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A Testemunha de Jeová J. F. Rutherford (1917-1942) "cuidou" da casa até morrer esperando por Abraão e os outros que viriam em 1925.

2006-11-29 11:23:37 · 7 respostas · perguntado por uu 2 em Sociedade e Cultura Religião e Espiritualidade

7 respostas

Alguns anos após a morte do irmão Rutherford, a diretoria da Sociedade Torre de Vigia decidiu vender Bete-Sarim. Por quê? “The Watchtower” de 15 de dezembro de 1947 explicava: “Havia cumprido plenamente seu objetivo e agora só servia como monumento bastante dispendioso de manter; nossa fé no retorno dos homens da antiguidade aos quais o Rei Cristo Jesus fará príncipes em TODA a Terra (não apenas na Califórnia) baseia-se não nessa casa Bete-Sarim, mas na promessa contida na Palavra de Deus.”

As Testemunhas de Jeová não vivem de seguir homens. Seguem apenas a Cristo como seu Líder.

2006-11-29 11:44:46 · answer #1 · answered by ? 3 · 2 3

Lord:

Veja Provérbios 11:9:
Pela boca é que o apóstata arruína seu próximo, mas é pelo conhecimento que os justos são socorridos.

2006-11-30 08:19:01 · answer #2 · answered by WDR 4 · 2 0

Um pouco de história real:

REGOZIJAM-SE OS INIMIGOS

O encarceramento destas testemunhas cristãs de Jeová foi um golpe de morte figurado, para grande deleite e alívio de seus inimigos. Cumpriram-se as palavras de Revelação 11:10: “E os que moram na terra alegram-se por causa deles e regalam-se, e enviarão dádivas uns aos outros, porque estes dois profetas atormentavam os que moram na terra.” Os inimigos religiosos, judiciais, militares e políticos das “duas testemunhas” deveras ‘enviaram dádivas’ uns aos outros, no sentido de que se congratularam pela parte que desempenharam em obter uma vitória sobre seus atormentadores.

Em seu livro Preachers Present Arms (Os Pregadores Apresentam Armas), Ray H. Abrams considerou o julgamento de J. F. Rutherford e seus associados, e observa:

“Uma análise de todo o caso leva à conclusão de que as igrejas e o clero estavam originalmente por trás do movimento para eliminar os russelitas. . . .

“Quando as notícias das sentenças de vinte anos chegaram aos editores da imprensa religiosa, praticamente todas essas publicações, grandes e pequenas, regozijaram-se com o acontecido. Não pude descobrir quaisquer palavras de compaixão em qualquer dos periódicos religiosos ortodoxos. ‘Não pode haver dúvida’, concluiu Upton Sinclair, de que ‘a perseguição . . . surgiu em parte de que haviam granjeado o ódio dos grupos religiosos “ortodoxos”’. O que o esforço combinado das igrejas falhara em conseguir, o governo parecia agora ter êxito em conseguir para elas — acabar com estes ‘profetas de Baal’ para sempre.”

OTIMISMO APESAR DO ‘CATIVEIRO BABILÔNICO’

De 607 a 537 A.E.C. os judeus se consumiram como cativos da antiga Babilônia. Comparavelmente, os adoradores dedicados de Jeová, ungidos com seu espírito santo, foram levados a um cativeiro babilônico e exilados durante o período da Primeira Guerra Mundial, de 1914-1918. Especialmente, as profundezas de seu estado cativo foram sentidas quando os oito irmãos fiéis da sede da Sociedade foram presas na penitenciária federal de Atlanta, Geórgia.

Mas, durante este inteiro período de dificuldades, nem sequer um número de A Torre de Vigia deixou de ser publicado. Uma comissão editorial designada manteve o periódico em circulação. Ademais, apesar das durezas enfrentadas naquele tempo, as atitudes demonstradas pelos fiéis Estudantes da Bíblia foram exemplares. O irmão T. J. Sullivan observou: “Tive o privilégio de visitar o Betel de Brooklyn em fins do verão de 1918, durante a prisão dos irmãos. Os irmãos encarregados do trabalho em Betel não estavam de forma alguma temerosos ou desanimados. Com efeito, o contrário se dava. Sentiam se otimistas e confiantes de que Jeová daria por fim a Seu povo a vitória. Tive o privilégio de estar à mesa do desjejum na segunda-feira de manhã quando os irmãos enviados nas designações de fim-de-semana apresentaram seus relatórios. Obteve se ótimo quadro da situação. Em cada caso, os irmãos estavam confiantes, esperando que Jeová continuasse a orientar suas atividades.”

Interessante é que, certa manhã, depois do julgamento do irmão Rutherford e seus associados, R. H. Barber recebeu um telefonema de Rutherford, pedindo-lhe que fosse à Estação de Pensilvânia, onde os irmãos aguardavam várias horas a chegada dum trem direto para Atlanta. O irmão Barbear e alguns outros correram para a estação. Ali, o irmão Rutherford disse que, se os irmãos na sede fossem fustigados em demasia pela polícia, deviam vender Betel e o Tabernáculo de Brooklyn e mudar-se, quer para Filadélfia, quer para Harrisburgo ou Pittsburgo, visto que a Sociedade Torre de Vigia (dos EUA) era uma sociedade de Pensilvânia. Sugeriram-se os preços de US$ 60.000 para US$ 25.000 para o Tabernáculo.

Qual foi o resultado? Bem, aqueles que estavam então encarregados da Sociedade deveras enfrentaram muitos problemas. Por exemplo, havia a escassez de papel e de carvão. O patriotismo grassava e muitos consideravam incorretamente as testemunhas cristãs de Jeová como traidores. Em Brooklyn, havia grande animosidade contra a Sociedade, e parecia impossível continuar as operações ali. Por isso, a comissão executiva encarregada da sede consultou outros irmãos e decidiu-se que era melhor vender o Tabernáculo de Brooklyn e fechar o lar de Betel. Com o tempo, o Tabernáculo foi vendido por US$ 16.000, segundo se lembra R. H. Barber. Mais tarde, todos os arranjos necessários para a venda de Betel ao governo foram feitos, exceto a transferência do dinheiro. Mas, algo interferiu — o armistício. A venda jamais se consumou plenamente.

Em 26 de agosto de 1918, contudo, começou a transferência da sede da Sociedade, de Brooklyn, Nova Iorque, para Pittsburgo, Pensilvânia. “Ao rememorar”, comenta Hazel Erickson “posso ver que, embora os Estudantes da Bíblia ficassem atônitos devido à prisão dos irmãos, jamais deixaram de testemunhar. Talvez ficassem apenas um pouco mais cautelosos”. A irmã H. M. S. Dixon lembrou-se de que “a fé dos amigos permanecia forte e as reuniões eram realizadas regularmente”. As testemunhas cristãs de Jeová continuaram a demonstrar fé em Deus. Na verdade, achavam-se num crisol de dificuldades e perseguição. Todavia, o espírito santo de Deus pairava sobre eles. Se tão-somente conseguissem perseverar, com certeza o Divino os salvaria de seus perseguidores e lhes concederia a libertação de seu estado de ‘cativeiro babilônico’!

OS MESES NA PRISÃO

Em meados de 1918, J. F. Rutherford e seus sete colegas achavam-se na penitenciária federal de Atlanta, Geórgia. Uma carta escrita por A. H. Macmillan, em 30 de agosto de 1918, habilita-nos a olhar por trás daqueles muros de prisão. Uma cópia entregue por Melvin P. Sargent reza, em parte:

“Sem dúvida apreciaria ouvir algo sobre nossa condição na prisão. Vou contar-lhe brevemente algumas coisas sobre a vida aqui. O irmão Woodworth e eu ‘partilhamos a cela’. Nossa cela é muito limpa, bem arejada e bem iluminada. Tem cerca de 3 x 1,80 x 2,10 metros, tem duas camas de beliches com colchões de palha, dois lençóis, cobertores e travesseiros duas cadeiras, uma mesa, e bastantes toalhas limpas e sabonete. Também temos um armário onde podemos guardar nossos artigos de toalete. . . .

“Todos os irmãos trabalham juntos na alfaiataria. Esta sala é bem ventilada, bem iluminada, tendo 18x12 [metros]. Eu e o irmão Woodworth fazemos as casas dos botões e costuramos botões nas camisas e nos uniformes da prisão. Os irmãos Van Amburgh, Robison, Fisher, Martin e Rutherford fazem, ou melhor, ajudam a fazer, casacos e calças dos uniformes da prisão. Cerca de cem homens ao todo trabalham neste departamento. Do lugar em que trabalho, posso ver todos os irmãos, e posso garantir-lhe que é interessante ver o irmão Van Amburgh numa máquina de costura costurando as partes direita e esquerda duma calça. . . . O irmão Rutherford quase desistiu da esperança de aprender a costurar um casaco. Acho que ainda não conseguiu terminar nenhum, embora esteja trabalhando por cerca de três semanas. Quando olho para ele, parece estar ocupado, mas acho realmente que ele gasta a maior parte do seu tempo tentando enfiar uma linha na agulha. [Um guarda o tratou de modo tão desarrazoado que alguns dos outros detentos pegaram o casaco e o terminaram. Por fim, o irmão Rutherford foi transferido para um lugar em que se sentia mais ‘à vontade’ — a biblioteca.] . . .

“A primeira coisa que fazemos ao chegar a nossas celas depois do jantar é ler os jornais da tarde. Daí, por uma hora, das dezoito às dezenove horas, todos que quiserem podem tocar qualquer instrumento que talvez tenham. Que ampla variedade! Acho que tocam todo tipo fabricado, exceto a harpa judaica, e estou pensando em conseguir uma delas para mim visto ser a única coisa que consigo tocar, exceto a harpa de dez cordas. Durante isso, que o irmão Woodworth chama de ‘Inferno de Dante’, nós jogamos dominó. Depois disso, temos as Auroras ou a Bíblia até a hora de dormir, às 22 horas quando as luzes são apagadas. No dia seguinte fazemos a mesma coisa, e assim por diante até sábado. Na tarde de sábado todos os detentos saem ao pátio. Há um jogo de beisebol que então é bem jogado, e em que os homens se interessam profundamente. Usualmente passo a tarde jogando tênis. Os outros irmãos ficam andando e conversando. As diferentes classes de homens se reúnem em grupinhos — anarquistas, socialistas, falsários, ‘fabricantes ilegais de bebidas’, pró-germânicos, caixas de bancos, advogados, farmacêuticos, médicos, assaltantes de bens, assaltantes de casas, ministros (dos quais há um bom número), etc., etc., etc. A banda da prisão toca várias seleções durante a tarde.”

Os oito Estudantes da Bíblia encarcerados tinham oportunidades de pregar as boas novas do reino de Deus a outros detentos. Exigia-se que todos os detentos comparecessem a um ofício na capela na manhã de domingo, e aqueles que desejassem poderiam ficar para a escola dominical depois disso. Os oito irmãos formaram uma turma de estudo e associação. Com o tempo, outros detentos se juntaram a eles e os irmãos, cada um por seu turno, ensinavam a turma Algumas das autoridades até mesmo se chegavam para escutá-los. O interesse aumentou até que noventa pessoas compareciam.

O poder transformador da verdade de Deus teve profundo efeito sobre alguns dos detentos. Por exemplo, um deles observou: “Tenho setenta e dois anos, e tive que ficar atrás das grades para ouvir a verdade. Por isso estou contente de ter sido mandado para a penitenciária. Durante cinqüenta e sete anos formulo perguntas aos ministros, e jamais consegui respostas satisfatórias. Toda pergunta que formulei a tais homens [aos Estudantes da Bíblia encarcerados] tem sido respondida de modo satisfatório para mim.”

A influenza espanhola grassava então e isto pôs fim às turmas da escola dominical. No entanto, pouco antes de os oito Estudantes da Bíblia serem soltos da penitenciária de Atlanta, todos os grupos que eles haviam instruído foram ajuntados, e J. F. Rutherford falou aos reunidos por cerca de 45 minutos. Algumas autoridades estavam presentes, e muitos dos detentos derramaram lágrimas de alegria graças à esperança de liberdade a ser usufruída pela humanidade sob a regência do Reino. Quando libertos, os Estudantes da Bíblia deixaram na prisão um pequeno grupo que permaneceu fiel.

EXPRESSÕES DE CONFIANÇA

O armistício foi assinado em 11 de novembro de 1918, e a Primeira Guerra Mundial chegou a seu fim. Mas, os oito Estudantes da Bíblia ainda estavam presos. Ali permaneceram, enquanto seus concrentes realizaram um congresso em Pittsburgo, Pensilvânia, em 2-5 de janeiro 1919. Esta assembléia foi combinada com a mui significativa reunião anual da Sociedade Torre de Vigia de Bíblias e Tratados (dos EUA) no sábado, 4 de janeiro de 1919.

J. F. Rutherford compreendia que, nesta reunião da sociedade, os opositores dentro da organização tentariam substituir a ele e aos outros diretores da Sociedade por homens de sua escolha. Naquele sábado, 4 de janeiro, A. H. Macmillan jogava na quadra de tênis da prisão. Rutherford se aproximou dele, e, segundo Macmillan, eis o que aconteceu:

“Rutherford disse: ‘Mac, desejo falar com você.’

“‘Sobre o que deseja falar comigo?’

“‘Desejo falar com você sobre o que está acontecendo lá em Pittsburgo.’

“‘Eu gostaria de disputar este torneio aqui.’

“‘Não está interessado no que se passa? Não sabe que hoje é dia da eleição dos diretores? Poderia ser ignorado e deixado fora, e ficaríamos aqui para sempre.’

“‘Irmão Rutherford’, disse eu, ‘deixe-me dizer-lhe algo em que talvez o irmão não tenha pensado. Esta é a primeira vez desde que a Sociedade obteve personalidade jurídica, que se pode tornar bem evidente a quem Jeová Deus gostaria de ter como presidente.’

“‘O que quer dizer com isso?’

“‘Quero dizer que o irmão Russell tinha o voto controlador e designava os diferentes diretores. Agora, visto que estamos aparentemente fora do serviço ativo, o assunto é diferente. Mas, se saíssemos em tempo para ir àquela assembléia, àquela reunião de negócios, chegaríamos ali e seríamos aceitos para ocupar o lugar do irmão Russell, com a mesma honra que ele recebeu. Poderia parecer então que se tratava da obra dos homens e não da de Deus.’

“Rutherford simplesmente ficou pensativo e afastou-se.”

Esse foi um dia significativo em Pittsburgo. “Quando chegou a hora para a reunião dos negócios, as tensões eram grandes”, lembra-se Mary Hannan. “Observamos que alguns da oposição estavam presentes, esperando colocar seu homem no cargo.”

Uma carta do irmão Rutherford foi lida à assistência. Nela ele enviava o amor e saudações a todos e avisava sobre as armas principais de Satanás, do orgulho, da ambição e do medo. Mostrando desejo de submeter-se à vontade de Jeová ele até mesmo sugeriu humildemente homens apropriados no caso em que outros diretores principais da Sociedade devessem ser eleitos.

A palestra havia continuado por bastante tempo, quando o irmão E. D. Sexton falou, dizendo:

“Acabo de chegar. Meu trem se atrasou quarenta e oito horas, tendo sido retido pela neve. Tenho algo a dizer e, para meu próprio conforto, é melhor que o diga agora. Meus queridos irmãos, vim aqui, como o restante dos irmãos, com certas idéias em mente — a favor e contra. Poderíamos dizer, com todo o devido respeito pelos nossos amigos legais, que temos conversado com alguns outros advogados. Verifico que são bem parecidos aos médicos. Às vezes discordam. Mas presumo que o que digo esteja em perfeito acordo com o que disseram. Não existe nenhum obstáculo legal no caminho. Se desejarmos reeleger nossos irmãos no Sul para qualquer cargo que eles possam ter, não consigo ver nem descobrir em qualquer parecer que tenha obtido, como isto, de qualquer modo ou forma, interfira com o aspecto de seu processo perante o Tribunal Federal ou perante o público.

“Creio que os maiores cumprimentos que possamos prestar a nosso querido irmão Rutherford seria reelegê-lo como presidente da Sociedade Torre de Vigia de Bíblias e Tratados (dos EUA). Acho que não existe nenhuma dúvida na mente do público quanto a qual é a nossa posição nesta proposta. Se nossos irmãos, de qualquer modo técnico, violaram uma lei que não compreendiam, sabemos que seus motivos eram bons. E, perante o Deus Onipotente, não violaram nenhuma lei de Deus ou dos homens. Poderíamos manifestar a máxima confiança se reelegêssemos o irmão Rutherford como presidente da Associação.

“Não sou advogado, mas, quando se trata da legalidade da situação, sei algo sobre a lei dos leais. A lealdade é o que Deus exige. Não posso imaginar qualquer confiança maior que pudéssemos manifestar do que realizar uma eleição e reeleger o irmão Rutherford como presidente.”

Houve indicações de candidatos, Lesse a votação e J. F. Rutherford foi eleito presidente, C. A. Wise como vice-presidente, e W. E. Van Amburgh como secretário-tesoureiro. Rememorando, Anna K. Gardner observa: “Havia profunda felicidade depois dessa reunião, por se ver novamente a orientação visível de Jeová sobre seu povo.”

O cenário muda para a penitenciária de Atlanta. É domingo 5 de janeiro de 1919. J. F. Rutherford dá umas pancadinhas na parede da cela de Macmillan e diz: “Meta a mão para fora.” Nisso, entrega a Macmillan um telegrama. Qual sua mensagem? Rutherford tinha sido reeleito presidente. Mais tarde, naquele dia, o irmão Rutherford disse a A. H. Macmillan: “Desejo dizer-lhe algo. O irmão fez uma observação, ontem, que está remoendo na minha mente, a respeito de sermos postos no lugar do irmão Russell e de termos influenciado a eleição se estivéssemos em Pittsburgo e de o Senhor não ter a oportunidade de mostrar a quem desejava. Ora, irmão se eu chegar a sair daqui, pela graça de Deus, vou acabar de uma vez por todas com esse negócio de adoração de criaturas. Ainda mais, vou pegar a adaga da verdade e vou desentranhar a antiga Babilônia. Eles nos meteram aqui, mas nós sairemos.” Rutherford falava sério. Desde o tempo de seu livramento até sua morte, no início de 1942, cumpriu tal promessa por expor a iniqüidade da religião falsa.

ESFORÇOS DE CONSEGUIR A LIBERDADE

Em fevereiro de 1919, certos jornais iniciaram uma agitação por toda a nação visando a liberdade de J. F. Rutherford e seus colegas presos. Milhares de cartas foram escritas pelos Estudantes da Bíblia aos editores de jornais, congressistas, senadores e governadores, instando a que agissem a favor dos oito cristãos presas. Muitos que receberam tais solicitações expressaram-se a favor da libertação e indicaram que fariam algo para ajudar.

Por exemplo, uma carta do congressista E. W. Saunders, da Virgínia, rezava: “Acuso o recebimento de sua carta relativa ao caso dos Estudantes da Bíblia agora confinados em Atlanta. Tomo a liberdade de dizer que sou a favor do perdão destes homens, e ficarei muito contente em participar da recomendação feita nesse sentido. Tais pessoas não são criminosos no sentido comum da palavra, embora talvez sejam culpados duma violação técnica da lei. Mas, a guerra já acabou e devemos tentar esquecê-la tão rapidamente quanto possível.’ E o Prefeito Henry W. Kiel, de S. Luis, Missúri, escreveu ao Presidente dos Estados Unidos, Woodrow Wilson, declarando: “Permita-me acrescentar minha solicitação individual às que já foram encaminhadas a V. Excia. pedindo que os Srs. Rutherford e os demais, da Associação Internacional dos Estudantes da Bíblia, obtenham livramento sob fiança, até a decisão final de seu processo pelos tribunais de maior instância e, se possível, que o perdão seja concedido nestes casos.”

O mês de março de 1919 presenciou novo esforço de conseguir a libertação do irmão Rutherford e seus colegas. Uma petição nacional foi circulada e, dentro de curto tempo, conseguiram-se 700.000 assinaturas. A petição foi a maior do seu tempo. Jamais foi apresentada ao Presidente Wilson ou ao governo, contudo, visto que antes disso acontecer tomaram-se medidas para libertar os oito Estudantes da Bíblia. Todavia, a petição serviu de notável testemunho.

A respeito do trabalho relacionado com a petição, a irmã Arthur L. Claus afirma: “Naturalmente, tivemos todos os tipos de experiências. Alguns a assinavam felizes e podíamos dar-lhes um testemunho, ao passo que outros eram hostis diziam: ‘Que fiquem lá e apodreçam.’ Comumente este seria um trabalho humilhante, mas achávamos que o espírito de Jeová nos dirigia; assim, usufruímos todo ele e continuamos firmes até o fim.”

LIBERTOS DA PRISÃO

Em 2 de março de 1919, o juiz do tribunal de primeira instância, o Juiz Federal de Distrito, Harland B. Howe, enviou um telegrama ao Procurador-Geral Gregory em Washington, D. C., recomendando a “comutação imediata” das sentenças impostas aos oito Estudantes da Bíblia presos. Gregory enviara a Howe um telegrama solicitando que este tomasse tal medida. Parece que tal passo foi tomado porque os irmãos presos deram entrada num recurso e nem o procurador-geral nem Howe desejavam que tal processo fosse aos tribunais de maior instância. (Os oito irmãos estavam na prisão enquanto seu recurso pendia somente porque o Juiz Howe e, mais tarde o Juiz Manton, lhes tinha negado liberdade sob fiança.) É interessante, também, a carta do Juiz Howe de 3 de março dó 1919 ao procurador-geral. Rezava:

“Ao Digníssimo Procurador-Geral,

“Washington, D. C.

“Senhor:

“Respondendo a seu telegrama do dia 1.° p. p., telegrafei-lhe naquela noite o seguinte:

“‘Recomendo imediata comutação para Joseph Rutherford William E. Van Amburgh, Robert J. Martin, Fred H. Robison George H. Fisher, Clayton J. Woodworth, Giovanni DeCecca, A. Hugh Macmillan. Todos eram réus no mesmo processe no Distrito Leste de Nova Iorque. Minha posição é ser generoso agora que a guerra acabou. Causaram muitos danos por pregarem e publicarem suas doutrinas religiosas.’

“A sentença severa de vinte anos foi imposta a cada um dos réus, exceto a DeCecca. A dele foi de dez anos. Minha principal finalidade era constituir um exemplo, como aviso para outros, e eu cria que o Presidente os indultaria depois que a guerra terminasse. Como disse no meu telegrama, causaram muitos danos e pode-se bem afirmar que não deviam ser soltos tão cedo, mas, visto que não podem mais causar nenhum dano agora, sou a favor de se ser tão leniente quanto fui severo ao declarar a sentença. Creio que a maioria deles era sincera, se não todos, e não sou a favor de manter tais pessoas em confinamento depois de terminar sua oportunidade de criar dificuldades. Seu processo ainda não foi julgado pelo Tribunal de Recursos do Circuito.

“Respeitosamente,

(assinado) Harland B. Howe,

Juiz Distrital dos Estados Unidos.”

Em 21 de março de 1919, o Ministro do Supremo Tribunal dos Estados Unidos, Louis D. Brandeis, ordenou a liberdade sob fiança para os oito irmãos presas e orientou que deviam ter direito a interpor recurso em 14 de abril daquele ano. Foram prontamente libertos e na terça-feira, 25 de março, deixaram de trem a penitenciária de Atlanta. Lá em Brooklyn, em 26 de março de 1919, as autoridades federais soltaram os irmãos sob a fiança de US$ 10.000 cada um, até outro julgamento.

FELIZ RETORNO AO LAR!

“Houve grande alegria entre os irmãos ao serem avisados da libertação deles, e estavam presentes para acolhê-los de volta ao lar”, lembra Louise Paasch, acrescentando: “Rapidamente fizeram arranjos para grande banquete no lar de Betel de Brooklyn. Lembro que papai foi para Brooklyn ajudar a aprontar os quartos e partilhar em sua alegria de receber de volta os irmãos.”

Que ocasião feliz era essa! Escreve Mabel Haslett: “Lembro-me de fazer cem rosquinhas, que os irmãos pareceram apreciar muito . . . Ainda posso ver o irmão Rutherford esticando a mão para pegá-las. Era uma ocasião inesquecível, à medida que ele e os outros irmãos relatavam suas experiências. Também me lembro do irmão DeCecca, baixinho, ficar em pé numa cadeira a fim de que todos pudessem vê-lo e ouvi-lo.” Observa Giusto Battaino: “Um jantar de galinha foi preparado e havia tantos de nos que tivemos de comer em pé. Daí, que emoção foi ouvir as experiências dos irmãos! . . . Uma das coisas que o irmão DeCecca contou foi: ‘Irmãos, quanto maior a dificuldade, tanto maior a bênção.’ E, verdadeiramente, eu podia ver a rica bênção de Jeová sobre o Seu povo.”

Na noite de 1.° de abril de 1919, outro banquete foi realizado para os irmãos libertos, por parte do pessoal dos escritórios da Torre de Vigia no Hotel Chatham, em Pittsburgo. Observou T. J. Sullivan: “A alegria que o povo de Jeová sentia com a libertação de nossos irmãos da Prisão Federal de Atlanta, na terça-feira, 25 de março de 1919, não tinha limites. . . . Sua contínua devoção a Jeová foi indicada pelo fato de que imediatamente se puseram a trabalhar em proclamar ao povo de Deus, em toda a parte, o conhecimento da libertação da parte de Jeová, por meio do congresso de Cedar Point, de 1919.”

COMPLETA ABSOLVIÇÃO

O processo dos oito Estudantes da Bíblia deveria ter seu recurso julgado em 14 de abril de 1919. Tiveram então uma audiência perante o Tribunal Federal de Recursos do Segundo Circuito, na cidade de Nova Iorque. Em 14 de maio dá 1919, foram anuladas suas condenações errôneas. Presidiam então os Desembargadores Ward, Rogers e Manton. O Desembargador Ward declarou no seu voto, ao reenviar o processo para novo julgamento: “Os réus nesta casa não tiveram o julgamento temperado e imparcial a que tinham direito e, por este motivo, a decisão é anulada.”

