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16 respostas

Não sou protestante, mas não aceito estes livros como inspirados. Por que?

Embora, em alguns casos, apresentem certo valor histórico, qualquer afirmação de canonicidade por parte destes escritos não dispõe de nenhuma base sólida. A evidência aponta para o término do cânon hebraico depois da escrita dos livros de Esdras, Neemias e Malaquias, no quinto século AEC. Os escritos apócrifos jamais foram incluídos no cânon judaico das Escrituras inspiradas, e não fazem parte dele atualmente.

Josefo, historiador judeu do primeiro século, mostra o reconhecimento dado apenas a esses poucos livros (do cânon hebraico) considerados sagrados, dizendo: “Não possuímos miríades de livros incoerentes, que discordam entre si. Nossos livros, os devidamente acreditados, são apenas vinte e dois [equivalentes aos 39 livros das Escrituras Hebraicas segundo a divisão moderna], e contêm o registro de todos os tempos.” Daí, ele mostra de forma clara ter consciência da existência de livros apócrifos e de sua exclusão do cânon hebraico, por acrescentar: “Desde o tempo de Artaxerxes até o nosso próprio tempo, a história completa foi escrita, mas não foi considerada digna de crédito igual aos registros anteriores, porque cessou a sucessão exata dos profetas.” — Against Apion (Contra Apião), I, 38, 41 (8).

Uma das principais evidências externas contra a canonicidade dos Apócrifos é que nenhum dos escritores bíblicos cristãos citou tais livros. Embora isso, por si só, não seja conclusivo, visto que em seus escritos também faltam citações de alguns livros reconhecidos como canônicos, tais como Ester, Eclesiastes e O Cântico de Salomão, todavia, o fato de que nenhum dos escritos dos Apócrifos é citado sequer uma só vez é certamente significativo.

Não deixa de ter seu peso, também, o fato de que os principais peritos bíblicos e “pais da igreja” dos primeiros séculos da Era Comum, no todo, deram aos Apócrifos uma posição inferior. Orígenes, do início do terceiro século EC, em resultado de cuidadosa investigação, fez tal diferenciação entre esses escritos e os do cânon verdadeiro. Atanásio, Cirilo de Jerusalém, Gregório Nazianzeno e Anfíloco, todos do quarto século EC, prepararam catálogos que alistavam os escritos sagrados de acordo com o cânon hebraico, e, ou desconsideraram esses escritos adicionais ou os colocaram numa classe secundária.

Jerônimo, descrito como “o melhor perito hebraico” da igreja primitiva, e que terminou a tradução da Vulgata latina em 405 EC, adotou uma posição definida contra tais livros apócrifos, e foi na realidade o primeiro a usar a palavra “apócrifos” explicitamente no sentido de não-canônicos, como se aplicando a tais escritos. Assim, no seu prólogo aos livros de Samuel e de Reis, Jerônimo alista os livros inspirados das Escrituras Hebraicas em harmonia com o cânon hebraico (em que os 39 livros estão agrupados como 22) e então diz: “De modo que há vinte e dois livros . . . Este prólogo das Escrituras pode servir como enfoque fortificado para todos os livros que traduzimos do hebraico para o latim; de modo que saibamos que tudo o que for além destes precisa ser colocado entre os apócrifos.” Ao escrever a uma senhora chamada Laeta, sobre a educação da filha dela, Jerônimo aconselhou-a: “Todos os livros apócrifos devem ser evitados; mas, se ela quiser alguma vez lê-los, não para determinar a verdade das suas doutrinas, mas por respeito pelos seus maravilhosos contos, deve dar-se conta de que não foram realmente escritos por aqueles a quem são atribuídos, que eles contêm muitos elementos falhos, e que requer grande perícia para achar ouro na lama.” — Select Letters (Cartas Seletas), CVII.

A tendência para incluir estes escritos adicionais como canônicos foi primariamente iniciada por Agostinho (354-430 EC), embora até mesmo ele, em obras posteriores, reconhecesse que havia uma distinção definida entre os livros do cânon hebraico e tais “livros alheios”. No entanto, a Igreja Católica, seguindo o exemplo de Agostinho, incluiu esses escritos adicionais no cânon dos livros sagrados determinado pelo Concílio de Cartago em 397 EC. Todavia, não foi senão muito mais tarde, em 1546 EC, no Concílio de Trento, que a Igreja Católica Romana confirmou definitivamente sua aceitação dessas adições no seu catálogo dos livros da Bíblia, e esta ação foi julgada necessária porque, mesmo dentro da igreja, a opinião ainda estava dividida quanto a tais escritos. João Wycliffe, o sacerdote e perito católico romano que, com a subseqüente ajuda de Nicolas de Hereford, no século 14, fez a primeira tradução da Bíblia para o inglês, não incluiu os Apócrifos em sua obra, e o prefácio desta tradução declarava que tais escritos “não têm a autoridade de crença”. O cardeal dominicano Cajetan, o mais destacado teólogo católico do seu tempo (1469-1534 EC) e chamado por Clemente VII de “lâmpada da Igreja”, também discriminou os livros do verdadeiro cânon hebraico das obras apócrifas, apelando para os escritos de Jerônimo como autoridade.

