TIPOS SANGÃÃNEOS
Karl Landsteiner descobriu que há vários tipos de sangue e, portanto, não se podem fazer transfusões de sangue indiscriminadamente entre diferentes pessoas. Landsteiner obteve sangue de um grande número de pessoas e separou as células sanguÃneas do plasma. Fez depois todas as combinações possÃveis entre o plasma e glóbulos vermelhos dos vários sangues. Observou que em alguns casos, depois de misturados, os glóbulos se mantinham em suspensão no plasma em que tinham sido colocados, mas noutros os glóbulos vermelhos agregavam-se em aglutinados enormes que sedimentavam imediatamente no fundo do tubo de ensaio. Com base nestes resultados, foi possÃvel considerar três grupos sanguÃneos que Landsteiner denominou A, B, e O. Mais tarde reconheceu a existência de um quarto grupo, AB. A partir desta descoberta inicial dos grupos sanguÃneos, pelo menos mais nove grupos foram reconhecidos no sangue humano, alguns deles com subdivisões.
A causa da aglutinação observada por Landsteiner é a ocorrência de uma reação antigénio-anticorpo. Assim, os antigénios (ou aglutinogénios ) que caracterizam os grupos sanguÃneos são glicoproteÃnas especÃficas localizadas na membrana plasmática dos glóbulos vermelhos e os anticorpos (ou aglutininas), que reagem especificamente com os aglutinogénios, são y-globulinas e encontram-se dissolvidos no plasma. Na reacção antigénio-anticorpo, a molécula do anticorpo tem dois locais de ligação e pode formar uma ponte entre dois eritrócitos, que por sua vez se ligam a outros eritrócitos, produzindo a aglutinação
Mais tarde, em 1940, Landsteiner e Weiner descobriram a existência de um outro antigénio no sangue humano, o factor Rh, que pode dar reações de incompatibilidade sanguÃnea muito violentas. Na realidade este factor é um conjunto de factores, daà a designação de Sistema Rh, dos quais o mais antigénico é o antigénio D. As pessoas que contêm o factor Rh, designam-se Rh positivas e as que não contêm este factor são Rh negativas.
A “Sociedade Internacional de Transfusão SanguÃnea” (ISBT), instituiu um sistema numérico de nomenclatura para ajudar a regularizar a terminologia dos grupos sangüÃneos. Essa convenção dizia que a cada sistema é dado um número e letra, e cada antÃgeno é numerado seqüencialmente em ordem de descobrimento. Com o designado mais de 20 sistemas de grupos sangüÃneos e 7 grupos de antÃgenos foram definidos. AntÃgenos d alta-frequência ou “públicos” e antÃgenos de baixa-frequência ou “privados” não estão associados aos conhecidos sistemas ou grupos também delineados em números de série.
Alguns sistemas (i.e.H,li,Lewis) limitam naturalmente a ocorrência de anticorpos, mas a maioria dos outros sistemas criam iso-anticorpos, os quais resultam em incompatibilidade de transfusões e de gravidez.
Aglutinógenos muito freqüentes
São eles denominados públicos, porque a maioria dos indivÃduos da espécie humana os apresetam em suas hemáceas.
Aglutinógenos muito raros
São eles denominados privados, por estarem ausentes nas hemáceas da maioria dos indivÃduos de espécie humana.
Pertencem a esta classe os aglutinógenos denominados LEVAY, GRAYDON, JOBINS, BECKER, VEM, Ca, BERRENS, SCOTT, BATTY, ROMUND, Chr, DONNA, STOBO, WEBB, RIDLEY, YAHUDA, Ot, MURREL, PRITCHARD, TRAVERSU, WIEL, WRIGHT, SWANN, LUBA, WETZ, KAMHUBER, MANSFIELD, DIEGO, Bua etc.