O Desembargador Martin T. Manton discordou. Em 1.° de julho de 1918, este juiz católico, sem expressar uma razão recusara a fiança a Rutherford e seus co-réus, resultando numa prisão injusta de nove meses, ao passo que seu recurso ficava pendente. Incidentalmente, o Papa Pio XI mais tarde fez do Juiz Manton um “cavaleiro da ordem de S. Gregório, o Grande”. Por fim, contudo, ficou exposta a desconsideração de Manton pela justiça. Em 3 de junho de 1939, foi condenada à pena máxima de dois anos de prisão, além da multa de US$ 10.000 pelo vergonhoso abuso de sua alta posição de juiz federal em aceitar subornos na quantia de US$ 186.000 em seis decisões.

A anulação das condenações errôneas dos oito Estudantes da Bíblia, em 14 de maio de 1919, significava que estavam livres, a não ser que o governo resolvesse processá-los de novo. Mas, a guerra terminara e as autoridades compreenderam que, à base dos fatos, seria impossível conseguir uma condenação. Por isso, em tribunal aberto em Brooklyn em 5 de maio 1920, o promotor público do governo anunciou a retirada do processo. As acusações foram abandonadas pela medida de nolle prosequi. Assim aconteceu que todos esses oito cristãos ficaram completamente isentos de um julgamento ilegal.

A anulação da decisão e abandono das acusações significava que J. F. Rutherford e seus sete associados foram totalmente absolvidos. Alguns têm falado do Juiz Rutherford como um “ex-convicto”, mas absolutamente sem base. A decisão do tribunal, de 14 de maio de 1919, estabeleceu definitivamente que ele e seus colegas tinham sido presos à base de uma acusação ilegal. Que o irmão Rutherford não era considerado um ex-convicto é provado de forma decisiva pelo fato de que ele mais tarde, advogou perante o Supremo Tribunal dos Estados Unidos, o que seria impossível para um ex-convicto. Vinte anos após sua prisão injusta, ou no outono de 1939, os nove ministros do Supremo Tribunal ouviram as argüições de Rutherford no processo de Schneider v. New Jersey. O tribunal decidiu, por oito votos contra um, a favor da cliente de Rutherford Clara Schneider, testemunha cristã de Jeová.

Durante os anos climáticos de 1918 e 1919, o povo de Jeová enfrentou grandes dificuldades. Mas, com a ajuda de Deus perseveraram. (Rom. 5:3-5) Satanás, mediante vários meios falhara em calar os lábios dos que louvavam a Deus. Quão apropriado era o texto do ano dos Estudantes da Bíblia para 1919! Era: “Não prosperará nenhuma arma forjada contra ti . . . Esta é a herança dos servos do Senhor.” — Isa. 54:17 Versão Almeida.

NOVO CONCEITO

Depois de seu período provador de 1917-1919, o povo de Jeová se sujeitou a um escrutínio. Compreendendo que tinha atuado de modo que não obtinha a aprovação de Deus, procuraram o perdão em oração, arrependendo-se de seu proceder anterior. Isto levou ao perdão e à bênção de Jeová. — Pro. 28:13.

Uma transigência foi o corte das páginas de O Mistério Consumado, isto para agradar aqueles que assumiram a posição de censor. Outra ocorreu quando A Torre de Vigia, em inglês, de 1.° de junho de 1918, declarou: “De acordo com a resolução do Congresso, de 2 de abril, e segundo a proclamação do Presidente dos Estados Unidos, de 11 de maio, sugere-se que o povo do Senhor em toda parte torne o dia 30 de maio um dia de oração e súplica.” Comentários subseqüentes exaltaram os Estados Unidos e não se harmonizaram com a posição cristã de neutralidade. — João 15:19; Tia. 4:4.

Durante a Primeira Guerra Mundial, surgiram perguntas entre os Estudantes da Bíblia quanto à posição que deviam tomar quanto ao serviço militar. Alguns se recusaram a participar de qualquer modo, ao passo que outros aceitaram serviço de não-combatentes. Perguntas relacionadas surgiram quanto a se se devia comprar bônus e selos de guerra. Deixar de fazê-lo às vezes resultava em perseguição, até mesmo em tratamento brutal. Quando os servos hodiernos de Jeová consideram qualquer programa ou atividade das nações, agem em harmonia com princípios bíblicos tais como os declarados em Isaías 2:24, que conclui com as seguintes palavras: “Terão de forjar das suas espadas relhas de arado, e das suas lances, podadeiras Não levantará espada nação contra nação, nem aprenderão mais a guerra.”

Um novo conceito. É isso que o povo de Jeová adquiriu, ao entrar na década de 1920. Tinha atravessado anos difíceis mas os seguidores ungidos de Cristo, as “duas testemunhas” simbólicas, estavam de novo vivas espiritualmente, e prontas para agir. O que levou a isso? O que ocorreu nos meses logo depois da libertação do irmão Rutherford e seus sete colegas?

TESTE BEM SUCEDIDO

Quando Rutherford foi liberto, havia uma grande interrogação em sua mente: Exatamente quanto interesse existe na mensagem do Reino? Era um homem enfermo, e seria razoável esperar que se preocupasse primariamente com sua saúde, mas simplesmente tinha de obter uma resposta para tal pergunta importante.

Acontece que nos meses de sua prisão na penitenciária de Atlanta, os irmãos Rutherford e Van Amburgh partilharam uma cela que não tinha circulação de ar, devido ao mal funcionamento dum exaustor. Não podendo obter suficiente oxigênio, seus organismos ficaram intoxicados. Enquanto Rutherford estava preso, com efeito, desenvolveu uma afecção pulmonar que continuou pelo resto de sua vida terrestre. Pouco depois de sua libertação, contraiu pneumonia. O irmão Rutherford tornou-se tão enfermo que sua sobrevivência ficou em dúvida. Por causa de sua condição física, e devido a que sua família estava na Califórnia, ele foi para lá.

Tentando determinar exatamente quanto interesse havia deveras na mensagem do Reino, o irmão Rutherford fez arranjos para uma reunião pública no Auditório Clune em Los Angeles, no domingo, 4 de maio de 1919. Por meio de extensiva publicidade nos jornais, prometeu explicar, neste discurso, exatamente por que os diretores da Sociedade Torre de Vigia tinham sido condenados ilegalmente.

O clero local pensou que os Estudantes da Bíblia e a Sociedade estavam liquidados, que ninguém apareceria para o discurso anunciado, “A Esperança Para a Humanidade Angustiada”. Mas, estavam errados. Três mil e quinhentas pessoas estavam presentes, e cerca de seiscentas tiveram de ser rejeitadas por falta de espaço. Rutherford prometeu falar a elas na segunda-feira à noite. Embora estivesse doente o dia todo, proferiu esse discurso a uma assistência de 1.500. Estava tão mal, contudo, que depois de cerca de uma hora teve de ser substituído por um colega. Todavia, o teste de Los Angeles tinha sido bem sucedido. Havia notável interesse pela mensagem do Reino.

“SERÁ QUE O LAR DE BETEL VAI SER RESTAURADO?”

Essa era outra grande interrogação. O Tabernáculo de Brooklyn tinha sido vendido. Embora Betel ainda pertencesse à Sociedade, estava praticamente sem mobília e as operações da sede tinham sido transferidas para Pittsburgo. Ali, os irmãos dispunham de pouco dinheiro e suas instalações na Rua Federal estavam longe de serem adequadas para a expansão. Inexistiam meios para impressão, e até mesmo muitas das chapas usadas para a impressão das publicações da Sociedade tinham sido destruídas. As perspectivas eram desanimadoras.

Durante a permanência de J. F. Rutherford na Califórnia, contudo, aconteceu algo de interessante na sede da Sociedade em Pittsburgo. Certa manhã, um cristão, George Butterfield, pessoa de consideráveis meios, entrou no escritório. A. H. Macmillan conversou com ele na sala de visitas, informou-o de que o irmão Rutherford estava na Califórnia, e então eis o que aconteceu, segundo o próprio relatório de Macmillan:

“Ele disse: ‘Há uma sala privativa aqui?’

“‘Bem, nós trancaremos essa porta, isto se tornará privativo. O que deseja fazer, George?’

“Começou a tirar a camisa, enquanto eu conversava com ele. Pensei que ele ficara louco. Parecia um pouco sujo e cansado da viagem, ao passo que, comumente, era um homem asseado e bem-arrumado. Quando chegou à camiseta pediu uma faca. Daí, cortou um pequeno remendo que tinha ali e tirou um maço de dinheiro. Havia cerca de US$ 10.000 em notas.

“Ele o pôs na mesa e disse: ‘Isso os ajudará a iniciar este trabalho. Não quis mandar um cheque porque não sabia quem estava aqui. Não viajei num carro-leito porque não queria que alguém viesse e me roubasse se suspeitassem que eu trazia isso, de modo que fiquei acordado a noite toda. Não sabia quem estava encarregado da obra, mas agora que vejo que vocês, irmãos, estão aqui, pessoas a quem conheço e em quem confio estou contente de ter vindo!’ . . . Foi uma surpresa agradável e certamente um encorajamento.”

Quando o irmão Rutherford voltou para os escritórios da Sociedade em Pittsburgo, deu instruções ao vice-presidente da Sociedade, C. A. Wise, para que fosse a Brooklyn e cuidasse da reabertura de Betel, e alugasse instalações onde a Sociedade pudesse iniciar suas operações gráficas. A palestra foi mais ou menos assim:

“Vá e veja se é a vontade do Senhor que voltemos para Brooklyn.”

“Como determinarei se é a vontade do Senhor que voltemos ou não?”

“Foi não conseguir suprimentos de carvão, em 1918, que nos levou a voltar de Brooklyn para Pittsburgo. Vamos fazer do carvão a prova. Vá e faça o pedido de algum carvão.” [Em Nova Iorque, o carvão ainda era racionado no fim da guerra.]

“Quantas toneladas acha que devo pedir para fazer a prova?”

“Bem, que seja uma boa prova; peça quinhentas toneladas.”

Foi exatamente isso que o irmão Wise fez. E, ao entregar o pedido às autoridades, foi-lhe dado um certificado para que obtivesse quinhentas toneladas de carvão. Imediatamente telegrafou a J. F. Rutherford. Essa grande quantidade de carvão asseguraria as operações por vários anos. Mas, onde é que colocariam tudo isso? Grandes áreas do porão do lar de Betel foram transformadas em depósito de carvão. Esta prova bem sucedida foi considerada indício inequívoco de que era a vontade de Deus que se fizesse a mudança para Brooklyn. E assim se fez, em 1.° de outubro de 1919.

ALEGRE REUNIÃO

Não muito antes de Betel reabrir, o povo de Jeová em geral teve uma alegre reunião, um evento verdadeiramente notável. Pouco depois das bem sucedidas reuniões públicas do irmão Rutherford em Los Angeles, em maio de 1919, ele decidiu realizar um grande congresso. Por fim, o local escolhido foi Cedar Point, Ohio. Esta assembléia, de 1 a 8 de setembro de 1919 resultou ser uma assembléia de incomum benefício espiritual.

Os hotéis em Cedar Point podiam acomodar cerca de três mil pessoas, e os Estudantes da Bíblia fizeram arranjos de obter todas as acomodações já pelo meio-dia do dia de abertura do congresso, a segunda-feira, 1.° de setembro. Houve um pouco de desapontamento quando apenas mil pessoas compareceram à sessão de abertura. Mas, as pessoas continuaram chegando, por trens especiais e outros meios. Dentro em pouco longas filas de congressistas entusiasmados aguardavam acomodações. E quem estava atarefado atrás do balcão, cuidando das designações de quartos? Ora, não eram outros senão dois dos antigos detentos da penitenciária de Atlanta — A. H. Macmillan e R. J. Martin! Bem, olhem só para lá. O irmão Rutherford e muitos outros estão se divertindo muito como carregadores, levando malas e ajudando seus colegas congressistas a achar seus quartos. As coisas continuam movimentadas até depois da meia-noite.

Os delegados felizes continuam a chegar. De cerca de 3.000 presentes na noite do primeiro dia, a assistência aumentou para 6.000 na sexta-feira. E, para o discurso público de domingo, cerca de 7.000 estavam presentes. Nesta assembléia feliz, mais de 200 simbolizaram sua dedicação a Deus por se submeterem ao batismo em água

A respeito do discurso público, “A Esperança Para a Humanidade Angustiada”, Arden Pate escreve: “Fizeram arranjos para realizar o discurso público ao ar livre e o irmão Rutherford falou. . . . Com aquele pequeno número, não era difícil demais de se ouvir.”

AQUELAS LETRAS ENIGMÁTICAS “GA”

Logo que os congressistas chegaram em Cedar Point, observaram algo muito intrigante. Ursula C. Serenco recorda: “Observamos grande faixa de lado a lado do salão, em cima da tribuna do orador, com duas letras maiúsculas ‘GA’. Estávamos a semana toda na expectativa, adivinhando o significado destas duas iniciais. O irmão Macmillan apareceu no palco e, de sua maneira costumeira, falou à assistência que ele também tinha ficado toda a semana intrigado quanto ao significado daquelas duas letras, ‘GA’. Tinha chegado a uma conclusão: ‘Amigos, concluí que significa “Guess Again” (Adivinhe de Novo). Bem, a assistência respondeu com uma risada.”

Para alívio da curiosidade persistente, os delegados da assembléia tiveram de esperar até sexta-feira, 5 de setembro — “O Dia dos Colaboradores”. Imagine se entre aquelas multidões felizes à medida que J. F. Rutherford proferia o discurso “Anunciando o Reino”. Nele, anunciou a publicação de uma nova revista, A Idade de Ouro.

Acabara-se o mistério. Aquelas letras “GA” representavam Golden Age (Idade de Ouro). O irmão Rutherford foi seguido no programa por R. J. Martin, que delineou métodos para um novo trabalho de obtenção de assinaturas de A Idade de Ouro. Publicada a cada quinze dias, esta revista de trinta e duas páginas traria muita matéria religiosa, explicando os eventos hodiernos à luz da profecia divina. Seu primeiro número datado de 1.° de outubro de 1919, continha matéria sobre tópicos tais como o trabalho e a economia, a fabricação e a mineração, as finanças, o comércio e transportes, a agricultura e a arte de ser marido, a ciência e as invenções, e a religião incluindo um artigo com base bíblica intitulado “Falar com os Mortos?”

Como seu editor, A Idade de Ouro possuía um dos irmãos que tinham sido presos junto com o irmão Rutherford. Era Clayton J. Woodworth. Seu filho, C. James Woodworth fornece os seguintes pormenores: “Papai restabeleceu um lar para nós em Scranton [Pensilvânia], e quando, em 1919, A Idade de Ouro foi iniciada como revista companheira de A Torre de Vigia, a Sociedade o nomeou seu editor. Era necessário que gastasse grande parte de seu tempo em Brooklyn, de modo que a Sociedade bondosamente fez um arranjo pelo qual trabalhava duas semanas em Brooklyn e duas semanas em casa — arranjo que continuou por bom número de anos. Lembro-me bem de a máquina de escrever do papai funcionar às cinco da manhã de muitos dias — ao escrever ou editar matéria para A Idade de Ouro, e enviá-la para Brooklyn pela primeira remessa do correio.”

Clayton J. Woodworth serviu fielmente como editor de A Idade de Ouro e de sua sucessora Consolação (publicada de 6 de outubro de 1937 até 31 de julho de 1946, inclusive). Devido aos anos avançados, foi aliviado deste trabalho quando o novo periódico Despertai! substituiu Consolação, com o número de 22 de agosto de 1946. No entanto, o irmão Woodworth permaneceu fiel, cumprindo outros deveres no serviço de Deus até sua morte, em 18 de dezembro de 1951, com 81 anos.

“IRÍAMOS TRABALHAR”

O congresso de Cedar Point, de 1919, trouxe maior consciência do escopo mundial da obra de pregação que seria feita pelo povo de Jeová. Conforme expressou-se A. H. Macmillan: “Assim, começou a tomar pé a idéia: ‘Agora temos algo a fazer.’ Não iríamos ficar por ali de braços cruzados e esperar ir para o céu; iríamos trabalhar.”

O povo de Deus certamente “iria trabalhar”. Tomou-se ação positiva relativo à promoção da adoração verdadeira. Por exemplo, o ano de 1919 presenciou o reavivamento da obra de colportor. Na primavera setentrional daquele ano, 150 estavam ativos neste ramo do serviço de Deus, mas já no outono, 507.

O serviço de peregrino também foi reavivado. Representantes viajantes de tempo integral da Sociedade aumentaram ao total de 86 e foram enviados às congregações para ajuntar aqueles que se haviam espalhado durante a perseguição do tempo de guerra. Também estimularam os interessados por meio deste contato íntimo com a sede da organização terrestre de Jeová. Novamente progrediram os interesses da verdadeira adoração.

AO CAMPO!

A Torre de Vigia de 1.° e 15 de agosto de 1919 traziam o artigo em duas partes “Benditos os Destemidos”. Mostrava meridianamente a necessidade de ação fiel e destemida no serviço de Deus. A acolhida a esta chamada de ação destemida por parte do povo de Deus foi entusiástica e corajosa. Empreenderam zelosamente a obra de publicidade do Reino que agora se achava adiante deles. Tornaram-se espiritualmente vivos de novo no serviço ativo de Jeová, como Seus embaixadores. Assim cumpriu-se a figura profética da ressurreição das “duas testemunhas” de Deus, conforme descrita em Revelação 11:11, 12.

Em 1920, a responsabilidade pessoal pela pregação foi mais vividamente sentida à medida que os participantes na obra de testemunho entregaram um relatório semanal de atividade. Antes de 1918, apenas os colportores faziam relatórios de serviço de campo. Também, a fim de facilitar a atividade de pregação, as congregações receberam designações específicas de território. Quais eram os efeitos? Em 1920, havia 8.052 “trabalhadores de classe” e 350 colportores. Em 1922, dentre as mais de 1.200 congregações nos Estados Unidos, 980 tinham sido plenamente reorganizadas para empenhar-se no serviço de campo. Estas possuíam 8.801 trabalhadores que colocavam publicações bíblicas com os moradores à base duma contribuição. A média semanal era de 2.250.

Quando se iniciava o trabalho com A Idade de Ouro, ele foi delineado do seguinte modo: “O trabalho com A Idade de Ouro é uma solicitação de casa em casa com a mensagem do Reino, proclamando o dia da vingança de nosso Deus e confortando aqueles que choram. Em adição à solicitação, um exemplar de A Idade de Ouro deve ser deixado em cada lar, quer se obtenha ou não uma assinatura. As amostras serão fornecidas grátis. . . . Os trabalhadores da classe obterão suas amostras do Diretor.” As congregações desejosas de participar se registraram na Sociedade Torre de Vigia como organizações de serviço. Por sua vez, a Sociedade designou uma pessoa na congregação local para servir como o “Diretor”. Sendo designado, não estava sujeito à eleição anual local, como estavam os anciãos naquele tempo.

Suponha que nos juntemos brevemente ao trabalho de A Idade de Ouro. Elva Fischer nos conta o seguinte sobre ele: “Em 1919 recebemos nossa primeira consignação da nova revista A Idade de Ouro. . . . Nenhum de nós possuía automóvel naquele tempo, assim, meu marido e seu irmão carnal, Audie Bradshaw, carregaram de revistas nossa pequena charrete de um só lugar e lá se foram pregando as boas novas, usando uma charrete puxada a cavalo. Minha cunhada permaneceu em casa para cuidar do gado e de nossos filhos, visto que todos morávamos em fazendas. Os rapazes passaram dois dias inteiros colocando tais revistas, visto que deveriam colocar A Idade de Ouro em cada casa. Todos nos sentíamos felizes de ter esta oportunidade de participar na obra de pregação.”

“Convocaram-se voluntários para obter assinaturas para a revista”, observa Fred Anderson, acrescentando: “Eu me apresentei e senti a primeira verdadeira alegria de dar testemunho ativo. Desde então, tenho obtido muitas assinaturas e colocado centenas de exemplares da revista agora chamada Despertai! Tem sido poderoso instrumento em despertar pessoas aos tempos críticos e lhes tem dado maravilhosa esperança de vida e paz numa terra purificada.”

O TRABALHO COM A “ZG”

Em 21 de junho de 1920, uma edição em brochura de O Mistério Consumado foi lançada para distribuição. Era comumente chamada de “ZG”. (O “Z” representava a Zion’s Watch Tower ou Torre de Vigia de Sião, o nome original de A Sentinela, e o “G”, a sétima letra do alfabeto em inglês, designava este sétimo volume dos Estudos das Escrituras.) Esta edição especial de A Torre de Vigia (1.° de março de 1918) foi estocada enquanto o livro estava proscrito, e podia então ser colocada agora com as pessoas por vinte centavos de dólar o exemplar.

Lembrando o seu trabalho com a “ZG”, Beulah E. Covey afirma: “Havia uma gravura de página inteira do interior duma igreja com . . . dois pregadores, cada um descendo por um corredor, com um revólver numa das mãos e uma bandeja de coletes na outra. Tudo que tínhamos de fazer par colocar esta ‘ZG’ era mostrar esta gravura, e era muito comum colocarmos de quarenta a cinqüenta num dia no campo.”

O trabalho com esta edição de revista de O Mistério Consumado foi frutífero. Por exemplo, Annie Poggensee escreve: “Visitei uma senhora que ficou com a ‘ZG’ e fechou a porta. Pouco compreendi então os resultados que esta colocação traria. Algumas semanas depois, um convite foi deixado sob a sua porta. Ela reconheceu isto como sendo a mesma coisa de modo que compareceu ao discurso anunciado no convite. Continuou vindo às reuniões, e, por fim, o marido dela e duas filhas começaram a comparecer. Logo a inteira família Andreson estava na verdade.”

“GA” N.° 27

Com o tempo, A Idade de Ouro N.° 27 apareceu. “Era o número de 29 de setembro de 1920, pormenorizando a perseguição e os maus tratos contra os irmãos e as irmãs durante c período de opressão” escreve Roy E. Hendrix, que teve parti em distribuí-lo. Amélia e Elisabeth Losch acrescentam: ‘Ele expunha a perseguição impiedosa movida contra os Estudante, Internacionais da Bíblia durante a Primeira Guerra Mundial pelos clérigos religiosos da cristandade e seus aliados, políticos e militares. . . . Nove pessoas na congregação recusaram-se a participar neste trabalho e assinaram uma petição para não fazê-lo. Não tinham fé no ‘escravo fiel e discreto’. Como resultado, nós, junto com outros três, mantendo a fé, distribui mas 25.000 exemplares em apenas duas semanas O fim da campanha nos encontrou cansados, porém felizes, sabendo que andávamos fielmente na luz da Palavra de Deus.”

Quatro milhões de exemplares de A Idade de Ouro N.° 25 foram impressos. Estes foram distribuidor gratuitamente os foram colocados por uma contribuição voluntária de dez centavos de dólar o exemplar. A distribuição foi feita principalmente de casa em casa.

A OBRA NO EXTERIOR

As crescentes demandas de publicações bíblicas aumentaram Isto se dava no Canadá, por exemplo, onde a censura que fora imposta às publicações da Torre de Vigia foi levantada em 1.° de janeiro de 1920. A perseguição naquele país parecia estimular o povo de Deus a maior zelo na pregação e em promover a adoração verdadeira.

Em 12 de agosto de 1920, J. F. Rutherford e alguns associados partiram de barco para a Europa. Foram realizadas assembléias em Londres, Glasgow e outras cidades britânicas. Junto com alguns outros, Rutherford excursionou ao Egito e à Palestina. Vários escritórios e classes bíblicas foram visitados e fortalecidos espiritualmente. Uma sucursal da Sociedade foi estabelecida em Ramalá. No relatório do fim de ano, o irmão Rutherford revelou que a Sociedade estava estabelecendo um Escritório da Europa Central para supervisionar a obra de pregação na Suíça, França, Bélgica, Holanda, Alemanha, Áustria e Itália.

A “CAMPANHA DOS MILHÕES”

Contribuindo para a obra de fazer discípulos naqueles dias, havia nova atividade de pregação — a “Campanha dos Milhões”. Caraterizava-se pela distribuição do livro de 128 páginas, Milhões Que Agora Vivem Jamais Morrerão, colocado com as pessoas pela contribuição de 25 centavos de dólar o exemplar. O livro era usado em relação a um programa de discursos públicos que começara em 25 de setembro de 1920, e que se centralizava em torno dum discurso (originalmente intitulado “O Mundo Terminou — Milhões Que Agora Vivem Talvez Jamais Morram”), preferido por J. F. Rutherford em Los Angeles em 24 de fevereiro de 1918, e publicado no novo livro em 1920.

Em retrospecto, Lester L. Roper afirma: “Daí, chegou minha vez para um discurso público sobre o assunto ‘Erguei um Estandarte Para os Povos, Milhões Que Agora Vivem Jamais Morrerão’. Eu estava acostumado a lidar com o público, mas isso era diferente. Senti como se o chão fosse subir e me atingir o rosto a qualquer instante. E acho que exigia intestinos fortes, visto que então só dispúnhamos de um número pequeníssimo de pessoas na verdade em todo o mundo — para dizer-lhes que ‘Milhões que agora vivem jamais morreriam’!”

Milhões Que Agora Vivem Jamais Morrerão com o tempo foi traduzido e publicado em vários idiomas. Diferente da “obra pastoral”, que consistira no empréstimo de livros às pessoas, os exemplares do livro “Milhões” eram colocados com elas à base duma contribuição, e os interessados poderiam mais tarde obter volumes dos Estudos das Escrituras. A “Campanha dos Milhões” durou algum tempo, e deu-se, por esse meio grande testemunho. Anúncios dos jornais e em tapumes para cartazes com as palavras “Milhões Que Agora Vivem Jamais Morrerão” foram usados para trazê-lo à atenção do público. Tão extensiva era a campanha que o lema tem sido lembrado através dos anos.

Lembrando o efeito da “Campanha dos Milhões”, escreve Rufus Chappell: “Tínhamos oferecido a publicação Milhões Que Agora Vivem Jamais Morrerão em Sião [Ilinóis] e nas cercanias, e os resultados foram interessantes. Lembro-me dum grande e intermitente letreiro elétrico sobre o prédio da Lavanderia Waukegan na Rua Sheridan do Norte, a cerca de uns oito quilômetros de Sião, que dizia: ‘We Dye for the Millions Now Living Who Will Never Die.’ [“Tingimos Para os Milhões Que Agora Vivem Que Jamais Morrerão; trocadilho com a palavras dye (tingir) e die (morrer).] Este era um assunto mui popular naquele tempo, e muitos questionaram a frase e ficaram conhecendo a verdade através desta publicação.”

