Eu vejo muita injustiça no mundo, através dos séculos. Mesmo entre aqueles que têm uma religiosidade a toda prova. Mesmo entre todas as crenças, sem exceção. Muito fanatismo, muita ignorância, muita hipocrisia, muita exploração, muitos interesses escusos, comerciais, políticos e muita burrice. E o pior: São infelizes, que vivem tentando enfiar na tua cabeça, que há um paraíso te esperando, após a morte. É o consolo dos pobres e infelizes, dos que nunca alcançarão, aqui na terra, bens materiais, saúde, paz espiritual, alegria e felicidade. E morrerão, portanto, com essa ilusão de consolo…
Vejo também pessoas, para quem a religião, a crença em alguém superior, um santo milagroso, um Deus bondoso e justo, é tudo na vida. Outras que, só não fazem pior, porque acreditam num Deus que castiga. E isso é bom. Para eles. Para os que caíram no vício, no desespero do sofrimento, na insegurança, na desesperança. São os fracos de espírito. Outros muitos, entretanto, mesmo fanáticos religiosos, são castigados sem nada terem feito. Outros que já nascem infelizes, condenados à miséria e à desgraça eterna aqui mesmo nesse mundo. Igrejas que desabam, excursões religiosas que acabam em tragédia e sofrimentos. Outros que sobem num morro para orar, e são fulminados por um raio. E, o pior, aqueles que ensinam o povo a ser crente e ter fé num ser superior que eles mesmos através dos séculos inventaram, enquanto descaradamente enchem o bolso de ouro e dinheiro, as custas desses trouxas.
São pecadores, dirão. Ou então o pai foi, ou a avó foi, ou o tataravô foi pecador. E quem não é?
Quando uma criança já nasce doente, dirão: “É uma benção de Deus, para testar a fé dos pais.” Não leve a mal!… É difícil engolir tal coisa… Ridículo!…
Se alguém muito bom ou religioso morre, dirão: “Não era desse mundo. Deus chamou para o seu convívio. Foi uma benção!…” Se a pessoa que morre não vale nada, dirão: “Deus castigou e lhe tirou a vida.” Aí foi o pecado. Se o cara é mais ou menos, então as opiniões se dividem. Simples…
Então querem que eu acredite num Deus de justiça, todo poderoso, criador dos céus e da terra, que sabe a quantidade de fios de cabelo que temos na cabeça, e que voluntariamente determina tudo isso ?
“¾ Esse é bom, vai morrer… Esse é mau vai morrer também… Esse é rico e mau, vai gozar a vida toda na terra… (Só aqui na terra!…) Esse, fanático no meu nome, vai se arrastar eternamente, sofrer e mendigar enquanto viver, como Jó. Esse já vai nascer paralítico, para honrar o meu nome… Esse vai nascer mongolóide, porque é descendente de Nero, que era muito mau… Esse outro, direitinho, casado, pai de 4 filhos, é obediente a mim e me louva todo dia. Vou trazê-lo para a Glória Eterna… A família dele… , se vira!… Sofrerão para se purificarem mais um pouco…”
Pode, esse Deus justo, que todos imaginam, permitir que Hitler (só um exemplinho pequeno) tenha matado, condenado a desgraça, ao sofrimento, milhões de seres humanos, dentre os quais mulheres e crianças inocentes, e tenha ficado por isso mesmo?!… E o tal de Menguele, torturador de Judeus, que só foi encontrado depois de pra lá de morto!… Vocês acham que eu vou acreditar num Deus que permite tudo isso? Que determina por livre e espontânea vontade, a exterminação em massa de inocentes, das guerras, nossas conhecidas na Europa, o sofrimento pela fome na África, na Ásia e na maior parte do Brasil? Que permite o sofrimento eterno e a degradação do povo judeu, “o povo eleito” que sequer em Jesus acredita? E o que dizer dos vulcões e terremotos?! Tanto sofrimento de inocentes… Todos pecadores? Até os cachorros?
É assim que vejo diariamente, a “justiça” do Deus mais conhecido por aí. Por isso, comigo não tem esse negócio de deixar pra Deus, dar o castigo a quem apronta comigo. As coisas boas que me fazem, guardo do lado esquerdo do peito, o lado do coração. As coisas ruins guardo do lado direito, o da porrada!
Não espero que Deus me ajude em nada também. Isso é uma ilusão e um convite ao conformismo, à acomodação, à dependência. Eu mesmo me viro e luto pelo que quero, e se depender de mim, faço a minha própria justiça. (A tal parte que deveria ser divina).
Tanto quanto não acredito num Diabo, como um ser racional, mal, esperto e matreiro, que pra mim é outra idiotice. No máximo, um espírito babaca, desnaturado, fraco e imbecil, como um bandidinho qualquer entre os seres vivos. E eu não sou mau, nem perverso, nem sem coração, só por causa disso. Acredito é que nada sou. Ou sou apenas como uma formiga que vagueia por aí. Que está viva, até que alguém a pise sem querer. Por isso, tomo conta de mim mesmo. Colho aquilo que planto, e eu sei que, se errar pela lei dos homens, e não tiver imunidade parlamentar, nem for um “coronel” de alta patente, nem tiver muita grana para comprar Deus, a polícia e a justiça, possivelmente, pagarei pelos meus erros. (A esmagadora maioria não paga).
Não acredito num Deus que castiga, mas que você mesmo paga, pelas coisas erradas que fizer, pelas pessoas que maltratar, porque serão muitos os seus inimigos naturais. , um abraço,
sp
2006-12-29 22:21:42
·
answer #1
·
answered by Daniel 1
·
0⤊
3⤋