Creio que necessitamos - como diria Sua Santidade João Paulo II - um olhar do coração para atender e acolher os novos movimentos eclesiais e comunidades que têm florescido na Igreja depois do Concílio do Vaticano II, como novas forma de vida associada que o Espírito Santo tem suscitado nos últimos tempos.
Este florescimento realmente fecundo não pode ter sido fruto de um plano humano. Aconteceu de maneira inesperada e sobretudo espontânea. Certamente não é um fenômeno uniforme, mas plural e diversificado.
O Espírito Santo tem feito brotar tipos distintos de comunidades que trilham seu próprio caminho, acentuando, na unidade da fé da Igreja, aspectos ou perspectivas do Evangelho e da vida como crentes, modelando seus objetivos e serviços de maneira particular dentro da comunhão eclesial.
Isto gerou uma rica e interessante diversidade de expressões no povo de Deus. Contudo, ao longo deste caminho não faltaram as dificuldades, algumas delas dolorosas para os próprios membros dos movimentos, novas comunidade e para nós pastores do povo de Deus.
Como não recordar, neste momento, as palavras do Santo Padre João Paulo II aos participantes do seminário "movimientos eclesiales y nuevas comunidades en la solicitud pastoral de los obispos” de junho/1999, celebrado em Roma: "vocês vieram a Roma, a partir de países de todos os continentes, para refletir juntos sobre suas solicitações pastorais aos novos movimentos eclesiais e novas comunidades... que não têm duvidado em definir como "providenciais" pelas contribuições estimulantes que têm dado à vida do povo de Deus"
Na mesma mensagem, Sua Santidade João Paulo II nos recordava - citando seu discurso aos movimento no encontro de 1998 - "sua novidade inesperada, as vezes até surpreendente, [...] tem suscitado questionamentos, mal-estares e tensões; algumas vezes tem implicado presunções e intemperanças de um lado e não poucos prejuízos e reservas de outro.
Eles convidava a todos os Pastores e fiéis leigos dos movimentos a caminhar em direção a uma "nova etapa" perseguindo a "maturidade eclesial".
"Este itinerário exige dos movimentos uma comunhão sempre mais forte com os pastores que Deus elegeu e consagrou para reunir e santificar seu povo à luz da fé, da esperança e da caridade, porque nenhum carisma dispensa a relação e submissão aos pastores da Igreja".
Cabe aos movimentos compartilhar, no âmbito da comunhão e missão das Igrejas Locais, suas riquezas carismáticas, de modo humilde e generoso.
E a nós, bispos e pastores da Igreja, Sua Santidade João Paulo II nos pediu, como uma das nossas principais tarefas: "abri os seus olhos do coração e da mente para reconhecer as múltiplas formas de presença do Espírito na Igreja, valorizá-las e levá-las a unidade, verdade e caridade"
Concluia o Santo Padre, na mensagem que venho citando com algumas perguntas chaves para nós Pastores da Igreja, que são também aplicáveis a este Primeiro Encontro da América Latina e Caribe: "Movimientos eclesiales y nuevas comunidades en la Iglesia local."
- Como acolher este Dom particular que o Espírito oferece à Igreja em nosso momento histórico?
- Como acolhê-lo em todo seu alcance, em toda sua plenitude e em todo seu dinamismo que lhes são próprios?
Responde de modo adequado a estes questionamentos é parte de nossa responsabilidade de pastores. Nossa grande responsabilidade consiste em que o Dom do Espírito não chegue em vão, e sim e fazê-lo frutificar sempre ao serviço de todo povo cristão.
O elemento que tem distinguido todos os movimentos eclesiais e as novas comunidade no transcurso da vida da Igreja tem sido sempre seu aspecto eclesial, que poderia resumir-se com estas palavras de Santo Agostinho: Ama esta Igreja, Permanece nesta Igreja e Sede esta Igreja. Este dito foi tirado do relatório do Pe Fidel González Fernández, “Carismas y movimientos en la historia de la Iglesia” (Seminario de Roma, 1999 Movimientos eclesiales en la solicitud pastoral de los obispos).
Chaves de Interpretação
Creio que é chave para nossa reflexão sobre os movimento o discurso de João Paulo II no Encontro dos Movimentos Eclesiais e as Novas Comunidades, na celebração de Pentecostes de 1998.
