Praticamente todos os protestantes, ou ditos evangélicos, usam a tradução de João Ferreira de Almeida, e insistem em dizer que esta é a tradução mais fidedigna da Bíblia.
Será que é mesmo ?
O que dizer das diversas versões feitas dela desde que João Ferreira de Almeida a traduziu ? Por que algumas versões tem o nome de Deus como Jeová, e outras aboliram completamente o nome ? Será que as traduções que hoje levam o nome de João Ferreira de Almeida apegam-se à tradução original feita por ele ?
Por que algumas versões tem o texto reconhecidamente espúrio de 1ª João 5:7, para fortalecer a chamada doutrina da trindade, e outras não ?
O artigo abaixo vai lhe ajudar a entender melhor quem foi João Ferreira de Almeida e a tradução de João Ferreira de Almeida:
João Ferreira de Almeida — quem era ele?
EM TODOS os países e regiões de língua portuguesa a versão popular da Bíblia que goza da mais ampla distribuição leva o nome de seu tradutor, João Ferreira de Almeida. Quem era ele? Que parte desempenhou em tornar a Palavra de Deus disponível ao povo?
Um opúsculo intitulado “Computadores Confirmam a Bíblia”, compilado pelo prof. Irineu Monteiro, traz a lume certas informações interessantes, com base nas pesquisas do escritor Wilson Villanova, conforme a publicação A Bíblia no Brasil, de 1972.
João Ferreira de Almeida, declara-se, nasceu numa vila chamada Torre de Tavares, em Portugal, em 1628. Pouco se sabe de sua infância. Foi criado em Lisboa por seu tio, um sacerdote, com quem aprendeu latim. Aos 14 anos, partiu de Portugal para a Holanda, e dali, em 1641, mudou-se para a possessão holandesa de Batávia (agora Jacarta, capital da Indonésia), onde começou a freqüentar a Igreja Reformada Holandesa local. Tão impressionado ficou com o conteúdo dum panfleto, “Diferença da Cristandade da Igreja Reformada e da Romana” que se converteu, fazendo sua “profissão de fé” no ano 1642, quando ainda era adolescente.
Como jovem sempre estudioso que era, pôs-se a trabalhar na tradução dum resumo dos Evangelhos e das Epístolas, do espanhol para o português. Em 1644-45, traduziu todas as Escrituras Gregas Cristãs (comumente mencionadas como Novo Testamento) do latim para o português. Casou-se com a filha dum pastor holandês, e, em 1656, foi ordenado ministro da Igreja Reformada. Seu ministério como pastor o levou ao Ceilão (agora Sri-Lanka) e a Tuticorin, sul da Índia, nos anos 1656-63.
Voltando à Batávia, em 1663, é nomeado membro do Consistório da Igreja Reformada, e, em 1670, conclui a tradução das Escrituras Gregas Cristãs da língua original, utilizando o Texto Recebido como base. Uma vez concluída tal tradução, o Consistório fez arranjos para que tal tradução fosse impressa.
Qual perito, Almeida, com o passar dos anos, passou a dominar as línguas bíblicas, além de seu excepcional conhecimento do latim, espanhol francês e holandês. Passou a traduzir as Escrituras Hebraicas (Velho Testamento), e chegou até os versículos finais de Ezequiel quando, sobrepujado por agudo esgotamento físico, faleceu aos 63 anos, em 6 de agosto de 1691. Com respeito à tradução das Escrituras que fez, o bem-conhecido escritor, Teófilo Braga (1843-1924), declarou que se tratava do “maior e mais interessante documento para se estudar a língua portuguesa do século XVII”.
O prof. Monteiro, em seu tratado sobre o assunto, menciona corretamente que as edições da Bíblia disponíveis ao público em geral, atualmente, que trazem o nome de Almeida, foram modificadas a tal ponto que ‘ninguém diria serem a mesma’. Uma comparação das últimas edições com as que foram editadas no século 19, por exemplo, mostra amplas diferenças. A maioria das diferenças são, decididamente, aprimoramentos, devido ao crescente entendimento das línguas originais e a disponibilidade de manuscritos mais antigos que vieram a lume nos anos recentes, e às muitas mudanças na própria língua. Um grave defeito que não deve ser despercebido, contudo, é a remoção do Nome Divino. Almeida o empregou milhares de vezes na forma JEHOVAH, como se pode ver na reimpressão, de 1870, da edição de 1693. A Edição Revista e Corrigida (1954) retém o Nome em sua forma moderna (Jeová) em lugares tais como Salmo 83:18; Isaías 12:2 e, extensivamente, no livro de Ezequiel. Infelizmente, algumas edições, tais como a Edição Revista e Atualizada no Brasil (1964), não o empregam de forma alguma. Por outro lado, várias outras versões modernas seguem o exemplo de Almeida, restaurando o nome sagrado de Deus a seu legítimo lugar em Sua Palavra escrita.
