O LIVRO de Mórmon contém, na edição em português, mais de 600 páginas, divididas em 15 “livros”. Em inglês, duas edições se acham publicadas, uma pelo grupo mórmon maior de Utah; outra pela Igreja “Reorganizada” de Missouri. As divisões de capítulos e versículos foram feitas depois de os grupos se separarem, de modo que variam. Usamos a edição em português editada pela Missão Brasileira dos mórmons (edição de Utah).
Segundo O Livro de Mórmon, quando a Bíblia “saía da boca do judeu continha as verdades do evangelho do Senhor”, mas, desde então “o livro [tem] passado pelas mãos da grande e abominável igreja”, e atualmente “desapareceram dele muitas passagens claras e preciosas”. Também, “vi outros livros também aparecerem entre eles, trazidos pelos gentios, pelo poder do Cordeiro” que “estabelecerão a verdade dos primeiros”. — 1 Néfi 13:24, 28, 39, 40.
Subentende isto que Deus era tão fraco de modo a não poder proteger a Palavra que inspirara? As descobertas de manuscritos antigos do século seguinte provaram que não, e provaram ser falsa esta “revelação” mórmon. Se a “grande e abominável igreja” tivesse pervertido com êxito a Bíblia, então esse livro provaria as doutrinas dela. Mas, não prova. Condena clamorosamente as práticas dela, e é por isso que ela tem de recorrer ao subterfúgio de desanimar as pessoas de lê-lo.
Se “outros livros”, inclusive O Livro de Mórmon, “estabelecerão a verdade [da Bíblia]”, então não irão contradizê-la. O Livro de Mórmon só pode ser de valor se estiver em harmonia com a revelação prévia, porque Deus não é culpado de se contradizer. Qual a posição de tal livro nesse respeito? Leva em conta o que está escrito na Bíblia, mas a Bíblia não apóia o que foi escrito em O Livro de Mórmon. A Bíblia não leva em conta, como o faz O Livro de Mórmon, de haver outros crentes a quem Cristo pregou nos Estados Unidos, embora os mórmons realmente afirmem que Ezequiel 37:16, 17; Revelação 14:6; João 10:16; Revelação 7:9, 10 e o Salmo 85:11 sejam referências indiretas a isto.
A Afirmação Mórmon
O primeiro destes textos diz: “E quanto a ti, ó filho do homem, toma para ti uma vareta e escreve nela: ‘Para Judá e para os filhos de Israel, seus associados.’ E toma outra vareta e escreve nela: ‘Para José, a vareta de Efraim, e para toda a casa de Israel, seus associados.’ E faze chegar uma à outra para serem para ti uma só vareta, e elas realmente se tornarão uma só na tua mão.” Um mórmon explica: “As varetas, naturalmente, eram rolos ou livros. A vareta de Judá é o Livro de Judá, obviamente a Bíblia.”
Mas, será tão óbvio que as varetas são rolos ou livros? Caso fossem, seriam certamente curtinhos! Ficou imaginando por que “Por” foi posto com letra inicial maiúscula antes tanto de “Judá” como de “José” na Versão Almeida? Essa versão da Bíblia não usa aspas, apenas põe iniciais maiúsculas onde começa uma citação, mas os tradutores modernos mostram mais claramente o que estava escrito em cada vareta. A tradução do Pontifício Instituto Bíblico e outras incluem “Judá e os filhos de Israel, que lhe estão unidos” e “José, o bastão de Efraim e de toda a casa de Israel que lhe está unida” entre aspas. Estas são as palavras que foram escritas nas varetas, que de jeito nenhum eram livros. Brandir uma vareta indica ter poder, autoridade, liderança. Tais varetas eram emblemas da nacionalidade de Judá e das tribos que se uniram a ela, e da nacionalidade de Efraim e das tribos associadas que formavam o reino de Israel. Por causa da infidelidade de Efraim, a nacionalidade separada, conforme representada pela “vareta”, juntou-se à vareta de Judá para se tornar uma só, à medida que os grupos nacionais divididos das dez tribos e das duas tribos se uniram novamente depois da restauração do cativeiro babilônico em 537 A. E. C. A profecia nada tem a ver com livros ou com os EUA, mas diz respeito à restauração.