Era a primeira vez em que se fazia uma convocação desta natureza. Com a consciência da transcendência de que fazia, confirmou na fé e na comunhão da Igreja os movimentos eclesiais e os lançou em direção ao futuro, em direção ao terceiro milênio para que assumam os novos desafios que a Igreja enfrentará, com ardor e criatividade, com fidelidade e amor a Igreja .
E nos ofereceu uma bela e precisa síntese de seus ensinamentos sobre os novos movimentos eclesiais e seu lugar na Igreja e o fez colocando como grande marco de toda a ação vivificadora do Espírito Santo.
Seu gesto e suas palavras podem ser resumidas assim:
- Uma confirmação e um alento exigente: o Papa confirmou a figura e o valor dos movimentos eclesiais. Como sucessor do Apóstolo Pedro, e por tanto como princípio e fundamento visível da unidade do povo de Deus, confirou os movimentos eclesiais na comunhão de toda Igreja.
Mas também, nos impulsionou a responder ao dom recebido, a sermos fiéis a fé da Igreja desenvolvendo o carisma que lhes foi confiado e colocando-o a serviço da missão da Igreja.
- Convite a fidelidade e a maturidade à serviço da missão da Igreja: com palavras claras e exigente, considera as características do que é uma autêntica experiência eclesial, em abertura ao Espírito e em função da missão da Igreja. Recorda como condição da fecundidade a fidelidade ao convite do Espírito Santo, que é a fidelidade ao graça batismal e seus desdobramentos.
Sua Santidade João Paulo II esperava que os movimentos "dêem copiosos frutos para o bem da Igreja e da humanidade inteira". Mas é consciente que esses frutos devem crescer em meio a situações difíceis, limitações e debilidades.
Esta nova etapa da maturidade não está, sem embargo, desprovida de exigências para os dirigentes e integrantes dos movimentos. A submissão ao magistério, a fidelidade a fé e missão da Igreja são chaves de discernimento para recorrer no caminho em direção ao futuro, ajudando a construir uma cultura segundo o plano de Deus.
Por isto no Encontro afirmou: "Hoje diante de vocês se abre uma nova etapa: a da maturidade eclesial. Isto não significa que todos os problemas acabaram. Mas bem, é um desafio, um caminho a percorrer, um horizonte para onde caminhar. A Igreja espera seus frutos maduros de comunhão e de compromisso". Tudo sito estava magnificamente bem resumido no tema do Congresso: Comunión y Misión en los umbrales del Tercer Milenio.
Fonte: Movimentos Eclesiais e as Novas Comunidades na Igreja Local - D. Miguel Irizar Campos, CP - Pontifício Conselho para os Leigos - CELAM
2007-01-06 20:05:34
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answer #1
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answered by Marcinha 2
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Os movimentos eclesiais começaram mna Igreja católica com o nome de comunidades eclesiais de base e eram destinadas a conscientizar as pessoas sobre a opção preferencial pelos pobres. Essas comunidades amadureceram e hoje se transformaram em diversas pastorais sempre em apoio a pessoas carentes de alguma coisa. P. Ex. Pastoral da saúde, pastoral dos enfermos, pastoral da família, pastoral da gestante, pastoral das domésticas, etc.
2007-01-07 10:19:00
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answer #2
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answered by eliasgorayebodonto 6
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Face ao tradicionalismo das paróquias surgiram, em meados do século XX, os Movimentos Eclesiais que mostram capacidade de evangelização, congregam fiéis mais ativos, criam sentido de pertencer à Igreja e promovem a vida fraterna. Em muitas paróquias os quadros pastorais existentes provêm de alguns destes movimentos. Nas últimas décadas do século XX, surgiram também os designados "Novos Movimentos Eclesiais" que desencadearam uma primavera de vida espiritual e de evangelização laical na Igreja. São considerados uma manifestação do Espírito Santo para o nosso tempo e uma esperança para a renovação da Igreja.
2007-01-07 06:22:52
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answer #3
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answered by Anonymous
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Trata-se das associações de fíéis leigos ou dos chamados movimentos eclesiais. O próprio Papa não cessa de elogiar os Movimentos eclesiais, principalmente os mais recentes. Segundo alguns observadores do campo religioso católico, a maior parte das conversões hoje acontece nesses Movimentos Eclesiais.
2007-01-07 05:14:39
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answer #4
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answered by Anonymous
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