Em 01 de dezembro de 2004, um dos participantes do Fórum de aprendizagem do GEH (Grupos de Estudos Humanus – www.geh.com.br) inseriu, em uma de suas manifestações, um link do sítio “Veritatis Splendor”, no qual constava um texto em que o Pe. Estevão Bettencourt pretende responder o que é Oaska (Chá sagrado bebido nos rituais religiosos da União do Vegetal), baseado em um artigo publicado na Humanus I - Oaska: o misterioso chá da Amazônia. Perguntava esse participante, que já havia bebido o chá, se aquelas afirmações eram do conhecimento dos membros da União do Vegetal.
Li o artigo do padre e, indignada com tão labiríntica e peripatética interpretação, própria para confundir os incautos, manifestei minha opinião no Fórum do GEH e também naquele sítio em que, desde o ano de 2001, veicula a aludida matéria.
Nesse ínterim, perguntei ao Mestre o porquê de, até aquele dia, a União do Vegetal não haver se manifestado com relação ao referido texto apesar de já ter conhecimento do mesmo, uma vez que mesmo já havia sido publicado há mais de três anos. Ele me respondeu que, na época em que tomou conhecimento do texto, considerou-o tão primário que logo percebeu tratar-se de um leigo, não dando importância ao assunto. Cumpre esclarecer que um homem com a responsabilidade de Mestre Geral Representante da União do Vegetal tem uma infinidade de coisas importantes para fazer.
Porém, relendo posteriormente esse mesmo texto do Pe. Bettencourt sobre a União do Vegetal e a Oaska, na condição de discípula, cada vez mais indignada, senti que minha manifestação anterior não havia sido suficiente para cobrir tudo o que ele havia falado de forma totalmente leviana e irresponsável, e pedi autorização ao Mestre para manifestar-me novamente sobre o assunto, em ambos os sítios mencionados. E assim o fiz.
Posteriormente, diante da importância do tema em questão, pedi também autorização à União do Vegetal para que essa resposta dada ao padre fosse publicada na revista Humanus e fui atendida. Quero, pois, deixar registrado meu agradecimento ao Mestre por mais essa oportunidade, sobretudo porque o chá Oaska já foi alvo de muitos julgamentos equivocados tanto por parte da imprensa como pelos que leram as falsas afirmações e não tinham como conhecer a verdade.
Portanto, reproduzo a seguir o texto publicado naquela época, o qual foi redigido com base no discernimento e na convicção adquirida dos ensinamentos que venho diariamente recebendo do Mestre, além de todos os apertos e maravilhas que venho sentindo na burracheira (efeito do chá Oaska e que significa Força Estranha).
Primeiramente, irei iniciar esse extenso mas necessário esclarecimento sobre o chá Oaska que é bebido em rituais sagrados da União do Vegetal com o um diálogo entre São Tomás de Aquino e dois jovens monges:
“Numa ocasião, estava São Tomás pensativo em sua cela monástica, quando dois jovens monges resolveram brincar com ele. Começaram, então, a dizer em voz alta:“Um boi voando! Veja só que coisa estranha, irmão Tomás, um boi voando!”. São Tomás rapidamente correu para olhar pela janela, dizendo: “Onde? Onde? Não estou vendo!” Os jovens passaram a rir muito, dizendo: “Mas, irmão Tomás, como o senhor pôde acreditar num boi voador”?. São Tomás respondeu: “Pensei que fosse mais fácil um boi voar do que dois monges mentirem!” E saiu, rindo da situação, para vexame dos jovens”.
Já está provado que a um boi é impossível voar. Mas a um monge mentir...
1) Pe. Estevão Bettencourt inicia seu texto assim: Oaska: Que é?
Veja-se o que Pe. Bettencourt pretende: nada mais nada menos do que responder o que é uma coisa que ele não conhece! Ele nunca bebeu o chá Oaska a fim de poder verdadeiramente transmitir algum esclarecimento sobre o assunto a seus leitores.
2) E ele então se propõe a fazer uma síntese sobre o chá:
“Em síntese: A Ordem Religiosa ‘União do Vegetal’ ministra um chá preparado a partir de plantas da Amazônia, que, segundo dizem, permite conhecer o sentido da existência, recordar vidas pregressas e construir um futuro melhor. Tal corrente fala da Divindade como se fosse uma Força Superior; julga, porém, que ela está dentro do homem; professa a reencarnação sem propor claramente o termo final das sucessivas encarnações. Parece ter em mira principalmente proporcionar aos seus adeptos mais próspera desinvoltura do seu comportamento neste mundo. Pratica solenes rituais, que muito concorrem para o sugestionamento dos "místicos", provavelmente movidos por alucinôgenos.”
Examinemos por partes essa sua primeira afirmação:
“A Ordem Religiosa ‘União do Vegetal’ ministra um chá preparado a partir de plantas da Amazônia, que, segundo dizem, permite conhecer o sentido da existência, recordar vidas pregressas e construir um futuro melhor.”
A União do Vegetal tem o poder de não só permitir ao homem conhecer o sentido da existência, recordar vidas passadas e construir um futuro melhor, mas também, conforme está escrito no artigo Oaska: o misterioso chá da Amazônia (alvo da crítica de Bettencourt mas não mencionado por ele), “tem o poder de fazer superar as divergências e as rotulações religiosas; livrar os homens do falso e do ilusório”.
Além disso, também está escrito no artigo que esse chá misterioso tem o poder de “fazer os que o bebem enxergarem seus erros, suas fraquezas, manhas e maldades”. Confere às pessoas “a capacidade de enxergar a si mesmas espiritualmente como se estivessem se olhando num espelho, e traz à tona a força das verdades espirituais de forma tão contundente que só alguns conseguem suportá-la, mesmo porque não são todos que procuram a verdade.
A Oaska tem o poder de desmontar o castelo da ilusão e apresentar a cada um, com nitidez incontestável, o espetáculo do seu desequilíbrio; torna evidentes e nítidos os verdadeiros valores humanos proporcionando uma conduta reta e equilibrada, e conseqüentemente a integração familiar e social; cobra de todos que a bebem atenção redobrada em sua vida, apontando os deveres de filho, irmão, cônjuge, pai, profissional e membro social”.
Também está escrito: “Através da burracheira (efeito do chá no espírito humano) as imperfeições do ser humano são enxergadas com os olhos do espírito, e nessa dimensão o homem descobre uma lucidez até então desconhecida, a espiritual, e que é a única capaz de fazê-lo compreender que tudo que é horrível no mundo tem por causa o horrível que cada um tem dentro de si; exige rigorosamente uma nova conduta a partir dessa revisão de antigos valores e dessa nova concepção de vida que se apresenta a cada um através de uma educação e vigilância aos pensamentos, palavras e atitudes.”
E ainda, que “a Oaska tem a propriedade de fazer o poder de Deus se manifestar no espírito humano através da intermediação do Mestre entre o plano espiritual e o plano físico.”
Peço perdão por ter me alongado nesse ponto, mas é que o Pe. Bettencourt omitiu tantas coisas importantes e esclarecedoras para os buscadores da verdadeira espiritualidade que eu me vi no dever de fazer o que ele não fez. E posso dizer, por experiência própria, dado que bebo o chá há dez anos, que tudo que foi citado é a mais pura verdade, e que é possível sentir tudo o que está aqui declarado e ainda bem mais.
Tal corrente fala da Divindade como se fosse uma Força Superior; julga, porém, que ela está dentro do homem;
Em primeiro lugar, a União do Vegetal não é uma corrente, mesmo porque ela liberta os homens das correntes de todas as espécies.
Em segundo, cabe aqui uma ressalva sobre o uso do termo divindade. Quando se afirma, no artigo sobre a Oaska, que o chá é “considerado o Grande Avatar pela sua poderosa capacidade de despertar a divindade no homem(...)” não consta a palavra divindade com letra maiúscula representando Deus não porque consideremos que Ele não seja a Divindade (mesmo porque Ele é a própria Divindade), mas sim porque estamos nos referindo à natureza divina que todo ser humano, filho de Deus, traz em sua essência, ou seja, em seu interior.
E em terceiro, se para o Pe. Bettencourt Deus não é a Divina Força Superior que rege todo o Universo, então, francamente...
professa a reencarnação sem propor claramente o termo final das sucessivas encarnações.
A União do Vegetal não discorre sobre o termo final das sucessivas encarnações porque seu trabalho constitui justamente em proporcionar ao homem viver de forma mais verdadeira, responsável e elevada a sua encarnação presente. Ou isso não ficou claro nos itens acima citados da referida matéria sobre o chá Oaska? Agora, já que ele tem tanta curiosidade em saber o termo final das sucessivas encarnações, sugiro a ele perguntar isso ao Mestre porque eu, uma simples discípula lutando para me enfrentar espiritualmente, não estou pré-ocupada com isso. Tenho tanto que aprender...
Parece ter em mira principalmente proporcionar aos seus adeptos mais próspera desinvoltura (Sic!) do seu comportamento neste mundo.
Meu Deus do céu! Depois de ler 13 páginas de pura transparência com relação aos amplos e sérios objetivos da União do Vegetal na Terra no artigo da revista Humanus, este senhor sintetiza os objetivos da Ordem afirmando que a mesma “tem em mira proporcionar aos seus adeptos mais próspera desinvoltura do seu comportamento neste mundo.” É possível?
Não encontrei, mesmo tendo me esforçado para isso, o termo desinvoltura no artigo da revista Humanus. Bom, na verdade eu jamais o encontraria, pois, o termo correto é desenvoltura, cujo significado etimológico e pejorativo é: “desembaraçado, expedito, inquieto, travesso, turbulento, libertino, impudico, desonesto”! (OBS: esse é o significado do adjetivo desenvolto, e o desenvoltura teria que ser desembaraço, expedição, inquietação, travessura, turbulência, libertinagem, impudência, desonestidade)
Para não repetir os objetivos da União do Vegetal já descritos no começo desse texto, irei transcrever o Artigo 1º da Constituição Orgânica desse Centro Espiritual: “O Centro Espiritual Beneficente União do Vegetal Luz Paz e Amor tem por objetivo livrar a humanidade da ilusão, ensinando o homem a se conduzir sobre a Terra.”
Pratica solenes rituais, que muito concorrem para o sugestionamento dos "místicos", provavelmente movidos por alucinôgenos.
É verdade! São realizados rituais solenes e, além disso, sagrados e misteriosos. Uma beleza... Mas estes não concorrem para o sugestionamento de nada, posto que a forma de atuação do chá em cada um é experiência viva, ardente, pungente, contundente, não havendo possibilidade de insinuações ou sugestionamentos. Experimente a sutil insinuação de um balde de água fria na cabeça! Ou, melhor ainda, venha experimentar as supostas insinuações e sugestões de uma boa peia. Sabe o que é isso, Pe. Bettencourt? Claro que não! Peias são momentos bastante difíceis da burracheira nos quais são revelados ao iniciante os efeitos nocivos de seus atos ignorantes, manhosos, vis, baixos. Não, não se assuste que isso não é uma exclusividade de alguns. Todos os membros da União do Vegetal passam por diversas peias a fim de reconhecerem seus erros e as conseqüências de seus atos equivocados para nunca mais repeti-los, para poderem assim, experienciar o êxtase de se sentir limpo e cumpridor de seus deveres de criatura perante o Criador. E todo ser humano vive levando peia da vida, só que de forma cega, sem entender porquê.
Para finalizar essa infeliz “síntese” de Pe. Bettencourt, tenho a dizer que, pelo visto, ele não deve saber o que é místico e nós não somos movidos por alucinôgenos. Na verdade tal coisa não existe na língua portuguesa. Mas muitas pessoas desinformadas e que também nunca beberam a Oaska costumavam afirmar que o chá é um alucinógeno. Entretanto, tenho a convicção plena de que ele é um iluminógeno.
Encerrando a síntese, continua o autor da crítica sua pretensa “explicação” sobre o que é Oaska:
“Mais precisamente: o consumo da Oaska leva o indivíduo, antes do mais, a reconhecer o seu passado, que geralmente contém falhas - o que suscita dor amarga, pois cada qual tende a encobrir suas faltas e julgar-se melhor do que é. Ao diagnóstico, porém, segue-se a comunicação de força e coragem para que a pessoa realize em si as mudanças necessárias. ‘Trata-se de um serviço completo, só restando à pessoa fazer jus a clareza recebida, cumprindo em seu cotidiano o que deve cumprir e deixando de fazer aquilo que não deve’ (artigo citado, p. 91). As experiências íntimas resultantes da ‘sagrada’ bebida são chamadas ‘burracheiras’.”
A União do Vegetal nunca afirmou que o passado dos homens geralmente contém falhas. Afirma claramente que TODOS os seres humanos, sem exceção, carregam uma dívida espiritual devido às suas violações às Leis Divinas, consciente ou inconscientemente. E eu nunca ouvi falar, em nenhuma doutrina religiosa do mundo, que existissem seres humanos perfeitos aqui na Terra! Pelo que eu aprendo na União do Vegetal, Deus é perfeito, mas a humanidade está em estágio ainda bastante embrionário na escada da evolução. O restante do trecho acima é pura verdade, menos as aspas da palavra Sagrada.
3) E lá vai ele:
Santo Daime?