O segundo texto, Revelação 14:6, diz: “E eu vi outro anjo voando pelo meio do céu, e ele tinha boas novas eternas para declarar, como boas notícias aos que moram na terra, e a toda nação, e tribo, e língua, e povo.” Este, explicam os mórmons, é o anjo Moroni, que presumivelmente disse a Smith onde foram enterradas as placas. Mas, isso não se ajusta tampouco ao texto. Moroni não falou a toda nação a respeito das placas, nem apontou para escritos inspirados em outras terras, nem mesmo foi O Livro de Mórmon provido para tais pessoas. Em bem mais de 100 anos, havia sido traduzido em apenas vinte e cinco idiomas — uns cinqüenta menos que o número de idiomas de cada número da revista A Sentinela. Note que o texto não dá indício de que isto se aplique a qualquer livro; não faz referência alguma a O Livro de Mórmon. Antes, trata da pregação em toda a terra do evangelho eterno, que já se achava registrado na Palavra de Deus, a Bíblia.
O terceiro texto, João 10:16, descreve as outras ovelhas de que são parte a “grande multidão” do quarto texto, Revelação 7:9, 10. Eram outras ovelhas em contraste com as 144.000 ovelhas celestes consideradas antes em Revelação 7. Nenhum dos dois textos se aplica exclusivamente aos estadunidenses.
O último texto, o Salmo 85:11, tem de ser tirado completamente do contexto e só em desespero de causa se recorreria a ele. “Veracidade é que brotará da própria terra e justiça é que olhará para baixo desde os próprios céus.’ A veracidade que brota da terra, dizem eles, é O Livro de Mórmon enterrado em placas. Realmente, trata-se de linguagem profética que descreve as bênçãos vindouras do Reino. Se tomássemos isso literalmente, então a justiça e a paz têm órgãos de sentidos, pois o verso anterior diz que se beijaram, e haverá algumas cabeças feridas quando ‘o céu nublado escoar a justiça’. (Isa. 45:8) Ridículo? Naturalmente que sim, mas também o é a aplicação do Salmo 85:11 a O Livro de Mórmon.
Por isso, apesar destas afirmações ao contrário, O Livro de Mórmon não é citado na Bíblia. Então, estabelece ele sua própria verdade por ensinar doutrinas fidedignas? Não, conforme evidenciado por suas muitas contradições diante da Bíblia.
Alma, Estaca, Nova Jerusalém
Um exemplo é Alma 42:9: “A alma nunca poderia morrer.” A Bíblia diz meridianamente: “A alma que pecar — ela é que morrerá.” (Eze. 18:20) Qual é verídico, a Bíblia ou O Livro de Mórmon? Não se trata de simples caso de “tradução errônea”, porque outros textos mostram que a alma pode morrer, ser morta ou destruída. (Sal. 78:50; Atos 3:23; Tia. 5:20; Rev. 16:3; Mat. 10:28) A tradição de que a alma não pode morrer é uma doutrina pagã inspirada pelos demônios que foi incorporada na cristandade moderna. Alma 42:9 coloca O Livro de Mórmon do lado do paganismo, antes que do lado da Bíblia.
O Livro de Mórmon fala da morte de Cristo em 1 Néfi 11:32-34, mas, novamente, erra quando segue o uso da palavra “cruz” pela Versão Rei Jaime da Bíblia (em inglês), uma tradução errônea da palavra grega original staurós, que significava simplesmente uma estaca ou poste ereto, sem uma barra cruzada, ou uma estaca tal como usada num alicerce. A adoração da cruz foi outra relíquia do paganismo, tendo provindo dos egípcios antigos que adoravam os demônios. — Veja-se Despertai! de 22 de março de 1969, p. 26.
Os mórmons dão considerável ênfase à futura construção de uma cidade, Nova Jerusalém. 3 Néfi 21:23, 24 diz: “A fim de que construam uma cidade, a qual será denominada Nova Jerusalém. E, então, ele assistirá a Meu povo que está dispersado por toda a superfície da terra, a fim de que se juntem todos na Nova Jerusalém.” Note: “A fim de que construam” indica que os homens o farão. Agora, note o que a Bíblia diz: “Vi também a cidade santa, a Nova Jerusalém, descendo do céu, da parte de Deus, e preparada como noiva adornada para seu marido.” — Rev. 21:2.
