Muitos têm opiniões formadas sobre a BÃblia, mesmo sem nunca a terem lido pessoalmente. Talvez possuam uma BÃblia. Podem até mesmo reconhecer seu valor literário ou histórico. Mas, para muitos, ela é um livro fechado. ‘Não tenho tempo para ler a BÃblia’, dizem alguns. Outros se perguntam: ‘Como é que um livro antigo pode ser relevante para a minha vida?’ Tais pontos de vista constituem um verdadeiro desafio.
Então o que fazer?
Primeiro, a BÃblia merece consideração por ser de longe o livro de maior circulação e mais amplamente traduzido em toda a história humana. Há mais de 500 anos, a primeira edição impressa com tipos móveis saiu da prensa de Johannes Gutenberg. Desde então, calcula-se que foram impressos quatro bilhões de BÃblias, por inteiro ou em parte. Até 1996, a BÃblia inteira ou em partes já havia sido traduzida para 2.167 lÃnguas e dialetos. Mais de 90 por cento da famÃlia humana têm acesso pelo menos a parte da BÃblia na sua própria lÃngua. Nenhum outro livro — religioso ou não — sequer chega perto disso!
As meras estatÃsticas não provam que a BÃblia é a Palavra de Deus. No entanto, certamente devemos esperar que um registro escrito, inspirado por Deus, seja acessÃvel a pessoas no mundo todo. Afinal, a própria BÃblia nos diz que “Deus não é parcial, mas, em cada nação, o homem que o teme e que faz a justiça lhe é aceitável”. (Atos 10:34, 35) A BÃblia, como nenhum outro livro, tem atravessado fronteiras nacionais, e tem vencido barreiras raciais e étnicas. Deveras, a BÃblia é um livro para todas as pessoas!
Um histórico extraordinário de preservação
Há outro motivo pelo qual a BÃblia merece ser examinada. Ela sobreviveu a obstáculos tanto naturais como humanos. O histórico de como ela foi preservada apesar de enormes desafios é deveras extraordinário entre os escritos antigos.
Os escritores da BÃblia evidentemente registraram suas palavras à tinta em papiro (feito da planta egÃpcia do mesmo nome) e em pergaminho (feito da pele de animais). (Jó 8:11) Esses materiais de escrita, porém, têm inimigos naturais. O erudito Oscar Paret explica: “Esses materiais de escrita estão em igual nÃvel sujeitos à danificação pela umidade, pelo mofo e por várias espécies de traças. A experiência diária nos ensina com que facilidade o papel, e até mesmo o couro resistente, estraga ao ar livre ou num recinto úmido.” Por isso não surpreende que não se saiba da existência de nenhum dos escritos originais; é provável que se tenham desintegrado há muito tempo. Mas, se os originais sucumbiram diante dos inimigos naturais, como sobreviveu a BÃblia?
Logo depois da escrita dos originais, começaram a ser produzidas cópias à mão. De fato, copiar a Lei e outras partes das Escrituras Sagradas tornou-se uma profissão no antigo Israel. Por exemplo, o sacerdote Esdras é descrito como “copista destro da lei de Moisés”. (Esdras 7:6, 11; note Salmo 45:1.) Mas as cópias produzidas também eram perecÃveis; com o tempo, tinham de ser substituÃdas por outras cópias manuscritas. Esse processo de copiar as cópias prosseguiu por séculos. Visto que os humanos não são perfeitos, será que erros dos copistas mudaram substancialmente o texto bÃblico? A evidência esmagadora responde que não!
Os copistas não eram apenas muito hábeis, mas tinham também profundo respeito pelas palavras que copiavam. A palavra hebraica para “copista” tem a ver com contagem e com registro. Para ilustrar o extremo cuidado e a exatidão dos copistas, considere os massoretas, copistas das Escrituras Hebraicas que viveram entre o sexto e o décimo século EC. Segundo o erudito Thomas Hartwell Horne, eles contavam “quantas vezes cada letra do alfabeto [hebraico] ocorre nas Escrituras Hebraicas completas”. Imagine o que isso significa! Para evitar omitir mesmo uma só letra, esses devotos copistas contavam não só as palavras que copiavam, mas também as letras. Ora, segundo o relato dum erudito, eles supostamente mantiveram registro de 815.140 letras nas Escrituras Hebraicas! Esse esforço diligente garantia um alto grau de exatidão.