Aglutinógenos de freqüência média
Pertencem a esta classe os aglutinógenos do sistema ABO, MN, P , KELL, LUTHERAN, DUFF, KIDD , Rh
SISTEMAS SANGUÃNEOS
Nome convencionado
SÃmbolo de acordo com o ISBT
Numero de acordo como o ISBT
AntÃgenos
ABO
ABO
001
4
MNSs
MNS
002
37
P
P1
003
1
Rh
RH
004
47
Lutheran
LU
005
18
Kell
KEL
006
21
Lewis
LE
007
3
Duffy
FY
008
6
Kidd
JK
009
3
Diego
DI
010
2
Cartwright
YT
011
2
Xg
XG
012
1
Scianna
SC
013
3
Dombrock
DO
014
5
Colton
CO
015
3
Landsteiner-Wiener
LW
016
3
Chido/Rogers
CH/RG
017
9
Hh
H
018
1
Kx
XK
019
1
Gerbich
GE
020
7
Cromer
CROMER
021
10
Knops
KN
022
5
Indian
IN
023
2
Ok
OK
024
--
Raph
RAPH
025
--
JMH
JMH
026
--
GRUPOS SANGUÃNEOS
Nome convencionado
SÃmbolo de acordo com o ISBT
Numero de acordo como o ISBT
Antigenos
Cost
COST
205
2
Li
I
207
2
Er
ER
208
2
P, P1, LKE
GLOBO
209
3
Lewis-like: Le-c , Le-d
--
210
2
Wright
WR
211
2
Alta freqüência ou público
--
700
36
Baixa freqüência ou privado
--
911
11
AS HERANÃAS DOS GRUPOS SANGÃÃNEOS
SISTEMA RH
Um terceiro sistema de grupos sangüÃneos foi descoberto a partir dos experimentos desenvolvidos por Landsteiner e Wiener, em 1940, com sangue de macaco do gênero Rhesus. Esses pesquisadores verificaram que ao se injetar o sangue desse macaco em cobaias, havia produção de anticorpos para combater as hemácias introduzidas. Ao centrifugar o sangue dos cobaias obteve-se o soro que continha anticorpos anti-Rh e que poderia aglutinar as hemácias do macaco Rhesus. As Conclusões daà obtidas levariam a descoberta de um antÃgeno de membrana que foi denominado Rh (Rhesus), que existia nesta espécie e não em outras como as de cobaia e, portanto, estimulavam a produção anticorpos, denominados anti-Rh.
Há neste momento uma inferência evolutiva: se as proteÃnas que existem nas hemácias de vários animais podem se assemelhar isto pode ser um indÃcio de evolução. Na espécie humana, por exemplo, temos vários tipos de sistemas sanguÃneos e que podem ser observados em outras espécies principalmente de macacos superiores.
Analisando o sangue de muitos indivÃduos da espécie humana, Landsteiner verificou que, ao misturar gotas de sangue dos indivÃduos com o soro contendo anti-Rh, cerca de 85% dos indivÃduos apresentavam aglutinação (e pertenciam a raça branca) e 15% não apresentavam. Definiu-se, assim, “o grupo sangüÃneo Rh+”( apresentavam o antÃgeno Rh), e “o grupo Rh-“ ( não apresentavam o antÃgeno Rh).
No plasma não ocorre naturalmente o anticorpo anti-Rh, de modo semelhante ao que acontece no sistema Mn. O anticorpo, no entanto, pode ser formado se uma pessoa do grupo Rh-, recebe sangue de uma pessoa do grupo Rh+. Esse problema nas transfusões de sangue não são tão graves, a não ser que as transfusões ocorram repetidas vezes, como também é o caso do sistema MN.
Os três sistemas de grupos sangüÃneos, ABO, MN e Rh, transmitem-se independentemente.
A determinação genética do sistema Rh é bastante complexa, mas de modo mais simplificado pode-se considerá-la como sendo devida a um par de alelos com relação de dominância completa: o gene D, que determina a produção do fator Rh, dominante sobre o gene d.
GENÃTIPOS
FENÃTIPOS
DD, Dd
dd
Rh+
Rh-
O fator RH está ligado à presença de uma proteÃna especÃfica no sangue. Quem a possui, ou seja, 85% da população Mundial, tem fator positivo ( RH+ ). Os que não tem, tem fator negativo(RH-).
A importância do exame no pré-natal, conhecido como "tipagem sanguÃnea" é para tratar de forma especial os casos com Bebês de RH + (positivo) herdado do pai, em gestação em mães com fator RH - ( negativo ). Portanto, o problema está no fato do sangue materno ao ter contato e não reconhecer a proteÃna do sangue do feto ( RH+ ), reage criando anticorpos para destruÃ-lo. Isto significa um ataque ao sistema imunológico da mãe ao sangue do bebê cujas células vermelhas vão sendo destruÃdas.
Baseado no resultado do exame, há dois caminhos:
1. Se não há anticorpos ao RH+ no sangue da mãe, aplica-se uma dose da vacina anti-D na 28o semana de gestação e outra após o parto (evita a formação natural dos anticorpos).