Qual está certo, O Livro de Mórmon, que afirma que ela será construída pelos homens, ou a Bíblia, que diz que provém de Deus? Essa seria uma tarefa e tanto para os homens, porque Revelação 21:16 diz que tem doze mil estádios de comprimento e também de largura e de altura. Doze mil estádios são 2.400 quilômetros! Essa largura é espantosa; mas imagine só sua altura! Equivale a 2.400.000 metros, que, considerados literalmente, dá lugar a um edifício fantástico de 660.000 pavimentos, 6.470 vezes a altura do edifício “Empire State”! Por isso, esta descrição da Nova Jerusalém, como sendo uma cidade, tem de estar na linguagem figurada comum à Revelação. A Nova Jerusalém é a regência justa que Abraão procurava mesmo antes de a Jerusalém natural ser construída, a cidade cujo “construtor e criador é Deus”. (Heb. 11:10) É seu reino justo para a terra toda, regida por Deus como o foi a fiel Jerusalém da antiguidade. Limitar esta grande, justa e global Nova Jerusalém a uma cidade de quaisquer dimensões nos “limites ocidentais do estado de Missouri” é um descrédito ao escopo do governo da nova ordem de Jeová.
Resgate, Tribos Perdidas
Se tais contradições parecem sérias, então, que os mórmons sinceros meditem sobre 3 Néfi 10. Os versículos 18 e 19 afirmam: “Pouco depois da ascensão de Cristo ao céu, Ele verdadeiramente Se manifestou a esse povo. E mostrou-lhe Seu corpo, e o aconselhou.” Cristo apareceu a seus discípulos várias vezes durante os quarenta dias entre o ser pendurado na estaca e sua ascensão ao céu, mas não depois disso. Se apareceu mais tarde em seu corpo humano, a vida humana na carne que deu pela “vida do mundo” teria sido reassumida. (João 6:51) É por isso que Cristo não apareceu no corpo humano a Paulo. (Atos 9:3-9) É por isso que ele disse: “Mais um pouco, e o mundo não me observará mais.” (João 14:19) Cristo foi levantado em espírito, não num corpo humano, porque sacrificara sua vida humana, e, se 3 Néfi 10 fosse verídico, isso renunciaria, renegaria e repudiaria o resgate! — 1 Ped. 3:18.
Se Smith inventou isto, foi sem avaliar devidamente o fundo do resgate. Mas, se o argumento mórmon é verdadeiro, de que Smith não era capaz de compor tal livro, que deve ter tido ajuda super-humana, então essa força espiritual deveria ter conhecido estas coisas, e estava de forma malévola, porém sutil, tentando negar o resgate! Segunda Pedro 2:1 admoesta: “No entanto, houve também falsos profetas entre o povo, assim como haverá falsos instrutores entre vós. Estes mesmos introduzirão quietamente seitas destrutivas e repudiarão até mesmo o dono que os comprou, trazendo sobre si mesmos uma destruição veloz.” Quando se trata de escolher entre a Bíblia e O Livro de Mórmon nesta questão, escolhemos aceitar as declarações da Bíblia sobre Cristo ter entregue seu direito à vida humana como o resgate. Esperamos que os mórmons sinceros façam o mesmo. Não é uma questão a se tratar com leviandade!
Que correspondência há entre O Livro de Mórmon e a Bíblia no que tange às “tribos perdidas da casa de Israel”? O livro mórmon diz que, quando Jesus visitou os EUA (o caso mencionado acima), disse: “Vou ao Pai e vou também manifestar-Me às tribos perdidas de Israel, porque não estão perdidas para o Pai.” (3 Néfi 17:4) Tem havido surpreendente confusão quanto a estas “tribos perdidas”, mas, o que diz a Bíblia? Diz que Jesus ordenou: “Ide antes continuamente às ovelhas perdidas da casa de Israel.” (Mat. 10:6) Onde? A algum outro país? Não; Jesus não os enviou para fora da Palestina a fim de encontrar estes perdidos. Paulo disse que João pregara “a todo o povo de Israel”. (Atos 13:24) Onde? Bem ali na Palestina. Diante de Agripa, disse Paulo: “Agora estou sendo chamado a julgamento pela esperança da promessa que Deus fizera aos nossos antepassados, ao passo que as nossas doze tribos estão esperando alcançar o cumprimento desta promessa por lhe prestarem intensamente serviço sagrado, noite e dia.” (Atos 26:6, 7) Esdras e Neemias mostram que, em 537 A. E. C., fiéis representantes de todas as doze tribos voltaram para Jerusalém em unidade, e estes constituíram a nação de Israel. Por isso, nos dias de Jesus, as “tribos perdidas” estavam lá mesmo na Palestina. Perdidas? Muitos membros tribais estavam espiritualmente perdidos, mas, com certeza, as tribos não estavam perdidas em sentido geográfico.