“A quanto parece, a sociedade dita ‘União do Vegetal’ é paralela, se não idêntica, à que bebe o chá amazônico chamado ‘Santo Daime’. Na verdade, Santo Daime é uma bebida preparada mediante o cozimento de dois vegetais da floresta amazônica: o cipó jagube (banisteriopsis caapi) e a folha Chacrona (psychotria viridis). Pode ser designada por ayahuasca ou, abreviadamente, oaska. Tal bebida é utilizada por grupos indígenas do continente americano desde a época pré-colombiana em ritos mágico-religiosos, a fim de proporcionar intuições, alívio físico e psíquico, curas, etc. No século XX habitantes negros e brancos do Brasil descobriram tal bebida e seus efeitos poderosos, e constituiram em torno dela uma corrente religiosa eclética.”
É pena que Pe. Bettencourt, além de não ter bebido o chá cuja existência ele pretende explicar, também tenha se restringido a uma única matéria sobre a União do Vegetal, não lendo as demais obras sobre o assunto, publicadas pela Sama Multimídia. Se ele tivesse lido o livro que eu mesma tive a honra de redigir, uma vez que o seu conteúdo é a palavra do Mestre, Mistérios e Encantos da Oaska: Daniele Rodrigues entrevista o Mestre da União do Vegetal, teria encontrado a resposta do Mestre que cultiva, prepara e distribui o chá Oaska há trinta anos nesse corpo. Com a palavra, o Mestre:
“O único ponto de semelhança entre Centro Espiritual Beneficente União do Vegetal e outros grupos é em relação às duas plantas que compõem o chá, que são as mesmas. No mais, só existem diferenças, uma vez que o grau do Vegetal está relacionado com o grau e a autoridade de quem o prepara. (...) Não me responsabilizo por chá de Mariri e Chacrona preparado e distribuído de forma clandestina, sem a minha autorização. Considero tal atitude como sacrílega, irregular e espúria. (...) Conheço pessoas que depois de 21 anos bebendo chá de Mariri e Chacrona sem orientação, ficaram piores do que eram. (...) Na hora das provas, quando têm que colocar em prática aquilo que pregam, aquilo que acham que já aprenderam, elas simplesmente não conseguem. Portanto, uma das mais marcantes diferenças entre a UDV e outros grupos é a presença do Mestre, que é quem conhece a história da UDV desde os seus primórdios. E essa é uma questão que não pode ser entendida pela lógica, mesmo porque a Oaska é puro mistério”... Mestre Joaquim José de Andrade Neto.
4) E continua o Pe. Bettencourt a sua “interpretação”:
A União do Vegetal, que bebe a Oaska, serve-se também da folha Chacrona e de um cipó da Amazônia, pretendendo ligar-se à Grande Luz do Tibé ou da mística oriental.
Ai, ai... O sr. Estevão, além de não ter bebido o chá e de ter se baseado em apenas uma matéria sobre a Oaska, ainda não leu a mesma com atenção! O que está sendo relatado no artigo-fonte é que justamente existem pessoas se deslocando para o Tibete, para a Índia, em busca da experiência com o sagrado, enquanto esta se encontra precisamente no Brasil! E sem pretensão alguma de ligar-se à Grande Luz do Tibé! Agora, explicar para o referido padre a origem da doutrina da União do Vegetal seria demais para sua memória. Além disso, que história é essa de “mística oriental”? Mística é um estado de espírito, não tem localização geográfica.
Parece menos associada a concepções e nomes do Cristianismo do que o Santo Daime.
Caro Pe. Estevão, aproveitando essa época tão sugestiva à reflexão, à paz, ao amor, ou seja, as vésperas da Páscoa, o senhor bem que poderia pedir autorização ao Mestre para beber o Vegetal nessa data, quando é realizada uma maravilhosa Sessão de Festa, a fim de poder sentir a inefável, encantadora, surpreendente e arrebatadora presença do Divino Mestre da União do Vegetal, o Meigo Jesus.
É mais sóbria do que este (Daime) em suas expressões e cerimônias rituais.
Repetindo: NÃO HÁ TERMOS DE COMPARAÇÃO.
5) E lá vai Pe. Bettencourt:
Quem é Deus?
A mensagem da Oaska fala de Deus, mas em sentido confuso. Ora é tido como Força Superior (neutra, impessoal) ora como Criador (conceito que se distingue do de criatura), ora como algo que emerge de dentro do homem e do qual o homem toma consciência mediante a burracheira.
Ora, como pode a verdade ser confusa? Confusos são os conceitos e os pré-conceitos do Padre Estevão Bettencourt! Se, conforme eu já disse, Deus não é para ele a Força Superior, é lamentável. E Deus é a Força Superior pelo fato de todas as outras forças Lhe serem inferiores. E quem disse que a Força Superior é neutra? Onde já se viu amor, amizade, sinceridade, perdão, respeito, coragem, retidão, sabedoria, correção, serem neutros, indiferentes, imparciais??? E de onde provêm todos esses atributos? Da força inferior ou da Força Superior? E que Ser Superior seria capaz de criar tais virtudes senão o próprio Criador que é Deus?
E Deus está dentro do homem, a criatura, porque o homem é um microcosmo do Universo. Nunca ouviu o senhor falar em imagem e semelhança de Deus? Mas Ele está na pedra também! Na água, no fogo, no ar, na terra. Então, ao que parece, Pe. Bettencourt está falando que Deus não é Onipresente, pois está achando “confuso” o fato de Ele estar dentro e fora do homem.
Sinceramente, esse caso do Padre Estevão é algo a ser examinado pela Igreja, dado que a compromete seriamente, pois receber as credenciais para ser um “representante de Deus” e achar confuso o fato do Criador ser Onipresente é bem grave!
E encerrando esse tópico, é sim possível sentir a presença de Deus e tomar consciência de Sua existência de forma irrefutável dentro da burracheira.
6) E veja o Pe. Bettencourt novamente se desviando para atalhos temerários:
Muito estranha é a afirmação de Mestre Joaquim José de Andrade Neto: "O Tempo é o corpo de Deus; a água, sua saliva; e o espaço, sua sombra". Estes dizeres são explicitados no corpo do artigo em pauta do seguinte modo:
"Na verdade, essa força poderosa (o tempo) que impulsiona todo o Universo à contínua e perpétua transformação é o corpo de Deus, por onde todos os seres da criação têm que passar. Nesse sentido, tudo está dentro do tempo, sendo impossível estar fora do seu círculo. É trajeto obrigatório de todas as coisas criadas neste mundo, que têm que percorrê-lo para dar continuidade ao seu processo evolutivo.Portanto a idéia de que o tempo passa é ilusória. Nós é que passamos por ele, circulando e evoluindo dentro de seu imenso percurso, até o dia em que nos purificarmos; nesse ponto estaremos unidos à Sua essência e seremos UM" (p. 103).
Este final lembra o nirvana da mística oriental, em que não haverá mais nem eu nem tu nem ele, mas tudo voltará à sua unidade original.
De fato a afirmação do Mestre é estranha. Para quem não sabe, nós da União do Vegetal utilizamos o termo estranho para designar algo misterioso, fora do comum, novo, singular. Uma vez perguntaram ao Mestre o que o homem está fazendo aqui nesse mundo. Ele respondeu: “Evoluindo”. Se os homens estão encarnados para poder evoluir, estão destinados a se limpar, se conhecer, reconhecer seus erros e não repeti-los, e essa caminhada de purificação só pode levar a Deus! Ou não? Ou sim? E Deus é a origem de tudo. Ou não? Ou sim? Então, essa história de nem eu nem tu nem ele, eu não entendi muito bem, mesmo porque o Mestre com certeza está unido à essência de Deus e é UM com Ele e nem por isso ele não é ele e eu não sou eu, sua discípula. Deu pra entender? Mas que a humanidade está, cada um no grau espiritual em que se encontra, caminhando para a sua unidade original com Deus, disso não resta dúvida.
Tem-se assim o panteísmo. Donde se vê que a doutrina da Oaska é inconsistente ou falha do ponto de vista lógico, visto que pretende combinar entre si conceitos que se excluem mutuamente, como monoteísmo (Criador) e panteísmo (centelha de Deus imersa na matéria).
Apesar dessa intervenção de D. Bettencourt não ter nada a ver com que o Mestre está falando, eu procurei no dicionário o significado de panteísmo (uma vez que eu não sou teóloga nem vivo a espiritualidade de maneira teórica, mas sim prática, pois, graças a Deus, bebo a Oaska) e encontrei: 1. Doutrina segundo a qual só Deus é real e o mundo é um conjunto de manifestações e emanações. 2. Doutrina segundo a qual só o mundo é real, sendo Deus a soma de tudo quanto existe.
Aí verifiquei no mesmo dicionário o que é a definição de monoteísmo: 1. Crença em um só Deus. 2. Sistema ou doutrina daqueles que admitem a existência de um único Deus.
Com toda franqueza, eu, como leiga que sou no assunto, não entendi porque esses conceitos “se excluem mutuamente”, conforme afirma o padre. De fato só existe um único Deus; de fato Ele é real; de fato Ele é a soma de tudo quanto existe de real, porque o diabo é uma ilusão. Sendo assim o Criador é Um só. E é onipotente, e por isso mesmo está também imerso na Sua Criação, ou seja, na natureza. E se não fosse essa centelha de Deus imersa na natureza, nos homens principalmente, o que seria de nós??? E eu não sabia que a Igreja Católica não reconhece isso. E eu quero saber se essa posição do senhor, Pe. Bettencourt, é doutrina da igreja católica ou é coisa da sua cabeça?
E de fato Pe. Bettencourt, a Oaska NUNCA será compreendida pela LÓGICA, porque ela é totalmente anti-lógica, ela existe para ser SENTIDA. Por isso é que consta uma matéria na Humanus III denominada União do Vegetal: a religião do sentir. E, quanto à lógica, recomendo ao senhor ler o artigo publicado na Humanus II intitulado Aristóteles: o filósofo esqueleto. E não posso deixar de transcrever aqui um pequeno trecho do mesmo, uma vez que a União do Vegetal é o oposto daquele tipo de pensamento e é através dela que o ser humano tem a oportunidade única de deixar de ser lógico. Meu objetivo é que as pessoas possam entender melhor do que é capaz o chá Oaska:
“Qualquer ponto de vista pode ser sustentado por meio de uma argumentação lógica. (...) Através da lógica, filósofos construíram labirintos e castelos suntuosos, nos quais milhões de pessoas se aprisionam voluntariamente supondo estarem ali melhor do que ao ar livre. Em conluio com eles, políticos criaram logicamente ideologias que dividiram os homens em povos e exércitos inimigos. Com argumentos lógicos, o agiota convence seus devedores a pagar dez vezes mais do que receberam. Com a lógica, um sagaz advogado prova a inocência de um criminoso, da mesma forma como provaria o contrário se do outro lado estivesse.”
E, completando, pela lógica, o Pe. Bettencourt tentou explicar o puro Mistério, a Magia Divina, o sétimo segredo da Natureza, A Realeza Divina, a mais alta expressão da Verdade, a Oaska! Coitado...
7) E como se tudo o que foi exposto não bastasse, Pe. Estevão ainda insiste em tentar confundir as pessoas:
“A União do Vegetal professa explicitamente a reencarnação, que nas crenças orientais está associada ao panteísmo: o homem seria uma centelha da Divindade, apoucada pela matéria, da qual se deve libertar. - A doutrina da reencarnação é um postulado gratuito, pois carece de provas; ninguém, em condições normais, pode dizer quem terá sido (rei, rainha, bailarina, artista...) em encarnação pregressa. A respeito ver PR 360/1992, pp. 215-217.”
Pe. Bettencourt, estou exausta de ficar aqui cobrindo essa verborragia totalmente mental e NADA ESPIRITUAL do senhor. Mas sinto-me no dever de fazer isso em nome de pessoas que poderiam ficar bastante confusas após ler essa sua “análise”. Porque no seu caso tenho a impressão de que o senhor não alcançará o espírito desse esclarecimento, a não ser que tenha a coragem de, conforme eu já disse, beber um bom copo de Vegetal. Mas irei me esforçar ao máximo para terminar de cobrir todos os pontos equivocados e mentirosos que o senhor falou. E só mesmo o exemplo do Divino Mestre para dar ânimo: “Senhor, perdoai-os, porque eles não sabem o que fazem.” E nem o que dizem...
A União do Vegetal não professa nada de uma ou outra seita, doutrina ou religião. Isso porque a União do Vegetal é a Ordem religiosa mais antiga do mundo e justamente vem sendo a fonte inspiradora de inúmeras religiões do planeta, as quais adotam em suas doutrinas, ainda que de forma teórica, parte dos ensinamentos que têm sido revelados ao espírito humano ao longo dos séculos por esse misterioso líquido, o Vegetal. A Oaska se apresenta como o instrumento redentor por excelência dos sectarismos religiosos, pois, ao atingir o âmago da essência humana, que é divina e comum a todos os homens, ela atinge igualmente, de forma direta, nítida e intensa, o objetivo máximo e fundamental de todas as religiões, que é o de proporcionar o encontro com Deus. E Deus não é panteísta, monoteísta, politeísta... Tudo que é puro e legítimo de Deus é Deus. E a União do Vegetal, através do chá que é preparado pelo Mestre, tem o poder de justamente revelar e trazer à tona esses ensinamentos de forma concentrada e orientada. Tudo que é verdadeiro, seja pregado e professado por qualquer doutrina, é reconhecido na União do Vegetal. Por isso é que ela é universal. Já beberam o chá pessoas de muitas religiões, e burracheira é burracheira para qualquer ser humano, mesmo porque um homem não é católico, muçulmano, judeu, espírita, budista...Um homem é um homem. E quando ele bebe o Vegetal se dá conta da responsabilidade desta sua condição única e torna-se cada vez mais cuidadoso e atento com relação a tudo o que pensa, fala e faz.