NOVO LIVRO PROMOVE O PROGRESSO

Durante anos os volumes dos Estudos das Escrituras tinham sido lidas e distribuídos amplamente pelos Estudantes de Bíblia. Em 1921, contudo, novo livro foi publicado — A Harpa de Deus, escrito por J. F. Rutherford. Por fim, teve um circulação de 5.819.037 exemplares em 22 idiomas. “Quando saiu A Harpa de Deus, isso foi realmente uma bênção, uma resposta às nossas orações”, afirma Carrie Green, continuando “Simplificava a verdade, a verdade inteira, todos os diferente assuntos sendo ilustrados como as ‘cordas da harpa’.”

Esta publicação delineava o propósito de Jeová como a “dez cordas da Harpa de Deus, a Bíblia”. As ‘dez cordas’ o subtítulos do livro eram: A Criação, A Justiça Manifestada, A Promessa Abraâmica, O Nascimento de Jesus, O Resgate, A Ressurreição, O Mistério Revelado, A Volta do Nosso Senho A Glorificação da Igreja e A Restauração. Sendo um manual para principiantes, continha perguntas para o estudo individual e em grupo. Ao trabalhar de casa em casa, os Estudantes d Bíblia ofereciam um curso completo por correspondência junto com esta publicação. Os doze cartões de questionário que constituíam o curso eram enviados pelo correio, um por semana. A congregação mediana talvez tivesse de 400 a 500 cartões para cuidar semanalmente em relação com este curso. Este trabalho foi feito por vários anos e foi altamente benéfica. Afirma Hazel Burford: “Também dirigíamos estudos nas casa dos interessados, similares ao nosso trabalho de estudos bíblico de hoje, exceto que um grupo inteiro de publicadores comparecia, como em nossos estudos de livro de congregação.”

INSTALAÇÕES PARA MAIOR OBRA DE PREGAÇÃO

No ano logo após a Primeira Guerra Mundial, a Sociedade Torre de Vigia (dos EUA) quis comprar grande rotativa a fim de fazer alguma impressão. Havia somente algumas no país e todas elas estavam ocupadas. Pelo que parece, não havia oportunidade de obter-se uma durante muitos meses. Mas, a mão de Jeová não é curta, e uma grande rotativa instalada começou a ser operada pelos trabalhadores na sede em 1920. Carinhosamente chamada de “velho encouraçado”, através dos anos produziu milhões de revistas, folhetos e outras publicações.

Ao adquirir o “velho encouraçado”, a Sociedade alugou espaço gráfico na Avenida Myrtle, 35, em Brooklyn. Ao chegar a Betel, em 22 de janeiro de 1920, W. L. Pelle e W. W. Kessler foram designados para trabalhar naquele prédio. O irmão Pelle nos conta: “Nossa primeira tarefa foi lavar as paredes no primeiro pavimento da Avenida Myrtle, 35. Foi o serviço mais sujo que já tive, mas foi diferente. Sentíamo-nos felizes. Era a obra do Senhor, e isso a tornava digna de ser feita. Precisamos de três dias para terminar a limpeza e então estava pronto para se organizar o departamento de expedição. Lá embaixo, no porão, a rotativa (o ‘encouraçado’) estava sendo montada e lá em cima, no segundo pavimento, a prensa plana, a dobradeira e a grampeadora estavam sendo aprontadas.”

Logo o equipamento entrou em operação. Continua o irmão Pelle: “Dois irmãos, experientes operadores de máquinas e impressores, operavam a prensa plana, o irmão Kessler a dobradeira, e eu a grampeadora. Daí, saiu o primeiríssimo exemplar de A Torre de Vigia de nossas próprias prensas — o de 1.° de fevereiro de 1920 — um momento emocionante, uma ocasião felicíssima! Não demorou muito depois disso até que saiu A Idade de Ouro N.° 27, da prensa ‘encouraçado’ no porão. Pequeno início, mas jamais deixou de crescer!”

A obra de pregação estava crescendo! Em 1922, havia uma demanda muito maior de publicações Assim, a partir de 1.° de março de 1922, a Sociedade mudou sua gráfica para um prédio de seis pavimentos na Rua Concord, 18, em Brooklyn. Primeiro ocupou quatro pavimentos, e, por fim, todos os seis. Ali, a Sociedade iniciou a impressão de seus próprios livros encadernados. O prédio da Avenida Myrtle foi usado para estacar papel e publicações.

Uma tarefa considerável envolvida em transferir-nos da Avenida Myrtle para a Rua Concord foi transportar o “velho encouraçado”. Eis aqui como se cuidou disso, de acordo com um relato certa vez dado por Lloyd Burtch:

“Em 1.° de março de 1922, mudamo-nos com nosso equipamento de impressão da Avenida Myrtle para maiores acomodações na Rua Concord, 18, em Brooklyn. Com pequeno caminhão, mudamos a maioria das coisas pesadas. Quando chegamos aos grandes cilindros da máquina ‘encouraçado’, verificamos que eram pesados demais para aquele caminhão levar. Ficamos atônitos. Não sabíamos como fazê-los chegar às novas acomodações, mas, ao acordarmos na manhã seguinte, nosso problema estava resolvido

“Mais de cinco centímetros de neve caíram inesperadamente no decorrer da noite, e isso resolveu nosso problema. Fizemos uns esquis e rolamos os cilindros sobre eles Prendendo os esquis ao caminhão, arrastamo-los à nova localidade, com os esquis deslizando suavemente sobre a neve. Os cilindros foram então introduzidos pela janela do porão do local, Rua Concord. Durante anos depois disso, o encarregado da fábrica, R. J. Martin, deleitava-se em contar aos irmãos, nas assembléias, esta queda inesperada de neve que resolveu nosso problema d mudança.”

Dentro em pouco o “velho encouraçado” estava rodando novo, na gráfica da Rua Concord. E como fazia tremer aquele velho prédio! Ora, diz-se que o encarregado da gráfica, Martin, costumava comentar: ‘Os anjos é que estão segurando este prédio.’

APENAS COM A AJUDA DE JEOVÁ

“A impressão bem sucedida de livros e Bíblias nas rotativa por parte de pessoas com pouca ou nenhuma experiência prévia é evidência da supervisão de Jeová e da direção de seu espírito” observa Charles J. Fekel. Ele tem estado no serviço de Betel desde 1921. O irmão Fekel partilha dos acontecimentos na sede da Sociedade já por meio século e nos assegura: “Sempre foram achadas pessoas para realizar cada tarefa sem a duplicação ou o desperdício de esforços. Amplas tarefas planejadas de antemão foram terminadas, conforme se exigia apesar da oposição de Satanás.”

Quando a Sociedade mudou sua gráfica para a Rua Concord 18, Brooklyn, lá em 1922, obteve-se completo equipamento para composição de tipos, galvanostegia, de impressão e encadernação, a maioria dele sendo novo. O presidente de importante firma impressora que estava fazendo grande part. do trabalho para a Sociedade viu o equipamento e disse: “Eis ai os senhores, com um estabelecimento gráfico de primeira classe nas suas mãos, e ninguém por ali que saiba algo sobre o que fazer com ele. Em seis meses, tudo será um montão de ferro velho, e verificarão que as pessoas aptas a imprimir as coisas para os senhores são as mesmas que sempre o fizeram, e tornaram isso o seu negócio.”

Na verdade, houve problemas formidáveis. Mas, com ajuda divina, os irmãos fizeram maravilhoso progresso. Observe o seguinte exemplo: Não faz muitos anos, um mecânico perito da Alemanha e vários ajudantes levaram dois meses para montar uma grande prensa obtida pela Sociedade. Nos dois anos seguintes, outra prensa do mesmo tamanho e da mesma fabricação foi montada na sede por um irmão e seus ajudantes em Betel em apenas três semanas.

Os irmãos na sede da Sociedade se esforçaram. Aprenderam, e não demorou muito até que produziam bons livros. De início, só conseguiam encadernar 2.000 livros por dia. Em 1927, contudo, já produziam de 10.000 a 12.000 livros diariamente.

RETORNO A CEDAR POINT

A Sociedade não tinha operado a sua gráfica da Rua Concord em Brooklyn, Nova Iorque, por muito tempo, quando o povo de Deus se reuniu para uma assembléia internacional de 5 a 13 de setembro de 1922. Em que lugar? Em Cedar Point, Ohio, local do congresso geral dos Estudantes da Bíblia em 1919. Durante esses três anos intermediários houve crescimento. Os delegados à assembléia de 1922 vieram dos Estados Unidos, Canadá e Europa. A assistência média diária foi de 10.000, havendo dentre 18.000 a 20.000 presentes no domingo. Os batizados foram 361. Reuniões em inglês e em línguas estrangeiras foram realizadas simultaneamente, havendo até onze em progresso de uma só vez.

Imagine-se em Cedar Point para essa assembléia espiritualmente recompensadora. Note as grandes faixas, os pequenos letreiros de madeira nas árvores e os cartazes brancos nos postes e outras partes. Todos eles trazem as letras “A D V”. O que significam? Alguns afirmam que representam “After Death Victory” (Depois da Morte, A Vitória), visto que o restante ungido ainda está muito preocupado em ‘ir para casa’ no céu. Outros acham que tais letras significam “Advise The Devil to Vacate” (Avise o Diabo Para Cair Fora).

O suspenso durou até sexta-feira, 8 de setembro, conhecido como “O Dia”. O Juiz Rutherford falou então sobre “O Reino”. Observou T. J. Sullivan: “Os privilegiados a comparecer a essa reunião ainda podem visualizar o fervor do irmão Rutherford quando pediu a algumas pessoas desassossegadas que andavam de um lado para o outro por causa do intenso calor: ‘SENTEM-SE’ e ‘OUÇAM’ ao discurso a qualquer custo.” Entre outras coisas, o irmão Rutherford falou sobre o fim dos Tempos dos Gentios em 1914 e citou a afirmação blasfema do Conselho Federal de Igrejas de aclamar a Liga das Nações como a “expressão política do reino de Deus na terra”. Imagine-se nessa assistência à medida que Rutherford vai fazendo sua explanação em direção ao fim dramático de seu discurso. Ouça com atenção à medida que diz:

“ . . . Desde 1914, o Rei da glória tem assumido seu poder e tem reinado. Ele tem purificado os lábios da classe do templo e os tem enviado com a mensagem. Não se pode exagerar a importância da mensagem do reino. É a mensagem de todas as mensagens. É a mensagem do momento. Cabe aos que são do Senhor proclamá-la. O reino do céu está próximo, o Rei já reina; o império de Satanás está caindo; milhões que agora vivem jamais morrerão.

“Crê nisso? . . .

“Então, voltem ao campo, ó filhos do altíssimo Deus! Ponham sua armadura! Sejam sóbrios, vigilantes, ativos, valentes. Sejam testemunhas fiéis e verdadeiras do Senhor. Avancem na luta até que fique desolado todo vestígio de Babilônia. Proclamem a mensagem em toda a parte. O mundo precisa saber que Jeová é Deus e que Jesus Cristo é Rei dos reis e Senhor dos senhores. Este é o dia de todos os dias. Eis que o Rei reina! São os seus agentes de publicidade. Portanto, anunciem, anunciem, anunciem o Rei e seu reino.”

Naquele mesmo instante, uma faixa bicolor, de quase onze metros de comprimento, é desdobrada acima da tribuna do orador. Nela aparece grande gravura central de Cristo e a palavras “Anunciem o Rei e o Reino”. Agora tudo ficou clara As letras enigmáticas “A D V” significam “ADVERTISE” (Anunciem). Anunciem o quê? Ora, “Anunciem o Rei e o Reino”! “Pode imaginar o entusiasmo”, exclama George D. Gangas, “a alegria e o excitamento dos irmãos. Jamais acontecera algo assim em suas vidas. . . . Era algo que ficou indelevelmente escrito na minha mente e no meu coração que jamais será esquecido enquanto eu viver”. C. James Woodworth, então um rapazinho de dezesseis anos, na orquestra da assembléia, lembra-se: “Esse foi um momento dramático. Como a assistência aplaudiu! O idoso irmão Pfannebecke, agitou seu violino por sobre a cabeça e, virando-se para mim disse bem alto: ‘Puxa vida! E agarra vamos fazer isso, não?’

MOTIVADOS A ANUNCIAR O REINO

E fizeram mesmo! Com efeito, os servos de Deus têm feito isso desde então. Intrepidamente, têm anunciado o Rei e o Reino. Quando os Estudantes da Bíblia deixaram Cedar Point eram fervorosos de espírito, ardendo de entusiasmo pela obre de pregação à frente deles. “Palavras não conseguem descreve a sensação de avançar de ir para casa e anunciar”, declara Ora Hetzel. A irmã Bennecoff, esposa de James W. Bennecoff acrescenta: “Fomos estimulados a ‘anunciar, anunciar, anunciar o Rei e o Reino’ — Sim, com mais zelo e amor em nosso’ corações do que nunca antes.”

Aliás, os congressistas tiveram oportunidade de anunciar o Reino até mesmo antes de partirem de Cedar Point. A segunda-feira, 11 de setembro de 1922, era o “Dia de Serviço”. Centena de automóveis foram usados, cada um levando cinco ou mais passageiros e bom suprimento de publicações bíblicas, todo prontos a anunciar o Rei e o Reino no serviço de campo. “Meu cartão de ‘Instrução Para os Trabalhadores’ era o de N.° 144’ afirma Dwight T. Kenyon. “Meu cartão rezava: ‘Os carro se enfileirado ao longo da frente do lago (Cedar Point segundo o número sobre o radiador às 6,30 em ponto. O N.° de seu carro é 215, o N.° de Trabalhador e 5. . . . ”. Eu estava num grupo de sete pessoas. Fomos de carro-casa, operado por dois colportores. Nossa designação era Milan, Ohio, a alguns quilômetros de distância. Lembro-me de que o irmão Rutherford estava naquela reunião nessa hora bem cedo, para ver-nos partir.”

Sim, J. F. Rutherford ali estava para ‘Vê-los partir’. Mas havia mais relacionado a isso. “O irmão Rutherford se achava no primeiro carro que partiu naquela manhã”, observa Sara C. Kaelin. John Fenton Mickey acrescenta: “O carro do irmã Rutherford era o primeiro. Ele convidara a mim e minha esposa, a irmã dela, Clara Myers, e Richard Johnson e sua esposa. Eu não pude ir, visto que nossa garotinha ficara doente . . . Bem, o território para o primeiro carro era a estrada entre Cedar Point e Sandusky, Ohio. O irmão Rutherford visitou a primeira casa, Clara Myers a seguinte, e assim por diante até que o serviço terminou e voltaram ao congresso.”

RESPONDENDO ÀS CONVOCAÇÕES PARA MAIOR SERVIÇO DO REINO

Os servos de Jeová já tinham pregado um tanto de casa em casa por alguns anos. Agora, contudo, este trabalho foi acelerado. Depois de outubro de 1922, a pregação de porta em porta foi grandemente facilitada por meio de informações publicadas na folha mensal de instruções de serviço, o Boletim.

As reuniões dos Estudantes da Bíblia continuaram a suprir rico alimento espiritual. Os estudos de grupo de A Torre de Vigia foram primeiramente organizados em 1922. Imprimiam-se perguntas como ajuda para o estudo. As reuniões cristãs também mantiveram o passo com a crescente ênfase ao serviço de campo. Especialmente influenciada foi a Reunião de Oração, Louvor e Testemunho, no meio da semana. Há muito era uma ocasião para se entoarem cânticos, dar testemunhos e orar. Mas, no início da década de 1920, ocorreu uma mudança ligada com a proclamação do Reino de casa em casa. A respeito disto, escreve James Gardner: “Importante progresso começou em 1.° de maio de 1923. A primeira terça-feira de cada mês foi colocada à parte como Dia de Serviço, para habilitar os trabalhadores das classes a empenhar-se no serviço de campo junto com o ‘Diretor’ designado pela Sociedade. Como estímulo para este trabalho e para encorajar ainda mais aos irmãos, fez-se o arranjo para que, desse tempo em diante, as reuniões congregacionais de oração, realizadas cada quarta-feira à noite, devotassem a metade de seu programa a relatar testemunhos de experiências no trabalho de campo.” T. H. Siebenlist acrescenta: “A reunião da noite de quarta-feira mais tarde incluía uma consideração da folha impressa sobre serviço de campo da Sociedade, o Boletim. Assim, quando o serviço de campo começou a ser destacado, a companhia [congregação] de Shattuck, Oklahoma, empenhou-se com afinco na obra de pregação e decorou as solicitações [testemunhos] à medida que eram publicados no Boletim.”

Também, em 1923, a Sociedade começou a por de lado vários domingos por ano para um “testemunho mundial”. Isto envolvia um esforço unido para realizar reuniões públicas simultâneas através da terra. Todos os Estudantes da Bíblia foram encorajados a anunciar tais discursos como “O Império de Satanás Está Caindo — Milhões Que Agora Vivem Jamais Morrerão.”

Na primeira parte de 1927, nos Estados Unidos, a obra de distribuição de livros e folhetos de casa em casa por um certa contribuição começou a ser feita todo domingo. “Alguns ficaram imaginando como ela iria, sabendo que o mundo estava contra nós”, comenta James Gardner, acrescentando: “Isso iniciou uma onda de perseguição em alguns lugares. Mas, era uma convocação do ‘escravo fiel e discreto’, assim, por que hesitar? Quão contentes saíamos, e, ao passo que alguns se queixavam sobre ‘aparecermos logo nos domingos com livros’ e assim por diante, logo se viu que Jeová dirigia seu povo através do mundo. Até os dias de hoje o domingo é um bom dia para sairmos ao campo, e fazemos isso constantemente.”

ÀS PORTAS

Gostaria de juntar-se a alguns agentes de publicidade do Reino em sua obra de pregação de casa em casa do passado? Explicando a atividade, Myrtle Strain afirma: “Na maior parte explicávamos o que os livros continham e usávamos bastante dos artifícios dos vendedores, também. Amiúde, contudo éramos convidados a entrar nas casas e então, quando o morador mostrava interesse, fornecíamos o esboço inteiro dos propósitos de Deus, começando com a queda de Adão e indo até a restituição do homem. As vezes levávamos uma hora mais ou menos, numa casa.”

“Aqueles dias iniciais relacionados com o povo de Jeová estão repletos de muitas recordações inesquecíveis”, observe Martha Holmes. “Lembro-me de meu grupinho de cinco que trabalhava as cidades vizinhas da área de Des Moines, Iowa. Às vezes partíamos antes do dia clarear e ficávamos ali até depois do escurecer. Naqueles dias, nosso carro não tinha capota fixa, nem freios hidráulicos, nem direção hidráulica nem ar condicionado, nem aquecedor. A maior parte do tempo tínhamos de dirigir em estradas não pavimentadas. Ficávamos atolados na lama e tínhamos de meter tábuas embaixo daí rodas para poder continuar. Nosso carro tinha uma capote que se podia prender com botões quando chovia ou nevava. Levávamos lancheiras e comíamos no carro frio. Certo dia depois de gastar várias horas de trabalho em Newton, Iowa a cerca de 48 quilômetros de Des Moines, começou um forte vendaval. Era difícil manter o carro na estrada, visto que os ventos tinham a força de tufões. Adicionalmente, a capota de lona tinha sido arrastada para trás e continuava sacudindo-se ao vento. Por fim conseguimos voltar a Des Moines, todos nós ensopados até a pele. Estou bem segura de que os observadores pensavam: ‘Que bando de gente maluca!’”

Amiúde seus esforços foram recompensados com excelentes resultados, contudo. Por exemplo, Julia Wilcox não se esqueceu de um dia, lá nos idas de 1920, quando era uma nova agente de publicidade do Reino que trabalhava sozinha de casa em casa em Washington, Carolina do Norte. Encontrou uma senhora que manifestou grande interesse no folheto da Sociedade, Falando com os Mortos, e aceitou algumas publicações. Afirma a irmã Wilcox:

“Não querendo detê-la, comecei ir embora, mas ela não me deixou partir. Eis aqui a sua história:

“‘Sei que o Senhor a enviou aqui hoje. A senhora é a resposta às nossas orações. Eu e minha mãe temos orado para que Deus nos levasse à luz. Temos sido membros da Igreja Metodista por toda a nossa vida, mas, recentemente, deixamos de ir à igreja porque não estávamos obtendo nada ali. Tudo de que ouvimos falar é de dinheiro, dinheiro e mais dinheiro. No outro dia, mamãe viu um anúncio numa revista de um livro sobre “espiritismo” e como se poderia falar diretamente com Deus. Ela me mandou pedir o livro e ver o que poderíamos aprender dele. Bem, já tenho a carta escrita, solicitando o livro, mas, por alguma razão, esqueci-me de enviá-la. [Essa carta jamais foi remetida.] Eu vou ler primeiro agora esses livros que obtive da senhora, e, quando mamãe vier ficar novamente comigo, ela também os lerá. Promete que vai voltar para nos visitar de novo dentro em breve?’

“Naturalmente que prometi. Essa seria minha primeira revisita [segunda visita]. O trabalho de revisitas não era incentivado então. Destacava-se a cobertura do território e deixar publicações. De qualquer modo, retornei conforme prometera, quando a mãe dela estava ali. Tinham ‘devorado’ as publicações que eu deixara na primeira visita e queriam mais. Daquele tempo em diante, aceitaram toda publicação editada pela Sociedade. . . . Tenho grande prazer em relatar que a irmã [Sofia] Carty, minha primeira revisita, foi fiel no serviço e no comparecimento às reuniões até sua morte em 1963.”

OS SETE ANJOS SOAM SUAS TROMBETAS

Lá na década de 1920, os servos de Jeová ocupavam-se em anunciar o Rei e o Reino, com excelentes resultados. Ademais, embora o povo de Deus não o compreendesse naquele tempo, ficou envolvido no emocionante cumprimento de profecias apocalípticas. À medida que sete mensageiros angélicos tocaram suas trombetas, os verdadeiros cristãos desempenharam uma parte em eventos dramáticos na terra e continuam a participar neles até mesmo no tempo presente. — Rev. 8:1-9:21; 11:1-19.

Desde o tempo em que o primeiro anjo tocou a seus trombeta, a cristandade tem sido apedrejada por figurativa saraiva devastadora, fortes exposições baseadas na verdade bíblica. (Rev. 8:7) Tudo começou no congresso de Cedar Point dos Estudantes da Bíblia, em setembro de 1922. Ali, o povo de Deus adotou entusiasticamente a resolução intitulada “Um Desafio”. Intrepidamente, expunha a deslealdade do clero a Deus por participar na guerra e, depois disso, repudiar Seu reino messiânico por sustentar que a Liga das Nações era a expressão política desse reino. Nesse outubro de 1922, 45.000.000 de exemplares da resolução e material de apoio começaram a ser distribuidor em toda a terra. Desse tempo em diante, cristandade (seu clero católico e protestante e seus membros de igrejas) tinham sido expostos como falsos em sua afirmação de serem verdadeiros seguidores de Jesus Cristo.

Sob a direção do segundo trombeteiro angélico, os Estudantes da Bíblia realizaram um congresso regional em Los Angeles Califórnia, de 18 a 26 de agosto de 1923. Ali, aprovaram de forma sobrepujante a resolução histórica intitulada “Um Aviso”. Expunha o fracasso do clero da cristandade em ajudar na proclamação da mensagem do Reino, e apelava para as pessoas semelhantes a ovelhas se voltarem, não para a Liga das Nações, apoiada pelo clero, mas para o reino de Deus como a “única solução para os males nacionais e individuais”. O fracasso do clero neste sentido tem sido um dos principais fatores do aumento dos elementos radicais, revolucionários representados pelo “mar” inquieto. Mas, esses elementos radicais tampouco podem dar vida à humanidade, assim como sangue derramado de um corpo humano não pode dar vida. Em dezembro de 1923, começou a impressão dum tratado “Proclamação — Aviso a Todos os Cristãos”, que continha a resolução do congresso. Além dos milhões de exemplares editados no exterior, 13.478.400 foram impressos nos Estados Unidos. A distribuição em massa dessa Proclamação era apenas o início. Até os dias de hoje, os seguidores ungido, de Jesus tem feito muitas proclamações que advogam o reino de Deus. — Rev. 8:8, 9.

Quando o terceiro anjo tocou sua trombeta, um terço das águas transformou-se em absinto. (Rev. 8:10, 11) Significativamente, no congresso dos Estudantes da Bíblia de 20 a 27 de julho de 1924, em Columbus, Ohio, o povo de Deus adotou entusiasticamente uma resolução denominada “Acusação” Expunha as doutrinas falsas e difamadoras de Deus ensinada’ pelo clero apóstata da cristandade e mostrava ser mortífero o proceder religioso para o qual eles e seus associados político, levavam o povo. Deveras, os clérigos faziam o povo beber algo tão amargo quanto o absinto que resultaria em sua morte espiritual e conseqüente destruição. A resolução do congresso foi incorporada ao tratado intitulado “Acusados os Eclesiásticos”, do qual 13.545.000 exemplares foram impressos nos Estados Unidos. Outros milhões em línguas estrangeiras foram publicados no exterior. Com o tempo, foram distribuidor 50.000.000 de exemplares. A Acusação também foi publicada em A Torre de Vigia. De novo, isso era apenas o princípio. Pelo rádio, por livros, folhetos, revistas e testemunho verbal os servos de Jeová têm continuado a apontar que os ensinos do clero da cristandade não são Águas da vida, mas levam à morte.

Então veio o ano de 1925, e o quarto trombeteiro angélico preparou-se para agir. Sua trombeta foi tocada e um terço do sol, da lua e das estrelas foi golpeado e obscurecido. (Rev. 8:12) Durante um congresso regional em Indianápolis, Indiana, em 24 a 31 de agosto de 1925, os servos de Deus endossaram de coração uma resolução sob o título “Mensagem de Esperança”. Incluía expressões amorosas, mas também mostrava que o povo tinha caído na escuridão na cristandade, que afirma ser a luz espiritual do mundo. Além da publicação da resolução em A Torre de Vigia e A Idade de Ouro, com o tempo muitos milhões de exemplares em forma de tratado circularam em várias línguas. Assim, o povo foi informado de que a cristandade não gozava da luz da verdade celeste e do favor divino.