Encarando as Contradições
Uma inspiração de Deus não pode contradizer a outra. Ele estabeleceu a religião pura, embora a mesma tenha sido rejeitada pela maioria do mundo. Ele tem a única verdade pura, e não diferentes revelações para diferentes lugares, e não precisa de “outros livros” para suplementar a verdade registrada em seu único Livro, a Bíblia, e especialmente isso não se daria quando tais outros livros contradizem o que está escrito em sua Palavra. Não deixou que tal norma da adoração pura fosse destruída, embora muitas tentativas infrutíferas fossem feitas. Não a podendo destruir, os demônios apresentaram outros livros “inspirados” para substituí-la. Milhões de pessoas aceitaram; Maomé e suas visões, creram e morreram na fé de Buda ou Confúcio, ou outras religiões; muitos dos quais tiveram visões e revelações, dons e poderes miraculosos que enganaram ou mantiveram os seguidores de tais religiões afastados da adoração pura. O Livro de Mórmon se junta aos mesmos em contradizer a Escritura Sagrada corretamente traduzida, pelo menos quanto à alma, à estaca, à Nova Jerusalém, à volta de Jesus e às dez tribos do reino setentrional de Israel.
Uma tradução feita por Joseph Smith para o inglês de certo “livro perdido” egípcio, supostamente escrito por Abraão e agora incluído em Pearl of Great Price (Pé**** de Grande Valor) de Smith. An Analysis of the Book of Mormon (Análise do Livro de Mórmon), página 2, faz a seguinte defesa da tradução de Smith: “A gravura três na placa dois consiste em um homem com cabeça de cão sentado em um trono, segurando um bastão de mando, tendo um disco sobre a cabeça. Joseph Smith disse que este era ‘Deus sentado em seu trono, revestido de poder e autoridade.’ Os que o contradizem afirmam que é Horus-Ra. Mas, quem era Horus-Ra? O Livro dos Mortos, acreditado por todos os egiptólogos, contém diversos hinos de louvor a Ra, entre eles o seguinte: . . . ‘Homenagem a ti, ó tu, senhor do certo e da verdade, ao único, o senhor da eternidade e criador da eternidade. Chego até ti, ó meu senhor Ra.’ (Vol. 2, página 481).”
Outro ancião mórmon, George Reynolds, perguntou: “Que grande diferença existe na idéia? e como foi que Joseph Smith sabia que representava a Deus (pode chamá-lo pelo nome típico que quiser) senão por revelação?” A diferença, contudo, não é insignificante. Se a fonte de inspiração de Smith chamou a Ra de “Deus”, então ela se qualificou como pagã. Ra era um deus do demonismo, um dos deuses pagãos desafiados por Jeová com as pragas sobre o Egito, o deus-sol egípcio; e a adoração do sol foi proibida aos servos de Deus. — Deu. 4:15-19; 17:3-5; 2 Reis 23:11; Eze. 8:15-17.
A diferença entre Jeová e Ra é a diferença entre a verdade e a falsidade, entre a adoração verdadeira e a adoração diabólica. Não importa quão repulsivo isto pareça ser para os mórmons sinceros, quando seus livros e suas doutrinas contradizem a Bíblia, isto não se deve a algumas traduções errôneas da Bíblia que os peritos estão localizando e corrigindo, mas às “inspirações” mórmons que se juntam sutilmente à hoste de outras revelações falsas, provenientes da única fonte que procura todo meio possível (até a aparência de cristã) para substituir, desacreditar ou abolir a norma toda-suficiente da adoração pura, a Bíblia.
2006-11-25 12:51:25
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