E sobre reencarnação, aconselho a D. Bettencourt ler o artigo Cristianismo e Reencarnação da Humanus II, o qual é bastante esclarecedor no sentido de refrescar a memória dos membros da igreja católica com relação a esse assunto, do qual transcrevo um trecho:
(...) Iniciada a era cristã, o tema da reencarnação permanece em pauta. O próprio cristianismo a adotou durante seis séculos, tendo recebido, em suas origens, influência direta do Egito, uma vez que Jesus passou sua infância nesse país e nele foi iniciado (...). Os Evangelhos afirmam sem rodeios que João Batista é Elias reencarnado. Jesus, falando sobre ele no trecho do Evangelho de Mateus denominado Jesus dá testemunho de João, afirma: “Todos os profetas e a lei profetizam (fatos) até a vinda de João. E se quereis reconhecer, ele é mesmo Elias, que estava para vir.” (In: Mateus, Cap. XI, 14). E as Escrituras ainda registram outras alusões de Jesus ao tema da reencarnação, como, por exemplo, o episódio da cura do cego de nascença, em que os discípulos perguntam a Ele se a causa de sua cegueira eram os pecados que ele cometera antes de nascer ou os de seus pais, indagação essa que revela que a idéia da reencarnação era admitida por eles. (...) Também o episódio de Nicodemos é significativo a esse respeito, uma vez que Jesus lhe diz que “Ninguém verá o reino de Deus sem nascer de novo”.(...) Porém, a partir do primeiro Concílio, que teve lugar no século IV, a doutrina da reencarnação começou a ser colocada em xeque por alguns membros da Igreja, e acabou por ser condenada pelo Papa Vigilo no ano de 553 no Concílio de Constantinopla. No documento lê-se: “Se alguém crer na fabulosa preexistência das almas e na repudiável reabilitação das mesmas, a qual é geralmente associada àquela, seja isso um anátema (reprovação contundente com efeito de excomunhão)”.
Mas, independentemente de existirem passagens cristãs que reconhecem a reencarnação, a necessidade do padre em relação à comprovação desse fenômeno é tão absurda que seria o mesmo que exigir provas em relação à existência dos anjos. Ele tem essas provas?
8) O “crítico” ainda tem o atrevimento de dizer:
“É certo que determinadas plantas produzem efeitos alucinógenos, que fazem ver ou ouvir aquilo que a própria pessoa projeta.”
Conforme já foi dito, a Oaska é um chá sagrado e por isso mesmo um iluminógeno. E fique o sr. Bettencourt sabendo que o que faz ver ou ouvir o que a própria pessoa projeta é a MENTE dela. É bom o sr. saber que a mente, conforme o próprio nome, MENTE, ou seja, ela é mentirosa, e é por causa dela que o senhor está recebendo esse extenso corretivo. Mas o espírito é superior à mente e é por isso que existe a Oaska: para permitir aos corajosos ultrapassar a mente, que é esquizofrênica e limitada e, assim, ter acesso ao seu próprio espírito, à sua consciência, onde estão gravados os ensinamentos de Deus. Se ao beber o chá as pessoas vissem e ouvissem o que elas quisessem, ou o que elas “projetassem”, não seria tão escasso o número de discípulos dispostos a se enfrentar. No entanto, o Mestre e a burracheira mostram às pessoas justamente o que elas não querem ouvir e nem enxergar, que são seus erros, seus desvios, suas manhas, seus vícios. E, além disso, COBRA de cada um TRANSFORMAÇÕES. E caso estas não ocorram, a pessoa não consegue seguir no Caminho da Espiritualidade. Por isso que Jesus disse: “Entrai pela porta estreita...”
Então, o sr. está completamente equivocado! E mais uma vez, a única solução para o seu caso é BEBER O CHÁ. Se o Mestre autorizar, é claro.
9) Vejam o que ele está a dizer aqui:
“A rede de drogas, tão em voga na atualidade, se fundamenta em vegetais. Portanto não é de estranhar que duas plantas da Amazônia produzam efeitos ‘maravilhosos’ de clarividência e boas disposições para enfrentar os problemas do momento e os desafios do futuro.”
Uma DROGA que proporciona clarividência e disposição para enfrentar os problemas do momento e os desafios do futuro!? Alguém já ouviu falar nela? Até hoje só se ouviu falar sobre o extremo oposto disso em relação a elas, ou seja, efeitos que provocam, entre outras coisas, embotamento do discernimento, apatia em relação ao mundo e depressão. Em nenhum estudo do mundo verificaram-se os atributos atribuídos por D. Bettencourt às drogas! É muuuuuuuuuuuuito esquisita essa conversa desse padre! E tem mais: a Oaska além de, comprovadamente, já ter livrado inúmeras pessoas da dependência química e de todos os outros vícios, não é considerada droga pelo Conselho Federal de Entorpecentes, e seu uso é autorizado exclusivamente para rituais sagrados. (CONFEN).
10) É impressionante, mas ele ainda insiste:
“O poder alucinógeno de tais plantas associado ao da sugestão explica os efeitos atribuidos à Oaska; não dependem do Além nem de uma intervenção da Divindade.”
Essa salada confundidora, expressa em tão poucas letras irresponsáveis, já recebeu a devida correção no corpo desse texto e, portanto, dispensa comentários.
11) Ousa ainda dizer Pe. Estevão:
“Observa-se, aliás, que a mensagem da União do Vegetal se limita a tentar facilitar o curso de vida dos seus adeptos neste mundo; não chega a tocar nas questões básicas de todo ser humano: quem sou eu? Donde venho? Para onde vou? Qual o sentido da vida? - Sem resposta para tais perguntas, o ser humano não se pode dar por satisfeito e tranqüilo.”
A tantos absurdos alistados soma-se mais um, e esse é revelador de uma inaptidão para a leitura por parte do padre, pois na própria chamada do artigo-fonte está expresso o poder da Oaska de trazer à tona as questões existenciais e o sentido da vida, assunto esse que é retomado posteriormente no decorrer da reportagem com depoimentos e esclarecimentos. Mas já que ele não prestou atenção darei mais uma chance a ele. No livro, Oaska: O Evangelho da Rosa de Wânia Milanez, no Capítulo I – A Missão da União do Vegetal, encontramos o seguinte texto:
“Se perguntássemos a um homem que viajasse num trem: ‘Para onde vais?’, e a isso ele respondesse: ‘Não sei.”; se lhe perguntássemos então: ‘De onde vens?’, e a essa indagação ele também respondesse: ‘Não sei.; se insistíssemos ainda, cada vez mais surpresos: ‘Que fazes então neste trem?’, ou ainda ‘Quem és?’, e para todas essas interrogações obtivéssemos a mesma resposta anterior, certamente o consideraríamos um insano e, sobretudo, um infeliz. No entanto, por incrível e estarrecedor que pareça, essa é a triste situação em que se encontra espiritualmente a maior parte da humanidade. Cegos, desconhecendo seu destino, sua origem, sua missão e o porquê da própria existência, perambulam os homens sobre a Terra, impotentes contra o mal e o sofrimento que os assola, numa viagem que lhes parece vazia e sem sentido. Ignorando as Leis da Natureza, que são as Leis do Criador, acabam por violar e destruir a si mesmos e a seus semelhantes. (...) Mostrar ao homem que seu único inimigo é ele mesmo, e que na omissão de lutar contra suas tendências inferiores é que reside a causa de todo seu sofrimento; descobrir-lhe seu universo espiritual, infinito e eterno; recordar-lhes as existências passadas, descortinando-lhe o conhecimento de si próprio e de seu objetivo neste mundo; reconduzi-lo ao caminho da evolução do espírito, da retidão e da perfeição: eis a missão da União do Vegetal.”
E eu aproveito a oportunidade para perguntar a Pe. Bettencourt se ele já encontrou essas respostas. Sabes quem és? Para onde vais? De onde vens? Sabes o que fazes neste mundo?
12) Mais uma vez a voz de Bettencourt:
“Na verdade, a Mística não pode prescindir da luz que o bom senso e o raciocínio lhe oferecem; caso esta falte, pode haver desatinos, como já tem acontecido não raramente no decorrer dos séculos. Assim estruturada, a mensagem da Oaska pode tornar-se um modismo para esta ou aquela pessoa angustiada; atrai por causa do pitoresco que a caracteriza e por causa da euforia que a bebida pode propiciar. Na verdade, trata-se de uma ‘terapia religiosa’ e não de uma religião (com seu corpo doutrinário, seu culto a Deus, sua Ética própria).”
Realmente está comprovado que D. Estevão não acredita na lei de causa e efeito, caso contrário não estaria fazendo essas ofensivas, caluniosas e mentirosas afirmações e cometendo tão temerário desatino, que é falar sobre o que não conhece. E tenho a dizer em primeiro lugar que o senhor não entende nada de Mística. O exemplo maior da Mística está na entrega e aceitação de Jesus nos momentos que antecederam e o próprio ato da Sua crucificação. Se Ele fosse lógico como o senhor, Ele teria ficado revoltado por estar sendo condenado, flagelado, maltratado, judiado, incompreendido, crucificado! Como seria possível isso justamente para Ele, que só deu amor, só falou por amor, só veio à Terra por amor, o Divino Amor!... Pela lógica teria Ele todo direito de se revoltar contra Seu Pai que estava “obrigando- O” a passar por tamanha injustiça! No entanto, o estado místico em que Ele se encontra não permite que tal inconformação e revolta se manifestem. Não, Ele não teve ódio, nem revolta, nem um julgamento sequer. Quando estava no olival chamado Getsêmani e começou a rezar, Ele sabia perfeitamente o que O esperava dali a poucas horas, mas não foi certamente por isso que chorou, tremeu e suou sangue. Não por medo da dor física. Ele sofreu, no profundo do espírito, pela indiferença dos homens de todos os séculos vindouros, pela incompreensão da imensidade de Sua Mensagem, pela malvadeza, pelo egoísmo, pela hipocrisia, pela crueldade, pela frieza, pela ignorância, pela injustiça que o homem do futuro teria professado, tal e qual o homem do passado. Para muitos, Seus ensinamentos teriam sido vãos. E não haviam adormecido, naquela mesma noite, por umas três vezes, seus próprios discípulos aos quais havia insistentemente pedido vigilância? Haviam-no ouvido falar de amor e de sacrifício durante a ceia, e não haviam entendido nada, eles, os melhores! Por isso, também, chorou, por isso disse ao Pai: “Se é possível, afasta de mim este cálice. Porém, seja feita não a minha, mas a Tua vontade”.
Em segundo lugar, realmente a União do Vegetal não é uma das “religiões” que existem por aí. A União do Vegetal é uma escola de educação física, mental e espiritual na qual é possível se religar com Deus. E por isso mesmo é A RELIGIÃO. E é pena que D. Bettencourt seja tão court.
Com relação a terapias, na mesma revista em que ele leu o artigo sobre a Oaska consta uma ampla matéria crítica a Freud e à sua patológica doutrina. Na Humanus II consta um artigo denominado Psicoterapias: uma forma de fugir de si, o qual também é bastante crítico em relação às terapias. No livro Mistérios e Encantos da Oaska: Daniele Rodrigues entrevista o Mestre da União do Vegetal, eu pergunto ao Mestre: “O que o senhor pensa sobre a psicoterapia?”. E ele dá uma ampla resposta a qual contém também as seguintes palavras:
“(...) E assim, buscando uma solução que não encontrou nas religiões institucionalizadas, uma pessoa pode passar até dezenas de anos freqüentando consultórios psicanalíticos, trocando não só de terapeuta como de terapia e de medicamentos, sem, no entanto, chegar a fazer uma revisão de seus valores (que na grande maioria dos casos, estão subvertidos) nem mudar a sua conduta no sentido de extirpar a causa dos problemas que a afligem. Mas para muitas pessoas é mais fácil pagar, a peso de ouro, o aluguel do ouvido desses profissionais e gastar seu precioso tempo com eles confessando-lhes seus segredos mais íntimos do que tomar decisões drásticas em suas vidas no intuito de sair desse círculo vicioso. Por conseguinte, os pacientes geralmente acabam encontrando nas psicoterapias a cumplicidade ideal para o seu comodismo e uma forma sofisticada de enganarem a si mesmos e arrastarem por mais tempo seus problemas. Não conseguem livrar-se deles nem tampouco poupar as pessoas com quem convivem de suas nefastas conseqüências.”
Portanto, D. Estevão, a União do Vegetal NÃO é “terapia religiosa" e SIM a VERDADEIRA RELIGIÃO, com sua doutrina em perfeita obediência às Leis de Deus.
13) E eis a nota final do texto de Bettencourt:
“Compulsamos outrossim o livro oficial da Sociedade intitulado ‘União Vegetal Hoasca. Fundamentos e Objetivos’. Tal obra data de 1989, ao passo que o artigo da revista "Humanus" é do ano 2000. Por isto, quando registramos certa discórdia entre o livro e o artigo, demos preferência à informação oferecida pelo artigo, que é de data mais recente.”