Deve-se observar também que o Concílio de Trento não aceitou todos os escritos anteriormente aprovados pelo precedente Concílio de Cartago, mas deixou de lado três deles: a Oração de Manassés, e 1 e 2 Esdras [não os livros de 1 e 2 Esdras que, em algumas versões católicas, correspondem a Esdras e Neemias]. Assim, estes três escritos, que haviam aparecido por mais de 1.100 anos na aprovada Vulgata latina, foram então excluídos.

A evidência interna destes escritos apócrifos tem ainda maior peso contra a sua canonicidade do que a externa. Falta-lhes completamente o elemento profético. Seu conteúdo e seus ensinos às vezes contradizem os dos livros canônicos e também são contraditórios entre si. Estão repletos de inexatidões históricas e geográficas, e de anacronismos. Os escritores, em alguns casos, são culpados de desonestidade, ao representarem falsamente suas obras como sendo de anteriores escritores inspirados. Mostram-se sob influência grega pagã, por vezes até recorrendo a uma linguagem extravagante e a um estilo literário inteiramente estranho às Escrituras inspiradas. Dois dos escritores dão a entender que não foram inspirados. (Veja o Prólogo de Eclesiástico, CBC; 2 Macabeus 2:24-32; 15:38-40, So.) Assim, pode-se dizer que a melhor evidência contra a canonicidade dos Apócrifos são os próprios Apócrifos.

2006-11-30 06:05:47 · answer #1 · answered by ? 3 · 1 0

Estes livros são considerados 'apócrifos', ou seja, não tem comprovação nenhuma de que foram "Inspirados por Deus", por isso não foram canonizados.
E não somente os protestantes não os consideram, mas os Judeus também, pois foram escritos por falsos profetas, em uma época em que Deus cessou de comunicar-se com os profetas( um periodo de 500 anos), pela corrupção geral, foi então que logo enviou os Profetas dos profetas: seu amado Filho Jesus Cristo.

2006-11-30 12:01:13 · answer #2 · answered by Luz 3 · 2 0

Se você ler os sete livros ínteiros que está se referindo(apócrifos) verá que eles contrariam os 66 livros da bíblia o qual nos cremos ser os corretos revalados por Deus pois não contradizem as doutrinas sagradas.

2006-11-30 12:05:53 · answer #3 · answered by Anonymous · 1 0

Porque Lutero decretou (será que ele era mais "inspirado por Deus" do que os autores dos livros?) que esses livros eram "apócrifos"...

Janaína, os livros que Lutero retirou do cânone bíblico são: 1 e 2 Macabeus, Sabedoria, Eclesiástico (ou "Sirácida"), e um dos livros proféticos, que eu saiba.

2006-11-30 11:55:13 · answer #4 · answered by Verbena 6 · 2 1

Pois é.
E a bíblia que eles leem,
foi interpretada por um papa.
A coisa hoje está distorcida por todas as religiões.
Tudo é muito cheio de dogmas e preceitos,
a coisa é tão simples e todo mundo complica tudo.
Pura religiosidade.

2006-11-30 11:53:24 · answer #5 · answered by ZADDOCK 4 · 3 2

Os livros não aceitos pelos protestantes são aqueles introduzidos no canon sagrado apos a reforma protestante na chamada contra reforma. Tais livros não são aceitos pois seu conteudo é de origem duvidosa e não se harmoniza com o restante da Biblia , servindo apenas para justificar certas doutrinas da igreja romana.

2006-11-30 13:55:14 · answer #6 · answered by Anonymous · 0 0

Enio, eu não sie quais são os 7 livros, porém você concorda que Jesus "renovou" todos os ensinamentos anteriores?

Talvez estes livros sirvam mais como referência histórica que extamente ensinamento de vida.

Abraços,

2006-11-30 13:18:41 · answer #7 · answered by no_stress_123 3 · 0 0

nao somente os protestantes... mas os judeus....
o velho testamento da Biblia protestante = torah dos judeus...
esses 7 livros nao sao reconhecidos no canon judaico... eles foram inclusos depois.
Sao livros bonitos, mas apenas literarios, eles foram escritos muiiiiitos anos depois do ocorrido no ultimo livro do VT - acho q Neemias... e em nenhum momento Jesus o menciona no NT

2006-11-30 12:00:37 · answer #8 · answered by Abelha ZZZ 6 · 1 1

Por que não são inspirados pelo Espírito Santo, mas sim por mente humana!

2006-11-30 11:56:48 · answer #9 · answered by Malvicciano 3 · 2 2

eu perguntaria:
pq somente a igreja católica tem esses livros em sua Bíblia se eles nunca foram encontrados na versão original???

2006-11-30 11:55:08 · answer #10 · answered by li 3 · 2 2

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