2. Se já há anticorpos, é fundamental um bom acompanhamento de toda a gestação, monitorando o desenvolvimento fetal. Casos mais graves antecipam o parto ou faz-se necessária uma transfusão de sangue intra-uterina, feita por cateter. Após o nascimento, o bebê passa por fototerapia para eliminar a "bilirrubina" acumulada. Se necessário, recebe transfusão total do sangue.
Riscos:
Doença HemolÃtica do RN, manifestado por anemia profunda que pode ser letal, quadros graves de icterÃcia, paralisia cerebral, lesões auditivas e no sistema nervoso e insuficiência cardÃaca.
O inverso nãe é verdadeiro, ou seja; A mãe com RH+ e o feto com RH- não são conflitantes.
O SISTEMA FISHER
à sabido agora que o sistema Rh é muito complexo, e o conhecimento atual é baseado no sistema Fisher. Existem três genes determinando o antÃgeno Rhesus: C,D e E, encontrados no cromossomo 1. Existem dois alelos possÃveis em cada lócus: c ou C; d ou D e e ou E. Um aplotipo consiste em c/C, d/D, e/E e é herdado de cada um dos pais. O tipo resultante Rhesus de um indivÃduo depende do genótipo herdado. Aos aplotipos são dados um código.
HAPLOTIPO
SISEMA FISHER
CDe
R1
CDE
R2
CDE
Rz
CDe
Ro
Cde
r’
CdE
r”
CdE
Ry
Cde
R
Se um genótipo Rh de um indivÃduo contém pelo menos um dos antÃgenos C, D, E eles são Rhesus positivo. Apenas indivÃduos com o genótipo cde/cde (rr) são Rhesus negativo. Com objetivo a transfusão sanguÃnea, doador possuidor de C ou E, mesmo tipo Rh r’r e r”r são classificados como Rh positivo. Receptores de transfusão sanguÃnea com os tipos Rh r’ e r” devem receber sangue Rh negativo (rr). Isso para prevenir a sensibilização a antÃgenos Rh e subsequente formação de anticorpos Rh. O mais comum anticorpo Rh é anti-D, mas é possÃvel formar anticorpos para c, C, e e E também, e formar combinações de anticorpos. Não existe o anti-d.
O SISTEMA KELL
Nesse sistema existem quatro antÃgenos em dois locus :K(Kell) e k (cellano), e Kpa e Kpb.
O fenótipo Kp (a+) e o fenótipo Kp(a-b-) são ambos raros. O Fenótipo K- k- Kp(a-b-) é associado a doença crônica granulomatus (CGD), um defeito hereditário na capacidade bacteriana de neutrofilia. Anticorpos do sistema Kell são IgG. Nomeado pelo famÃlia dos produtores de anticorpos Mrs Kellacher.
O SISTEMA DUFFY
O sistema Duffy tem também um único locus com dois antÃgenos, Fya e Fyb. O único fenótipo raro é Fy(a-b-), que tem uma grande freqüência em paÃses onde há alta incidência de plasmodium falciparium, malária. Esse fenótipo é responsável por uma queda na imunidade da pessoa em relação à doença porque o parasita da malária requer antÃgenos Duffy para entrar nas hemáceas. Anticorpos Duffy são quase exclusivamentes IgG. Esse sistema é nomeado depois da famÃlia do produtor de anticorpos, Duffy.
O SISTEMA KIDD (Jk)
Outro sistema de locus único, dois grupos de antÃgenos (Jka e Jkb). Existem quatro fenótipos possÃveis: Jk(a-b-); Jk(a+b-); Jk(a-b+); Jk(a+b+). Jk (a-b-) é um fenótipo raro. Anticorpos do antÃgeno Kidd são quase exclusivamente IgG.
Incompatibilidade na transfusão ou na gravidez pode levar a formação de anticorpos para todos esses grupos sanguÃneos, se o receptor/mãe não possui o antÃgeno relevante. à possÃvel detectar todos os anticorpos das hemáceas usando um painel de detecção de anticorpos e outras diferentes técnicas. ( Alguns anticorpos, freqüentemente a classe IgG, reagem melhor em temperatura ambiente ou um pouco mais frio, e alguns a 37graus centÃgrados). Se um anticorpo é detectado em um soro, as hemáceas desse paciente são testadas pela presença de antÃgenos. Técnicas de detecção de antÃgenos também variam com a natureza da interação anticorpo- antÃgeno. A presença de um anticorpo particular exclui o paciente de carregar esse antÃgeno.
ok
2006-12-26 16:33:04
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answer #9
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answered by M.M 7
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