De fato, há forte evidência de que os textos hebraico e grego, em que se baseiam as traduções modernas, representam com notável fidelidade as palavras dos escritores originais. A evidência consiste em milhares de cópias feitas à mão dos manuscritos bÃblicos — calculadamente 6.000 de todas as Escrituras Hebraicas ou de partes delas, e umas 5.000 das Escrituras Cristãs em grego — que sobreviveram até os nossos dias. Uma cuidadosa análise comparativa dos muitos manuscritos existentes tem habilitado os eruditos em matéria de textos a descobrir erros de copistas e determinar qual a versão original. De modo que o erudito William H. Green podia declarar ao comentar o texto das Escrituras Hebraicas: “Pode-se dizer com segurança que nenhuma outra obra da antiguidade foi transmitida com tanta exatidão.” Pode-se ter confiança similar no texto das Escrituras Gregas Cristãs.
Como teria sido fácil a BÃblia perecer, se não houvesse cópias manuscritas que substituÃssem os originais, com sua mensagem preciosa! Há apenas um motivo para a sua sobrevivência — Jeová é o Preservador e Protetor da sua Palavra. Conforme diz a própria BÃblia em 1 Pedro 1:24, 25: “Toda a carne é como a erva, e toda a sua glória é como flor da erva; a erva se resseca e a flor cai, mas a declaracÌão de Jeová permanece para sempre.”
Traduzida para as lÃnguas vivas da humanidade
Sobreviver a séculos de recopiar já era um desafio bastante grande, mas a BÃblia se confrontou com outro obstáculo — a tradução para as lÃnguas contemporâneas. A BÃblia tem de falar a lÃngua das pessoas para poder falar-lhes ao coração. No entanto, traduzir a BÃblia — com seus mais de 1.100 capÃtulos e 31.000 versÃculos — não é uma tarefa fácil. Todavia, ao longo dos séculos, tradutores dedicados de bom grado aceitaram este desafio, enfrentando à s vezes obstáculos aparentemente intransponÃveis.
Por exemplo, considere como a BÃblia veio a ser traduzida para os idiomas da Ãfrica. No ano de 1800, havia apenas cerca de uma dúzia de lÃnguas escritas em toda a Ãfrica. Centenas de outras lÃnguas faladas não tinham sistema de escrita. Esse era o desafio com que se confrontava Robert Moffat, tradutor da BÃblia. Em 1821, à  idade de 25 anos, Moffat estabeleceu uma missão entre o povo de lÃngua tsvana no sul da Ãfrica. Para aprender a sua lÃngua não-escrita, ele se misturou com o povo. Moffat perseverou e, sem a ajuda de cartilhas ou de dicionários, por fim dominou a lÃngua, desenvolveu uma forma escrita dela, e ensinou a alguns tsvanas a ler esta escrita. Em 1829, depois de trabalhar entre os tsvanas por oito anos, ele terminou a tradução do Evangelho de Lucas. Mais tarde ele disse: “Sei de pessoas que viajaram centenas de quilômetros para obter exemplares de S. Lucas. . . . Vi-os receber partes de S. Lucas, chorando e apertando-as ao peito, derramando lágrimas de gratidão, a ponto de eu ter de dizer a mais de um deles: ‘Vais estragar os livros com as tuas lágrimas.’” Moffat falou também dum africano que viu diversas pessoas lendo o Evangelho de Lucas e que lhes perguntou o que tinham na mão. “à a palavra de Deus”, responderam. “Ela fala?”, perguntou o homem. “Sim”, disseram, “ela fala ao coração”.
Tradutores dedicados, como Moffat, deram a muitos africanos sua primeira oportunidade de se comunicarem por escrito. Mas os tradutores deram ao povo africano uma dádiva ainda mais preciosa — a BÃblia na sua própria lÃngua. Além disso, Moffat deu a conhecer o nome divino aos tsvanas, e ele usou esse nome em toda a sua tradução. De modo que os tsvanas chamavam a BÃblia de “a boca de Jeová”. — Salmo 83:18.
Outros tradutores, em diversas partes do mundo, enfrentaram obstáculos similares. Alguns até mesmo arriscaram a vida para traduzir a BÃblia. Imagine: se a BÃblia tivesse permanecido apenas no hebraico e grego antigos, ela teria “morrido” há muito, porque essas lÃnguas com o tempo foram virtualmente esquecidas pelas massas e nunca foram conhecidas em muitas partes da Terra. No entanto, a BÃblia está bem viva porque, dessemelhante de qualquer outro livro, ela pode “falar” à s pessoas do mundo inteiro na própria lÃngua delas. Em resultado disso, sua mensagem continua “operando em [seus] crentes”. (1 Tessalonicenses 2:13) A BÃblia de Jerusalém, na edição em inglês, verte estas palavras: “Ela ainda é um poder vivo entre vós, os que credes nela.”