O ataque de gafanhotos simbólicos foi anunciado quando o quinto anjo soou sua trombeta na primavera setentrional de 1926. (Rev. 9:1-11) De 25 a 31 de maio daquele ano, os Estudantes da Bíblia realizaram um congresso internacional em Londres, Inglaterra. Ali, de todo o coração, adotaram uma resolução intitulada “Testemunho Perante os Regentes do Mundo”. Nela e no discurso público de apoio “Por Que as Potências Mundiais Cambaleiam — O Remédio”, preferido no domingo, 30 de maio, pelo irmão Rutherford a ampla assistência no Salão Real Albert, expuseram a origem satânica da Liga das Nações e apontaram o fracasso do clero em apoiar o reino messiânico de Deus. Informações similares foram publicadas no livro recentemente lançado Libertação, e no folheto O Estandarte Para o Povo. Na manhã de segunda-feira, The Daily News de Londres devotou uma página inteira à resolução e a uma sinopse do discurso público de domingo, junto com um anúncio do discurso de segunda-feira à noite, de Rutherford. O espaço no jornal tinha sido comprado por considerável soma, e um milhão ou mais de exemplares desta edição alcançaram o público.

Com o tempo, cerca de 50.000.000 de exemplares da resolução “Testemunho” foram distribuidor por toda a terra em forma de tratado, em muitas línguas. Esta exposição dos planos humanos arquitetados contra o reino de Deus, em nome da religião, aguilhoava como a picada da cauda dum escorpião, e continua a fazê-lo.

Quando o sexto anjo tocou sua trombeta, quatro anjos simbólicos foram desatados e 200.000.000 de cavalos simbólicos saíram “para matarem um terço dos homens”. Tais “cavalos” representavam os meios de anunciar terrível mensagem de julgamento, em especial pela página impressa. A acho começou com notável evento de 1927 — um congresso internacional dos Estudantes da Bíblia em Toronto, Ontário, Canadá (Rev. 9:13-19) Ali, no Coliseu, no domingo, 24 de julho, cerca de 15.000 pessoas ouviram a J. F. Rutherford ler uma resolução dirigida “Aos Povos da Cristandade”, que constitui aproximada mente um terço da humanidade. Instava com as pessoas sinceras a abandonar a cristandade, de modo a não serem destruídas com ela. Concitava as pessoas a dar sua devoção e lealdade de coração inteiramente a Jeová Deus, e ao seu Rei e reino. Na conclusão do discurso de apoio de Rutherford, “A Liberdade dos Povos”, um trovão de “sim” irrompeu dos presentes, ai ficarem de pé e bradarem sua aprovação da resolução. Milhões de pessoas ouviram o desenrolar dos eventos através do rádio por uma cadeia internacional de 53 estações, a maior rede daquele tempo. “Gigantesca cadeia de rádio ouve Rutherford” declarou o World de Nova Iorque, da segunda-feira, 25 de julho de 1927. “Maior cadeia dissemina a todas as partes do mundo o discurso que condenou o clero organizado.”

Como os apoiadores da cristandade devem ter agonizado sob o calor ardente de certas declarações naquela estimulante resolução! Ela e o discurso público acompanhante foram publicados no folheto A Liberdade dos Povos. Com o tempo milhões de exemplares foram colocados nas mãos do povo comum e dos regentes. Assim, milhões dos cavalos simbólico começaram a atacar a cristandade, fazendo isso sob o controle do restante ungido, os “quatro anjos”. Através dos anos, tal publicações cristãs foram produzidas às centenas de milhões e milhares de pessoas as acolheram favoravelmente, abandonando Babilônia a Grande, o império mundial da religião falsa. — Rev. 9:13-19; 18:2, 4, 5.

Eventos dramáticos ocorreram quando o sétimo anjo toco, sua trombeta. “Houve vozes altas no céu, dizendo: ‘O reino do mundo tornou-se o reino de nosso Senhor e do seu Cristo, e ele reinara para todo o sempre.’” Embora o reino do mundo da humanidade pertença de direito a Deus, desde 607 A.E.C. em diante, Ele permitiu que a realeza por parte de um descendente ungido do Rei Davi sofresse um lapso ou interrupção por “sete tempos”, ou 2.520 anos. Esse período esgotou-se por volta de 4 a 5 de outubro de 1914 E.C. As pessoas precisavam saber que mediante o reino messiânico então estabelecido, Jeová regia qual rei, que em breve iria “arruinar os que arruínam a terra” e que as pessoas que temiam Seu nome seriam colaboradoras dele em tornar a terra um paraíso. — Rev. 11:15-18.

Quando é que tais coisas seriam anunciadas em todo o mundo como se fosse pelo toque da trombeta do ‘sétimo anjo’? Esse anúncio que circularia pelo globo começou em 1928, quando os Estudantes da Bíblia reuniram-se num congresso em Detroit Michigan, de 30 de julho a 6 de agosto. Especialmente digno de nota foi o domingo, 5 de agosto, pois então os delegados ouviram a estimulante resolução “Declaração Contra Satanás e a Favor de Jeová”, bem como o discurso público de apoio de J. F. Rutherford, “O Dominador do Povo”. Entre outras coisas, aquela resolução declarava que, visto que Satanás não queria ceder sua regência iníqua sobre as nações e povos, Jeová, com seu oficial executivo, Jesus Cristo, agirá contra o Diabo e suas forças do mal, resultando na plena restrição de Satanás e completa derrubada da organização dele. Ademais apontava que Deus, por meio de Cristo, estabelecerá a justiça na terra, emancipará a humanidade do mal e trará bênçãos eternas a todas as nações da terra. “Por conseguinte”, concluía a resolução, “chegou o devido tempo para que todos os que amam a justiça tomem sua posição do lado de Jeová e obedeçam e sirvam a Ele com coração puro, para que possam receber as ilimitadas bênçãos que o Deus Todo-poderoso tem em reserva para eles”.

Relatórios dessa “Declaração Contra Satanás e a Favor de Jeová” e o discurso público de apoio foram publicados em A Idade de Ouro e em A Torre de Vigia. Ademais, a resolução e discurso também foram circulados em várias línguas aos milhões no folheto O Amigo do Povo. Assim, uma mensagem de apoio ao reino de Deus por Jesus Cristo e em desafio à regência mundial de Satanás e seus instrumentos foi trombeteada há mais de quatro décadas. Mas, pela página impressa e por discursos soou através de toda a terra desde então com crescente volume, à medida que os servos de Jeová continuamente levam a mensagem do reino de Deus às pessoas da terra

UMA RÁDIO PIONEIRA ERGUE SUA VOZ

“Rádio Diz que Milênio do Mundo Está Chegando”, declarou o Record de Filadélfia de 17 de abril de 1922, continuando: “Discurso do Juiz Rutherford Transmitido do Teatro Metropolitano de ópera. Fala a um Transmissor. Mensagem É Levada a Milhas de Distância Pelos Fios da ‘Bell Telefone’ Até à Estação Howlett.” Assim começava uma notícia de jornal sobre o primeiro discurso de J. F. Rutherford pelo rádio, preferido no domingo, 16 de abril de 1922, no Teatro Metropolitano de ópera em Filadélfia, Pensilvânia. Sobre que assunto? “Milhões Que Agora Vivem Jamais Morrerão.” Sua assistência visível era dum simples punhado de gente em comparação com calculadamente 50.000 moradores de Pensilvânia, Nova Jérsei e Delaware que ouviram o discurso em rádios primitivos em suas casas.

Aqueles eram os dias iniciais das comunicações pelo rádio. Nos Estados Unidos, não foi senão em 1920 que foram feitas transmissões comerciais regulares pelo rádio, através da estação KDKA de Pittsburgo, e a WWJ de Detroit, Michigan. Podia-se então comprar um aparelho de cristal de produção industrial, com fones de ouvido, mas não foi senão na década de 30 que se produziram rádios com alto-falantes e antena internos.

Os servos de Jeová, do início da década de 20, eram relativa mente poucos. Em 1924, nos EUA, havia somente, em média 1.064 Estudantes da Bíblia que pregavam de casa em case toda semana. Assim, durante aquele período, o povo de Deus, reconheceu os efeitos de longo alcance do rádio e o considerou excelente meio de alcançar as massas com a mensagem do Reino.

Em 1922, J. F. Rutherford e alguns conselheiros vieram a adquirir a escritura de cerca de dez hectares na Ilha Staten Distrito de Richmond, da cidade de Nova Iorque. Levando-nos de volta aquela época interessante, Lloyd Burth certa vez declarou: “Certa tarde de sábado, o presidente da Sociedade irmão Rutherford, levou alguns de nós até a Ilha Staten. Ao chegarmos à propriedade que fora comprada, ele indicou um lugar no meio da mata no terreno e disse: ‘Muito bem rapazes. É aqui que vamos começar a cavar. Vamos construir uma estação de rádio em nosso terreno.’ E como cavamos! Todo fim-de-semana durante o verão nos ocupamos nisso”. Por todo o inverno e avançando no verão setentrional de 1923 a construção continuou em ritmo acelerado, muitos rapazes da sede da Sociedade em Brooklyn ajudando nos fins-de-semana.

Em 1923, Ralph H. Leffler ensinava teoria de rádio no ginásio de Alliance, Ohio. Certo dia, recebeu uma carta do escritório do presidente da Sociedade Torre de Vigia (EUA) Perguntava-lhe: “Observando que é professor de rádio . . . será que consideraria dedicar todo o seu tempo ao serviço do Senho. neste sentido?” O irmão Leffler viu claramente a mão de Jeová’ nisso e não podia deixar de aceitar esta oportunidade. Em meados de outubro chegou ao Betel e foi designado a lava louça! “Já não tinha eu agüentado demais lavar a louça no exército, pensava eu”, escreveu ele mais tarde. “Então, lembrei me do texto: ‘O Senhor, vosso Deus, vos põe à prova para ver se o amais de todo o vosso coração e de toda a vossa alma (Deu. 13:3, CBC) Sim, esta é outra prova, conclui.” Mas, um mês depois, começou a trabalhar com rádio. “Um transmissor composto de rádio, de 500 watts, se localizava na cidade e fora comprado para a estação”, relembra o irmão Leffler Ele o instalou rapidamente e tudo ficou pronto para a primeira transmissão.

“Estávamos muito emocionados”, admite o irmão Leffler “Será que a primeira transmissão teria êxito? Será que alguém conseguiria ouvir-nos? Obtivera-se a licença governamental de radiodifusão. E as letras do prefixo designado eram WBBR. Tudo estava pronto para a primeira transmissão, e esta se deu na noitinha de domingo, 24 de fevereiro de 1924. Foi meu privilégio ligar a chave de força para aquela primeira transmissão e lá fomos nós, esperando o melhor.”

Esse primeiro programa da WBBR continuou durante duas horas, das 20,30 às 22,30 horas. Houve solos de piano, canto, e, entremeado, o ponto destacado do programa, o discurso do presidente da Sociedade, J. F. Rutherford sobre o assunto ‘O Rádio e a Profecia Divina’. Cada noite depois disso, das 20,30 às 22,30 horas, e aos domingos, das 15 às 17 horas, eram transmitidos programas com boa música e discursos educativos.

As oportunidades de dramatizações pela WBBR vieram a surgir. Maxwell G. Friend partilhava nisso. Ele recebera intenso treinamento dramático no renomado Teatro Municipal de Zurique, Suíça. Anos depois, Jeová favoreceu o irmão Friend com o inesperado privilégio de produzir e dirigir dramas bíblicos e reproduções realísticas dos julgamentos das testemunhas cristãs de Jeová por juízes e promotores públicos eivados de preconceitos e influenciados pelo clero, nos EUA. Tais dramas os expunham à execração pública e inocentavam os servos de Deus. Os atores e músicos treinados que se empenhavam nestas apresentações constituíam “O Teatro do Rei”.

Em 1928, em Amboy do Sul, Nova Jérsei, alguns dos servos de Jeová foram presos por pregarem as boas novas num domingo. Isso marcou o início da “Batalha de Nova Jérsei” de uma década de duração. “O Teatro do Rei” desempenhou uma parte nisto. Durante os julgamentos dos verdadeiros cristãos, amiúde os juízes locais eram católicos que manifestavam preconceito nas salas de tribunais, usando linguagem grosseira e até mesmo revelando os aliados eclesiásticos que se procuravam manter nos bastidores. Os debates nos tribunais eram registrados em taquigrafia. Atores peritos assistiam aos julgamentos e estudavam a voz e as entonações do juiz, do promotor público, e assim por diante. Alguns dias depois, “O Teatro do Rei” imitava as cenas do tribunal com surpreendente realismo. Assim, as ondas do rádio eram usadas para expor o inimigo, e, com o tempo, os juízes ficaram tão atemorizados de ficarem em foco, bem como os policiais e promotores públicos desorientados, que muitos se tornaram mais astutos em cuidar dos casos que envolviam o povo de Jeová.

Por cerca de trinta e três anos a WBBR trouxe glória a Jeová e espalhou a verdade bíblica de forma ampla. Começou a sua radiodifusão com um transmissor de 500 watts. Três anos depois, comprou-se novo transmissor de 1.000 watts. Em 1947, a Comissão Federal de Comunicações concedeu permissão à WBBR de aumentar sua potência para 5.000 watts uma vez que não interferisse nas outras estações que operavam na mesma freqüência em partes amplamente espalhadas dos EUA. A instalação de um sistema de antenas direcionais de três torre resolveu este problema, e este dispositivo aumentou a potência de 5.000 watts para mais de 25.000 watts na direção norte leste onde a população era maior. A WBBR era ouvida na área da Nova Iorque metropolitana e nos estados adjacentes d Nova Jérsei e Connecticut. No entanto, recebiam-se cartas sobre seus programas da Inglaterra, Alasca, Califórnia e outros lugares distantes.

A Sociedade vendeu a estação em 15 de abril de 1957. Por quê? Bem, quando a estação começou a funcionar em 1924, só havia uma congregação de cerca de 200 Estudantes da Bíblia que abrangia todos os cinco distritos da cidade de Nova Iorque, bem como Long Island e até mesmo partes de Nova Jérsei Em 1957, contudo, havia 62 congregações na cidade de Nova Iorque, e um auge de 7.256 proclamadores do Reino, além dá 322 publicadores de tempo integral das boas novas. Assim dava-se um bom testemunho. Também, é mais eficaz falar com as pessoas em suas casas, onde podem formular perguntas e obter mais instrução da Palavra de Deus. O dinheiro gasto ela relação com as operações de rádio podia ser usado de outros modos para promover os interesses do reino de Deus

Contudo, havia mais envolvido na obra de rádio da Sociedade Certo dia, J. F. Rutherford entrou no quarto de Ralph Leffler colocou um mapa dos Estados Unidos sobre a mesa e, apontar do com o dedo, disse: “Tenho presente localizar estações transmissoras aqui, ali e acolá. Está disposto a ser o engenheira de construção destas estações?” “Eu ficarei contente de fazer isso”, foi a resposta. Assim, quando chegou novembro de 1924 o irmão Leffler estava a caminho de Chicago, para trabalhai na construção de outra estação de rádio da Sociedade, esta com o prefixo WORD. O irmão Leffler também instalo” transmissores de outras estações, não diretamente propriedade da Sociedade, mas dirigidas por meio de seus representantes.

ENTRANDO NA HISTÓRIA DO RÁDIO

Durante a década de 1920, o povo de Jeová não só foi pioneira em estabelecer uma das primeiras estações de rádio a WBBR Conforme já observamos, os servos de Jeová entraram na história do rádio no domingo, 24 de julho de 1927, quando J. F Rutherford falou por uma rede de cinqüenta e três estações desde Toronto, Ontário, Canadá — a maior cadeia de rádio já criada naquele tempo.

O que levou a esta transmissão em cadeia sem precedentes? Uma série de eventos. Um acordo fora feito entre a WBBR e o dono da estação WJZ da cidade de Nova Iorque, para partilharem horários, mas o acordo não foi mantido. Mais tarde, a WBBR foi designada para transmitir em outra faixa de onda, e, ainda mais tarde, designada de novo a uma faixa menos favorável. Segundo a Lei de Radiodifusão de 1927, a estação da Sociedade iniciou um processo perante a Comissão Federal de Radiodifusão para que lhe fosse designada uma faixa mais favorável. Na audiência de instrução (14 e 15 de junho de 1927), o presidente Merlin Hall Aylesworth, da “National Broadcasting Company” testemunhou os grandes serviços prestados pelas estações de rádio WEAF e WJZ, de Nova Iorque, aparentemente para mostrar que não seria correto permitir que a WBBR ocupasse parte do horário, embora tanto a WJZ como a WEAF tivessem diferentes faixas. No interrogatório das testemunhas, feito por J. F. Rutherford, foi proposta a seguinte pergunta ao Sr. Aylesworth: Seu propósito é dar ao povo, por meio do rádio, a mensagem dos maiores financistas, dos mais proeminentes estadistas e dos clérigos de maior renome no mundo? A resposta foi afirmativa.

“Se estivesse convencido de que o grande Deus do universo fosse brevemente executar seu plano, a fim de abençoar todas as famílias e nações da terra com paz, prosperidade, vida, liberdade e felicidade, faria os preparativos para irradiar isso?” Seria bem difícil dizer Não, e, assim, a resposta foi Sim. Então, o Sr. Aylesworth disse voluntariamente que ficaria contente de irradiar um discurso do presidente da Associação Internacional dos Estudantes da Bíblia. Naturalmente, J. F. Rutherford aceitou a oferta.

Assim aconteceu que, quando o irmão Rutherford falou a uma assistência de congresso de cerca de 15.000 pessoas em Toronto, Ontário, Canadá, no domingo 24 de julho de 1927 milhões de outros ouviram-no por meio de uma cadeia de radiodifusão até então sem igual. Numa carta dirigida à Sociedade pela “National Broadcasting Company”, declarava-se: “Imagino que o Juiz Rutherford dispôs de uma assistência tão grande, ontem à tarde, como nenhum homem vivo jamais teve pelo rádio.”

Os Estudantes da Bíblia estavam envolvidos em outro notável acontecimento pelo rádio em 1928. Em Detroit, Michigan, no domingo, 5 de agosto, quando J. F. Rutherford preferiu o discurso público “O Dominador do Povo” a uma assistência de 12.000 pessoas, foi irradiado por uma cadeia de radiodifusão que ligou 107 estações, exigindo cerca de 53.000 quilômetros de linhas telefônicas e 147.000 quilômetros de linhas telegráficas, e foi retransmitido por ondas curtas para a Austrália e a Nova Zelândia.

A cadeia da “Watchtower” ou “Branca” foi organizada em 1928, especialmente para servir o congresso de Detroit. Teve tanto êxito que a Sociedade Torre de Vigia (EUA) decidiu operar semanalmente uma cadeia de estações de rádio através dos Estados Unidos e Canadá. Arranjou-se um programa de uma hora, gerado pela WBBR. Tratava-se de irradiações a vivo, apresentando um discurso do irmão Rutherford, com música introdutória e concludente provida por uma orquestra mantida pela Sociedade. Todo domingo, de 18 de novembro de 1928 até o ano de 1930, os radiouvintes podiam assim sintonizar a “Hora da Torre de Vigia”.

Os programas de rádio ocupavam grande parte do tempo do irmão Rutherford. Dava-se excelente testemunho, mas ele não conseguia viajar ou organizar congressos em várias parte da terra. Assim, em 1931, a Sociedade decidiu apresenta, programas gravados. Organizaram-se duzentas e cinqüenta estações para apresentar estas gravações de quinze minutos feitas por Rutherford segundo sua conveniência, e tocada pelas estações de rádio nas horas que quisessem. Em 1932, este serviço de rádio (chamado a Cadeia de Cera) foi expandido para 340 estações. Em 1933, ano-auge, 408 estações eram usadas para levar a mensagem a seis continentes, e 23.783 discursos bíblicos separados foram irradiados, a maioria deles sendo estas gravações elétricas de quinze minutos. Naqueles dias poder-se-ia girar o dial do rádio e sintonizar as irradiações da Torre de Vigia provenientes de estações amplamente espalha das, ao mesmo tempo. Não raro as ondas do ar estavam repletas das palavras da verdade que glorificavam a Deus.

GRÁFICA QUE PODIAM CHAMAR DE SUA

Cada vez mais o povo de Jeová atraía as atenções do público. Suas histéricas cadeias de rádio de fins dos anos 2 não podiam ser ignoradas. Nem podiam as pessoas desconsiderar estes proclamadores do Reino, pois sua obra de pregação de casa em casa aumentava de ritmo. Aumentava a procura de publicações bíblicas e as instalações gráficas da Sociedade tinham de manter o passo. Rememorando a última metade dos anos 20, C. W. Barber observa: “O prédio da gráfica, na Rua Concord, 18 [Brooklyn, Nova Iorque] tornara-se então pequeno demais e inconveniente para nossas necessidades.”

Era evidente. Os Estudantes da Bíblia precisavam de outra gráfica. Decidiram construir uma. Visto que o dinheiro suficiente para a construção da gráfica não estava disponível sem prejudicar a obra em outras partes da terra decidiu-se levantai fundos por hipotecar e penhorar seu imóvel numa quantia que não excedesse a metade de seu valor real. Emitiram-se debêntures nos valores de US$ 100, US$ 500 e US$ 1.000, e pagavam juros de cinco por cento ao ano. Por meio de um suplemento de A Sentinela, concedeu-se aos Estudantes da Bíblia a oportunidade de adquirir tais debêntures, ao invés de serem colocadas no mercado público.

Lá em 1926 e 1927, os membros da família de Betel de Brooklyn ficaram deleitados de ver a gráfica da Rua Adams, 117, começar a tomar forma. Não demorou muito até que todos os oito pavimentos desta excelente estrutura de concreto armado, com numerosas janelas, estava pronta para ser usada. Era um prédio moderno, à prova de fogo, tendo 6.300 metros quadrados de espaço útil. Em fevereiro de 1927, chegou a ocasião de se mudarem da Rua Concord, 18. “Lembro-me de o irmão R. J. Martin [o encarregado da gráfica] dançar de alegria com os rapazes, à medida que a maquinaria estava sendo mudada”, afirma Harry Petros. O entusiasmo do irmão Martin a respeito da nova gráfica era evidente em seu relatório ao presidente da Sociedade, conforme publicado no Anuário da Associação Internacional dos Estudantes da Bíblia de 1928 em inglês. Nele, observou que até mesmo os críticos da gráfica admitiam então que era “uma das melhores oficinas gráficas do centro das firmas impressoras do mundo, a saber, a cidade de Nova Iorque”. O relatório incluía a seguinte descrição das operações da gráfica:

“A planta geral do prédio é perfeita para nosso trabalho. Todo o trabalho se movimenta para baixo, de andar em andar, por gravidade, e na ordem natural: Os escritórios se acham no último andar, onde deveriam estar; a composição se acha no andar seguinte, onde deveria logicamente estar; as chapas descem para o andar seguinte, o sexto, onde se faz a impressão; a expedição de revistas e os folhetos ocupam o quinto; a encadernação vem no quarto; a armazenagem, no terceiro; a expedição no segundo; a estocagem de papel, a garagem e a casa de força no primeiro. Não se poderia melhorar isso.”

À medida que a equipe da sede se aproximava de 200 pessoas, começou a expansão do lar de Betel. Em dezembro de 1926, a Sociedade comprou o terreno ao lado de sua propriedade em Columbia Heights, 124, em Brooklyn. No início de janeiro de 1927, os três prédios, de numero 122, 124 e 126, foram demolidos e iniciou-se a construção de um prédio de nove pavimentos, contendo cerca de oitenta quartos. Foi ligado ao prédio da Sociedade, terminado em 1911, na parte de trás, e dava para a Rua Furman.

“ENSINADOS POR JEOVÁ”

Jeová por certo abençoou seu povo lá nos idos da década de 1920, e forneceu as coisas necessárias para a promoção dos interesses do Reino. Também provou ser um Deus de revelações progressivas. Os Estudantes da Bíblia, por sua vez, verificaram ser necessário ajustar seu modo de pensar em certa medida. Mas, ficaram gratos pela orientação de Deus e estavam ansiosos de ser “ensinados por Jeová”. — João 6:45 Isa. 54:13.

O povo de Deus teve de ajustar seu modo de pensar sobre 1925, por exemplo. Expectativas de restauração e de bênção, foram ligadas ao mesmo, visto que achavam que tal ano assinalaria o fim dos setenta jubileus de cinqüenta anos cada um desde que os israelitas entraram em Canaã. (Lev. 25:1-12) Declara A. D. Schroeder: “Pensava se que então o restam’ dos seguidores ungidos de Cristo iria para o céu, para se, parte do Reino, e que os fiéis homens da antiguidade, tal’ como Abraão, Davi e outros, seriam ressuscitados como príncipes para assumir o governo da terra como parte do reino dó Deus.”

Veio e foi-se o ano de 1925. Os seguidores ungidos de Jesus ainda estavam na terra como classe. Os homens fiéis da antiguidade — Abraão, Davi e outros — não foram ressuscitados para se tornarem príncipes na terra. (Sal. 45:16) Assim como recorda Anna MacDonald: “1925 foi um ano triste para muitos irmãos. Alguns deles tropeçaram, suas esperança’ foram despedaçadas. Tinham esperado ver alguns dos ‘antigo’ dignitários’ [homens da antiguidade, como Abraão] serem ressuscitados. Ao invés de isso ser considerado uma ‘probabilidade’, leram que era uma ‘certeza’, e alguns se prepararam para seus próprios entes queridos, na expectativa de sua ressurreição Recebi pessoalmente uma carta de uma irmã que me trouxe a verdade. Ela me avisou que havia agido errada naquilo que me dissera. . . . [Mas] eu tinha apreço por minha libertação de Babilônia. Para que outro lugar se poderia ir? Eu tinha aprendido a conhecer e a amar a Jeová.”