Cruz-credo, padre Estevão, definitivamente o senhor não entendeu nada! O senhor está confundindo astro com nuvens, conforme costuma dizer o Mestre. De que Sociedade o senhor está falando??? Esse livro não fala sobre a União do Vegetal e nós não bebemos Hoasca. Conforme início de seu próprio “artigo” nós bebemos Oaska. E não existe “certa discórdia” entre nada porque nenhuma discórdia pode ser certa. O que acontece é que A UNIÃO DO VEGETAL NÃO TEM NADA A VER COM OUTROS GRUPOS QUE BEBEM CHÁ DE MARIRI E CHACRONA! ENTENDEU???
E SABE POR QUÊ?
PORQUE EXISTE O MESTRE. A diferença mais marcante entre a União do Vegetal e outros grupos que bebem chá de forma clandestina é a presença do Mestre. E essa não é uma questão que pode ser entendida pela lógica, mesmo porque a Oaska é puro mistério. Só é possível compreendê-la dentro do plano espiritual a que ela dá acesso. Só nesse nível é que a pessoa se dá conta de que vivemos num mundo de mistério e magia; e, se ela tiver paciência e humildade, um dia descobrirá que é a presença do Mestre o que outorga ao chá todos os seus maravilhosos atributos. Isso porque Deus não iria dotar com Seus poderes divinos um instrumento como um chá, que é algo simples de preparar, de forma independente da presença de um agente destinado a zelar pela sua guarda e distribuição, já que tal instrumento poderia ser usado de forma inadequada, para preencher interesses espúrios. E de fato, o que acontece é que as pessoas tentam fazer isso, só que o resultado não é o mesmo e nem poderia ser.
As observações descabidas perpetradas por um candidato à púrpura apostólica da Santa Madre Igreja é uma afronta aos sacramentos que o Mestre recebeu na própria igreja católica. Foram eles: consagração à Virgem, batismo, comunhão e crisma. E se o Pe. Bettencourt não sabe, o Mestre da União do Vegetal, Joaquim José de Andrade Neto, é de tradicional família católica e, além dos sacramentos já citados, teve formação escolar salesiana, e na idade adulta por diversas vezes foi convidado a fazer parte da Ordem de Malta. Sua avó contribuiu para formar dezenas de sacerdotes católicos, além de ter doado as jóias da família, de várias gerações, que se encontravam em seu poder, para a Igreja. Inclusive alguns membros da família chegaram a ser bispos, e os ascendentes do Mestre construíram várias igrejas, nas quais seus corpos encontram-se sepultados.
Como se vê, o Mestre conhece a igreja católica, é católico no sentido universal da palavra, muito embora não seja praticante do catolicismo apostólico romano, e, no entanto, nunca utilizou seu precioso tempo para desrespeitar os sacramentos da igreja ou de sua doutrina. O que o Mestre vem fazendo é mostrar os desvios da essência de todas as religiões, seja onde for. No que diz respeito ao cristianismo, tudo o que não corresponde com os ensinos de Jesus e que foi deturpado ou inventado deve ser exposto e submetido a uma reflexão a fim de ser corrigido, assim como foi feito no artigo Cristianismo e Reencarnação já citado.
Chocada com a postura assumida pelo padre em seu artigo, perguntei ao Mestre como pode uma pessoa que se diz religiosa ser tão lógica. Ele me respondeu relatando que o grande pensador italiano São Tomás de Aquino, o qual, de tão estudioso, não deixou de abordar nenhum assunto de interesse filosófico, teológico ou pastoral, passou a vida inteira tentando provar a existência de Deus pela lógica. Só que São Tomás de Aquino, já idoso, pouco antes de seu desencarne, ao rezar uma missa, foi tomado por um êxtase místico que durou alguns minutos. Ao voltar a si, disse para os presentes: “O que acabo de ver é de uma maravilha tal que melhor seria que toda minha obra fosse rasgada e jogada no lixo!”
Caro, Pe. Estevão Bettencourt, sabe o que São Tomás de Aquino sentiu nesses poucos minutos? Sem dúvida alguma, uma burracheira!
E só para efeito de reflexão, quero que o senhor tome conhecimento de que o dia da memória litúrgica desse santo, o dia 28 de janeiro - data em que ocorreu seu verdadeiro nascimento espiritual, quando então ele alcançou o estado de santidade ao sentir o que o senhor de maneira debochada se refere, ou seja, o Nirnava, a burracheira - é também a data de nascimento do Mestre, data em que todos os seus discípulos se reúnem no templo para comungar o chá Oaska em comemoração a esse dia.
Então, Pe. Bettencourt, o senhor deve procurar respeitar os mistérios de Deus. Agora, se o senhor considerar que isso tudo é por acaso, que isso é lógica, então será mais digno e sincero de sua parte entregar a batina e abrir um açougue.
Não se esqueça de que, se o senhor um dia alcançar merecimento, é possível sentir com a Oaska o que São Tomás de Aquino sentiu, e isso por pura misericórdia de Deus, que muito provavelmente estava enojado daquelas asneiras teológicas de Tomás e resolver dar-lhe uma pequena amostra do que vem a ser o Estado Místico de ligação com Ele.
Para finalizar, tenho a reafirmar agora o que eu já havia dito anteriormente, na época da publicação dessa minha resposta ao padre no Fórum do GEH e no sítio Veritatis Splendor: se o senhor se considerar um verdadeiro discípulo de Jesus, o senhor deveria retratar-se formalmente com a União do Vegetal e seu Representante Geral e reconhecer que foi irresponsável, limitado, superficial, desrespeitoso, precipitado e medíocre em sua pretensão de responder o que é Oaska, sob pena de ter que responder por aquilo que fez, de acordo com o código de direito canônico, com penas cabíveis a tão desastrada interpretação e ofensa ao sentimento religioso. E mais: tenho certeza de que se algum representante do Mestre tivesse feito algo parecido ele seria suspenso a sacris por tempo indeterminado.
Portanto, sr. Estevão Bettencourt, tenho ainda o seguinte a dizer-lhe: se o senhor preferir agir como um discípulo de Jesus, reconhecendo seu erro, o Mestre considerará esses momentos mal administrados como uma manifestação de debilidade humana e com certeza o perdoará. Conforme eu já disse, o Mestre, apesar de conhecer bem a igreja católica, nunca veio a público tecer comentários desairosos ou mentirosos a respeito da mesma. Portanto, o senhor que tenha a hombridade de corrigir suas faltas para não ter que arcar com maiores conseqüências. E, se caso o senhor optar pelo pior, ou seja, pelo não reconhecimento de tudo que foi falado aqui, eu o desafio a vir beber o chá Oaska, que o senhor teve o atrevimento de tentar explicar o que é, e depois de beber, sentindo a força poderosa chamada burracheira, dentro da Luz do Esplendor da Verdade, e na presença do Mestre, tentar sustentar todas as palavras que disse em seu sítio Veritatis Splendor. (sic!)
Eu me disponho a interceder junto ao Mestre para que o senhor possa ter essa oportunidade. E se isso vier a acontecer será um paradoxo, porque apesar do senhor ter optado pelo pior, que é não se retratar, na realidade o senhor acabará recebendo o melhor, que é beber a Oaska!
Amém.
Humanamente grata pelo proveito que o senhor fizer desse esclarecimento,
despeço-me com Luz, Paz e Amor.
Sinceramente,
Daniele Rodrigues – discípula do Mestre Geral Representante da União do Vegetal
Em tempo
Na ocasião da publicação deste esclarecimento nos sítios já mencionados, foi dado um prazo de 72 horas ao padre Estevão Bettencourt para a sua retratação, pois, caso contrário eu disse que estaria encaminhando um dossiê amplo e detalhado sobre o assunto ao Vaticano a fim de que a Igreja pudesse tomar as medidas eclesiásticas cabíveis. No entanto, o Mestre salvou-me do ridículo, como sempre, uma vez que a Igreja Católica, tal como se encontra hoje, está tão distante dos ensinamentos de Jesus como o padre Bettencourt está longe de compreender o que é a Oaska. Prova disso é que até hoje ele não se manifestou sobre o que disse e o que teve que ler. Se ele soubesse que a Oaska é Jesus, com certeza ele não falaria o que falou e nem deixaria de reconhecer e se retratar por suas blasfêmias.
Assim sendo, obviamente eu não fiz nenhum dossiê ao Vaticano, pois entendi bem que seria o mesmo que trocar seis por meia dúzia.
E para encerrar, depois da intempestiva e irresponsável intromissão em assunto que não lhe diz respeito, pedimos ao vigário, pelo amor de Deus que ele não nos abençoe, uma vez que, conforme relação a seguir, a bênção de seus chefes não foram de bom agouro. Melhor será que ele um dia alcance a bênção do Mestre da União do Vegetal!
FINIS ECCLESIAE!...
“E amaldiçoarei as vossas bênçãos”.
(Malaquias, 11,2).
Exemplifiquemos por meio da fatalidade que pesa sobre as pessoas e coisas abençoadas pelos papas ao longo dos séculos:
1. O papa abençoou à Carlota de Bourbon quando ela voltou à Roma, e ela, antes de sair do Vaticano, enlouqueceu.
2. O papa enviou a sua bênção a Maximiliano quando este partia para o México, e em Queretaro ele foi fuzilado.
3. Abençoou o exército francês em 1870, e logo depois o exército foi completamente derrotado.
4. Abençoou a Imperatriz do Brasil, e logo depois ela quebrou uma perna.
5. Abençoou o príncipe Rodolfo da Áustria e ele suicidou-se.
6. Abençoou o imperador da Áustria e... não houve na Europa soberano mas infeliz. Ele mesmo foi um dos provocadores da grande guerra, que derrubou seu trono e dissolveu o seu império, no reinado de seu sucessor.
7. Abençoou a D. Affonso XII que pouco tempo depois morreu em idade prematura.
8. Abençoou o arcebispo do Peru e 43 dias depois foi o mesmo envenenado com um cálice que tomou em Viernes Sanctus (Sexta-feira Santa).
9. Abençoou a Isabel II e pouco depois ela foi deposta do trono.
10. Abençoou a Francisco José, imperador da Áustria e poucos dias depois ele sofreu a derrota de Sadowa.
11. Abençoou a Napoleão III e logo depois caiu o mesmo prisioneiro do rei da Prússia em Sedan e foi destronado.
12. Abençoou o vapor inglês “Santa Maria” porque a bordo vinham onde irmãs de caridade e... pobre vapor! Em sua primeira viagem perdeu-se diante de Montevidéu.
13. Abençoou o vapor “América”, que fazia a carreira entre Buenos Aires e Montevidéu, e o vapor incendiou-se a 24 de dezembro de 1871, tendo a bordo mais de cem passageiros.
14. Foi depois da bênção do papa Pio IX (“Urbi et orbi” das célebres profecias de Malaquias, arcebispo finlandês, nascido em 1094 e falecido em 1148) que ele mesmo foi derrotado e Roma foi tomada a 20 de setembro de 1870, por Vitor Manuel, tornando-se capital da Itália.
15. O papa abençoou os canhões de Hitler e ele perdeu a guerra.
16. O papa abençoou a princesa Isabel e pouco depois ela foi expulsa do Brasil, e proclamada a República.
17. O papa abençoou as armas espanholas na última guerra com os Estados Unidos e realizou-se em seguida o desastre de Cavite. A esquadra de Cervéra saiu da Cadiz com a bênção do papa e daí a pouco foi completamente destruída pela esquadra americana em Santiago de Cuba.
18. No ano de 1889 o Núncio do papa foi à Resistência, no Chaco, para abençoar a igreja e ao voltar, a igreja desmoronou-se, completamente, devido a um medonho furacão.
19. A festa de caridade (Les Dames de Charité) em Paris, no mês de maio de 1897, foi abençoada pelo papa, e, pouco depois, a casa onde deveria se realizar a festa incendiou-se e foi destruída, fazendo perecer a duquesa de Alençon e muitas outras pessoas da aristocracia francesa.
20. Quando há anos o Brasil recebeu a bênção papal, o câmbio desceu, o café barateou e a peste bubônica apareceu.
21. Em dezembro de 1905, o papa abençoou de novo o Brasil e em seguida se deu a catástrofe do “Aquidaban”, que enlutou a nação; veio a praga de gafanhotos em São Paulo e a seca no Sul; manifestaram-se inundações como nunca houve no Brasil, causando mortes e prejuízos colossais. Até o mar se revoltou!
22. Na mesma ocasião, a pedido do cardeal brasileiro, o papa abençoou a América, e daí a quatro meses violento tremor de terra e conseqüentes incêndios destruíram São Francisco da Califórnia.
23. O papa abençoou o General Nobile, quando partiu para a sua infeliz expedição aérea ao Pólo Norte e, ainda mais, ofereceu-lhe uma cruz para ser atirada em cima do pólo. Ninguém ignora o que aconteceu a tal expedição, que ainda repercutiu no mundo com o desaparecimento do explorador Amundsen, indo em busca do primeiro. Quanto ao general Nobile, passou ainda pelo vexame de entrar em “conselho de guerra” e ser considerado como único culpado pelo acidente havido, etc.
