Confucionismo — O Caminho do Homem
Embora pouco se saiba ao certo sobre Confúcio, destacada obra de referência afirma que ele “precisa ser contado entre os homens mais influentes da história do mundo”. Professor, filósofo e teorista político, ele viveu entre 551 e 479 AEC. Seu nome de família era Cung, de modo que mais tarde foi chamado de Cung-fu-dez, que significa “Mestre Cung”. A versão latinizada é “Confúcio”.
Confúcio não fundou uma nova religião. A obra The Viking Portable Library World Bible explica que ele simplesmente “organizou a que existia em sua terra natal desde tempos imemoráveis, dando forma aos seus livros, dignidade às suas formalidades, e ênfase aos seus preceitos morais”. Seu interesse principal era o comportamento humano, não a teologia. Seu ensino era primariamente ética social. Suas tentativas de alcançar um posto político eram motivadas por um desejo sobrepujante de aliviar os sofrimentos de seu povo. Apropriadamente, pois, a filosofia deste homem — mais o político frustrado do que o aspirante líder religioso — tem sido chamada de o “caminho confucionista do homem”.
Confúcio não tinha um conceito elevado sobre a religião dos seus dias, dizendo que grande parte dela era apenas superstição. Quando se lhe perguntou se acreditava em Deus, ele supostamente respondeu: “Prefiro não dizer.” Mas, suas muitas menções de Tien, que significa “Céu”, são interpretadas por alguns como significando que ele acreditava de fato em algo mais do que apenas alguma força superior impessoal.
Confúcio enfatizou os valores familiares, o respeito pela autoridade e a harmonia social. Trouxe à atenção a necessidade da educação no desenvolvimento de habilidades e no fortalecimento de qualidades pessoais necessárias para se servir a outros. Enfatizou jen, palavra que significa benevolência para com a humanidade em geral, mas especialmente piedade filial e respeito fraternal. Incentivou a adoração dos antepassados.
Esses traços típicos confucionistas ainda são característica dos asiáticos criados ao estilo confucionista. O sociólogo William Liu, da Universidade de Illinois, em Chicago, EUA, afirma que “a ética confucionista induz as pessoas a trabalhar, a distinguir-se e a pagar sua dívida para com os pais”. Assim, imigrantes de países de forte influência confucionista têm-se destacado nos Estados Unidos por suas notas escolares excepcionalmente altas.
A pedra angular do pensamento confucionista é a coleção conhecida por Wu Ching (“Cinco Clássicos”). Os “Quatro Livros”, ou Ssu shu, acrescentados no século 12, são considerados essenciais ao pensamento confucionista. Seu estilo, marcado pela brevidade e pela compacidade, torna-os difíceis de entender.
Por volta do quarto século EC, os preceitos confucionistas eram ensinados no Reino Kokuryo do norte da Coréia. O confucionismo espalhou-se ao Japão talvez por volta do início do quinto século EC. Nesse ínterim, outro “caminho” se desenvolvia na China.
Taoísmo — O Caminho da Natureza
O Tao, objeto fundamental do pensamento chinês durante milênios, significa “caminho” ou “estrada”. Veio a designar o modo correto de fazer as coisas em harmonia com o modo natural em que o universo opera. A tradição conta que seu fundador era um contemporâneo de Confúcio que levou o título de Lao-Tsé, que significa quer “Menino Velho”, quer “Velho (Venerável) Filósofo”. Alguns afirmam que Lao-Tsé foi assim chamado porque, após uma concepção milagrosa e uma gravidez prolongada de várias décadas, sua mãe o deu à luz depois que os cabelos dele já haviam ficado brancos com a idade. Outros dizem que ele recebeu tal título por respeito aos seus sábios ensinos.
O taoísmo ensina que por ocasião do nascimento a criança é dotada de certa medida de “fôlego primordial”, ou força vital. De diversas formas, tais como através da meditação, de regimes alimentares, do controle da respiração e do sexo, pode-se evitar uma diminuição desnecessária do “fôlego primordial”. Assim, a longevidade é sinônimo de santidade.
O corpo humano é encarado como um universo em miniatura que precisa ser mantido em correta harmonia com a natureza. Isto tem que ver com o que os chineses chamam de yin e yang, literalmente os lados sombreado e ensolarado de uma colina. Básicos em todas as filosofias chinesas, o yin e o yang são elementos opostos, porém complementares, dos quais tudo na natureza se compõe. The Encyclopedia of Religion (Enciclopédia de Religião) explica: “O yin predomina em tudo que é escuro, sombreado, frio, molhado, declinante, curvado, terrestre, feminino, ao passo que yang é brilhante, quente, seco, crescente, obstinado e agressivo, celeste, e masculino.” Encontra-se uma aplicação deste princípio em feng-shui, uma forma de adivinhação chinesa chamada em português de geomancia. Destina-se a encontrar locais propícios para cidades e casas, mas especialmente para sepulturas. Harmonizar as forças yin-yang dum local em potencial com as dos seus habitantes garantirá, afirma-se, o bem-estar desses últimos. Helen Hardacre, da Universidade de Princeton, explica que a correta “combinação das forças cósmicas beneficia, segundo se crê, os mortos e facilita seu progresso no outro mundo”.
Entretanto, ao procurar manter o equilíbrio entre as forças yin-yang, não se deve tentar modificar à força seu estado natural. Pensa-se que isso seria contraproducente, uma crença que incentiva o passivismo. Em 1986, um idoso monge explicou isso assim: “O ensino do taoísmo é manter-se quieto e não fazer nada. Fazer tudo consiste em não fazer nada.” Portanto, a força do taoísmo tem sido comparada à água, que apesar de ser suave beneficia todas as criaturas.
Anteriormente, era costumeiro diferenciar a filosofia Tao (4.°/3.° séculos AEC) da religião Tao (2.°/3.° séculos EC). Esta diferença não mais é tão distinta, pois é evidente que a religião Tao desenvolveu-se das filosofias taoístas que a precederam. Hans-Joachim Schoeps, professor de religião, afirma que o taoísmo como religião “nada mais é do que a continuidade da antiga religião do povo chinês. Sua essência é uma forma simples de espiritismo . . . [com espíritos que] se estabelecem em toda parte, sempre colocando em perigo a vida e a saúde humana. . . . Na China de hoje, o taoísmo deteriorou-se numa forma religiosa de superstição para as massas”.
2007-01-16 11:31:06
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answer #1
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answered by Specula — Annuntians Regnum Iehovah 5
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