Os fiéis servos de Deus não se dedicaram a ele apenas até certo ano. Estavam determinados a servi-lo para sempre. Para tais pessoas, as expectativas não-cumpridas a respeito de 1925 não representavam grande problema nem influíram adversa mente em sua fé. “Para os fiéis”, observa James Poulos, “1925 foi um ano maravilhoso. Jeová, por meio de seu ‘escravo fiel e discreto’, trouxe à nossa atenção o significado do capitule doze de Revelação. Aprendemos sobre a ‘mulher’, a organização universal de Deus; a guerra no céu e a derrota e expulsão dó Satanás e seus demônios das cortes celestiais, por Jesus Cristo e seus santos anjos; o nascimento do reino de Deus.” Evidente mente, o irmão Poulos tem em mente o artigo muito digno de nota “Nascimento da Nação”, publicado em A Torre de Vigia, em inglês, de 1.° de março de 1925. Por meio dela, o povo de Deus discerniu claramente como estas duas grandes organizações opostas — a de Jeová e a de Satanás — eram simbolizadas. Então aprenderam, também, que o Diabo teve de confinar suas operações à terra desde sua expulsão do céu, em resultado da ‘guerra no céu’ a partir de 1914.

CELEBRAÇÕES E FERIADOS

“Em nossos congressos iniciais, no período entre as sessões à medida que os amigos conversavam”, escreve Anna E. Zimmerman, “talvez acontecesse que alguns amigos lhe passassem seu livro ‘Maná’ [Maná Celestial Diário Para a Família da Fé], pedindo que escrevesse seu nome e endereço em seu ‘maná’. Escrevia-se numa página em branco, do outro lado, a data de seu aniversário, e quando chegava seu aniversário, e liam o texto naquela manhã para aquele dia, talvez decidissem escrever-lhe um cartão postal ou uma carta, desejando-lhe feliz aniversário.”

Sim, naqueles dias iniciais, os cristãos dedicados comemoravam aniversários. Bem, então, por que não celebrar o suposto aniversário de Jesus? Também fizeram isto por muitos anos. Nos dias do Pastor Russell, o Natal era celebrado na antiga Casa da Bíblia em Allegheny, Pensilvânia. Ora Sullivan Wakefield relembra que o irmão Russell dava aos membros da família da Casa da Bíblia moedas de ouro de cinco ou dez dólares no Natal. Mabel P. M. Philbrick observa: “Um costume que certamente não seria levado a efeito hoje em dia era celebrar o Natal com uma árvore de Natal no refeitório de Betel. O costumeiro ‘bom dia para todos’ do irmão Russell era mudado para ‘feliz Natal para todos’.

O que moveu os Estudantes da Bíblia a parar de celebrar o Natal? Richard H. Barber deu a seguinte resposta: “Foi-me solicitado que proferisse um discurso de uma hora por uma cadeia [de rádio] sobre o assunto do Natal. Foi proferido em 12 de dezembro de 1928, e publicado em A Idade de Ouro N.° 241 e novamente um ano mais tarde, no N.° 268. Esse discurso apontava a origem pagã do Natal. Depois disso, os irmãos em Betel jamais celebraram de novo o Natal.

“Importamo-nos de nos descartar de tais coisas pagãs?” pergunta Charles John Brandlein. “Absolutamente que não. Isto era apenas ajustar-nos às novas coisas aprendidas, e jamais soubemos antes que eram pagãs. Era apenas como tirar uma roupa suja e jogá-la fora.” Em seguida, descartamo-nos das celebrações natalícias e do Dia das Mães — mais adoração de criaturas. A irmã Lilian Kammerud relembra: “Quão prontamente todos os irmãos abandonaram estes feriados e admitiram estar contentes de ficar livres. Novas verdades sempre nos tornam felizes e . . . achamos que éramos privilegiados de saber de coisas que outros ignoravam.”

OUTRAS MUDANÇAS DE CONCEITO

O progresso no entendimento da Palavra de Deus trouxe alguns outros ajustes no modo de pensar cristão. Segundo Grant Suiter, os fins dos anos 20 foram dignos de nota nesse sentido. Afirma ele: “A modificação de conceitos a respeito de textos e questões de normas de procedimento pareciam ser constantes, durante esses anos. Por exemplo, foi em 1927 que A Torre de Vigia apontou que os membros fiéis do corpo de Cristo que dormiam não foram ressuscitados em 1878 [como certa vez se pensava], que a vida está no sangue e que o assunto de roupas sóbrias seria corretamente modificado.” (Veja A Torre de Vigia, de 1927, em inglês, páginas 150-152, 166-169, 254, 255, 371, 372.) A bem dizer, no ano antes, durante o congresso de Londres, Inglaterra, de 25 a 31 de maio de 1926, o irmão Rutherford falou da tribuna vestido de um terno social, ao invés de usar a formal casaca que por muito tempo tinha sido usada pelos oradores públicos entre as testemunhas cristãs de Jeová.

Outra mudança de conceito envolvia o símbolo “cruz e coroa”, que apareceu na capa da Torre de Vigia em inglês a partir do número de 1.° de janeiro de 1891. Com efeito, durante anos muitos Estudantes da Bíblia usavam um alfinete desta espécie Como meio descritivo, C. W. Barber escreve: “Na realidade era um distintivo, com uma coroa de folhas de louro nos lados e dentro da mesma havia uma coroa com uma cruz atravessado-a em certo Ângulo. Parecia bem atraente e nossa idéia naquele tempo era que significava tomarmos nossa ‘cruz’ e seguir a Cristo Jesus, a fim de podermos, no devido tempo usar a coroa da vitória.”

A respeito do uso de “distintivos cruz e coroa” comenta Lily R. Parnell: “Isto, segundo o irmão Rutherford pensava era babilônico e devia ser descontinuado. Ele nos disse que quando damos às casas das pessoas e começávamos a falar, esse era o testemunho em si mesmo.” Assim sendo, refletindo sobre o congresso dos Estudantes da Bíblia em 1928, em Detroit, Michigan, escreve o irmão Suiter: “Na assembléia, mostrou-se que os emblemas cruz e coroa não só eram desnecessários mas condenáveis. Assim, descartamo-nos desses itens de jóias.’ Cerca de três anos depois disso, começando com seu número de 15 de outubro de 1931, A Sentinela em inglês não mal trazia o símbolo da cruz e coroa na capa.

Alguns anos depois, o povo de Jeová aprendeu pela primeira vez que Jesus Cristo não morreu numa cruz em forma de T. Em 31 de janeiro de 1936, o irmão Rutherford lançou para a família de Betel de Brooklyn o novo livro Riquezas. De acordo com a Bíblia, dizia, em parte, na página 27 (26 em português): “Jesus foi crucificado ou afligido, porém não exatamente numa cruz lavrada, como está representado nas imagens que os homens fabricam; a crucificarão de Jesus consistiu em ser o seu corpo cravado ou pregado no madeiro.”

“VÓS SOIS AS MINHAS TESTEMUNHAS, DIZ JEOVÁ”

Para o mundo, houve um choque na “Terça-feira Negra” 29 de outubro de 1929. O mercado de capitais entrara em colapso. No Times de Nova Iorque, as notícias disso foram publicadas sob a manchete: “Cotações das Ações Caem US$ 14.000.000.000 na Corrida Nacional Para Venda; Banqueiros Deverão Apoiar Mercado Hoje.” Assim começou a Grande Depressão que durou pela década de 1930. Todavia, nesse tempo de grave aflição econômica, Jeová forneceu ricas provisões espirituais para Seu povo. E Ele também os tornou mui cônscios do profundo significado por trás das palavras: “‘Vós sois as minhas testemunhas,’ é a pronunciação de Jeová, ‘e eu sou Deus’.” — Isa. 43:12, NM, Brasileira.

Dava-se crescente ênfase ao nome divino. Por exemplo, considere os principais artigos nos números de 1.° de janeiro de A Torre de Vigia dos vários anos. Eram: “Quem Honrará a Jeová?” (1926), “Jeová e Suas Obras” (1927), “Honrai a Seu Nome” (1928), “Louvarei a Meu Deus” (1929) e “Cantai a Jeová” (1930).

O congresso do povo de Deus em Columbus, Ohio, de 24 a 30 de julho de 1931, foi um marco destacado em exaltar o nome de Jeová. Foi ímpar no sentido de que congressos de extensão foram planejados para 165 outros locais através da terra. Mas, esse não foi o fator mais importante. Houve algo muito mais significativo. Estava ligado às letras enigmáticas “JW” que apareciam no programa impresso da assembléia e no frontispício de O Mensageiro, o jornal do congresso — de fato, eram vistas em muitos lugares. “Quando cheguei próximo do local da assembléia”, observa Burnice E. Williams, “vimos ‘JW’ por todo lugar. Mas, não sabendo o que representavam todos ficávamos imaginando: ‘Para que será este ‘JW’?” A irmã Herschel Nelson recorda: “Faziam-se especulações quanto ao que ‘JW’ representava — ‘Just Wait’ (Espere Simplesmente), ‘Just Watch’ (Observe Simplesmente), e a correta . . .”

O significado de ‘JW’ foi revelado no domingo, 26 de julho de 1931, quando os congressistas emocionados adotaram de coração uma resolução apresentada por J. F. Rutherford e intitulada “Um Novo Nome”. Dizia, em parte:

“PORTANTO, a fim de que a nossa verdadeira posição fique definida e conhecida, e crendo também que isto se harmoniza com a vontade de Deus, tal como se acha expressa na sua Palavra, RESOLVE-SE:

“QUE, apesar de termos grande amor para com o irmão Charles T. Russell, por causa de seu trabalho, reconhecendo, com alegria, que dele se serviu o Senhor e abençoou grandemente o trabalho que fez, todavia, não achamos harmonioso com a Palavra de Deus sermos chamados de ‘russelitas’; que a Sociedade de Tratados Bíblicos Torre de Vigia, a Associação Internacional dos Estudantes da Bíblia e a Associação do Púlpito do Povo, mais não são do que simplesmente nomes de corporações, organizadas e dirigidas por uma companhia de pessoas cristãs, a fim de efetuar eficazmente o nosso trabalho, em obediência aos mandamentos de Deus, não sendo cabível, portanto, que tais nomes se nos apliquem como coletividade cristã, seguidora que é das pisadas de nosso Senhor e Mestre, Cristo Jesus que, naturalmente, estudamos continuamente a Bíblia, mas como associação de cristãos declinamo-nos de ser denominados de ‘estudantes da Bíblia’ ou de quaisquer nomes semelhantes, como meio de identificar a nossa posição perante o Senhor; sim, recusamos terminantemente o sermos designados pelo nome de qualquer pessoa humana;

“QUE, tendo sido comprados com o precioso sangue de Jesus Cristo, nosso Senhor e Redentor, justificados e gerados por Deus Jeová e chamados para o seu reino, nós, sem a menor hesitação declaramos nossa solidariedade plena, e inteira lealdade e devoção a Deus Jeová e ao seu reino, que somos servos de Deus Jeová, por ele comissionados para trabalhar em seu nome, e, em obediência ao seu mandato, entregar ao povo o testemunho de Jesus Cristo, e fazer notório entre todas as gentes que Jeová é o Deus verdadeiro e onipotente, e é por isso que aceitamos com alegria cordial o nome que a boca do Senhor Deus ordenou que, pelo qual, fossemos chamados; de sorte que, de agora em diante, desejamos ser conhecidos e chamados pelo nome de — testemunhas de Jeová.”

Era óbvio, então. Aquelas intrigantes letras “JW” (TJ) representavam “Jehovah’s Witnesses” (testemunhas de Jeová). “Jamais olvidarei o tremendo brado e aplauso que vibraram por todo o local de reunião quando a informação foi finalmente tornada conhecida”, declara Arthur A. Worsley. Herbert H. Boehk adiciona: “Por toda a cidade de Columbus, os letreiros nas vitrinas das lojas — ‘Bem-vindas A. I. E. B.’ — foram retirados e agora rezavam ‘Bem-vindas, Testemunhas de Jeová’.”

Foi emocionante receber o nome testemunhas de Jeová. Não só aquela resolução intitulada “Um Novo Nome” foi alegremente adotada pelos milhares de seguidores ungidos de Cristo reunidos em Columbus. As congregações de per si mais tarde adotaram a mesma resolução. As testemunhas de Jeová tinham um nome que ninguém mais no mundo desejava. Mas, os servos de Deus sentiam-se profundamente gratos por ele. — Isa. 43:12.

Quando tinha 88 anos, A. H. Macmillan compareceu à Assembléia “Frutos do Espírito” das Testemunhas de Jeová na mesma cidade. Ali, em 1.° de agosto de 1964, o irmão Macmillan teceu os seguintes comentários interessantes sobre como ocorreu a adoção daquele nome:

“Tive o privilégio de estar aqui em Columbus, em 1931, quando recebemos . . . o novo título ou nome . . . eu estava entre os cinco que deveriam comentar o que achávamos da idéia de aceitar esse nome, e eu lhes disse brevemente o seguinte: Achava que era esplêndida idéia, porque esse título ali dizia ao mundo o que fazíamos e qual era nosso propósito. Antes disso, éramos chamados Estudantes da Bíblia. Por quê? Porque era isso que éramos. Daí, quando outras nações começaram a estudar conosco, fomos chamados de Estudantes Internacionais da Bíblia. Mas, agora, somos testemunhas a favor de Jeová Deus, e esse título diz ao público exatamente o que somos e o que fazemos. . . .

“Com efeito, creio que foi o Deus Todo-poderoso que nos levou a isso, pois o irmão Rutherford mesmo me dissera que acordara, certa noite, quando se preparava para esse congresso e disse: ‘Por que será que fui sugerir um congresso internacional quando não tenho nenhum discurso ou mensagem especial para eles? Por que trazê-los todos para cá?’ Então, começou a pensar sobre isso, e Isaías 43 lhe veio à mente. Levantou-se às duas da madrugada e escreveu, em taquigrafia, na sua própria escrivaninha, um esboço do discurso que iria proferir sobre o Reino, a esperança do mundo e sobre o novo nome. E tudo que foi preferido por ele naquela ocasião foi preparado naquela noite, ou naquela madrugada, às duas horas. E não [há] dúvida alguma em minha mente — nem naquele tempo nem agora — que o Senhor o guiou nisso, e que é o nome que Jeová deseja que levemos e estamos felicíssimos e contentíssimos de tê-lo.”

“O REINO, A ESPERANÇA DO MUNDO”

Durante o congresso de Columbus, no domingo, 26 de julho de 1931, ao meio dia — J. F. Rutherford começou seu discurso público altamente significativo “O Reino, a Esperança do Mundo”. Tanto a “National Broadcasting Company” como a “Columbia Broadcasting System” negara o uso de suas instalações radiofônicas. No entanto, os adoradores de Jeová formaram uma cadeia de rádio para enviar a mensagem desde Columbus, e a “American Telephone and Telegraph Company” disse, em poucas palavras: “Esta rede é a maior rede de per si que já esteve no ar.” A mensagem foi transmitida por mais de 163 estações de rádio nos Estados Unidos, Canadá, Cuba e México.

Imediatamente depois do discurso “O Reino, a Esperança do Mundo” pela cadeia radiofônica, e como parte de tal transmissão, o irmão Rutherford leu uma resolução intitulada “Aviso de Jeová — Aos Governantes e ao Povo”. Entre outra coisas, declarava meridianamente: “A esperança do mundo é o reino de Deus, e não existe nenhuma outra esperança.” Instava com o povo a que tomasse sua posição ao lado do reino de Deus. Quando o irmão Rutherford convocou sua assistência, visível e invisível, a adotar a resolução, os congressistas se levantaram em massa e bradaram “Sim”. Telegramas de todas as partes do país mostravam que muitos dentre os radiouvintes semelhantemente se puseram de pé e endossaram a resolução.

Os líderes do mundo, inclusive o clero, iriam receber a informação do discurso do congresso do irmão Rutherford “O Reino, a Esperança do Mundo”, e estariam em condições de conhecer o conteúdo da resolução “Aviso de Jeová”. Ademais precisavam ser informados de que os verdadeiros servos de Deus adotaram a resolução intitulada “Um Novo Nome”, e dali por diante seriam conhecidos como “testemunhas de Jeová” A distribuição do folheto The Kingdom, the Hope of the World (O Reino, a Esperança do Mundo; todavia, o folheto em português intitulava-se O Reino de Deus É a Felicidade de Povo, do qual se citou a resolução acima.) tornou tudo isso possível. Além de visitar o público em geral, as testemunhas de Jeová visitaram os clérigos, os políticos, os financistas e os militares, distribuindo esta publicação. Em questão de dois meses e meio, mais de cinco milhões foram distribuídos, e ainda o trabalho com o folheto não estava nem de perto terminado.

Refletindo sobre essa campanha de folhetos, Fred Anderson escreve: “Visitei o bispo em La Crosse. Ele me convidou mui cordialmente para sua sala de visitas. Daí, disse-lhe por que o visitava. Apresentei-lhe o folheto. Ele olhou para ele e não disse nada. Eu lhe agradeci e fui embora. Ele ficou furioso Quando eu passava pelo vão da porta, ele jogou o folheto em cima de mim. Caiu no chão. Ele o apanhou e o jogou de novo no momento em que eu fechava a porta de tela. A porta fechou bem sobre o folheto. Eu espero que o tenha lido, viste não ter conseguido livrar-se dele.” A irmã C. E. Bartow nos conta: “Um ministro, quando compreendeu o que eu lhe dera gritou comigo e disse: ‘Sua ignorantezinha! Vem aqui tentar ensinar-me, a um teólogo já por oito anos!’ Quão feliz me sentia de servir ao verdadeiro Deus!”

SISTEMA DE TROCAS EM OPERAÇÃO

Durante a década de 1930, a Depressão trouxe grandes dificuldades. Fábricas fecharam as portas. Em 1932, mais de 10.000.000 de residentes dos Estados Unidos estavam desempregados. Lavradores, moradores das cidades — a população em geral — sentia os efeitos da Grande Depressão.

O dinheiro era escasso, mas as pessoas de coração honesto precisavam da mensagem alegre da verdade bíblica. Quando as pessoas não podiam contribuir pelas publicações bíblicas, as testemunhas de Jeová, com freqüência as deixavam grátis. Mas, isto nem sempre podia ser feito. Qual era a alternativa? Recorda Margaret M. Bridgett: “Trocávamos por produtos tais como ovos, manteiga, frutas frescas e em conserva, galinhas, xarope de bordo; e eu fazia trocas por trabalhos de tricô — acolchoados, cobertas de almofadas, rendas e tapetes domésticos. Às vezes conseguia dar algumas de tais coisas em troca do aluguel de meu quarto. . . . [Anos mais tarde] compareci à formatura da [escola missionária de] Gileade, e estava ali uma irmã que obtivera de mim uma coleção de livros por me dar em troca acolchoados. Ela obteve a verdade e era então uma pioneira [pregadora de tempo integral] e o filho dela estava interessado”.

Arden Pate e John C. Booth lembram-se de terem pequena gaiola na parte de trás de seus carros de modo a poderem levar as galinhas que recebiam em troca das publicações colocadas com pessoas que não tinham dinheiro. Naturalmente, trocar publicações por galinhas nem sempre era um assunto simples. Escreve Lula Glover: “Cobríamos muito território em Alabama, Geórgia, Flórida, Carolina do Norte e do Sul, e parte de Tennessee e Mississipi. Pode visualizar eu mesma e a irmã Green perseguindo galinhas por aqueles grandes quintais das fazendas?”

Trocar publicações por vários produtos e outras coisas não era feito por razões egoístas. As pessoas precisavam das boas novas e este era o meio de recebê-las de forma impressa. “Sempre agradecíamos a Jeová por nos manter”, afirma Maxwell L. Lewis, “e sempre tínhamos o que necessitávamos na questão de alimento, abrigo e roupa”.

CAMPANHAS DIVISIONAIS

Esta também foi uma época de considerável oposição à obra de pregação do Reino. Em 1928, o povo de Jeová testemunhava de casa em casa aos domingos, e surgiu oposição imediata. À medida que aumentaram as detenções, na década de 30, as testemunhas de Jeová foram acusadas falsamente de coisas tais como vender sem licença, perturbar a paz e violar as leis sabáticas a respeito do domingo. A Sociedade Torre de Vigia (EUA) estabeleceu um departamento legal para oferecer orientação legal, e “Normas dum Julgamento” foram expedidas para ajudar os proclamadores do Reino a se defenderem nos tribunais. Recorriam-se das decisões adversas.

Mas, fez-se também algo mais. Em 1933, 12.600 Testemunhas nos Estados Unidos ofereceram-se para responder, depois de breve aviso, para fazerem a pregação de casa em casa em missões especiais em Áreas de oposição cívica. Foram organizadas em 78 divisões, cada divisão suprida de vários carros, cinco trabalhadores em cada carro, e de 10 a 200 carros eram enviados a locais de dificuldades. Quando alguns cristãos eram presas no serviço de campo, isto era relatado à Sociedade. Expedia-se uma convocação e, num domingo logo depois disse todos os grupos de carros numa divisão se reuniam num local de encontro pré-arranjado, geralmente no campo, recebias instruções e designações de território, e então “cercavam a cidade como “gafanhotos”, dando testemunho à comunidade inteira, às vezes em questão de trinta a sessenta minutos. (Rev. 9:7-9) No ínterim, uma comissão de irmãos se dirigia a polícia e dava uma lista de todas as Testemunhas que prega vem ali naquele dia. Qualquer publicador do Reino preso durante a campanha devia telefonar para certo número ao chegar à delegacia de polícia. Advogados estavam a posto com dinheiro da fiança para socorrê-lo.

Uma campanha começava por se enviar dez carros dá Testemunhas para o território, segundo Burnice E. Williams que continua, dizendo: “Depois de algum tempo, aqueles que foram ao território telefonavam dizendo que foram presos. Daí, dez outros carros eram enviados até que a cadeia ficava cheia. Então, depois que a cadeia ficara cheia, nós íamos como enxames. Como vê, não tinham mais espaço para nos prende’ . . . depois de verem que estávamos determinados a trabalha o território, simplesmente desistiam, de modo que podíamos ir lá e trabalhá-lo sempre que queríamos. Sempre vencíamos.

Nicholas Kovalak Jr. afirma que as Testemunhas esperavas ser presos. “Quando a polícia nos prendia e tomava nosso ‘pertences de valor’, cada Testemunha apresentava uma escova de dentes!” recorda ele. “O policial perguntava: ‘Por que todos têm uma escova de dentes?’ Todos nós dizíamos: ‘Esperamos ser presas e lançados na cadeia, de modo que na preparamos!’ Erguiam as mãos e diziam: ‘Que adianta? Sabiam que não conseguiam intimidar as Testemunhas a parar sua pregação.”

Embora se tenham passado décadas desde tais campanhas em 1933 a 1935, são lembradas carinhosamente pelos seu participantes dos tempos de antanho. “Deveras” afirma, John Dulchinos, “aqueles eram anos emocionantes e suas memória são preciosas. O espírito de Jeová nos tornava destemidos.”

BATALHA DAS ONDAS DE RÁDIO

Apesar da crescente oposição, as testemunhas de Jeová do início da década de 1930 declararam intrepidamente a mensagem do Reino de casa em casa. Mas as boas novas também chegaram a milhões de casas por meio do rádio, para grande consternação do clero. Internacionalmente, a Sociedade Torre de Vigia (EUA) usava então 408 estações de rádio. Na primavera setentrional de 1933, os católicos dos Estados Unidos lançaram uma campanha nacional, liderada pelos cardeais, bispos e sacerdotes. Com que objetivo? Para “expulsar Rutherford do ar.”

O Papa Pio XI proclamou um “ano santo” em 1933. Em 23 de abril de 1933, o irmão Rutherford transmitiu por 55 estações de rádio o discurso histórico “Os Efeitos do Ano Santo Sobre a Paz e a Prosperidade”. Nele, as vãs esperanças delineadas para o povo pela Hierarquia Católica Romana foram chamadas de simulacro da paz e prosperidade prometidas mediante o reino de Deus. O mesmo discurso foi programado para ser retransmitido por 158 estações em 25 de junho de 1933. Em preparação para tal transmissão, cinco milhões de folhetos foram distribuídos de casa em casa. A reação da Hierarquia foi amarga e intensa. Aumentou a intimidação católica, e alguns gerentes de rádio recusaram-se a transmitir outros programas da Torre de Vigia (EUA).

Em fins de 1933, e princípios de 1934, o povo de Jeová fez circular uma petição nacional, protestando contra estas ações católicas. Dirigida ao Congresso, finalmente apresentou 2.416.141 assinaturas. Em 4 de outubro de 1934, J. F. Rutherford compareceu diante da Comissão Federal de Comunicações. Citou casos específicos e estatísticas que mostravam que a pressão católica impedia seriamente a liberdade de adoração das testemunhas de Jeová, e o uso do rádio no interesse público. Apesar dos fatos, depois de receber o testemunho, a Comissão Federal de Comunicações fez muito pouco. Por isso, os servos de Jeová fizeram circular outra petição através dos Estados Unidos. Dirigida também ao Congresso, foi apresentada em janeiro de 1935, contendo 2.284.128 assinaturas. A segunda petição não foi atendida. Os acontecimentos subseqüentes levaram por fim à circulação de uma terceira petição nacional Seus 2.630.000 assinantes protestaram contra as ações de intimidação e boicote e solicitaram um debate público entre alta autoridade da Igreja Católica Romana e o Juiz Rutherford. Ao trabalhar com esta petição, Leonard U. Brown afirma que “encontrou muitos católicos que disseram que ficariam contentes de ouvir esse debate”. A petição foi entregue à Comissão Federal de Comunicações em 2 de novembro de 1936, mas também não foi atendida.

Embora nenhuma autoridade católica quisesse debater com Rutherford, em 1937 a Sociedade publicou o folheto intitulado “Descobertas”. Apresentava as doutrinas bíblicas básicas, em especial refutando os falsos ensinos católicos. Ao passo que o morador acompanhava na publicação, a Testemunha tocava num fonógrafo portátil a série gravada do irmão Rutherford, “Exposta”. Com a ajuda do folheto de perguntas, Estudo Modelo N.° 1, podia-se realizar um estudo bíblico. A respeito disto, Melvin P. Sargent escreve: “Fui convidado a levar esta série a casa de um senhor, e ele convidou três outros casais dentre seus parentes para os estudos. Levou várias semanas para cobrir este e outros assuntos, tais como ‘Religião e Cristianismo’. Dentre as oito pessoas que compareceram, seis fizeram sua dedicação a Jeová.”