Digna de confiança
‘Pode-se realmente confiar na BÃblia?’, alguns talvez se perguntem. ‘Refere-se ela a pessoas que inegavelmente viveram, a lugares que realmente existiram e a eventos que aconteceram mesmo?’ Se havemos de confiar nela, deve haver evidência de que ela foi escrita por escritores cuidadosos e honestos. Isto nos leva a outro motivo de se examinar a BÃblia: existe evidência sólida de que ela é exata e digna de confiança.
Escritores honestos registrariam não apenas êxitos, mas também fracassos, não apenas pontos fortes, mas também fraquezas. Os escritores da BÃblia demonstraram tal honestidade animadora. Por exemplo, considere a franqueza de Moisés. Entre as coisas que ele relatou francamente estavam sua própria falta de eloqüência que, ao seu ver, o tornava inadequado para ser lÃder de Israel (Ãxodo 4:10); o erro sério que cometera, que o impediu de entrar na Terra Prometida (Números 20:9-12; 27:12-14); o desvio de seu irmão, Arão, que cooperou com israelitas rebeldes na fabricação da estátua dum bezerro de ouro (Ãxodo 32:1-6); a rebelião da sua irmã, Miriã, e a punição humilhante dela (Números 12:1-3, 10); o ato profano de seus sobrinhos Nadabe e Abiú (LevÃtico 10:1, 2) e as repetidas queixas e murmúrios do próprio povo de Deus. (Ãxodo 14:11, 12; Números 14:1-10) Não indicam esses relatos francos e honestos uma preocupação sincera com a verdade? Visto que os escritores da BÃblia estavam dispostos a fornecer informações desfavoráveis sobre os seus entes queridos, sobre seu povo e até sobre si mesmos, não constitui isso um bom motivo para se confiar nos seus escritos?
A coerência dos escritores da BÃblia também marca os escritos deles como confiáveis. àdeveras notável que 40 homens, escrevendo durante um perÃodo de uns 1.600 anos, estejam de acordo, mesmo nos mÃnimos pormenores. No entanto, esta harmonia não é artificial a ponto de criar suspeita dum conluio. Ao contrário, há uma óbvia falta de premeditação no acordo entre diversos pormenores; a harmonia muitas vezes é claramente coincidente.
Como ilustração, considere um incidente ocorrido na noite em que Jesus foi preso. Todos os quatro escritores dos Evangelhos registraram que um dos discÃpulos puxou a espada e golpeou o escravo do sumo sacerdote, decepando a orelha do homem. No entanto, apenas Lucas nos conta que Jesus “tocou na orelha e o curou”. (Lucas 22:51) Mas não é isso o que esperarÃamos do escritor que era conhecido como “o médico amado”? (Colossenses 4:14) O relato de João nos conta que, dentre todos os discÃpulos presentes, quem puxou a espada foi Pedro — fato que não surpreende em vista da tendência de Pedro de ser precipitado e impetuoso. (João 18:10; note Mateus 16:22, 23 e João 21:7, 8.) João relata outro pormenor aparentemente desnecessário: “O nome do escravo era Malco.” Por que apenas João fornece o nome do homem? A explicação é fornecida por um fato menor, declarado de passagem somente no relato de João — João “era conhecido do sumo sacerdote”. Era também conhecido dos da casa do sumo sacerdote; os servos o conheciam, e ele a eles. (João 18:10, 15, 16) Portanto, é apenas natural que João mencionasse o nome do homem ferido, ao passo que os outros escritores dos Evangelhos não o fizeram, por lhes ser o homem evidentemente um estranho. A concordância entre todos esses pormenores é notável, mas claramente desintencional. Na BÃblia há dezenas de exemplos similares.
Portanto, podemos confiar na BÃblia? Definitivamente que sim! A candura dos escritores da BÃblia e a coerência interna dela têm o claro tom da verdade. Pessoas honestas precisam saber que podem confiar na BÃblia, porque ela é a Palavra inspirada de “Jeová, Deus da verdade”. (Salmo 31:5)
2006-12-13 10:03:11
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answer #3
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answered by petersonb01 3
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