24. E agora com a sua intromissão na política... o que não acontecerá? O futuro o dirá!
Em 01 de dezembro de 2004, um dos participantes do Fórum de aprendizagem do GEH (Grupos de Estudos Humanus – www.geh.com.br) inseriu, em uma de suas manifestações, um link do sítio “Veritatis Splendor”, no qual constava um texto em que o Pe. Estevão Bettencourt pretende responder o que é Oaska (Chá sagrado bebido nos rituais religiosos da União do Vegetal), baseado em um artigo publicado na Humanus I - Oaska: o misterioso chá da Amazônia. Perguntava esse participante, que já havia bebido o chá, se aquelas afirmações eram do conhecimento dos membros da União do Vegetal.
Li o artigo do padre e, indignada com tão labiríntica e peripatética interpretação, própria para confundir os incautos, manifestei minha opinião no Fórum do GEH e também naquele sítio em que, desde o ano de 2001, veicula a aludida matéria.
Nesse ínterim, perguntei ao Mestre o porquê de, até aquele dia, a União do Vegetal não haver se manifestado com relação ao referido texto apesar de já ter conhecimento do mesmo, uma vez que mesmo já havia sido publicado há mais de três anos. Ele me respondeu que, na época em que tomou conhecimento do texto, considerou-o tão primário que logo percebeu tratar-se de um leigo, não dando importância ao assunto. Cumpre esclarecer que um homem com a responsabilidade de Mestre Geral Representante da União do Vegetal tem uma infinidade de coisas importantes para fazer.
Porém, relendo posteriormente esse mesmo texto do Pe. Bettencourt sobre a União do Vegetal e a Oaska, na condição de discípula, cada vez mais indignada, senti que minha manifestação anterior não havia sido suficiente para cobrir tudo o que ele havia falado de forma totalmente leviana e irresponsável, e pedi autorização ao Mestre para manifestar-me novamente sobre o assunto, em ambos os sítios mencionados. E assim o fiz.
Posteriormente, diante da importância do tema em questão, pedi também autorização à União do Vegetal para que essa resposta dada ao padre fosse publicada na revista Humanus e fui atendida. Quero, pois, deixar registrado meu agradecimento ao Mestre por mais essa oportunidade, sobretudo porque o chá Oaska já foi alvo de muitos julgamentos equivocados tanto por parte da imprensa como pelos que leram as falsas afirmações e não tinham como conhecer a verdade.
Portanto, reproduzo a seguir o texto publicado naquela época, o qual foi redigido com base no discernimento e na convicção adquirida dos ensinamentos que venho diariamente recebendo do Mestre, além de todos os apertos e maravilhas que venho sentindo na burracheira (efeito do chá Oaska e que significa Força Estranha).
Primeiramente, irei iniciar esse extenso mas necessário esclarecimento sobre o chá Oaska que é bebido em rituais sagrados da União do Vegetal com o um diálogo entre São Tomás de Aquino e dois jovens monges:
“Numa ocasião, estava São Tomás pensativo em sua cela monástica, quando dois jovens monges resolveram brincar com ele. Começaram, então, a dizer em voz alta:“Um boi voando! Veja só que coisa estranha, irmão Tomás, um boi voando!”. São Tomás rapidamente correu para olhar pela janela, dizendo: “Onde? Onde? Não estou vendo!” Os jovens passaram a rir muito, dizendo: “Mas, irmão Tomás, como o senhor pôde acreditar num boi voador”?. São Tomás respondeu: “Pensei que fosse mais fácil um boi voar do que dois monges mentirem!” E saiu, rindo da situação, para vexame dos jovens”.
Já está provado que a um boi é impossível voar. Mas a um monge mentir...
1) Pe. Estevão Bettencourt inicia seu texto assim: Oaska: Que é?
Veja-se o que Pe. Bettencourt pretende: nada mais nada menos do que responder o que é uma coisa que ele não conhece! Ele nunca bebeu o chá Oaska a fim de poder verdadeiramente transmitir algum esclarecimento sobre o assunto a seus leitores.
2) E ele então se propõe a fazer uma síntese sobre o chá:
“Em síntese: A Ordem Religiosa ‘União do Vegetal’ ministra um chá preparado a partir de plantas da Amazônia, que, segundo dizem, permite conhecer o sentido da existência, recordar vidas pregressas e construir um futuro melhor. Tal corrente fala da Divindade como se fosse uma Força Superior; julga, porém, que ela está dentro do homem; professa a reencarnação sem propor claramente o termo final das sucessivas encarnações. Parece ter em mira principalmente proporcionar aos seus adeptos mais próspera desinvoltura do seu comportamento neste mundo. Pratica solenes rituais, que muito concorrem para o sugestionamento dos "místicos", provavelmente movidos por alucinôgenos.”
Examinemos por partes essa sua primeira afirmação:
“A Ordem Religiosa ‘União do Vegetal’ ministra um chá preparado a partir de plantas da Amazônia, que, segundo dizem, permite conhecer o sentido da existência, recordar vidas pregressas e construir um futuro melhor.”
A União do Vegetal tem o poder de não só permitir ao homem conhecer o sentido da existência, recordar vidas passadas e construir um futuro melhor, mas também, conforme está escrito no artigo Oaska: o misterioso chá da Amazônia (alvo da crítica de Bettencourt mas não mencionado por ele), “tem o poder de fazer superar as divergências e as rotulações religiosas; livrar os homens do falso e do ilusório”.
Além disso, também está escrito no artigo que esse chá misterioso tem o poder de “fazer os que o bebem enxergarem seus erros, suas fraquezas, manhas e maldades”. Confere às pessoas “a capacidade de enxergar a si mesmas espiritualmente como se estivessem se olhando num espelho, e traz à tona a força das verdades espirituais de forma tão contundente que só alguns conseguem suportá-la, mesmo porque não são todos que procuram a verdade.
A Oaska tem o poder de desmontar o castelo da ilusão e apresentar a cada um, com nitidez incontestável, o espetáculo do seu desequilíbrio; torna evidentes e nítidos os verdadeiros valores humanos proporcionando uma conduta reta e equilibrada, e conseqüentemente a integração familiar e social; cobra de todos que a bebem atenção redobrada em sua vida, apontando os deveres de filho, irmão, cônjuge, pai, profissional e membro social”.
Também está escrito: “Através da burracheira (efeito do chá no espírito humano) as imperfeições do ser humano são enxergadas com os olhos do espírito, e nessa dimensão o homem descobre uma lucidez até então desconhecida, a espiritual, e que é a única capaz de fazê-lo compreender que tudo que é horrível no mundo tem por causa o horrível que cada um tem dentro de si; exige rigorosamente uma nova conduta a partir dessa revisão de antigos valores e dessa nova concepção de vida que se apresenta a cada um através de uma educação e vigilância aos pensamentos, palavras e atitudes.”
E ainda, que “a Oaska tem a propriedade de fazer o poder de Deus se manifestar no espírito humano através da intermediação do Mestre entre o plano espiritual e o plano físico.”
Peço perdão por ter me alongado nesse ponto, mas é que o Pe. Bettencourt omitiu tantas coisas importantes e esclarecedoras para os buscadores da verdadeira espiritualidade que eu me vi no dever de fazer o que ele não fez. E posso dizer, por experiência própria, dado que bebo o chá há dez anos, que tudo que foi citado é a mais pura verdade, e que é possível sentir tudo o que está aqui declarado e ainda bem mais.
Tal corrente fala da Divindade como se fosse uma Força Superior; julga, porém, que ela está dentro do homem;
Em primeiro lugar, a União do Vegetal não é uma corrente, mesmo porque ela liberta os homens das correntes de todas as espécies.
Em segundo, cabe aqui uma ressalva sobre o uso do termo divindade. Quando se afirma, no artigo sobre a Oaska, que o chá é “considerado o Grande Avatar pela sua poderosa capacidade de despertar a divindade no homem(...)” não consta a palavra divindade com letra maiúscula representando Deus não porque consideremos que Ele não seja a Divindade (mesmo porque Ele é a própria Divindade), mas sim porque estamos nos referindo à natureza divina que todo ser humano, filho de Deus, traz em sua essência, ou seja, em seu interior.
E em terceiro, se para o Pe. Bettencourt Deus não é a Divina Força Superior que rege todo o Universo, então, francamente...
professa a reencarnação sem propor claramente o termo final das sucessivas encarnações.
A União do Vegetal não discorre sobre o termo final das sucessivas encarnações porque seu trabalho constitui justamente em proporcionar ao homem viver de forma mais verdadeira, responsável e elevada a sua encarnação presente. Ou isso não ficou claro nos itens acima citados da referida matéria sobre o chá Oaska? Agora, já que ele tem tanta curiosidade em saber o termo final das sucessivas encarnações, sugiro a ele perguntar isso ao Mestre porque eu, uma simples discípula lutando para me enfrentar espiritualmente, não estou pré-ocupada com isso. Tenho tanto que aprender...
Parece ter em mira principalmente proporcionar aos seus adeptos mais próspera desinvoltura (Sic!) do seu comportamento neste mundo.
Meu Deus do céu! Depois de ler 13 páginas de pura transparência com relação aos amplos e sérios objetivos da União do Vegetal na Terra no artigo da revista Humanus, este senhor sintetiza os objetivos da Ordem afirmando que a mesma “tem em mira proporcionar aos seus adeptos mais próspera desinvoltura do seu comportamento neste mundo.” É possível?
Não encontrei, mesmo tendo me esforçado para isso, o termo desinvoltura no artigo da revista Humanus. Bom, na verdade eu jamais o encontraria, pois, o termo correto é desenvoltura, cujo significado etimológico e pejorativo é: “desembaraçado, expedito, inquieto, travesso, turbulento, libertino, impudico, desonesto”! (OBS: esse é o significado do adjetivo desenvolto, e o desenvoltura teria que ser desembaraço, expedição, inquietação, travessura, turbulência, libertinagem, impudência, desonestidade)
Para não repetir os objetivos da União do Vegetal já descritos no começo desse texto, irei transcrever o Artigo 1º da Constituição Orgânica desse Centro Espiritual: “O Centro Espiritual Beneficente União do Vegetal Luz Paz e Amor tem por objetivo livrar a humanidade da ilusão, ensinando o homem a se conduzir sobre a Terra.”
Pratica solenes rituais, que muito concorrem para o sugestionamento dos "místicos", provavelmente movidos por alucinôgenos.
É verdade! São realizados rituais solenes e, além disso, sagrados e misteriosos. Uma beleza... Mas estes não concorrem para o sugestionamento de nada, posto que a forma de atuação do chá em cada um é experiência viva, ardente, pungente, contundente, não havendo possibilidade de insinuações ou sugestionamentos. Experimente a sutil insinuação de um balde de água fria na cabeça! Ou, melhor ainda, venha experimentar as supostas insinuações e sugestões de uma boa peia. Sabe o que é isso, Pe. Bettencourt? Claro que não! Peias são momentos bastante difíceis da burracheira nos quais são revelados ao iniciante os efeitos nocivos de seus atos ignorantes, manhosos, vis, baixos. Não, não se assuste que isso não é uma exclusividade de alguns. Todos os membros da União do Vegetal passam por diversas peias a fim de reconhecerem seus erros e as conseqüências de seus atos equivocados para nunca mais repeti-los, para poderem assim, experienciar o êxtase de se sentir limpo e cumpridor de seus deveres de criatura perante o Criador. E todo ser humano vive levando peia da vida, só que de forma cega, sem entender porquê.
Para finalizar essa infeliz “síntese” de Pe. Bettencourt, tenho a dizer que, pelo visto, ele não deve saber o que é místico e nós não somos movidos por alucinôgenos. Na verdade tal coisa não existe na língua portuguesa. Mas muitas pessoas desinformadas e que também nunca beberam a Oaska costumavam afirmar que o chá é um alucinógeno. Entretanto, tenho a convicção plena de que ele é um iluminógeno.
Encerrando a síntese, continua o autor da crítica sua pretensa “explicação” sobre o que é Oaska:
“Mais precisamente: o consumo da Oaska leva o indivíduo, antes do mais, a reconhecer o seu passado, que geralmente contém falhas - o que suscita dor amarga, pois cada qual tende a encobrir suas faltas e julgar-se melhor do que é. Ao diagnóstico, porém, segue-se a comunicação de força e coragem para que a pessoa realize em si as mudanças necessárias. ‘Trata-se de um serviço completo, só restando à pessoa fazer jus a clareza recebida, cumprindo em seu cotidiano o que deve cumprir e deixando de fazer aquilo que não deve’ (artigo citado, p. 91). As experiências íntimas resultantes da ‘sagrada’ bebida são chamadas ‘burracheiras’.”
A União do Vegetal nunca afirmou que o passado dos homens geralmente contém falhas. Afirma claramente que TODOS os seres humanos, sem exceção, carregam uma dívida espiritual devido às suas violações às Leis Divinas, consciente ou inconscientemente. E eu nunca ouvi falar, em nenhuma doutrina religiosa do mundo, que existissem seres humanos perfeitos aqui na Terra! Pelo que eu aprendo na União do Vegetal, Deus é perfeito, mas a humanidade está em estágio ainda bastante embrionário na escada da evolução. O restante do trecho acima é pura verdade, menos as aspas da palavra Sagrada.
3) E lá vai ele:
Santo Daime?