Depois de 31 de outubro de 1937, o povo de Jeová afastou-se voluntariamente da transmissão comercial. Em ocasiões posteriores, o presidente da Sociedade proferiu discursos públicos por uma cadeia de estações de rádio, e, naturalmente, a WBBR continuou a operar para a glória de Deus. Desde fins de 1937 até a década de 1940, porém, fez-se uso incrementado do fonógrafo portátil e de discos de discursos bíblicos para leva’ a mensagem do Reino aos lares de milhões de pessoas.

QUEM CONSTITUI A “GRANDE MULTIDÃO”?

Essa tinha sido uma questão ardente entre o povo de Jeová por muitos anos. Há muito consideravam a “grande multidão’ como classe espiritual secundária que estaria associada ao. 144.000 ungidos no céu, como as damas de honra ou “companheiras” desta Noiva de Cristo. (Sal. 45:14, 15; Rev. 7:4-15; 21:2, 9) Em adição a isto, já em 1923 as “ovelhas” da parábola de Jesus sobre as ovelhas e os cabritos foram identificada’’ como uma classe terrestre dos dias atuais que sobreviveria ao Armagedom e entraria na prometida nova ordem de Deus (Mat. 25:31-46; Rev. 16:14, 16) O volume de 1931, Vindicação (Livro Um, em inglês) identificava as pessoas marcadas na testa para preservação (Eze, cap. 9) como as “ovelhas” da parábola de Cristo. Em 1932, concluiu-se que esta classe de “ovelhas” dos dias atuais tinha sido prefigurada por Jonadabe, companheiro de Jeú. Foi primeiramente em 1934 que se tornou claro que estes “jonadabes” com esperança terrestre deviam “consagrar-se” ou entrar numa relação dedicada com Jeová e ser batizados. Mas, a identidade da “grande multidão’ mencionada em Revelação, capítulo 7, ainda era entendida do mesmo modo que antes.

As incertezas quanto à “grande multidão” foram removidas quando o irmão Rutherford considerou esse assunto na assembléia das testemunhas de Jeová, de 30 de maio a 3 de junho de 1935, em Washington D. C. Nesse discurso, mostrou-se biblicamente que a “grande multidão” era sinônima de “outra, ovelhas” do tempo do fim. Webster L. Roe recorda que, num momento climático, J. F. Rutherford perguntou: “Será que todos que têm a esperança de viver para sempre na terra gostariam de ficar em pé?” Segundo o irmão Roe, “mais da metade da assistência ficou de pé”, e o orador então disse: “EIS A GRANDE MULTIDÃO!” “Primeiro houve um silêncio”, lembra-se Mildred H. Cobb, “então um brado de alegria e a animação foi alta e longa”.

Logo o congresso terminou, mas dera início a algo — uma busca. “Com grande entusiasmo e renovados espiritualmente, voltamos aos nossos territórios em busca dessas pessoas semelhantes a ovelhas que ainda tinham de ser ajuntadas”, afirma Sadie Carpenter

Depois do congresso de 1935, alguns que antes participavam dos emblemáticos pão e vinho nas observâncias da Refeição Noturna do Senhor deixaram de participar deles. Por quê? Não devido à infidelidade, mas porque compreendiam então que suas esperanças eram terrestres, e não celestes. E, ao passo que as publicações da Sociedade dos anos anteriores visavam principalmente os seguidores ungidos de Jesus, de 1935 em diante A Sentinela e outras publicações cristãs forneceram alimento espiritual para beneficiar tanto a classe tingida como seus companheiros com perspectivas terrestres.

DEIXE A VERDADE RESSOAR!

Na década de 1930, os proclamadores do Reino usavam fonógrafos em sua busca dos semelhantes a ovelhas. Henry Cantwell nos conta o seguinte a respeito deles: “Em 1933, à medida que a Sociedade expandia a obra de pregação, fizeram-se arranjos para a apresentação das gravações de discursos do irmão J. F. Rutherford em todas as partes do país. Para conseguir isto, a Sociedade fabricava o que eram chamadas de máquinas elétricas de transcrição. Estas eram grandes fonógrafos movidos a corda, com fonocaptor ou braço de toca-discos e amplificador e alto-falante movidos a pilhas. . . . Tínhamos uma variedade dessas gravações. Algumas eram completas em si; outras demandavam de dois ou quatro discos para completar um discurso. Assim, tínhamos discursos de 15 minutos, 30 minutos e uma hora. Desta forma, podíamos realizar reuniões públicas nos vários territórios em que trabalhávamos.”

Explicando ainda mais este trabalho, Julia Wilcox escreve: “Primeiro localizávamos uma casa, ou, as vezes, um prédio público, um velho celeiro ou até mesmo uma igreja, onde pudéssemos realizar o discurso de uma hora. Daí, a maior parte do dia seria gasta em ir de casa em casa anunciando o discurso, fazendo arranjos de retornar e apanhar aqueles que não tinham meios de transporte.”

Durante uma série de doze reuniões de transcrições, o mesmo território era trabalhado três vezes com pubçicações bíblicas e quatro vezes com anúncios. Cartazes nas vitrinas das lojas e letreiros para os carros das Testemunhas também anunciavam as reuniões. Excelentes resultados foram obtidos, muitas pessoas se reunindo em estudos permanentes e até mesmo participando na obra de pregação.

“A Sociedade usou centenas destes discos de 33 1/3 rpm para transmitir a mensagem do Reino”, segundo Ralph H. Leffler, que também observa: “Muitos eram usados por carros e camionetas-sonantes. . . . As palavras ‘Mensagem do Reino’ eram vistas nas laterais de muitas cometas e, naturalmente, esse era o tema. Rua acima e abaixo, e pelo interior, a mensagem era ouvida. . . . Às vezes, numa noite tranqüila, o carro-sonante parado no alto duma colina, dando para uma cidadezinha no vale abaixo, o som podia ser ouvido a quilômetros de distância.”

Oferecendo suas recordações, Henry A. Cantwell declara: “íamos a certa área, tocávamos alguns discos de música para atrair a atenção, fazíamos breve anúncio pelo microfone e então tocávamos um dos discursos. Daí, anunciávamos que haveria pessoas que fariam visitas às portas para apresentar mais informações aos que as desejassem.” Havia barcos-sonantes, e suas operações eram similares.

O serviço sonoro feito pelas testemunhas de Jeová não deixava de ter oponentes, contudo. Por exemplo, Lennart Johnson escreve:

“Em certo local, nos subúrbios da Rua 11, ao sul de Rockford, [Ilinóis] uma pessoa não apreciou o trabalho do carro-sonante nem a mensagem do Reino. Tomada de incontrolável emoção esta senhora levou seu carro para o lado do carro-sonante e como que para abafar as palavras do orador, persistiu em tocar a buzina alta de seu carro durante três ou quatro minutos. O único resultado foi descarregar sua própria bateria, evidenciado por ficar a buzina do carro cada vez mais fraca.”

Por outro lado, algumas experiências com o carro-sonante tiveram aspecto humorístico. “De início, algumas pessoa ficaram atemorizadas”, observa Julia Wilcox, acrescentando “Talvez estivessem nos campos, trabalhando, bem longe do carro-sonante, e diziam que soava como se uma voz dos céu falasse sobre Deus. Até ouvimos dizer que algumas família largaram o trabalho na lavoura e foram para dentro de casa pensando que o dia de juízo tinha chegado.”

DÊ CORDA AO FONÓGRAFO!

Durante anos, o fonógrafo portátil desempenhou parte importante na pregação do Reino. No desenvolvimento deste trabalho, o congresso geral das testemunhas de Jeová, de 15 a 20 de setembro de 1937, em Columbus, Ohio, EUA, foi significativo. Elwood Lunstrum fornece-nos o seguinte comenta rio sobre tal reunião:

“Nesta assembléia, o trabalho com fonógrafos portáteis às portas foi introduzido. Antes, levávamos o fonógrafo conosco no serviço, mas só o tocávamos quando convidados a entrar . . .

“Uma organização de ‘Pioneiros Especiais’ foi esboçada no congresso de Columbus para impulsionar o uso do fonógrafo às portas, e a obra de visitar de novo as pessoas interessada (pela primeira vez então chamada de ‘revisitas’) e estudos bíblicos com um arranjo chamado de ‘estudo-modelo’.”

Pouco depois dessa assembléia, cerca de 200 pioneiro’ especialmente escolhidos através dos Estados Unidos foram enviados para as grandes cidades onde já havia congregações do povo de Deus. Equipados com fonógrafos portáteis, estes publicadores de tempo integral puseram mãos à obra. Logo as testemunhas de Jeová em geral ficaram “cônscias do fonógrafo” e mais de 20.000 dessas máquinas tiveram de ser fabricadas na fábrica de Brooklyn da Sociedade em apenas dois anos. Até mesmo então, a procura excedia a oferta, à medida que milhares de proclamadores do Reino davam corda no fonógrafo e deixavam a verdade ressoar, para todos ouvirem!

Os fonógrafos usados pelos próprios publicadores do Reino sofreram mudanças com o passar do tempo. Por volta de 1934, havia um modelo forte e compacto, com motor à corda e tendo espaço para vários discos. Com 6 discos, pesava 9,5 quilos. Os publicadores faziam bastante exercício com esse. Cerca de dois anos depois, a Sociedade fabricou um mais leve. Daí, no congresso de 1940, introduziu-se novo fonógrafo de tipo vertical. Esboçado e construído pelos irmãos da sede da Sociedade, o fonógrafo tocava em pé. Tinha até um cantinho para publicações, e talvez pequeno lanche. Este modelo facilitou grandemente a obra de pregação de casa em casa.

Imagine-se agora no serviço de campo como proclamados do Reino há cerca de três décadas atrás “Quando o morador abria a porta, nós costumávamos dizer: Tenho uma mensagem para o Sr.’ Baixava a agulha e retumbava a voz do irmão Rutherford”, lembra-se L. E. Reusch. “No fim da mensagem”, observa Angelo C. Manera Jr., “o orador mencionava o livro que apresentávamos e quanto custava. Daí, apresentávamos o livro e o colocávamos, se havia interesse”. “Nunca éramos rudes”, comenta George L. McKee, “mas estávamos seguros de que todo o mundo precisava ouvir as boas novas do Reino”.

A obra com o fonógrafo não foi realizada sem oposição. Conta-nos Ernest Jansma: “Havia casos em que alguns tiveram seus fonógrafos literal e perversamente despedaçados bem diante de seus olhos. Outros os viram impiedosamente jogados para fora da varanda. Um irmão no Centro-Oeste ficou observando um lavrador irado fazer sua máquina voar em pedaços com uma espingarda de caça, daí ouviu chumbo passar voando pelo seu carro, ao deixar a cena. Eram perversos e religiosamente fanáticos naqueles dias.” Amelia e Elizabeth Losch falam de uma ocasião em que o disco “Inimigos” foi tocado para uma multidão no pórtico de certa casa. Depois que o discurso terminou, uma mulher arrancou o disco da máquina e o quebrou, dizendo: “Não podem falar desse jeito sobre o meu papa!”

Malgrado a oposição, a obra com o fonógrafo prosseguiu. Gradualmente, o uso deste instrumento no serviço de campo diminuiu na década de 1940. Depois de 1944, esta campanha de pregação de uma década com o fonógrafo começou a ser substituída pelo testemunho oral às portas.

Entre os instrumentos de testemunho empregados nos anos passados achava-se o cartão de testemunho introduzido em fins de 1933 e usado até bem dentro da década de 1940. John e Helen Groh explicam: “Os publicadores das boas novas não eram tão numerosos como são hoje, e não tão bebi treinados. Para ajudarmos em nossa obra e para melhor cobertura de território, usávamos o que era conhecido com cartão de testemunho. Estes eram curtos sermões impressos que se pedia que as pessoas lessem. No caso de as pessoas se negarem a lê-lo, ou de ficarem aborrecidas por não ter seus óculos à mão, relatávamos a elas o equivalente ao que estava no cartão.”

OUTRA FORMA DE SE ANUNCIAR O REINO

Significativo trabalho que trouxe o povo de Jeová à atenção do público, ao anunciar o Rei e o Reino, teve seu início num congresso em Newark, Nova Jérsei, durante 1936. Desenvolvimento adicional dele ocorreu numa assembléia em Londres Inglaterra, em 1938. Anos depois, este trabalho obteve a dignidade que merecia por ser chamado de marcha informativa Rememorando o congresso de Newark, em 1936, Rosa May Dreyer observa: “‘Cartazes de sanduíche’ ou cartazes dependurados dos ombros da pessoa, na frente e atrás, foram usado. para anunciar o discurso principal. [O publicador ficava como que num “sanduíche” entre os cartazes.] Também se distribuíam convites.”

Durante o congresso de Londres, em 1938, segundo as sugestões de J. F. Rutherford, alguns participantes das marcha informativas levaram letreiros sobre varas, que davam muito em que pensar. Em parte, A. D. Schroeder (que então tinta’ a supervisão da sucursal da Sociedade na Inglaterra) conta-nos:

“. . . Na noite seguinte, eu e o irmão Knorr lideramos primeiro desfile espetacular que veio a ter cerca de dez quilômetros de comprimento, tendo cerca de mil irmãos que marcharam pela zona comercial do centro de Londres. Cada segundo participante da marcha levava o cartaz ‘Encare os Fatos’ [anunciando o discurso público a ser preferido no Sala Real Albert], ao passo que o seguinte levava o letreiro ‘A Religião é Laço e Extorsão’. Ora, que espetáculo se viu naquela noite!

“Na manhã seguinte, o irmão Rutherford me chamou a se’ gabinete para relatar o que acontecera. Relatei-lhe que chamamos muita atenção, que muitos nos chamaram dá ‘comunistas’. Assim, ele pensou por alguns minutos, fazendo rabiscos de novo com sua caneta. Outra folha foi arrancada e me foi entregue, rezando: ‘Sirva a Deus e a Cristo, o Rei’. Ele me perguntou se eu não achava que tal lema num terceiro letreiro poderia neutralizar aquela ação de vaiar, da noite anterior. Eu lhe disse que ‘Sim’. De modo que ele instruiu que este lema fosse impresso e usado no seguinte desfile, duas noites depois disso. Dizemos isso, com excelentes resultados. Assim sendo, deste modo, com três letreiros alternados, fizemos vários desfiles notáveis antes das datas da assembléia, de 9 a 11 de setembro. Visto que o governo britânico, durante anos, negara-nos o uso do rádio para nossos programas e anúncios educativos, este método de desfile resultou eficaz para se avisar o público.”

Para Gladys Bolton, a marcha informativa era “o trabalho mais duro de todos”. Ela também afirma: “Cada cartaz rezava de forma diferente, mas aquele que se destaca na minha mente é ‘A Religião É Laço e Extorsão’! Puxa, como os clérigos ‘gostavam’ desse!” A respeito do letreiro “A Religião É Laço e Extorsão”, Ursula Serenco observa: “Este era o tempo em que não distinguíamos ‘religião verdadeira’ e ‘religião falsa’; toda a religião, na sua totalidade, era má. Nós mencionávamos a verdadeira como ‘adoração’, ao passo que a falsa era ‘religião’”

Às vezes havia hostilidade declarada às marchas informativas. “Em algumas cidades como Pittston [Pensilvânia], não fomos recebidos hospitaleiramente”, afirma John H. Sovyrda. “Muitas pessoas cuspiam em nós, chamavam-nos de todo tipo de nomes feios e diziam que éramos comunistas. Jogavam coisas em nós, e alguns realmente nos socavam.”

Por que, então, as testemunhas de Jeová se empenhavam nas marchas informativas? “Principalmente por acharmos importante que as pessoas soubessem dos fatos pertinentes à adoração falsa e à oposição que mostravam para com nossa obra cristã”, observa Charles C. Eberle. Angelo C. Manera Jr. comenta: “Olhávamos cada nova fase de serviço que era esboçado para nós como outro meio de servirmos a Jeová, outro meio de provarmos nossa lealdade a Ele, como outra prova de nossa integridade, e estávamos ansiosos de mostrar-nos dispostos a servi-lo de qualquer modo que Ele nos pedisse.”

Grant Suiter nos lembra que, por anúncio em A Sentinela, em inglês, as marchas informativas foram descontinuadas após outubro de 1939, mas ele acrescenta: “Este meio incomum e bem sucedido de chamar a atenção de muitas pessoas para o ministério das testemunhas de Jeová era ímpar em sua época. Seu fim, bem como seu uso, mostra a orientação de Jeová sobre o assunto. Nessa data atual [a década de 1970] realizam-se demonstrações públicas de todos os tipos, mas não participamos delas de nenhum modo, nem pode algo que fazemos ser confundido com tais demonstrações.”

ESPALHANDO “VERDADEIRA SABEDORIA” MEDIANTE AS REVISTAS

Os publicadores do Reino tiveram excelentes oportunidades de ajudar a reunir a “grande multidão” e disseminar a verdadeira sabedoria por oferecerem assinaturas de A Sentinela e Consolação (Despertai!) em sua pregação de casa em casa. Durante a primeira campanha de assinaturas de Consolação, em abril, maio e junho de 1938, 73.006 assinaturas novas foram obtidas nos Estados Unidos. A primeira campanha anual de assinaturas de A Sentinela ocorreu de janeiro a maio de 1939 quando as testemunhas de Jeová, somente nos Estados Unidos obtiveram mais de 93.000 assinaturas novas.

Mas, A Sentinela e Consolação ainda chegariam à atenção do público de modo especial. “A verdadeira sabedoria” virtual mente ‘gritaria nas ruas’. (Pro. 1:20) Como? Mediante a obra de revistas nas ruas, que teve seu início em fevereiro de 1940 Nesta atividade, os servos de Jeová tomavam posições em esquinas movimentadas de ruas, usando nos ombros sacolas de revistas especialmente feitas e com títulos, que identifica vem os dois periódicos e indicavam a contribuição sugerido — cinco centavos de dólar o exemplar. Segurando Consolação no alto, o proclamador do Reino talvez bradasse: “Publica fatos que nenhuma outra revista ousa imprimir.” Outros lemas incluíam: “Expõe a extorsão religiosa”, e “A Sentinela explica o Governo Teocrático.” Concitava-se os publicadores dó revistas a que fossem moderados ao falar na rua, seguindo um proceder dignificante. Desnecessário é dizer que os transeuntes eram atraídos e muitos respondiam de forma favorável.

Gostaria de saber como se desenvolveu a idéia da obra de revistas nas ruas? S. E. Johnston lembra-se de que, em 1939, a Sociedade escreveu a todos os servos de zona (predecessores dos atuais superintendentes de circuito), pedindo-lhes que experimentassem diferentes meios de fazer com que A Sentinela e Consolação chegassem às mãos do povo. O irmão Johnston pensou nos jornaleiros com suas sacolas sobre o, ombros. “Por que não tentar algo semelhante a isso?”, raciocinou ele. Dave e Emma Reusch concordaram em fazer sacolas de revistas, e sua filha Vera Coates, colocou vistosas inscrições de silkscreen sobre elas — “A Sentinela de um lado, Consolação do outro.” Quando o irmão Johnston visitou a pequena congregação em Concord, Califórnia, um grupo juntou-se a ele no testemunho de rua. Escreve ele: “Na semana seguinte os Reusches fizeram mais sacolas de revistas, e desta vez experimentamos as mesmas nas ruas comerciais de Oakland. Alguns irmãos sentiam-se um pouco tímidos de início mas a obra de rua ganhou ímpeto e começamos a receber pedidos de outras companhias [congregações] para sacolas de revistas. Nesse ponto, fiz meu relatório à Sociedade, enviando-lhes uma sacola de amostra . . . A Sociedade me escreveu, agradecendo-me, bem como a todos nós, pela experiência, e dizendo que fariam anúncio no Informante dentro em breve. E ela fez mesmo.”

A Sociedade fez arranjos para fornecer sacolas de revistas. Nicholas Kovalak Jr. nos conta: “Os publicadores da congregação de Passaic, Nova Jérsei, tiveram o privilégio de fabricar as sacolas de revistas para a Sociedade. Cortávamos o pano e o costurávamos em sacolas de revistas. No sábado e no domingo, todos os habilitados e voluntários se reuniam na fábrica de calças do irmão Frank Catanzaro e tinham o privilégio de costurar as sacolas de revistas para nossos irmãos por todo o país. . . . a Sociedade fazia a impressão. Assim, toda vez que viemos uma sacola de revistas, achávamos que tínhamos tido pequeno quinhão em anunciar o reino de Jeová.”

Como era aparecer pela primeira vez num canto de rua com A Sentinela e Consolação lá nos idos de fevereiro de 1940? Responde Peter D’Mura: “Quão bem me lembro de 1.° de fevereiro de 1940! . . . Como iríamos ser recebidos? Qual seria a reação de nossos vizinhos e das pessoas da cidade? Estávamos agitados. Iríamos fazer isto por duas horas. . . . Como ficamos surpresos! Ao bradarmos os lemas corretos e nos aproximarmos das pessoas, obtínhamos êxito. Cada um de nós colocou muitas revistas.”

Lembrando-se da reação do público, Grace A. Estep declara: “De início havia uma espécie de surpresa atônita misturada com divertimento e, às vezes, com ira, e, daí grande dose de embaraço, à medida que as pessoas passavam apressadamente de um lado da rua para o outro, no esforço de evitar os vizinhos com os quais não queriam falar e, mesmo assim, tinham vergonha de ignorar. Depois das primeiras semanas, contudo, simplesmente desistiram e empenhavam-se convenientemente em palestras ou em ver vitrinas, ao passarem pela série de publicadores na rua.”

Por vezes, irrompiam motins enquanto os servos de Jeová se empenhavam na obra de revistas nas ruas naqueles dias primitivos. Por exemplo, H. S. Robbins lembra se de uma turba irada que atacou a ele e a outros publicadores do Reino enquanto faziam o serviço de revistas nas ruas de San Antonio, Texas, há alguns anos. Do jeito como foram as coisas, as Testemunhas não ficaram feridas, mas elas, e não os arruaceiros, foram presas. Adiciona o irmão Robbins:

“Quando fomos soltos, voltamos ao Salão do Reino para reorganizar e ver o que faríamos em seguida. . . . Reorganizamo-nos e voltamos.

“Na ocasião em que chegamos de novo ao centro da cidade havia saído um jornal ‘extra’ e o brado dos jornaleiros era ‘Testemunhas de Jeová expulsas da cidade’, e lá estávamos nos de novo por todas as ruas. . . . Certamente não fomos expulsos da cidade e nem estávamos prestes a ir.”

“ANCIÃOS ELETIVOS”

Nas Escrituras, o povo de Deus é caraterizado como ovelhas que têm a Jeová como seu Pastor celeste. (Sal. 28:8, 9, 80:1; Eze. 34:11-16) Em adição a seu cuidado terno, usufruem a ajuda e direção do Pastor Excelente, Jesus Cristo, bem como o auxílio de outros pastares na congregação cristã. (Mas. 25:31-46; Luc. 12:32; João 10:14-16; 1 Ped. 5:1-4) Entre o povo de Deus, desde a década de 1870 até 1932, homens que tinham sido eleitos por votos no cargo de ancião supervisionavam congregacionalmente os estudos e discursos bíblicos da congregação. Homens que eram eleitos por voto para o cargo de diácono os ajudavam em sentido congregacional. Segundo C W. Barber, os anciãos “lideravam em assuntos espirituais dirigindo as reuniões, preferindo discursos e assumindo a super visão geral”, ao passo que os diáconos “eram usados com, indicadores, cuidando dos arranjos de cadeiras e ajudando em sentidos materiais”.

Os anciãos e diáconos eram eleitos cada ano de modo congregacional, pelo erguer das mãos por parte dos associados com cada congregação. “Quanto à votação”, explica Herbert H. Abbott, “pensava-se então que, em Atos 14:23, a palavra grega traduzida ‘ordenado’ [14:22, Figueiredo; “designaras-lhes”, Tradução do Novo Mundo] relacionava-se a estendera mão e significava ser votante nessas eleições dos líderes da classe. [Veja Atos 14:23, Rotherham.] Não sabíamos então que veio a ser usada no sentido de nomear ou designar, por parte dos apóstolos ou corpo governante.”

“O que determinava o calibre espiritual daqueles selecionados para a supervisão congregacional?” pergunta Henry A. Rheb. Em parte, ele responde: “Bem, por um lado, nenhum novato era escolhido, e isso certamente era bíblico. Antes da reunião para tratar do assunto, liam-se as habilitações par o cargo, em 1 Timóteo 3:1-13, e Tito 1:5-9.” “Quando a lista de recomendados era completada”, afirma Edith R. Brenisen, “éramos fervorosamente admoestados a considerar com cuidado e oração as habilitações e capacidades de cada um recomendado, segundo a Bíblia, pedindo a orientação do espírito santo ao fazermos nossas decisões. . . . reuníamo-nos de novo no tempo designado para eleger aqueles que tinham sido recomendados.”

Em alguns lugares, surgiram problemas em eleger anciãos. “Campanhas eleitorais e rivalidades” são lembradas pela irmã Avery Bristow, que afirma: “Isto causava divisão e facções entre os irmãos e irmãs em algumas congregações, e alguns não falavam nem mesmo com outros de outro grupo.” Observa James Rettos: “Alguns ficavam até mesmo mui irados se não eram eleitos.”

Às vezes surgiam problemas relacionados ao serviço de campo. Ursula C. Serenco escreve: “Tudo ia bem até que surgiu o anúncio para que todos participassem no testemunho de casa em casa com publicações e, em especial, no trabalho de casa em casa aos domingos — isto em 1927. Nossos anciãos eletivos se opuseram e tentaram desanimar a classe inteira de empreender ou empenhar-se em qualquer parte desse trabalho. A classe começou a tomar lados e veio a manifestar-se uma divisão.” A atitude de alguns anciãos para com a pregação de casa em casa foi de interesse vital. Assim, na votação anual se poderia fazer questão específica disso. Por exemplo, segundo H. Robert Dawson, lá em 1929 os candidatos para ancião e diácono em Pittsburgo, Pensilvânia, tinham de responder à seguinte pergunta: “Está disposto a participar no serviço de campo?”

Certos anciãos sentiam-se superiores e só desejavam proferir discursos, segundo a irmã J. M. Norris. Ela acrescenta: “Outros criticavam os artigos de A Sentinela, não desejando aceitá-la como ainda sendo o canal da verdade de Deus, e sempre tentavam influenciar outros em seu modo de pensar.”