Todos os povos de língua portuguesa têm, deveras, uma dívida de gratidão para com João Ferreira de Almeida, pelos esforços que fez em disseminar a Palavra escrita de Jeová, o Grande Manancial das puras “águas da verdade”. Seu trabalho de tradução, realizado no Ceilão, na Índia e na Indonésia, lá no século 17, tem tido resultados de longo alcance, até mesmo em nossos dias.
Graças demos a Jeová, o Deus comunicativo, de que Sua Palavra é mais viva, e exerce mais poder nesta parte final do século 20, do que nunca antes na história da humanidade! — Hebreus 4:12.
Espero ter ajudado
2006-12-11 04:47:10
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answer #1
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answered by WDR 4
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Talvez a passagem mais controvertida, que foi tirada de traduções mais recentes, que são fiéis à evidência dos manuscritos antigos, seja parte de 1 João 5:7. No passado, recorria-se muitas vezes a este texto em apoio da doutrina antibÃblica da Trindade. Sobre esta passagem espúria, diz a católica BÃblia de Jerusalém, (N.T.):
“O texto dos vv. 7-8 [no céu: o Pai, o Verbo e o EspÃrito Santo, e esses três são um só; e há três que testemunham sobre a terra] está . . . ausente nos antigos mss. gregos, nas antigas versões e nos melhores mss. da Vulg., e que parece ser uma glosa marginal introduzida posteriormente no texto.”
Visto que este versÃculo procede dum perÃodo muito posterior ao tempo da escrita da BÃblia e tem natureza tão claramente espúria, muitas traduções modernas nem mesmo o tratam assim como os outros versÃculos omitidos.
1 João 5:7, 8:
Al reza: “Porque três são os que testificam no céu: o Pai, a Palavra, e o EspÃrito Santo; e estes três são um. E três são os que testificam na terra: o EspÃrito, e a água e o sangue; e estes três concordam num.” (So também inclui esta passagem trinitária.) Entretanto, NM não inclui as palavras “no céu: o Pai, a Palavra, e o EspÃrito Santo; e estes três são um. E três são os que testificam na terra.” (PIB, BV, CBC, LR também excluem a passagem trinitária.)
A respeito desta passagem trinitária, o crÃtico textual F. H. A. Scrivener escreveu: “Não precisamos hesitar em declarar a nossa convicção de que as palavras controvertidas não foram escritas por São João: que foram originalmente transpostas da margem para as cópias latinas na Ãfrica, onde haviam sido colocadas como nota explicativa pia e ortodoxa referente ao versÃculo 8 : que, do latim, penetraram em dois ou três códices gregos posteriores, e daà no texto impresso em grego, lugar a que não tinham nenhum direito.” — A Plain Introduction to the Criticism of the New Testament (Cambridge, 1883, terceira ed.), p. 654.
Uma nota ao pé da página da BJ diz que “o texto dos vv. 7-8 [a passagem trinitária] está acrescido na Vulg. de um inciso . . . ausente nos antigos mss. gregos, nas antigas versões e nos melhores mss. da Vulg., e que parece ser uma glosa marginal introduzida posteriormente no texto.” — Edições Paulinas de 1981, S. Paulo, Brasil, p. 1597.
A obra A BÃblia Explicada diz: “Nos versÃculos 7, 8 devemos omitir as seguintes palavras: “No céu, o Pai, a Palavra, e o EspÃrito Santo; e estes três são um. E três são os que testificam na terra”, por não se encontrarem nos melhores manuscritos.” — S. E. McNair (Casa Publ. Assembl. Deus, Rio de Janeiro, Brasil, 1985), p. 489.
2006-12-11 12:03:02
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answer #2
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answered by FelipeLima 3
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