“A quanto parece, a sociedade dita ‘União do Vegetal’ é paralela, se não idêntica, à que bebe o chá amazônico chamado ‘Santo Daime’. Na verdade, Santo Daime é uma bebida preparada mediante o cozimento de dois vegetais da floresta amazônica: o cipó jagube (banisteriopsis caapi) e a folha Chacrona (psychotria viridis). Pode ser designada por ayahuasca ou, abreviadamente, oaska. Tal bebida é utilizada por grupos indígenas do continente americano desde a época pré-colombiana em ritos mágico-religiosos, a fim de proporcionar intuições, alívio físico e psíquico, curas, etc. No século XX habitantes negros e brancos do Brasil descobriram tal bebida e seus efeitos poderosos, e constituiram em torno dela uma corrente religiosa eclética.”
É pena que Pe. Bettencourt, além de não ter bebido o chá cuja existência ele pretende explicar, também tenha se restringido a uma única matéria sobre a União do Vegetal, não lendo as demais obras sobre o assunto, publicadas pela Sama Multimídia. Se ele tivesse lido o livro que eu mesma tive a honra de redigir, uma vez que o seu conteúdo é a palavra do Mestre, Mistérios e Encantos da Oaska: Daniele Rodrigues entrevista o Mestre da União do Vegetal, teria encontrado a resposta do Mestre que cultiva, prepara e distribui o chá Oaska há trinta anos nesse corpo. Com a palavra, o Mestre:
“O único ponto de semelhança entre Centro Espiritual Beneficente União do Vegetal e outros grupos é em relação às duas plantas que compõem o chá, que são as mesmas. No mais, só existem diferenças, uma vez que o grau do Vegetal está relacionado com o grau e a autoridade de quem o prepara. (...) Não me responsabilizo por chá de Mariri e Chacrona preparado e distribuído de forma clandestina, sem a minha autorização. Considero tal atitude como sacrílega, irregular e espúria. (...) Conheço pessoas que depois de 21 anos bebendo chá de Mariri e Chacrona sem orientação, ficaram piores do que eram. (...) Na hora das provas, quando têm que colocar em prática aquilo que pregam, aquilo que acham que já aprenderam, elas simplesmente não conseguem. Portanto, uma das mais marcantes diferenças entre a UDV e outros grupos é a presença do Mestre, que é quem conhece a história da UDV desde os seus primórdios. E essa é uma questão que não pode ser entendida pela lógica, mesmo porque a Oaska é puro mistério”... Mestre Joaquim José de Andrade Neto.
4) E continua o Pe. Bettencourt a sua “interpretação”:
A União do Vegetal, que bebe a Oaska, serve-se também da folha Chacrona e de um cipó da Amazônia, pretendendo ligar-se à Grande Luz do Tibé ou da mística oriental.
Ai, ai... O sr. Estevão, além de não ter bebido o chá e de ter se baseado em apenas uma matéria sobre a Oaska, ainda não leu a mesma com atenção! O que está sendo relatado no artigo-fonte é que justamente existem pessoas se deslocando para o Tibete, para a Índia, em busca da experiência com o sagrado, enquanto esta se encontra precisamente no Brasil! E sem pretensão alguma de ligar-se à Grande Luz do Tibé! Agora, explicar para o referido padre a origem da doutrina da União do Vegetal seria demais para sua memória. Além disso, que história é essa de “mística oriental”? Mística é um estado de espírito, não tem localização geográfica.
Parece menos associada a concepções e nomes do Cristianismo do que o Santo Daime.
Caro Pe. Estevão, aproveitando essa época tão sugestiva à reflexão, à paz, ao amor, ou seja, as vésperas da Páscoa, o senhor bem que poderia pedir autorização ao Mestre para beber o Vegetal nessa data, quando é realizada uma maravilhosa Sessão de Festa, a fim de poder sentir a inefável, encantadora, surpreendente e arrebatadora presença do Divino Mestre da União do Vegetal, o Meigo Jesus.
É mais sóbria do que este (Daime) em suas expressões e cerimônias rituais.
Repetindo: NÃO HÁ TERMOS DE COMPARAÇÃO.
5) E lá vai Pe. Bettencourt:
Quem é Deus?
A mensagem da Oaska fala de Deus, mas em sentido confuso. Ora é tido como Força Superior (neutra, impessoal) ora como Criador (conceito que se distingue do de criatura), ora como algo que emerge de dentro do homem e do qual o homem toma consciência mediante a burracheira.
Ora, como pode a verdade ser confusa? Confusos são os conceitos e os pré-conceitos do Padre Estevão Bettencourt! Se, conforme eu já disse, Deus não é para ele a Força Superior, é lamentável. E Deus é a Força Superior pelo fato de todas as outras forças Lhe serem inferiores. E quem disse que a Força Superior é neutra? Onde já se viu amor, amizade, sinceridade, perdão, respeito, coragem, retidão, sabedoria, correção, serem neutros, indiferentes, imparciais??? E de onde provêm todos esses atributos? Da força inferior ou da Força Superior? E que Ser Superior seria capaz de criar tais virtudes senão o próprio Criador que é Deus?
E Deus está dentro do homem, a criatura, porque o homem é um microcosmo do Universo. Nunca ouviu o senhor falar em imagem e semelhança de Deus? Mas Ele está na pedra também! Na água, no fogo, no ar, na terra. Então, ao que parece, Pe. Bettencourt está falando que Deus não é Onipresente, pois está achando “confuso” o fato de Ele estar dentro e fora do homem.
Sinceramente, esse caso do Padre Estevão é algo a ser examinado pela Igreja, dado que a compromete seriamente, pois receber as credenciais para ser um “representante de Deus” e achar confuso o fato do Criador ser Onipresente é bem grave!
E encerrando esse tópico, é sim possível sentir a presença de Deus e tomar consciência de Sua existência de forma irrefutável dentro da burracheira.
6) E veja o Pe. Bettencourt novamente se desviando para atalhos temerários:
Muito estranha é a afirmação de Mestre Joaquim José de Andrade Neto: "O Tempo é o corpo de Deus; a água, sua saliva; e o espaço, sua sombra". Estes dizeres são explicitados no corpo do artigo em pauta do seguinte modo:
"Na verdade, essa força poderosa (o tempo) que impulsiona todo o Universo à contínua e perpétua transformação é o corpo de Deus, por onde todos os seres da criação têm que passar. Nesse sentido, tudo está dentro do tempo, sendo impossível estar fora do seu círculo. É trajeto obrigatório de todas as coisas criadas neste mundo, que têm que percorrê-lo para dar continuidade ao seu processo evolutivo.Portanto a idéia de que o tempo passa é ilusória. Nós é que passamos por ele, circulando e evoluindo dentro de seu imenso percurso, até o dia em que nos purificarmos; nesse ponto estaremos unidos à Sua essência e seremos UM" (p. 103).
Este final lembra o nirvana da mística oriental, em que não haverá mais nem eu nem tu nem ele, mas tudo voltará à sua unidade original.
De fato a afirmação do Mestre é estranha. Para quem não sabe, nós da União do Vegetal utilizamos o termo estranho para designar algo misterioso, fora do comum, novo, singular. Uma vez perguntaram ao Mestre o que o homem está fazendo aqui nesse mundo. Ele respondeu: “Evoluindo”. Se os homens estão encarnados para poder evoluir, estão destinados a se limpar, se conhecer, reconhecer seus erros e não repeti-los, e essa caminhada de purificação só pode levar a Deus! Ou não? Ou sim? E Deus é a origem de tudo. Ou não? Ou sim? Então, essa história de nem eu nem tu nem ele, eu não entendi muito bem, mesmo porque o Mestre com certeza está unido à essência de Deus e é UM com Ele e nem por isso ele não é ele e eu não sou eu, sua discípula. Deu pra entender? Mas que a humanidade está, cada um no grau espiritual em que se encontra, caminhando para a sua unidade original com Deus, disso não resta dúvida.
Tem-se assim o panteísmo. Donde se vê que a doutrina da Oaska é inconsistente ou falha do ponto de vista lógico, visto que pretende combinar entre si conceitos que se excluem mutuamente, como monoteísmo (Criador) e panteísmo (centelha de Deus imersa na matéria).
Apesar dessa intervenção de D. Bettencourt não ter nada a ver com que o Mestre está falando, eu procurei no dicionário o significado de panteísmo (uma vez que eu não sou teóloga nem vivo a espiritualidade de maneira teórica, mas sim prática, pois, graças a Deus, bebo a Oaska) e encontrei: 1. Doutrina segundo a qual só Deus é real e o mundo é um conjunto de manifestações e emanações. 2. Doutrina segundo a qual só o mundo é real, sendo Deus a soma de tudo quanto existe.
Aí verifiquei no mesmo dicionário o que é a definição de monoteísmo: 1. Crença em um só Deus. 2. Sistema ou doutrina daqueles que admitem a existência de um único Deus.
Com toda franqueza, eu, como leiga que sou no assunto, não entendi porque esses conceitos “se excluem mutuamente”, conforme afirma o padre. De fato só existe um único Deus; de fato Ele é real; de fato Ele é a soma de tudo quanto existe de real, porque o diabo é uma ilusão. Sendo assim o Criador é Um só. E é onipotente, e por isso mesmo está também imerso na Sua Criação, ou seja, na natureza. E se não fosse essa centelha de Deus imersa na natureza, nos homens principalmente, o que seria de nós??? E eu não sabia que a Igreja Católica não reconhece isso. E eu quero saber se essa posição do senhor, Pe. Bettencourt, é doutrina da igreja católica ou é coisa da sua cabeça?
E de fato Pe. Bettencourt, a Oaska NUNCA será compreendida pela LÓGICA, porque ela é totalmente anti-lógica, ela existe para ser SENTIDA. Por isso é que consta uma matéria na Humanus III denominada União do Vegetal: a religião do sentir. E, quanto à lógica, recomendo ao senhor ler o artigo publicado na Humanus II intitulado Aristóteles: o filósofo esqueleto. E não posso deixar de transcrever aqui um pequeno trecho do mesmo, uma vez que a União do Vegetal é o oposto daquele tipo de pensamento e é através dela que o ser humano tem a oportunidade única de deixar de ser lógico. Meu objetivo é que as pessoas possam entender melhor do que é capaz o chá Oaska:
“Qualquer ponto de vista pode ser sustentado por meio de uma argumentação lógica. (...) Através da lógica, filósofos construíram labirintos e castelos suntuosos, nos quais milhões de pessoas se aprisionam voluntariamente supondo estarem ali melhor do que ao ar livre. Em conluio com eles, políticos criaram logicamente ideologias que dividiram os homens em povos e exércitos inimigos. Com argumentos lógicos, o agiota convence seus devedores a pagar dez vezes mais do que receberam. Com a lógica, um sagaz advogado prova a inocência de um criminoso, da mesma forma como provaria o contrário se do outro lado estivesse.”
E, completando, pela lógica, o Pe. Bettencourt tentou explicar o puro Mistério, a Magia Divina, o sétimo segredo da Natureza, A Realeza Divina, a mais alta expressão da Verdade, a Oaska! Coitado...
7) E como se tudo o que foi exposto não bastasse, Pe. Estevão ainda insiste em tentar confundir as pessoas:
“A União do Vegetal professa explicitamente a reencarnação, que nas crenças orientais está associada ao panteísmo: o homem seria uma centelha da Divindade, apoucada pela matéria, da qual se deve libertar. - A doutrina da reencarnação é um postulado gratuito, pois carece de provas; ninguém, em condições normais, pode dizer quem terá sido (rei, rainha, bailarina, artista...) em encarnação pregressa. A respeito ver PR 360/1992, pp. 215-217.”
Pe. Bettencourt, estou exausta de ficar aqui cobrindo essa verborragia totalmente mental e NADA ESPIRITUAL do senhor. Mas sinto-me no dever de fazer isso em nome de pessoas que poderiam ficar bastante confusas após ler essa sua “análise”. Porque no seu caso tenho a impressão de que o senhor não alcançará o espírito desse esclarecimento, a não ser que tenha a coragem de, conforme eu já disse, beber um bom copo de Vegetal. Mas irei me esforçar ao máximo para terminar de cobrir todos os pontos equivocados e mentirosos que o senhor falou. E só mesmo o exemplo do Divino Mestre para dar ânimo: “Senhor, perdoai-os, porque eles não sabem o que fazem.” E nem o que dizem...
A União do Vegetal não professa nada de uma ou outra seita, doutrina ou religião. Isso porque a União do Vegetal é a Ordem religiosa mais antiga do mundo e justamente vem sendo a fonte inspiradora de inúmeras religiões do planeta, as quais adotam em suas doutrinas, ainda que de forma teórica, parte dos ensinamentos que têm sido revelados ao espírito humano ao longo dos séculos por esse misterioso líquido, o Vegetal. A Oaska se apresenta como o instrumento redentor por excelência dos sectarismos religiosos, pois, ao atingir o âmago da essência humana, que é divina e comum a todos os homens, ela atinge igualmente, de forma direta, nítida e intensa, o objetivo máximo e fundamental de todas as religiões, que é o de proporcionar o encontro com Deus. E Deus não é panteísta, monoteísta, politeísta... Tudo que é puro e legítimo de Deus é Deus. E a União do Vegetal, através do chá que é preparado pelo Mestre, tem o poder de justamente revelar e trazer à tona esses ensinamentos de forma concentrada e orientada. Tudo que é verdadeiro, seja pregado e professado por qualquer doutrina, é reconhecido na União do Vegetal. Por isso é que ela é universal. Já beberam o chá pessoas de muitas religiões, e burracheira é burracheira para qualquer ser humano, mesmo porque um homem não é católico, muçulmano, judeu, espírita, budista...Um homem é um homem. E quando ele bebe o Vegetal se dá conta da responsabilidade desta sua condição única e torna-se cada vez mais cuidadoso e atento com relação a tudo o que pensa, fala e faz.