Nunca se deve concluir, contudo, que todos os anciãos eletivos tivessem atitude ou espírito incorretos. Muitos desincumbiram-se fielmente de suas responsabilidades como pastores cristãos do povo de Deus. (1 Ped. 5:1-4) “Apenas alguns sempre estavam lançando obstáculos no caminho da obra de pregação”, afirma James A. Barton. Segundo Roy E. Hendrix, “muitos deles eram Estudantes da Bíblia realmente dedicados, verdadeiras testemunhas de Jeová”. Observa Clarence S. Huzzey: “Muitos desses anciãos eram excelentes irmãos cristãos maduros, preocupados com o bem-estar da congregação.” Jeová pastoreava seu povo, e sempre se agradava em usar tais homens para o benefício de seus adoradores dedicados.

“Anciãos eletivos” supervisionavam as atividades congregacionais durante muitos anos. Com a chegada de 1932, contudo, ocorreu uma mudança temporária. Os membros mais antigos da família de Betel de Brooklyn ainda se lembram da reunião realizada na noite de quarta-feira, 5 de outubro de 1932, no Salão Apollo em Brooklyn. Cerca de 300 membros da congregação de Nova Iorque adotaram então uma resolução pondo fim à eleição de anciãos na cidade de Nova Iorque. (Veja A Sentinela, em inglês, de 1.° de setembro de 1932, páginas 265 e 266, bem como o número de 15 de outubro de 1932, página 319.) Quase todas as outras congregações prontamente deixaram de eleger os anciãos, adotando resoluções similares. Assim, o ano de 1932 testemunhou a substituição dos “anciãos eletivos” por um grupo de homens cristãos maduros chamados “comissão de serviço”, eleitos pela congregação para ajudar o diretor local de serviço que já fora designado pela Sociedade Torre de Vigia (EUA).

A instituição do novo arranjo em 1932 levou a alguns problemas, e certas pessoas deixaram a organização. No entanto a ampla maioria das congregações e dos associados com ela aceitou com gratidão o ajuste congregacional.

OUTROS APERFEIÇOAMENTOS NA ESTRUTURA DA ORGANIZAÇÃO

Por muitos anos, apenas os irmãos que eram seguidores ungidos de Jesus Cristo ocupavam posições de responsabilidade na congregação cristã. Mas, em 1937, houve uma mudança. Escreve Grant Suiter: “Em sentido organizacional, fomos ajudados pelos conselhos contidos em A Sentinela (em inglês) de 1.° de maio de 1937, no sentido de que os da classe de Jonadabe [que tinham perspectivas terrestres] poderiam ser nomeados a posições de serviço nas congregações. . . . O número de 15 de agosto de A Sentinela indicava que os jonadabes poderiam servir na comissão de serviço e em outras posições similares nas companhias [congregações].” Segundo A Sentinela, os “jonadabes” podiam tornar-se “servos de companhia” ou superintendentes presidentes, se membros habilitados do restante ungido não estivessem disponíveis para servir. “Vemos como Jeová pavimentava o caminho em preparação para o grande aumento que ainda viria”, disse Norman Larson, adicionando: “Certamente abriu novos horizontes para aqueles que, como eu próprio, eram da classe terrestre.”

Em 1938 houve outro aperfeiçoamento organizacional significativo. Os artigos de A Sentinela, “Unidade em Ação” (15 de maio em inglês e outubro de 1938 em português) e “Organização” (1.° e 15 de junho em inglês e junho e julho em português) mostravam que a autoridade em designar superintendes e seus ajudantes não cabia às congregações de per si. Foi sugerido que as congregações através do mundo considerassem uma resolução apresentada em A Sentinela, solicitando que “A Sociedade” organizasse a congregação para o serviço e “nomeie os diversos servos da mesma”, isto é, todos aqueles que ocupariam as posições de responsabilidade na localidade (Veja A Sentinela de 1938, em inglês, páginas 169, 182, 183.) A maioria das congregações adotaram esta resolução e as poucas que não o fizeram logo perderam sua visão espiritual e os privilégios que possuíam em relação com o serviço do Reino.

O “SALÃO DO REINO”

Jeová, o Pastor celeste, faz ricas provisões espirituais para seu povo. As reuniões cristãs desempenham grande papel na alimentação dele. (Heb. 10:24, 25) Amiúde, os servos modernos de Deus se reúnem em casas particulares e em prédios públicos alugados. Mas, o reino celeste nasceu em 1914 E. C. Assim, com o tempo, o povo de Deus começou a chamar seus locais principais de reunião de “Salão do Reino das Testemunhas de Jeová”.

Segundo Domenico Finelli, o primeiro Salão do Reino foi construído em Roseto, Pensilvânia, em 1927, e ele afirma que “foi inaugurado por um discurso público do irmão Giovanni DeCecca”. No entanto, o uso geral do nome “Salão do Reino” ficou em voga de 1935 em diante. Nesse ano, o presidente da Sociedade Torre de Vigia (EUA), J. F. Rutherford visitou as ilhas do Havaí, e iniciou o estabelecimento de uma filial em Honolulu. Foram feitos arranjos para um salão de reuniões ligado à filial. Este auditório foi chamado “Salão do Reino”.

De 1935 em diante, as testemunhas de Jeová em várias partes alugaram prédios, adaptaram-nos para reuniões e usaram nos como Salões do Reino. Não raro as congregações adquiriram propriedades, remodelaram prédios ou construíram novas estruturas para servirem de locais para estudo bíblico e de adoração a Deus. W. L. Pelle apropriadamente observou, não faz muito tempo:

“Os Salões do Reino são atraentes na parte externa, aconchegantes e práticos por dentro. Ademais, visto que têm aparência atraente, dão testemunho silencioso, bem como fazem as pessoas recém-interessadas sentir-se ‘a vontade’ quando entram neles. Sem comparação, a maior parte do trabalho de construção deles foi contribuída por nossos próprios irmãos e pelos profundamente interessados. Não tivemos de recorrer as organizações de ‘construção e empréstimos’ (do mundo do Diabo). O capital e os bens permanecem sujeitos ao uso pelo povo de Jeová. O mesmo se dava com a ‘tenda do deserto’ dos israelitas, há muito anos. [Atos 7:44] Não faz muito me perguntaram: ‘Por que vocês chamam seu prédio de “Salão do Reino”?’ Respondi que o primeiro significado fornecido em meu dicionário é ‘Salão: um edifício devotado aos assuntos públicos.’ Nossos Salões do Reino são devotados exclusivamente aos assuntos do Deus Onipotente e seu reino. Assim, não poderia haver um nome mais apropriado.”

SERVIÇO DE ZONA FORTALECE O POVO DE JEOVÁ

À medida que crescentes números da “grande multidão” entravam nos Salões do Reino lá na década de 30, iniciou-se uma atividade que visava fortalecer as congregações do povo de Deus. (Rev. 7:9) Era a obra de zona, correspondente ao trabalho de circuito atualmente. Cerca de vinte congregações em determinada área do país formavam uma zona. A Sociedade designou um servo de zona para visitar cada congregação e, em geral, gastar uma semana com ela. Seu propósito era fortalecer a congregação, em sentido de organização, e, também, ajudá-la na obra de pregação. De tempos a tempos, a congregações numa zona se reuniam para uma assembléia de zona, ali recebendo instruções bíblicas e ajuda espiritual. A sede da Sociedade enviava servos especiais para servir a tais assembléias. O trabalho de zona começou em 1.° de outubro de 1938 e continuou até novembro de 1941.

Edgar C. Kennedy mostra como os cristãos acataram trabalho de zona, afirmando: “Seu espírito era forte e se, apreço por nossas visitas era expresso amorosamente. Todas as companhias [congregações] eram pequenas, mas podia-se notar um avivamento entre elas. Devido à sua pronta aceitação das instruções teocráticas, seu amor à verdade, sua acolhida ao serviço em grupo e seu trabalho com os estudos” modelos, começavam a surgir sinais de crescimento. Várias novas companhias começaram a ser formadas.”

“A SALVAÇÃO PERTENCE A JEOVÁ”

Naqueles dias era certamente necessária uma forte organização cristã, porque as testemunhas de Jeová eram objetos de intensa perseguição. Grande parte teve início em 1935. Como assim? Bem, no congresso de Washington, D. C., na segunda feira, 3 de junho, o irmão Rutherford respondeu a uma indagação sobre a saudação à bandeira por parte de crianças na escola. Disse à assistência do congresso que saudar a um emblema terrestre, atribuindo-lhe salvação, era infidelidade para com Deus. Rutherford disse que não o faria.

H. L. Philbrick observou que a resposta de Rutherford “deve ter sido ouvida por alguns jovens, pois, quando as escolas abriram naquele outono, surgiram subitamente manchetes nos jornais de Boston sobre um rapazinho em Lynn, Massachusetts, que se recusou a saudar a bandeira na escola, no início do período escolar. Seu nome era Carleton Nichols. Uma mocinha Barbara Meredith, tomou a mesma posição em sua escola em Sudbury, Massachusetts no mesmo dia.” Mas, a situação dela não chegou à imprensa, visto que sua professora era tolerante e não fez disso uma questão.

Foi em 20 de setembro de 1935 que o jovem Carleton B. Nichols Jr. declinou saudar a bandeira. O incidente obteve publicidade por todo o país. Como presidente da Sociedade Torre de Vigia (EUA), J. F. Rutherford recebeu a solicitação da “Associated Press” para uma declaração oficial no que tangia ao conceito das testemunhas de Jeová sobre este assunto. Fornecesse a declaração, mas a imprensa deixou de publicá-la. Assim, durante uma transmissão nacional de rádio, em 6 de outubro de 1935, Rutherford falou sobre o assunto “Saudar a Bandeira”. Este discurso foi publicado no folheto de 32 páginas, Lealdade, distribuído aos milhões. Em sua resposta à imprensa, Rutherford mostrou que, ao passo que as testemunhas de Jeová respeitam a bandeira, suas obrigações bíblicas e sua relação com Deus proíbem estritamente que saúdem qualquer imagem. Para os servos de Jeová, isto seria um ato de adoração contrário aos princípios estabelecidos nos Dez Mandamentos. (Êxo. 20:46) A resposta também mostrava que os pais cristãos, primariamente, são responsáveis de ensinar a seus filhos, e que é preciso ensinar a verdade aos filhos, segundo o entendimento e apreço das Escrituras por parte dos pais.

Ao passo que muitas autoridades escolares e professores tinham mente aberta, outros agiram de modo arbitrário e expulsaram os filhos das testemunhas de Jeová da escola, por se recusarem a saudar a bandeira. Por exemplo, em 6 de novembro de 1935, duas Testemunhas crianças foram expulsas por tal motivo de uma escola pública em Minersville, Pensilvânia. Seu pai, Walter Gobitis, moveu um processo contra a junta de educação do Distrito Escolar de Minersville. O processo se iniciou no Tribunal Distrital dos Estados Unidos para o Distrito Leste de Pensilvânia, sendo decidido a favor das testemunhas de Jeová. Quando tal decisão foi contestada as Testemunhas também obtiveram um voto favorável no Tribunal de Recursos do Circuito. Mas, o processo em seguida foi para o Supremo Tribunal dos Estados Unidos. Ali, em junho de 1940, por um voto de oito a um, o Tribunal inverteu a decisão favorável, com desastrosas conseqüências.

Em um lugar após outro, os cristãos eram perseguidos por causa de sua posição bíblica quanto à saudação à bandeira. Por exemplo, uma turba a que alguns policiais se juntaram atacou as testemunhas de Jeová durante uma reunião bíblica em Rockville, Maryland, em 20 de junho de 1940. Tendo conseguido entrar no Salão do Reino, o líder da turba segurou uma bandeira e disse: “Eu darei a vocês dois minutos, da hora norte-americana, para saudar esta bandeira, ou haverá derramamento de sangue aqui.” Sotir K. Vassil relata: “Houve silêncio por cerca de um minuto, quando, subitamente, um senhor que tinha vindo à reunião pela primeira vez ficou muito temeroso, pulou, saudou a bandeira e se foi . . . Ninguém mais saudou a bandeira. Quando terminaram os dois minutos, o líder derrubou tudo que estava nas minhas mãos, e deu ordens à turba para ‘rebentarem tudo’, cadeiras, etc., e os objetos começaram a voar. Os dois policiais, com suas pistolas na cintura, estavam lá dentro com eles e eu me dirigi a eles e perguntei se não poderiam fazer algo. Eles nem sequer abriram a boca, nem começaram a tomar nenhuma medida para fazer parar a turba.” A situação se agravou. “Começaram a agir como um bando de demônios”, afirma o irmão Vassil, “empurrando-nos e expulsando nos do salão. Continuavam gritar: ‘Matem-nos! Matem-nos! São nazistas.’ Algumas da crianças no salão começaram a chorar e alguns da turba berraram para se ‘jogar esses fedelhos pela janela’. Literalmente nos expulsaram a pontapés do prédio para a rua e gritavas então: ‘Expulsem-nos da cidade! Expulsem-nos da cidade!’”

Mais tarde, tendo escapado da turba, o irmão Vassil entrou em contato com o servo de zona, Charles Eberle, que imediatamente comunicou o incidente ao Procurador-Geral do Estados Unidos. O Departamento Federal de Investigações começou a examinar o assunto no dia seguinte. Por fim, houve um processo jurídico, e o irmão Vassil nos conta: “Depois do julgamento, decidido em nosso favor e para a glória de Jeová, a Municipalidade de Rockville colocou um policial de guarda em nosso Salão do Reino cada vez que tínhamos uma reunião de modo que não ocorresse outro incidente assim. Desta feita o instrumento de Satanás para destruir nossa congregação recém-formada e o Salão do Reino fracassou. — Isa. 54:17.”

Este relato é simples exemplo. Houve muitos outros incidentes. Por exemplo, em Connersville, Indiana, um advogado das Testemunhas foi espancado e expulso da cidade. Os servo de Deus suportavam tal perseguição violenta por aderires estritamente às Escrituras Sagradas e corajosamente sustentarem que sua salvação e libertação dos inimigos e dos perigo provem, não de qualquer nação, mas de Deus. Deveras, “ salvação pertence a Jeová”. — Sal. 3:8; compare com a Versão Brasileira.

ESCOLAS DO REINO

A saudação compulsório à bandeira nas escolas resulta na expulsão de muitos estudantes que eram testemunha de Jeová. No entanto, a Sociedade Torre de Vigia (EUA ajudou os verdadeiros cristãos em prover instrução par seus filhos. Já em 1935, isto foi feito pela abertura de “Escola do Reino” particulares. Nestas, professoras habilitadas dentre as testemunhas de Jeová devotaram seu tempo e sua energia em instruir as Testemunhas crianças que foram expulsas da escolas públicas. O povo de Deus organizou e financiou esta escolas particulares em vários lugares.

Uma das Escolas do Reino se localizava em Lakewood, Nova Jérsei. Segundo antigo estudante ali, C. W. Erlenmeyer, o Salão do Reino da congregação Lakewood estava no primeiro pavimento, bem como a sala de aula da escola, uma cozinha e o refeitório. Dormitórios para moças estavam no segundo pavimento e o dos rapazes no terceiro. “Naturalmente’ afirma o irmão Erlenmeyer, “a maioria de nós nos hospedávamos ali mesmo e só íamos para casa nos fins-de-semana, no máximo. Aqueles que moravam ainda mais longe iam para casa a cada quinze dias, e no último ano da escola, devido ao racionamento de gasolina do tempo de guerra, só íamos para casa a cada terceiro fim-de-semana.”

Com bastante trabalho a fazer, havia uma cozinheira e uma arrumadeira disponíveis. Mas, as crianças tinham suas designações também — ajudando na cozinha, a lavar e enxugar louça, a remover o lixo, etc. Havia a consideração do texto bíblico diário ao se tomar o desjejum e todo dia escolar começava com meia hora de estudo bíblico. Assim, as crianças eram alimentadas espiritualmente. Ademais, tinham oportunidades de usar o que aprendiam no serviço de campo, aos sábados e domingos.

Outra Escola do Reino foi estabelecida em Cates, Pensilvânia. Grace A. Estep instruía ali, sendo professora pública que tinha sido despedida por não realizar o juramento de lealdade e a saudação a bandeira em sua turma. A irmã Estep se recorda do primeiro ano da escola como sendo “tumultuoso”, cada tipo de “autoridade” tentando encontrar algum motivo para fechá-la. Também declara: “A sala de aula era amiúde invadida por alguma autoridade, escolar ou de outro tipo, que visava achar defeitos ou causar mais fustigamento. Em aditamento, o fervor patriótico não faltava entre muitos da populaça. Certa vez juntou-se uma multidão com o fito de lançar bombas ou incendiar a escola, protestando iradamente contra o proprietário por nos ter alugado o prédio. Mas, visto que o proprietário era destacado cidadão da cidade, e visto que não podiam resolver como lançar bombas na escola sem estourar a barbearia [no mesmo prédio], desistiram da idéia.” Com o tempo, o corpo discente aumentou, exigindo que houvesse um jardim de infância, oito anos da escola elementar e quatro de colegial.

Como passavam os estudantes das Escolas do Reino no que tango à sua educação? Lloyd Owen, que lecionava em uma delas em Saugus, Massachusetts, relata: “Costumávamos fazer a prova de consecução, para ver quão bem estávamos indo. Na maioria das vezes, os estudantes conseguiam meio grau ou um grau a mais do que o ano em que deviam supostamente estar. . . . Testávamos os estudantes pelo menos duas vezes por ano, e persistiam em obter esta altíssima classificação.”

Ótimo espírito prevalecia entre os envolvidos nas Escolas do Reino. “Os amigos eram tão maravilhosos, sempre oferecendo ajuda de muitas formas”, afirma a irmã Estep. “Tudo era uma espécie de vida comunitária, a ‘comunidade’ abrangendo todos envolvidos de qualquer modo nas Escolas do Reino. Meu coração transborda de amor e de apreço quando recordo todas as coisas maravilhosas que os nossos queridos amigos fizeram naqueles dias, seu amor a Jeová não conhecendo quaisquer limites. E embora houvesse pouco dinheiro, supriam as coisas necessárias no limite máximo de seu tempo e suas energias.”

SUPREMO TRIBUNAL INVERTE SUA DECISÃO

Em 8 de junho de 1942, por cinco votos contra quatro, o Supremo Tribunal dos Estados Unidos decidiu contra a Testemunhas de Jeová no caso do imposto de licença, Jones v. Opelika. Interessante é contudo, que além de seu voto discordante, os Ministros Black, Douglas e Murphy modificaram seus votos no caso de saudação à bandeira de Gobitis, de 1940. Então o advogado da Sociedade Torre de Vigia (EUA) deu entrada num processo de interdito no Tribunal Distrital do Estados Unidos para o Distrito Sul de Virgínia Ocidente contra a Junta Estadual de Educação da Virgínia Ocidental. Por quê? Para interditar a aplicação da lei de saudação compulsório à bandeira. Um tribunal de três desembargadores votou unanimemente a favor das testemunhas de Jeová, mas a junta Estadual de Educação da Virgínia Ocidental recorreu da decisão. No dia da Bandeira, em 14 de junho de 1943, o Supremo Tribunal dos Estados Unidos inverteu sua posição no caso Gobitis, sustentando (em West Virginia State Board of Education v. Barnette) que a junta escolar não tinha o direito de expulsar da escola, e, assim, negar a educação aos filhos das testemunhas de Jeová que não saudassem a bandeira.

Esse voto inverteu a decisão do Supremo Tribunal no caso Gobitis. Embora não pusesse fim a todos os problemas ligado à posição cristã no que tangia à saudação à bandeira, as Escolas do Reino não mais eram necessárias. Por isso, pela primeira vez em cerca de oito anos, os filhos das testemunhas de Jeová podiam voltar às escolas públicas.

“DEFENDER E ESTABELECER LEGALMENTE AS BOAS NOVAS”

As testemunhas cristãs de Jeová, quer jovens quer idosas esperam ser perseguidas. Afinal de contas, Jesus disse a seus discípulos: “Sereis pessoas odiadas por todos, por causa do meu nome.” (Mas. 10:22) “De fato”, escreveu Paulo, “todo os que desejarem viver com devoção piedosa em associação com Cristo Jesus também serão perseguidos”. (2 Tim. 3:12) Às vezes a perseguição leva à prisão de cristãos sob acusações falsas — talvez a de vender sem licença ou perturbar a pai. De início não se mantinham estatísticas, mas, em 1933, houve 268 prisões relatadas através dos Estados Unidos. Em 1936, o número aumentara para 1.149. Incorretamente, as testemunhas de Jeová foram classificadas de pedintes ou mascates, ai invés de proclamadores do evangelho.

Contudo, as testemunhas de Jeová não sofreram detenções julgamentos e prisões sem luta. Adotaram uma diretriz de recorrer das decisões adversas feitas nos tribunais. Com a ajuda de Jeová, conseguiram “defender e estabelecer legalmente as boas novas”. — Fil. 1:7.

Seria impossível, em apenas algumas páginas, reencenar o emocionante drama, recriar as muitas cenas de valente luta teocrática, à medida que os servos de Jeová lutavam pela liberdade de pregar. Mas, faremos bem em começar com a intensa “batalha de Nova Jérsei”. O ‘tiro inicial’ foi dado em 1928, quando alguns dos servos de Deus foram presas em Amboy do Sul, Nova Jérsei. Mas, Plainfield tornou-se o centro do campo de batalha católico contra as Testemunhas naquele estado.

O INCIDENTE DE PLAINFIELD

Em vista do destaque de Plainfield em relação à perseguição contra o povo de Jeová, J. F. Rutherford decidiu realizar uma reunião pública ali sobre o assunto: “Por Que É a Intolerância Religiosa Praticada Atualmente Neste País?” Para este programa especial em 30 de julho de 1933, cerca de cinqüenta policiais não convidados, indesejáveis e desnecessários se apresentaram, supostamente para proteger o teatro. Sem dúvida, estavam ali às instâncias da hierarquia católica, que procurava um meio de impedir a reunião e, talvez, acabar com o orador.

Chegando ao teatro, o irmão Rutherford observa que, por trás das cortinas, a polícia tinha duas metralhadoras, apontadas para ele e para a assistência. Ele protesta, mas isto não demove os policiais ou suas armas. Afirmam que foram ‘informados’ de que irá haver um motim e estão presentes para manter a ordem. George Gangas afirma que, durante o discurso inteiro, a atmosfera era tensa. Especialmente ficou agitado por estas declarações, perto da conclusão do discurso de Rutherford:

“Mas, que vergonha para os sacerdotes e clérigos, que se têm mancomunado e provocado a perseguição contra as testemunhas de Jeová, a fim de poderem manter o povo em ignorância da verdade, e, assim escudar-se da exposição, que vergonha para as autoridades públicas que se mostraram prontas e dispostas a classificar as testemunhas de Jeová como egoístas vendedores ambulantes e mascates, a fim de servirem a seus próprios fins egoístas; que vergonha para os advogados, que exercem sua profissão em sua bancada e nos tribunais e que, temendo perder alguma vantagem pessoal, têm contornado a questão e deixado e se recusado a decidir francamente a questão quanto a se é possível ou não impedir os homens de pregar o evangelho do reino de Deus pela aprovação e aplicação de ordenanças municipais dirigidas contra os ambulantes e mascates.”

Admite o irmão Gangas: “Eu dizia para mim mesmo: ‘Vão atirar nele agora! Vão prende-lo agora!’ Mas, conforme declarado na introdução do folheto Intolerância: ‘O anjo do Senhor acampa-se ao redor dos que o temem, e os livra.’” (Sal. 34:7, Almeida) Apesar da provadora situação, o discurso do irmão Rutherford foi preferido sem incidentes. Foi recebida com entusiasmo. Também o foi o folheto Intolerância, publicado mais tarde e amplamente distribuído.

MENSAGEM DAS TESTEMUNHAS PARA UM DITADOR

Não só nos Estados Unidos batalhavam as testemunhas de Jeová em prol da liberdade de palavra e de adoração. Em junho do chamado “Ano Santo” de 1933, o regime de Adolf Hitler apoderou-se da propriedade da Sociedade Torre de Vigia (EUA) em Magdeburgo e proscreveu as atividades do povo de Jeová na Alemanha no que dizia respeito às reuniões e distribuição de publicações, embora a propriedade fosse devolvida em outubro seguinte. Em 7 de outubro de 1934, as Testemunhas na Alemanha se reuniram em grupos e, depois da solene oração, enviaram um protesto por telegrama às autoridades do governo de Hitler. No entanto, os servos de Deus em outras terras não ficaram de lado, ociosos.

“Na reunião de serviço de certa noite no ano de 1934 pediu-se-nos que estivéssemos no local de reuniões às 9 horas de domingo, para algo especial”, recorda Gladys Bolton. “Todo o mundo estava agitado! O que poderia ser? No domingo de manhã a casa estava cheia. O orador anunciou que as congregações das testemunhas de Jeová em todo o mundo se reuniam hoje a fim de enviar cabogramas a Hitler, todos ao mesmo tempo, pedindo-lhe que se refreasse de perseguir as testemunhas de Jeová na Alemanha.” Depois de orarem a Jeová, cada grupo enviou o seguinte cabograma: “Governo de Hitler, Berlim Alemanha. Seus maus tratos para com as testemunhas de Jeová chocam a todas as pessoas boas da terra e desonrar o nome de Deus. Refreie-se de continuar perseguindo as testemunhas de Jeová, de outra forma, Deus o destruirá, bem como a seu partido nacional.” A mensagem foi assinada “Testemunhas de Jeová” e a cidade ou povoado onde a congregação se reunira foi citada.

Tais cabogramas causaram uma agitação e tanto, até mesmo em alguns postos telegráficos nos Estados Unidos. “Em Keysville, Virgínia, bem como em outros lugares”, afirma Melvin Winchester, “o telegrafista quase desmaiou quando os amigos chegaram com a mensagem do cabograma”.

