosóficos e éticos, que quando confrontados com os ensinamentos da Bíblia, notava-se que não estavam de acordo com os requisitos das Escrituras. Este foi um fator decisivo e então busquei a Deus e Ele preparou o tempo oportuno para que eu deixasse a batina.

Defesa da Fé – Como tem sido sua vida hoje como cristão?
Figueiredo – Tenho usado meu tempo para estudar a Palavra de Deus e conhecer as doutrinas verdadeiramente cristãs. Assim, tenho usufruído esta liberdade de ler a Bíblia e crescer espiritualmente. Também tenho dedicado tempo à minha família, esposa e filho e sou membro da Igreja Assembléia de Deus, liderada pelo pastor Jairo Bartolomeu. Nas oportunidades que tenho recebido para pregar e testemunhar, procuro ajudar aqueles que estão com dificuldades em deixar a idolatria.

Defesa da Fé – Quais recomendações faria para o leitor que tem problemas com membros da família que estão profundamente envolvidos com a idolatria e/ou sacerdócio?
Figueiredo – Devemos ter zelo de Deus, mas segundo o conhecimento! A amizade daquele pastor que me pediu o tapete emprestado, e seus convites para visitar sua Igreja, foram a abertura para que eu recebesse o Evangelho. Infelizmente ainda encontramos crentes que, em sua ânsia de alcançar os perdidos, acabam por afugentar as almas cansadas. Falta-lhes a tolerância, não significando isto que vamos transigir com o pecado. De forma alguma! Devemos usar as oportunidades para demonstrar o fruto do Espírito (Gl 5.22-23).
Tenho em mente as palavras do Senhor Jesus: Eu, porém, vos digo: não resistais ao perverso; mas, a qualquer que te ferir na face direita, volta-lhe também a outra; e, ao que quer demandar contigo e tirar-te a túnica, deixa-lhe também a capa. Se alguém te obrigar a andar uma milha, vai com ele duas. Dá a quem te pede e não voltes as costas ao que deseja que lhe emprestes. (Mt 5.39-42)
Talvez alguém pudesse condenar um pastor evangélico por este pedir a um padre para lhe emprestar um tapete. “Usar um objeto de um movimento idólatra? Isto é tolice!” Mas foi assim que o Senhor abriu meu coração para a verdade que liberta. Além disso, a loucura de Deus é mais sábia do que os homens; e a fraqueza de Deus é mais forte do que os homens. (1 Co 1.25)
Demonstremos a verdade aos nossos familiares que são descrentes, ou idólatras, ou membros de seitas. Não com palavras duras e condenatórias, mas com mansidão, amor e paciência, demonstrando assim o fruto do Espírito. Fiz-me tudo para com todos, com o fim de, por todos os modos, salvar alguns. (1 Co 9.22)

Defesa da Fé – A Igreja Católica, nesse Ano do Jubileu está mobilizada no mundo todo, numa campanha pelas Indulgências, o que o senhor pensa sobre isso?
Figueiredo – Com isso fica claro que a Igreja não mudou, e mais, o propósito disso é reagrupar os fiéis afastados com o atrativo do perdão. Mas como o perdão é algo subjetivo, só a fé no sacrifício vicário de Cristo, e um real arrependimento pode, na verdade, trazer libertação.

“... e grande parte dos sacerdotes obedeciam à fé” (Atos 6.7)

2007-01-23 05:01:09 · 1 respostas · perguntado por RELIGIÃO MATA E CEGA 2 em Sociedade e Cultura Religião e Espiritualidade

1 respostas

Com batina sem batina, com terno sem terno, com turbante sem turbante, de túnica sem túnica, Rui Barbosa no início do século passada já dizia, as vezes não respeito os cabelos brancos, por que os canalhas também envelhecem.

2007-01-23 05:20:59 · answer #1 · answered by Elias 4 · 0 0

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