E sobre reencarnação, aconselho a D. Bettencourt ler o artigo Cristianismo e Reencarnação da Humanus II, o qual é bastante esclarecedor no sentido de refrescar a memória dos membros da igreja católica com relação a esse assunto, do qual transcrevo um trecho:
(...) Iniciada a era cristã, o tema da reencarnação permanece em pauta. O próprio cristianismo a adotou durante seis séculos, tendo recebido, em suas origens, influência direta do Egito, uma vez que Jesus passou sua infância nesse país e nele foi iniciado (...). Os Evangelhos afirmam sem rodeios que João Batista é Elias reencarnado. Jesus, falando sobre ele no trecho do Evangelho de Mateus denominado Jesus dá testemunho de João, afirma: “Todos os profetas e a lei profetizam (fatos) até a vinda de João. E se quereis reconhecer, ele é mesmo Elias, que estava para vir.” (In: Mateus, Cap. XI, 14). E as Escrituras ainda registram outras alusões de Jesus ao tema da reencarnação, como, por exemplo, o episódio da cura do cego de nascença, em que os discípulos perguntam a Ele se a causa de sua cegueira eram os pecados que ele cometera antes de nascer ou os de seus pais, indagação essa que revela que a idéia da reencarnação era admitida por eles. (...) Também o episódio de Nicodemos é significativo a esse respeito, uma vez que Jesus lhe diz que “Ninguém verá o reino de Deus sem nascer de novo”.(...) Porém, a partir do primeiro Concílio, que teve lugar no século IV, a doutrina da reencarnação começou a ser colocada em xeque por alguns membros da Igreja, e acabou por ser condenada pelo Papa Vigilo no ano de 553 no Concílio de Constantinopla. No documento lê-se: “Se alguém crer na fabulosa preexistência das almas e na repudiável reabilitação das mesmas, a qual é geralmente associada àquela, seja isso um anátema (reprovação contundente com efeito de excomunhão)”.
Mas, independentemente de existirem passagens cristãs que reconhecem a reencarnação, a necessidade do padre em relação à comprovação desse fenômeno é tão absurda que seria o mesmo que exigir provas em relação à existência dos anjos. Ele tem essas provas?
8) O “crítico” ainda tem o atrevimento de dizer:
“É certo que determinadas plantas produzem efeitos alucinógenos, que fazem ver ou ouvir aquilo que a própria pessoa projeta.”
Conforme já foi dito, a Oaska é um chá sagrado e por isso mesmo um iluminógeno. E fique o sr. Bettencourt sabendo que o que faz ver ou ouvir o que a própria pessoa projeta é a MENTE dela. É bom o sr. saber que a mente, conforme o próprio nome, MENTE, ou seja, ela é mentirosa, e é por causa dela que o senhor está recebendo esse extenso corretivo. Mas o espírito é superior à mente e é por isso que existe a Oaska: para permitir aos corajosos ultrapassar a mente, que é esquizofrênica e limitada e, assim, ter acesso ao seu próprio espírito, à sua consciência, onde estão gravados os ensinamentos de Deus. Se ao beber o chá as pessoas vissem e ouvissem o que elas quisessem, ou o que elas “projetassem”, não seria tão escasso o número de discípulos dispostos a se enfrentar. No entanto, o Mestre e a burracheira mostram às pessoas justamente o que elas não querem ouvir e nem enxergar, que são seus erros, seus desvios, suas manhas, seus vícios. E, além disso, COBRA de cada um TRANSFORMAÇÕES. E caso estas não ocorram, a pessoa não consegue seguir no Caminho da Espiritualidade. Por isso que Jesus disse: “Entrai pela porta estreita...”
Então, o sr. está completamente equivocado! E mais uma vez, a única solução para o seu caso é BEBER O CHÁ. Se o Mestre autorizar, é claro.
9) Vejam o que ele está a dizer aqui:
“A rede de drogas, tão em voga na atualidade, se fundamenta em vegetais. Portanto não é de estranhar que duas plantas da Amazônia produzam efeitos ‘maravilhosos’ de clarividência e boas disposições para enfrentar os problemas do momento e os desafios do futuro.”
Uma DROGA que proporciona clarividência e disposição para enfrentar os problemas do momento e os desafios do futuro!? Alguém já ouviu falar nela? Até hoje só se ouviu falar sobre o extremo oposto disso em relação a elas, ou seja, efeitos que provocam, entre outras coisas, embotamento do discernimento, apatia em relação ao mundo e depressão. Em nenhum estudo do mundo verificaram-se os atributos atribuídos por D. Bettencourt às drogas! É muuuuuuuuuuuuito esquisita essa conversa desse padre! E tem mais: a Oaska além de, comprovadamente, já ter livrado inúmeras pessoas da dependência química e de todos os outros vícios, não é considerada droga pelo Conselho Federal de Entorpecentes, e seu uso é autorizado exclusivamente para rituais sagrados. (CONFEN).
10) É impressionante, mas ele ainda insiste:
“O poder alucinógeno de tais plantas associado ao da sugestão explica os efeitos atribuidos à Oaska; não dependem do Além nem de uma intervenção da Divindade.”
Essa salada confundidora, expressa em tão poucas letras irresponsáveis, já recebeu a devida correção no corpo desse texto e, portanto, dispensa comentários.
11) Ousa ainda dizer Pe. Estevão:
“Observa-se, aliás, que a mensagem da União do Vegetal se limita a tentar facilitar o curso de vida dos seus adeptos neste mundo; não chega a tocar nas questões básicas de todo ser humano: quem sou eu? Donde venho? Para onde vou? Qual o sentido da vida? - Sem resposta para tais perguntas, o ser humano não se pode dar por satisfeito e tranqüilo.”
A tantos absurdos alistados soma-se mais um, e esse é revelador de uma inaptidão para a leitura por parte do padre, pois na própria chamada do artigo-fonte está expresso o poder da Oaska de trazer à tona as questões existenciais e o sentido da vida, assunto esse que é retomado posteriormente no decorrer da reportagem com depoimentos e esclarecimentos. Mas já que ele não prestou atenção darei mais uma chance a ele. No livro, Oaska: O Evangelho da Rosa de Wânia Milanez, no Capítulo I – A Missão da União do Vegetal, encontramos o seguinte texto:
“Se perguntássemos a um homem que viajasse num trem: ‘Para onde vais?’, e a isso ele respondesse: ‘Não sei.”; se lhe perguntássemos então: ‘De onde vens?’, e a essa indagação ele também respondesse: ‘Não sei.; se insistíssemos ainda, cada vez mais surpresos: ‘Que fazes então neste trem?’, ou ainda ‘Quem és?’, e para todas essas interrogações obtivéssemos a mesma resposta anterior, certamente o consideraríamos um insano e, sobretudo, um infeliz. No entanto, por incrível e estarrecedor que pareça, essa é a triste situação em que se encontra espiritualmente a maior parte da humanidade. Cegos, desconhecendo seu destino, sua origem, sua missão e o porquê da própria existência, perambulam os homens sobre a Terra, impotentes contra o mal e o sofrimento que os assola, numa viagem que lhes parece vazia e sem sentido. Ignorando as Leis da Natureza, que são as Leis do Criador, acabam por violar e destruir a si mesmos e a seus semelhantes. (...) Mostrar ao homem que seu único inimigo é ele mesmo, e que na omissão de lutar contra suas tendências inferiores é que reside a causa de todo seu sofrimento; descobrir-lhe seu universo espiritual, infinito e eterno; recordar-lhes as existências passadas, descortinando-lhe o conhecimento de si próprio e de seu objetivo neste mundo; reconduzi-lo ao caminho da evolução do espírito, da retidão e da perfeição: eis a missão da União do Vegetal.”
E eu aproveito a oportunidade para perguntar a Pe. Bettencourt se ele já encontrou essas respostas. Sabes quem és? Para onde vais? De onde vens? Sabes o que fazes neste mundo?
12) Mais uma vez a voz de Bettencourt:
“Na verdade, a Mística não pode prescindir da luz que o bom senso e o raciocínio lhe oferecem; caso esta falte, pode haver desatinos, como já tem acontecido não raramente no decorrer dos séculos. Assim estruturada, a mensagem da Oaska pode tornar-se um modismo para esta ou aquela pessoa angustiada; atrai por causa do pitoresco que a caracteriza e por causa da euforia que a bebida pode propiciar. Na verdade, trata-se de uma ‘terapia religiosa’ e não de uma religião (com seu corpo doutrinário, seu culto a Deus, sua Ética própria).”
Realmente está comprovado que D. Estevão não acredita na lei de causa e efeito, caso contrário não estaria fazendo essas ofensivas, caluniosas e mentirosas afirmações e cometendo tão temerário desatino, que é falar sobre o que não conhece. E tenho a dizer em primeiro lugar que o senhor não entende nada de Mística. O exemplo maior da Mística está na entrega e aceitação de Jesus nos momentos que antecederam e o próprio ato da Sua crucificação. Se Ele fosse lógico como o senhor, Ele teria ficado revoltado por estar sendo condenado, flagelado, maltratado, judiado, incompreendido, crucificado! Como seria possível isso justamente para Ele, que só deu amor, só falou por amor, só veio à Terra por amor, o Divino Amor!... Pela lógica teria Ele todo direito de se revoltar contra Seu Pai que estava “obrigando- O” a passar por tamanha injustiça! No entanto, o estado místico em que Ele se encontra não permite que tal inconformação e revolta se manifestem. Não, Ele não teve ódio, nem revolta, nem um julgamento sequer. Quando estava no olival chamado Getsêmani e começou a rezar, Ele sabia perfeitamente o que O esperava dali a poucas horas, mas não foi certamente por isso que chorou, tremeu e suou sangue. Não por medo da dor física. Ele sofreu, no profundo do espírito, pela indiferença dos homens de todos os séculos vindouros, pela incompreensão da imensidade de Sua Mensagem, pela malvadeza, pelo egoísmo, pela hipocrisia, pela crueldade, pela frieza, pela ignorância, pela injustiça que o homem do futuro teria professado, tal e qual o homem do passado. Para muitos, Seus ensinamentos teriam sido vãos. E não haviam adormecido, naquela mesma noite, por umas três vezes, seus próprios discípulos aos quais havia insistentemente pedido vigilância? Haviam-no ouvido falar de amor e de sacrifício durante a ceia, e não haviam entendido nada, eles, os melhores! Por isso, também, chorou, por isso disse ao Pai: “Se é possível, afasta de mim este cálice. Porém, seja feita não a minha, mas a Tua vontade”.
Em segundo lugar, realmente a União do Vegetal não é uma das “religiões” que existem por aí. A União do Vegetal é uma escola de educação física, mental e espiritual na qual é possível se religar com Deus. E por isso mesmo é A RELIGIÃO. E é pena que D. Bettencourt seja tão court.
Com relação a terapias, na mesma revista em que ele leu o artigo sobre a Oaska consta uma ampla matéria crítica a Freud e à sua patológica doutrina. Na Humanus II consta um artigo denominado Psicoterapias: uma forma de fugir de si, o qual também é bastante crítico em relação às terapias. No livro Mistérios e Encantos da Oaska: Daniele Rodrigues entrevista o Mestre da União do Vegetal, eu pergunto ao Mestre: “O que o senhor pensa sobre a psicoterapia?”. E ele dá uma ampla resposta a qual contém também as seguintes palavras:
“(...) E assim, buscando uma solução que não encontrou nas religiões institucionalizadas, uma pessoa pode passar até dezenas de anos freqüentando consultórios psicanalíticos, trocando não só de terapeuta como de terapia e de medicamentos, sem, no entanto, chegar a fazer uma revisão de seus valores (que na grande maioria dos casos, estão subvertidos) nem mudar a sua conduta no sentido de extirpar a causa dos problemas que a afligem. Mas para muitas pessoas é mais fácil pagar, a peso de ouro, o aluguel do ouvido desses profissionais e gastar seu precioso tempo com eles confessando-lhes seus segredos mais íntimos do que tomar decisões drásticas em suas vidas no intuito de sair desse círculo vicioso. Por conseguinte, os pacientes geralmente acabam encontrando nas psicoterapias a cumplicidade ideal para o seu comodismo e uma forma sofisticada de enganarem a si mesmos e arrastarem por mais tempo seus problemas. Não conseguem livrar-se deles nem tampouco poupar as pessoas com quem convivem de suas nefastas conseqüências.”
Portanto, D. Estevão, a União do Vegetal NÃO é “terapia religiosa" e SIM a VERDADEIRA RELIGIÃO, com sua doutrina em perfeita obediência às Leis de Deus.
13) E eis a nota final do texto de Bettencourt:
“Compulsamos outrossim o livro oficial da Sociedade intitulado ‘União Vegetal Hoasca. Fundamentos e Objetivos’. Tal obra data de 1989, ao passo que o artigo da revista "Humanus" é do ano 2000. Por isto, quando registramos certa discórdia entre o livro e o artigo, demos preferência à informação oferecida pelo artigo, que é de data mais recente.”