Como reagiu o regime nazista? Foi intensificada a perseguição contra as testemunhas de Jeová. O povo de Deus na Alemanha, porém, e em toda outra parte, estava preparado para a oposição e as dificuldades à sua frente. No tempo certo Jeová certificou-se de que recebessem o conselho e o encorajamento bíblicos necessários. Viera em fins do ano de 1933, por meio do artigo da Sentinela em inglês, “Não os Temais.” Foi exposta a inimizade da Igreja Católica Romana e o artigo avisara que a oposição poderia levar à morte de alguns servos fiéis de Deus. Mas, instava com o povo de Deus a continuar dando testemunho do Seu nome com intrepidez e alegria, para que pudessem ter parte na vindicação daquele nome sagrado.

AJUDAS EM SUA DEFESA

Para os cristãos, aqueles eram tempos de prova da sua fé. Naturalmente, nem todo incidente de oposição declarada, nem mesmo cada prisão, levou a um julgamento. Muitas vezes, porém, os servos de Jeová se viram precisando de ajuda de modo a fazerem sua defesa bem sucedida nos tribunais dos Estados Unidos. Para ajudar os proclamadores do Reino, a Sociedade Torre de Vigia (NUA) estabeleceu um departamento legal em sua sede em Brooklyn, Nova Iorque.

Rememorando, Robert E. Morgan recorda: “Em nossas reuniões de serviço semanais estudávamos Order of Trial (Normas dum Julgamento) preparado pela Sociedade, e nos esforçávamos de nos equipar para lidar com a polícia e os juízes que constantemente nos fustigavam no serviço de campo. Nossas reuniões de serviço nos ensinavam a responder quando acossados pela polícia, quais eram nossos direitos como cidadãos, e que medidas não devíamos deixar de tomar a fim de estabelecer sólida base para a ação legal em defesa das boas novas, caso as condenações exigissem que recorrêssemos aos tribunais de recursos.”

“As demonstrações nas reuniões de serviço encenavam como agir desde a hora da prisão até a conclusão do julgamento e a solução do caso”, lembra-se Ray C. Bopp, adicionando: “Os servos na congregação agiam como advogados de acusação e de defesa, e alguns ‘julgamentos’ demoravam várias semanas.”

DETIDAS E MANDADAS PARA A CADEIA

As ajudas legais providas pela Sociedade e o excelente treinamento provido nas reuniões de serviço ajudaram imensamente os servos de Deus. Mas, quanto aos rigores da vida atrás das grades, apenas o próprio Jeová podia fortalecer seu povo. Como Paulo disse: “Para todas as coisas tenho força em virtude daquele que me confere poder.” — Fil. 4:13.

As testemunhas cristãs de Jeová às centenas foram detidas e encarceradas nos anos turbulentos das décadas de 30 e de 40. Homer L. Rogers afirma o seguinte a respeito dos problemas legais encontrados pelo povo de Jeová em certa área: “A cidade de La Grange [Geórgia] sancionara uma ordenança que proibia qualquer pessoa de visitar uma casa em La Grange e oferecer ao morador qualquer matéria impressa. Isto visava as testemunhas de Jeová, e só era imposta contra as testemunhas de Jeová.” Como podia estar seguro disso? Os moradores da cidade testificaram que toda outra matéria impressa era distribuída livremente em La Grange sem a interferência da autoridades.

Em 17 de maio de 1936, 176 Testemunhas foram detidas por pregarem em La Grange e foram encarceradas. No dia seguinte, as mulheres foram soltas, mas 76 homens ficaram presos quatorze dias na Prisão e Campo de Detenção do Condado de Troup, a uns 6,5 quilômetros fora da cidade. Os detentos regulares ali eram presos submetidos a trabalhos forçados, acorrentados uns aos outros, que realmente eram acorrentados aí trabalharem nas estradas desde o nascer até o por do sol. Quando as Testemunhas foram julgadas, elas foram condenadas e multadas a pagar um dólar cada uma ou a passa trinta dias na cadeia segundo C. E. Sillaway. Visto que o promotor público da cidade ordenou ao escrivão municipal que não assinasse o recurso por carta requisitaria, os irmãos perderam seu direito de recorrer da sentença e 57 voltaram para cumprir a pena de trinta dias na prisão, em 28 de maio de 1937. Apesar de sua inocência, estas Testemunhas usavam uniforme de presidiário, duas pessoas tinham de partilhar o mesmo cobertor durante as noites de frio, e fizeram trabalho forçados nas ruas e em outras partes.

Muitos foram os sofrimentos impostos a estes detentos. Todavia, também tiveram oportunidade de fazer o bem em sentido espiritual. Escreve o irmão C. E. Sillaway: “Próximo do fim de nossos trinta dias, meu grupo e outro, doze ao todo, fomos designados a um cemitério de pretos, em isolamento quase que rural. Perto do meio da manhã, veio uma procissão fúnebre pela porta principal, e parou, ao passo que o coveiro se aproximou de nós. Parecia que essa família era pobre demais para pagar ao pregador a sua taxa de serviços para um enterro, e não fora feito nenhum sermão nem oração. Será que um de nós, ministros, gostaria de proferir algumas palavras? Foi um privilégio falar ao punhado de pessoas sobre a verdadeira condição dos mortos e a esperança de ressurreição. Elas não se importaram com as roupas da cadeia.”

Theresa Drake afirma que sua primeira experiência com a intolerância contra o povo de Deus se deu no início da década de 30, quando ela foi presa pela primeira vez em Bergenfield Nova Jérsei. Ela prossegue: “Tiraram-me as impressões digitais pela primeira vez em Plainfield, Nova Jérsei. Foi em Plainfield que eu fiquei detida à noite junto com outras 28 irmãs. Ficamos presas numa pequena cela e, havendo 29 de nós ali, isto tornava impossível que nos deitássemos para dormir. Por fim, levaram-nos para o ginásio no mesmo prédio e ali estenderam esteiras para dormirmos nelas. Lembro-me de um policial abrir a porta e olhar para nós e dizer: ‘Como ovelhas levadas para o matadouro.’”

Citando outro caso escreve a irmã Drake: “Em Perth Amboy fomos presas e detidas desde as 10 até as 20 horas. Foi nessa ocasião que conheci o irmão Rutherford. Ele veio pagar a fiança de 150 de nós que estávamos presas. Ficamos detidas em uma grande sala do tribunal. Lá fora, as pessoas retiravam nossos livros e publicações de dentro de nossos carros e os jogavam por todo o gramado do tribunal. Havia meia dúzia de homens no fundo do tribunal que esperavam agarrar o irmão Rutherford. Ameaçaram-no, mas jamais tiveram a oportunidade de fazê-lo, pois ao deixarmos o tribunal, foi cercado por nós e então se dirigiu rapidamente para um carro à sua espera, e não o seu usual.”

Sobre as cidades de Ohio e da Virgínia Ocidental, diz Edna Bauer: “Muitos dos amigos eram presos e conduzidos à cadeia nos carros de bombeiros, com as sirenas tocando, chamando bem alto a atenção para as prisões que eram feitas.” Amiúde muitos eram detidos de uma só vez, e não se mostrava qualquer consideração pela idade. Por exemplo, a irmã Bennecoff esposa de James W. Bennecoff, lembra-se dum incidente em Colúmbia, Carolina do Sul, “quando 200 de nós fomos metidos na cadeia, o mais jovem tendo apenas seis semanas de idade”.

As condições do cárcere podiam ser bem angustiantes. Earl R. Dale lembra-se de seu confinamento injusto como cristão em Somersworth, Nova Hampshire, e escreve: “Dormi aquela noite, ou tentei dormir. A prisão não era lá muito limpa. De noite, havia uns bichinhos que se arrastavam sobre nós, e eu não gostava deles, mas eles gostavam de mim.” Por pregar as boas novas em Caruthersville, Missúri, em 1941, o irmão R. J. Adair e sua esposa foram presas por 78 dias. A irmã Adair descreve o local de seu confinamento como “masmorra”. A saúde da irmã Adair ficou debilitada durante a prisão. “Não era agradável dormir sobre o chão de cimento com um cobertor e travesseiro durante setenta e oito noites”, admite ela. “Mas, o importante era permanecer fiel a Jeová.”

Embora as testemunhas de Jeová nos Estados Unidos fossem amiúde presas por pregarem a mensagem do Reino, isso não calou seus lábios. Como detentos, continuaram a declarar as boas novas. Por exemplo, Dora Wadams teve várias oportunidades de pregar quando presa. Certa vez, quando notícias da soltura das Testemunhas circulavam numa cadeia de Newark Nova Jérsei, ela se lembra de que aconteceu o seguinte: “Certa noite, quando fomos trancadas em nossas celas, ouvimos algumas detentas ao redor de nós dizerem: ‘O povo da Bíblia vai deixar-nos amanhã. Este lugar jamais será o mesmo. São como se fossem anjos enviados a nós.’”

SEUS DIAS NO TRIBUNAL

Os servos de Jeová estavam prontos para defender a mesmos, bem como sua obra dada por Deus, se suas prisões levassem a julgamentos. Às vezes não eram nem mesmo representadas por advogados. Por exemplo, em 1938, Roland E. Collier, associado com a congregação de Orange, Massachusetts, conseguiu permissão de usar um carro-sonante na vizinha Athol. Ele e outro irmão estavam no carro-sonante, tocando o disco “Inimigos”, enquanto outros publicadores do Reino pregavam de porta em porta. O irmão Collier foi preso e acusado de ir de casa em casa, embora não o fizesse nesse ocasião. Ele nos conta: “Com interesse, aguardamos o julgamento e nos preparamos para ele. Estudei cuidadosamente o Order of Trial (Normas dum Julgamento) publicado pela Sociedade para a preparação para os julgamentos. No dia do julgamento, alguns irmãos entraram na sala de julgamento para me encorajar. Eu segui as normas corretas de julgamento esboçadas pela Sociedade, até mesmo ao ponto de interrogar o chefe de polícia. Quando toda a evidência tinha sido apresentada, depois do julgamento completo, fui declarado inocente e o jornal publicou a manchete que dizia ‘HOMEM DE ORANGE SAI PREGANDO DA PRISÃO’.”

Alguns advogados que não eram testemunhas de Jeová trabalharam arduamente para defender o povo de Deus. Não raro, contudo, advogados que eram Testemunhas representavam seus concrentes no tribunal. Entre eles estava Victor Schmidt. Sua esposa Mildred diz, em parte: “Depois da decisão adversa do Supremo Tribunal dos Estados Unidos no caso da bandeira houve o que parecia ser uma avalancha de motins e prisões que desceram sobre nossos irmãos em tantos lugares fora de Cincinnati [Ohio]. Tornou-se necessário que eu levasse meu marido de carro para estes vários lugares, visto que ele na, sabia dirigir. Por algum tempo, havia um lugar diferem para se ir quase todo dia. Por conseguinte, tive que deixar trabalho junto com os pioneiros. . . . Victor tinha grande fé em Jeová, e isto me fortalecia a ter igual fé. Ao nos aproximarmos dessas cidades em que ele iria representar nossos irmãos no tribunal, ele fazia com que eu encostasse o carro na estrada e orava a Jeová, para que abrisse o caminho para ele trazer alguma ajuda para nossos irmãos, e, também, que se fosse da vontade de Jeová, que bondosamente nos protegesse e não ajudasse a jamais ceder ao temor dos homens. Muitas foram as ocasiões em que vimos evidência do pujante poder das forças angélicas de Jeová operando em nosso favor.”

CHEGANDO AO SUPREMO TRIBUNAL DOS ESTADOS UNIDOS

Vários casos legais que envolviam as testemunhas de Jeová por fim chegaram ao Supremo Tribunal dos Estados Unidos. Um destes foi Lovell v. City of Griffin. Embora o povo de Deus com freqüência fosse preso por pregar as boas novas em Griffin, Geórgia, em certa ocasião vários deles foram detidos pela alegada violação de uma ordenança municipal que proibia “a prática de distribuir . . . pubçicações de qualquer espécie . . . sem primeiro obter-se permissão por escrito do Administrador Municipal da Cidade de Griffin.” O irmão G. E. Fiske comenta: “Havia vários irmãos com mais de 1,80 metros e as autoridades perguntaram se estariam dispostos a permitir que fosse escolhido um para representar o grupo, e nossos superintendentes mostraram-se dispostos. Assim, escolheram uma irmã miudinha e magra, visto que achavam que ela seria uma presa fácil. Mas, ela [Alma Lovell] estudara o Order of Trial (Normas dum Julgamento) . . . Nenhum dos homens estava tão bem preparado como esta irmãzinha, e, quando o processo foi julgado, ela falou perante o tribunal por mais de uma hora dando maravilhoso testemunho. No entanto, o juiz não estava nem sequer interessado, e colocou os pés sobre a mesa. Quando ela se sentou, o juiz removeu os pés e disse: ‘Já acabou?’ Ela disse: ‘Sim, Meritíssimo.’ Então ele declarou que todos eram culpados. O advogado da Sociedade recorreu imediatamente da decisão.” Em 28 de março de 1938, o Supremo Tribunal votou unanimemente que a ordenança em questão era nula por si mesma.

Ao se empenhar na obra de pregar o Reino em 26 de abril de 1938, a testemunha cristã Newton Cantwell foi preso junto com seus dois filhos menores, ao tocar o disco fonográfico “Inimigos” e distribuir o livro do mesmo nome. O caso foi levado aos tribunais de Connecticut devido ao processo movido por dois católicos romanos. Estava envolvida alegada perturbação da paz e também suposta violação de uma postura de Connecticut que proibia a solicitação de donativos para organizações de caridade ou para uma causa religiosa sem aprovação do conselho de bem-estar social da secretaria de estado. Condenações se seguiram nos tribunais de Connecticut e R. D. Cantwell escreve: “A Sociedade recorreu da decisão e foi levada ao Supremo Tribunal dos Estados Unidos . . . revogou-se a condenação e a postura de Connecticut que exigia uma permissão para se oferecer pubçicações religiosas à venda, ou para se aceitar donativos para uma causa religiosa, foi declarada inconstitucional, conforme aplicada às testemunhas de Jeová. Outra vitória do povo de Jeová!”

Mas, as testemunhas de Jeová perderam importante processo no Supremo Tribunal dos Estados Unidos por cinco votos contra quatro em 8 de junho de 1942. Era o de Jones v. City of Opelika. Este processo envolvia a distribuição de revistas nas ruas e suscitou a questão quanto a se Rosco Jones fora corretamente declarado culpado de violar uma postura de Opelika, Alabama, por “vender livros” sem ter obtido uma licença e ter pago a taxa exigida.

“DIA DE VITÓRIA” PARA O POVO DE DEUS

Daí, veio o dia 3 de maio de 1943. Poderia bem ser chamado de “dia de vitória” para as testemunhas de Jeová. Por quê? Porque doze de treze processos foram decididos então em sei favor. Notável era o de Murdock v. Pennsylvania, um processe do imposto de licença. Esta decisão do Supremo Tribunal dos Estados Unidos inverteu sua própria posição no processo de Jones v. City of Opelika. No voto de Murdock, o Tribunal sustentou: “Contende-se, contudo, que o fato de o imposto de licença poder suprimir ou controlar tal atividade não tem importância, caso não o faça. Mas, isto significa desconsiderar a natureza deste imposto. É um imposto de licença — um imposto claro, estabelecido para o exercício de um privilégio concedido pela Carta de Direitos. Um estado não pode fixar um imposto para o usufruto dum direito concedido pela Constituição federal.” A respeito do processo Jones, foi dito: “A decisão em Jones v. Opelika é hoje declarada nula. Livres daquele precedente controlador, podemos restaurar à sua elevada e constitucional posição, as liberdades dos evangelistas itinerantes que disseminam suas crenças religiosas e os postulados de sua fé, por meio da distribuição de pubçicações.” A decisão favorável no processo Murdock acabou com o dilúvio de impostos de licença que envolviam o povo de Jeová.

Seus esforços tiveram efeito sobre a lei. Apropriadamente tem-se dito: “É patente que as atuais garantias constitucionais de liberdade pessoal, conforme interpretadas com autoridade pelo Supremo Tribunal dos Estados Unidos, são muito mais amplas do que eram antes da primavera setentrional de 1938 e que a maior parte desta ampliação pode ser encontrada nos trinta e um processos das Testemunhas de Jeová (dezesseis votos decisivos), dos quais Lovell v. City of Griffin foi o primeiro. Se ‘o sangue dos mártires é a semente da Igreja’, qual é a dívida da Lei Constitucional à persistência militante — ou talvez, devo dizer, à devoção — deste estranho grupo?’ — Minnesota Law Review (Revista Jurídica de Minnesota) Vol. 28, N.° 4, março de 1944, p. 246.

TURBAS VIOLENTAS FRACASSAM EM SILENCIAR OS LOUVADORES DE JEOVÁ

Ao passo que as testemunhas de Jeová travavam batalhas legais pela liberdade de adoração e por seu direito de pregar as boas novas, no campo, às vezes se viam face a face com turbas violentas. Isto não deixava de ter um paralelo, contudo, pois o próprio Jesus Cristo teve experiências desse tipo. (Luc. 4:28-30; João 8:59; 10:31-39) O fiel Estêvão sofreu martírio às mãos duma multidão irada. — Atos 6:8-12; 7:54-8:1.

O congresso cristão mundial realizado de 23 a 25 de junho de 1939 foi considerado por desordeiros como oportunidade de fustigar o povo de Deus. Comunicações telefônicas diretas ligavam Nova Iorque, a cidade principal, com outros locais de assembléias nos EUA, Canadá, Ilhas Britânicas, Austrália e Havaí. Ao passo que o discurso de J. F. Rutherford “Governo e Paz” era anunciado os servos de Jeová souberam que grupos da Ação Católica planejavam impedir o discurso público em 25 de junho. Assim, o povo de Deus estava pronto para dificuldades. Blosco Muscariello nos conta: “Como Neemias, que erguia o muro de Jerusalém e fornecia a seus homens tanto os instrumentos para edificar como os instrumentos para lutar (Nee. 4:15-22), estávamos assim armados. . . . Alguns de nós, rapazes, recebemos instruções especiais como indicadores. Forneceu-se a cada um bastão forte a ser usado no caso de qualquer interferência durante o discurso principal.” Mas, R. D. Cantwell acrescenta: “Fomos instruídos a não usá-lo, a menos que fosse questão de ficarmos encurralados na defesa final.”

Embora não fosse conhecido em geral, o irmão Rutherford estava com a saúde ruim ao subir na tribuna do Madison Square Garden em Nova Iorque naquele domingo de tarde, 25 de junho de 1939. Logo o discurso estava em andamento. Entre os últimos a chegar achavam-se cerca de 500 seguidores do clérigo católico romano Charles E. Coughlin, famoso “padre do rádio” da década de 30, cuja transmissão radiofônica era ouvida por milhões. Visto que o setor da pista do auditório tinha sido reservado e estava lotado de Testemunhas, os seguidores de Coughlin, inclusive sacerdotes, tiveram de ocupar a seção de cima das arquibancadas por trás do orador.

“Em nenhuma outra parte do auditório se fumava”, escreveu um correspondente de Consolação, “mas dezoito minutos depois de o discurso começar um homem no setor esquerdo à frente dessa multidão acendeu um cigarro, então outro no setor da frente à direita acendeu outro; daí, as luzes elétricas desta seção apenas começaram a piscar, e então, apenas nessa seção houve apupos, berros e assobios.” “Eu estava sentada tensa”, diz a irmã Broad, esposa de Edward Broad, “esperando que a confusão se espalhasse por todo o “Garden”. Mas, ao se passarem alguns minutos, vi que os problemas se limitavam a um grupo bem atrás do orador. ‘O que fará ele?’, fiquei imaginando. Parecia impossível alguém continuar a falar, sendo jogadas coisas sobre a tribuna, e não se sabendo se, a qualquer momento, o microfone lhe seria arrebatado.” Esther Allen recorda que “loucas gritarias e expressões de ‘Heil Hitler!’ ‘Viva Franco!’ e ‘Matem esse maldito Rutherford!’ enchiam o ar.”

Será que o adoentado irmão Rutherford cederia diante de tais inimigos violentos? “Quanto mais eles berravam para abafar a voz do orador, tanto mais forte tornava-se a voz do Juiz Rutherford”, diz a irmã A. F. Laupert. Observa Aleck Bangle: “O presidente da Sociedade não ficou com medo, ma disse corajosamente: ‘Observem hoje que os nazistas e a católicos gostariam de interromper esta reunião, mas, pela graça de Deus, não conseguem isso.’“ “Essa era a oportunidade que precisávamos para romper em sinceros aplausos, dando ao orador nosso entusiástico apoio”, escreve Roger Morgan acrescentando: “O irmão Rutherford manteve sua posição até o fim da hora. Mais tarde, ficávamos emocionados cada ver que tocávamos os discos desse discurso nos lares das pessoas.’

C. H. Lyon nos conta: “Os indicadores fizeram bem seu trabalho. Um par dos mais teimosos coughlinitas levaram uma paulada na cabeça, e todos eles foram, sem cerimônia alguma levados para baixo pelas rampas, e expulsos do auditório. Um dos coughlinitas ganhou um pouco de publicidade num tablóide no dia seguinte, quando imprimiram uma foto dele com a cabeça enfaixada, como que com um turbante.”

Três indicadores Testemunhas foram presos e acusados de “agressão”. Foram julgados perante três juízes (dois católicos romanos e um judeu) do Tribunal Especial de Pequenas Ofensas da Cidade de Nova Iorque, em 23 e 24 de outubro de 1939. No julgamento, mostrou-se que os indicadores se dirigiram à seção do “Madison Square Garden” em que irrompera e distúrbio para remover os perturbadores. Quando os desordeiros agrediram os indicadores, estes resistiram e trataram com firmeza alguns do grupo radical. Testemunhas da acusação fizeram muitas declarações contraditórias. O tribunal não só declarou inocentes os três indicadores. Também declarou que os indicadores Testemunhas tinham agido dentro dos sem direitos.

GUERRA MUNDIAL ATIÇA AS CHAMAS DA VIOLÊNCIA

A violência causada por turbas tinha irrompido na assembléia de 1939 das testemunhas de Jeová. Mas, as chamas da violência contra elas seriam ainda atiçadas com maior intensidade à medida que o mundo se metia na guerra. Seria em fins de 1941 que os Estados Unidos declarariam guerra à Alemanha, à Itália e ao Japão, mas o espírito de nacionalismo já era forte por todo o país muito antes disso.

Durante esses meses iniciais da Segunda Guerra Mundial Jeová Deus fez destacada provisão para seu povo. Em seu número de 1.° de novembro de 1939, a Sentinela em inglês trouxe um artigo intitulado “Neutralidade” (em português, fevereiro de 1940). Como texto básico, tinha as seguintes palavras de Jesus Cristo concernente a seus discípulos: “Eles não são do mundo, como eu não sou do mundo.” (João 17:16, Tradução Brasileira) Esse estudo bíblico da neutralidade cristã, vindo quando veio, preparou as testemunhas de Jeová de antemão para os tempos difíceis a frente.

AMEAÇA DE INCÊNDIO PREMEDITADO NA FAZENDA DO REINO

A Fazenda do Reino, perto de South Lansing, Nova Iorque, serviu bem para fornecer aos membros da equipe da sede da Sociedade as frutas, os legumes, a carne, o leite e o queijo necessários. David Abbuhl trabalhava na Fazenda do Reino quando sua paz e serenidade foram perturbadas lá em 1940. “Na véspera do Dia da Bandeira, 14 de junho de 1940”, afirma o irmão Abbuhl, “fomos alertados por um velho que diariamente passava por ali, quando ia comprar uísque na taverna em South Lansing, a respeito de um plano do povo da cidade e os da Legião Americana, de incendiar nossos prédios e destroçar nossa maquinaria.” O xerife foi avisado.

Por fim, o inimigo surgiu em cena. John Bogard, que era então o servo da fazenda, certa vez forneceu este relato vívido das dificuldades: “Por volta das seis da tarde, os bandos começaram a se reunir, um carro após outro, até que havia trinta ou quarenta carros lotados. O Xerife e seus homens chegaram e começaram a parar os motoristas e a examinar suas carteiras, avisando-os a não tomar nenhuma ação contra a Fazenda do Reino. Eles continuaram rodando para lá e para cá pela estrada em frente à nossa propriedade até tarde da noite, mas a presença da polícia os manteve na estrada e frustrou seu plano de destruir a fazenda. Foi uma noite excitante para todos nós ali na fazenda, mas lembramo-nos vividamente da garantia de Jesus a seus seguidores: “Sereis pessoas odiadas por todos, por causa do meu nome. Contudo nenhum cabelo da vossa cabeça perecerá de modo algum. — Luc. 21:17, 18.”

Assim aconteceu que foram evitados a tentativa de ataque e o incêndio premeditado. Calculadamente 1.000 carros, levando possivelmente 4.000 homens, tinham vindo de todos os setores da parte oeste do estado de Nova Iorque para destruir a propriedade da Fazenda do Reino, da Sociedade — mas, isso de nada adiantou. Afirma Kathryn Bogard: “Seu propósito falhou, e algumas das mesmas pessoas que constituíam a turba são agora Testemunhas, sim, estando até mesmo no ministério de tempo integral!”

2006-11-29 19:52:29 · answer #3 · answered by Antônio 4 · 2 2

Puxa!! Eu nem sabia que a loucura dessa seita chegava a tanto!! Casa para Abraão?!?! Ele já esta na "casa" que o Senhor preparou para ele e para todos seus amigos!! Gente, cuidado com essa seita TJ, é uma abominação, uma cilada ardilosa. Criaram uma versão propria da Bíblia, arregimentam uma multidão de incautos, e invadem as casas com suas blasfêmias!! Porque Jesus afirma que todos os pecados podem ser perdoados, menos a blasfêmia contra o Espírito Santo!! Eles negam que exista o Santo Espírito, e negam aTrindade, negam até a divindade à Jesus!!!! Deus tenha misericórdia deles!!

2006-11-29 20:30:13 · answer #4 · answered by DuDu 2 · 1 2

deve ter ficado muito doidão, acreditou em algum maluco ou inbentou essa bobeira sozinho?

2006-11-29 19:29:31 · answer #5 · answered by marceloenterprise2003 6 · 0 2

Aqueles fanáticos acho que destruiram.

2006-11-29 19:25:47 · answer #6 · answered by Anonymous · 0 2

VIROU ACADEMIA DE POLICIA

2006-11-29 19:25:20 · answer #7 · answered by Raniere C 2 · 0 2

fedest.com, questions and answers