Segundo a Mitologia grega, Pã teria inventado a flauta. Os camponeses o cultuavam como deus dos rebanhos, cuja flauta mágica os pastores tentavam imitar. Pã (Faunus ou Luperco, em latim) seria uma divindade caracterizada por um homem barbudo, de cabelos desarrumados, com cascos de bode e tendo um par de chifres. Segundo a lenda, vivia entre as ninfas, em montanhas e vales, considerado o inventor da flauta, a qual costumava tocar todas as noites. Também à Pã se atribuem os sustos que as pessoas têm, quando são surpreendidas por um barulho (quiçá pelo nome, ao ser pronunciado, imitar o som de uma pancada, formando onomatopéia). Como era protetor dos animais, pastores e caçadores, o termo “fauna” deriva de seu nome latino. Nascido de Penélope (filha do rei Dríope) e de Hermes que a seduziu tomando a forma de um bode, Pã não só acompanhava o séqüito de Dionísio, como adorava correr nu por entre vales e montes, caçando ou acompanhando a dança das Dríades - conjunto de oréades ou ninfas dos bosques e das montanhas - tocando a flauta por ele inventada para conduzir os rebanhos. Por ter nascido de uma mulher com forma humana e um homem com forma de bode, do pai herdou os chifres e os pés de bode e, por sua forma esquisita, ao aparecer repentinamente diante de pessoas, o susto era tal que daí surgiu a expressão de terror “pânico”, usada para designar um medo repentino e violento. E bastante provável que os Sátiros, divindades secundárias que acompanhavam Baco, com formas físicas idênticas às de Pã, tivessem inspirado os Romanos, para seus Sátiros, embora esses tivessem orelhas mais bicudas, pois segundo a mitologia, esses também traziam em mãos um instrumento musical, normalmente uma flauta, ou, em seu lugar, uma taça e um tirso (que em grego vem de Thyrso, nada a ver com o “Big Brother”, mas um pequeno bastão, enfeitado com um ramo de hera ou videira). Segundo a mitologia grega, os Sátiros viviam em bosques, montanhas e também regiões agrestes, representados como homens-bode ou homens-cavalo, dotados de uma longa cauda e com o pênis em permanente ereção, perseguindo as ninfas e as mênades, movidos por seu insaciável desejo sexual. No período clássico, eram intimamente associados ao culto a Dionísio. Na versão mais freqüente, Sileno - filho de Pã, além de pai dos sátiros e educador de Dionísio - era representado como um velho grotesco e sempre bêbado, porém sábio. Com o tempo, o termo sileno passou a designar os sátiros velhos. Personificações da vitalidade animal, os sátiros se distinguiam pela impulsividade, a luxúria e o amor à dança e ao vinho. Tais características determinaram a denominação científica de satiríase para a compulsão sexual masculina. Já entre os Romanos, os Sátiros formavam coros, nas peças hoje conhecidas como dramas satíricos, deles nascendo a chamada sátira, forma de composição poética levada a efeito em festas e banquetes, sob pretexto de oferenda de frutos a Ceres, mas voltada a ridicularizar vícios e defeitos de costumes. Houve sátiras que fizeram tanto sucesso entre Romanos que muitas se imortalizaram através de escritores, como as sátiras de Horácio, de Juvenal e as de Boileau, sendo bastante conhecida a de Petrônio, “Satiricon”, escrita em prosa e verso, lembrada pelo hilariante episódio do banquete de Trimalcião. Apesar das variações, etimologicamente Pã significa vida universal, o todo, e de sua derivação pant(o)-, do grego pantós, genitivo de pâs, pâsa, pân, significando tudo, todos, hoje temos diversas palavras com esse prefixo, como: pantografia, pantogamia, pantologia, Panteão (que, tanto na antiga Grécia como em Roma, eram templos arredondados, dedicados a todos seus deuses), panteísmo, e centenas de outras, com palavras tiradas dos afixos equivalentes, pam-, pan-, panti-pant(o)-, pasi-, tais como: pan-americano, pancontinental, pamplegia, pantiteísmo, pansigrafia, apantóptero, pantera (designa todas espécies desse gênero) panacéia (designa remédio para todos os males), etc.
PS. - Puxa, como é difícil para alguns os sonhados 10 pontos.
Getúlio (Rio, Natal/2006).
2006-12-27 15:59:46
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answer #1
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answered by Origem9Ω 6
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