Cruz-credo, padre Estevão, definitivamente o senhor não entendeu nada! O senhor está confundindo astro com nuvens, conforme costuma dizer o Mestre. De que Sociedade o senhor está falando??? Esse livro não fala sobre a União do Vegetal e nós não bebemos Hoasca. Conforme início de seu próprio “artigo” nós bebemos Oaska. E não existe “certa discórdia” entre nada porque nenhuma discórdia pode ser certa. O que acontece é que A UNIÃO DO VEGETAL NÃO TEM NADA A VER COM OUTROS GRUPOS QUE BEBEM CHÁ DE MARIRI E CHACRONA! ENTENDEU???
E SABE POR QUÊ?
PORQUE EXISTE O MESTRE. A diferença mais marcante entre a União do Vegetal e outros grupos que bebem chá de forma clandestina é a presença do Mestre. E essa não é uma questão que pode ser entendida pela lógica, mesmo porque a Oaska é puro mistério. Só é possível compreendê-la dentro do plano espiritual a que ela dá acesso. Só nesse nível é que a pessoa se dá conta de que vivemos num mundo de mistério e magia; e, se ela tiver paciência e humildade, um dia descobrirá que é a presença do Mestre o que outorga ao chá todos os seus maravilhosos atributos. Isso porque Deus não iria dotar com Seus poderes divinos um instrumento como um chá, que é algo simples de preparar, de forma independente da presença de um agente destinado a zelar pela sua guarda e distribuição, já que tal instrumento poderia ser usado de forma inadequada, para preencher interesses espúrios. E de fato, o que acontece é que as pessoas tentam fazer isso, só que o resultado não é o mesmo e nem poderia ser.
As observações descabidas perpetradas por um candidato à púrpura apostólica da Santa Madre Igreja é uma afronta aos sacramentos que o Mestre recebeu na própria igreja católica. Foram eles: consagração à Virgem, batismo, comunhão e crisma. E se o Pe. Bettencourt não sabe, o Mestre da União do Vegetal, Joaquim José de Andrade Neto, é de tradicional família católica e, além dos sacramentos já citados, teve formação escolar salesiana, e na idade adulta por diversas vezes foi convidado a fazer parte da Ordem de Malta. Sua avó contribuiu para formar dezenas de sacerdotes católicos, além de ter doado as jóias da família, de várias gerações, que se encontravam em seu poder, para a Igreja. Inclusive alguns membros da família chegaram a ser bispos, e os ascendentes do Mestre construíram várias igrejas, nas quais seus corpos encontram-se sepultados.
Como se vê, o Mestre conhece a igreja católica, é católico no sentido universal da palavra, muito embora não seja praticante do catolicismo apostólico romano, e, no entanto, nunca utilizou seu precioso tempo para desrespeitar os sacramentos da igreja ou de sua doutrina. O que o Mestre vem fazendo é mostrar os desvios da essência de todas as religiões, seja onde for. No que diz respeito ao cristianismo, tudo o que não corresponde com os ensinos de Jesus e que foi deturpado ou inventado deve ser exposto e submetido a uma reflexão a fim de ser corrigido, assim como foi feito no artigo Cristianismo e Reencarnação já citado.
Chocada com a postura assumida pelo padre em seu artigo, perguntei ao Mestre como pode uma pessoa que se diz religiosa ser tão lógica. Ele me respondeu relatando que o grande pensador italiano São Tomás de Aquino, o qual, de tão estudioso, não deixou de abordar nenhum assunto de interesse filosófico, teológico ou pastoral, passou a vida inteira tentando provar a existência de Deus pela lógica. Só que São Tomás de Aquino, já idoso, pouco antes de seu desencarne, ao rezar uma missa, foi tomado por um êxtase místico que durou alguns minutos. Ao voltar a si, disse para os presentes: “O que acabo de ver é de uma maravilha tal que melhor seria que toda minha obra fosse rasgada e jogada no lixo!”
Caro, Pe. Estevão Bettencourt, sabe o que São Tomás de Aquino sentiu nesses poucos minutos? Sem dúvida alguma, uma burracheira!
E só para efeito de reflexão, quero que o senhor tome conhecimento de que o dia da memória litúrgica desse santo, o dia 28 de janeiro - data em que ocorreu seu verdadeiro nascimento espiritual, quando então ele alcançou o estado de santidade ao sentir o que o senhor de maneira debochada se refere, ou seja, o Nirnava, a burracheira - é também a data de nascimento do Mestre, data em que todos os seus discípulos se reúnem no templo para comungar o chá Oaska em comemoração a esse dia.
Então, Pe. Bettencourt, o senhor deve procurar respeitar os mistérios de Deus. Agora, se o senhor considerar que isso tudo é por acaso, que isso é lógica, então será mais digno e sincero de sua parte entregar a batina e abrir um açougue.
Não se esqueça de que, se o senhor um dia alcançar merecimento, é possível sentir com a Oaska o que São Tomás de Aquino sentiu, e isso por pura misericórdia de Deus, que muito provavelmente estava enojado daquelas asneiras teológicas de Tomás e resolver dar-lhe uma pequena amostra do que vem a ser o Estado Místico de ligação com Ele.
Para finalizar, tenho a reafirmar agora o que eu já havia dito anteriormente, na época da publicação dessa minha resposta ao padre no Fórum do GEH e no sítio Veritatis Splendor: se o senhor se considerar um verdadeiro discípulo de Jesus, o senhor deveria retratar-se formalmente com a União do Vegetal e seu Representante Geral e reconhecer que foi irresponsável, limitado, superficial, desrespeitoso, precipitado e medíocre em sua pretensão de responder o que é Oaska, sob pena de ter que responder por aquilo que fez, de acordo com o código de direito canônico, com penas cabíveis a tão desastrada interpretação e ofensa ao sentimento religioso. E mais: tenho certeza de que se algum representante do Mestre tivesse feito algo parecido ele seria suspenso a sacris por tempo indeterminado.
Portanto, sr. Estevão Bettencourt, tenho ainda o seguinte a dizer-lhe: se o senhor preferir agir como um discípulo de Jesus, reconhecendo seu erro, o Mestre considerará esses momentos mal administrados como uma manifestação de debilidade humana e com certeza o perdoará. Conforme eu já disse, o Mestre, apesar de conhecer bem a igreja católica, nunca veio a público tecer comentários desairosos ou mentirosos a respeito da mesma. Portanto, o senhor que tenha a hombridade de corrigir suas faltas para não ter que arcar com maiores conseqüências. E, se caso o senhor optar pelo pior, ou seja, pelo não reconhecimento de tudo que foi falado aqui, eu o desafio a vir beber o chá Oaska, que o senhor teve o atrevimento de tentar explicar o que é, e depois de beber, sentindo a força poderosa chamada burracheira, dentro da Luz do Esplendor da Verdade, e na presença do Mestre, tentar sustentar todas as palavras que disse em seu sítio Veritatis Splendor. (sic!)
Eu me disponho a interceder junto ao Mestre para que o senhor possa ter essa oportunidade. E se isso vier a acontecer será um paradoxo, porque apesar do senhor ter optado pelo pior, que é não se retratar, na realidade o senhor acabará recebendo o melhor, que é beber a Oaska!
Amém.
Humanamente grata pelo proveito que o senhor fizer desse esclarecimento,
despeço-me com Luz, Paz e Amor.
Sinceramente,
Daniele Rodrigues – discípula do Mestre Geral Representante da União do Vegetal
Em tempo
Na ocasião da publicação deste esclarecimento nos sítios já mencionados, foi dado um prazo de 72 horas ao padre Estevão Bettencourt para a sua retratação, pois, caso contrário eu disse que estaria encaminhando um dossiê amplo e detalhado sobre o assunto ao Vaticano a fim de que a Igreja pudesse tomar as medidas eclesiásticas cabíveis. No entanto, o Mestre salvou-me do ridículo, como sempre, uma vez que a Igreja Católica, tal como se encontra hoje, está tão distante dos ensinamentos de Jesus como o padre Bettencourt está longe de compreender o que é a Oaska. Prova disso é que até hoje ele não se manifestou sobre o que disse e o que teve que ler. Se ele soubesse que a Oaska é Jesus, com certeza ele não falaria o que falou e nem deixaria de reconhecer e se retratar por suas blasfêmias.
Assim sendo, obviamente eu não fiz nenhum dossiê ao Vaticano, pois entendi bem que seria o mesmo que trocar seis por meia dúzia.
E para encerrar, depois da intempestiva e irresponsável intromissão em assunto que não lhe diz respeito, pedimos ao vigário, pelo amor de Deus que ele não nos abençoe, uma vez que, conforme relação a seguir, a bênção de seus chefes não foram de bom agouro. Melhor será que ele um dia alcance a bênção do Mestre da União do Vegetal!
FINIS ECCLESIAE!...
“E amaldiçoarei as vossas bênçãos”.
(Malaquias, 11,2).
Exemplifiquemos por meio da fatalidade que pesa sobre as pessoas e coisas abençoadas pelos papas ao longo dos séculos:
1. O papa abençoou à Carlota de Bourbon quando ela voltou à Roma, e ela, antes de sair do Vaticano, enlouqueceu.
2. O papa enviou a sua bênção a Maximiliano quando este partia para o México, e em Queretaro ele foi fuzilado.
3. Abençoou o exército francês em 1870, e logo depois o exército foi completamente derrotado.
4. Abençoou a Imperatriz do Brasil, e logo depois ela quebrou uma perna.
5. Abençoou o príncipe Rodolfo da Áustria e ele suicidou-se.
6. Abençoou o imperador da Áustria e... não houve na Europa soberano mas infeliz. Ele mesmo foi um dos provocadores da grande guerra, que derrubou seu trono e dissolveu o seu império, no reinado de seu sucessor.
7. Abençoou a D. Affonso XII que pouco tempo depois morreu em idade prematura.
8. Abençoou o arcebispo do Peru e 43 dias depois foi o mesmo envenenado com um cálice que tomou em Viernes Sanctus (Sexta-feira Santa).
9. Abençoou a Isabel II e pouco depois ela foi deposta do trono.
10. Abençoou a Francisco José, imperador da Áustria e poucos dias depois ele sofreu a derrota de Sadowa.
11. Abençoou a Napoleão III e logo depois caiu o mesmo prisioneiro do rei da Prússia em Sedan e foi destronado.
12. Abençoou o vapor inglês “Santa Maria” porque a bordo vinham onde irmãs de caridade e... pobre vapor! Em sua primeira viagem perdeu-se diante de Montevidéu.
13. Abençoou o vapor “América”, que fazia a carreira entre Buenos Aires e Montevidéu, e o vapor incendiou-se a 24 de dezembro de 1871, tendo a bordo mais de cem passageiros.
14. Foi depois da bênção do papa Pio IX (“Urbi et orbi” das célebres profecias de Malaquias, arcebispo finlandês, nascido em 1094 e falecido em 1148) que ele mesmo foi derrotado e Roma foi tomada a 20 de setembro de 1870, por Vitor Manuel, tornando-se capital da Itália.
15. O papa abençoou os canhões de Hitler e ele perdeu a guerra.
16. O papa abençoou a princesa Isabel e pouco depois ela foi expulsa do Brasil, e proclamada a República.
17. O papa abençoou as armas espanholas na última guerra com os Estados Unidos e realizou-se em seguida o desastre de Cavite. A esquadra de Cervéra saiu da Cadiz com a bênção do papa e daí a pouco foi completamente destruída pela esquadra americana em Santiago de Cuba.
18. No ano de 1889 o Núncio do papa foi à Resistência, no Chaco, para abençoar a igreja e ao voltar, a igreja desmoronou-se, completamente, devido a um medonho furacão.
19. A festa de caridade (Les Dames de Charité) em Paris, no mês de maio de 1897, foi abençoada pelo papa, e, pouco depois, a casa onde deveria se realizar a festa incendiou-se e foi destruída, fazendo perecer a duquesa de Alençon e muitas outras pessoas da aristocracia francesa.
20. Quando há anos o Brasil recebeu a bênção papal, o câmbio desceu, o café barateou e a peste bubônica apareceu.
21. Em dezembro de 1905, o papa abençoou de novo o Brasil e em seguida se deu a catástrofe do “Aquidaban”, que enlutou a nação; veio a praga de gafanhotos em São Paulo e a seca no Sul; manifestaram-se inundações como nunca houve no Brasil, causando mortes e prejuízos colossais. Até o mar se revoltou!
22. Na mesma ocasião, a pedido do cardeal brasileiro, o papa abençoou a América, e daí a quatro meses violento tremor de terra e conseqüentes incêndios destruíram São Francisco da Califórnia.
23. O papa abençoou o General Nobile, quando partiu para a sua infeliz expedição aérea ao Pólo Norte e, ainda mais, ofereceu-lhe uma cruz para ser atirada em cima do pólo. Ninguém ignora o que aconteceu a tal expedição, que ainda repercutiu no mundo com o desaparecimento do explorador Amundsen, indo em busca do primeiro. Quanto ao general Nobile, passou ainda pelo vexame de entrar em “conselho de guerra” e ser considerado como único culpado pelo acidente havido, etc.
24. E agora com a sua intromissão na política... o que não acontecerá? O futuro o dirá!
2006-12-17 05:28:01
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answer #6
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answered by Anonymous
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