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2006-11-24 02:43:48 · 5 respostas · perguntado por Douglas G 1 em Saúde Doenças e Patologias Doenças de Pele

5 respostas

Oi,

ESPOROTRICOSE EQÜINA (EQUINE SPOROTRICHOSIS)

RESUMO
A esporotricose é uma infecção fúngica subcutânea causada pelo Sporothrix schenckii, freqüentemente relacionada a uma injúria inicial contaminada por solo ou vegetação contendo o fungo. Nos eqüinos as lesões usualmente estão situadas nos membros e região peitoral. É relatado um caso de esporotricose em uma fêmeada raça crioula com 10 anos de idade, que apresentou no primeiro exame clínico discretas lesões secas e alopécicas restritas à cabeça, principalmente na região próxima às narinas, e apenas um nódulo subcutâneo na face esquerda. Após 25 dias de evolução da enfermidade, o animal já apresentava múltiplos nódulos subcutâneos disseminados pela cabeça, pescoço e membros torácicos. O diagnóstico foi confirmado pelo isolamento do agente. O tratamento com Iodeto de Potássio foi adotado em função da eficácia e baixocusto do mesmo. A terapia inicial consistiu na administração oral de solução de iodeto de potássio a 20%, na dosagem diária de 1mg/kg na primeira semana. A partir da segunda semana, a posologia foi de 0,5mg/Kg, prescrita para ser aplicada até 1 mês após a regressão completa das lesões. Já na primeira semana, o animal apresentava sensível melhora clínica, avaliada pela resolução da maioria das lesões ulceradas e, na terceira semana de terapia, já havia crescimento de pêlos nas regiões anteriormente alopécicas. Descritores: Sporothrix schenckii, esporotricose, eqüinos, iodeto de potássio, tratamento.

INTRODUÇÃO
A esporotricose é uma infecção crônica e granulomatosa, usualmente subcutânea, causada pelo fungo Sporothrix schenckii e acomete tanto humanos quanto animais
O S. schenckii é um fungo dimórfico habitante da superfície de plantas e solos, e cuja infecção em animais está freqüentemente relacionada a lesões ou injúria inicial contaminada por solo ou material de plantas.
Em condições ambientais, o fungo se desenvolve na forma filamentosa, onde são observadas hifas finas septadas e delicados conidióforos em forma de pétalas de flor. Quando infecta o organismo animal o fungo passa para a fase leveduriforme, com células de formato ovalados emelhante a um charuto.O objetivo deste trabalho é relatar um caso de esporotricose eqüina ocorrido no sul do Brasil, no qual o animal apresentava lesões iniciais na cabeça, com posterior disseminação subcutânea para o pescoço e membros torácicos.

RELATO DE CASO
Um raspado cutâneo, proveniente de um eqüino com lesões de pele possivelmente de etiologia fúngica, foi examinado e cultivado no Laboratório dePesquisas Micológicas (LAPEMI), da UniversidadeFederal de Santa Maria. O animal, uma fêmea da raça crioula com 10 anos de idade, apresentava ao primeiro exame clínico discretas lesões secas e alopécicasrestritas a cabeça, principalmente na região próxima às narinas, e um nódulo subcutâneo na face esquerda. De acordo com o proprietário o animal apresentava lesões desde o momento de sua aquisição, há cerca de 1 ano, relatando que as lesões tornavam-se mais evidentes em períodos quentes, especialmente após exercícios, e regrediam durante épocas com temperaturas mais baixas. Pêlos e crostas do raspado foram semeados em um tubo de ensaio contendo Agar seletivo parafungos patogênicos, e incubou-se à 28ºC, com observações diárias. Decorridos 4 dias observou-se crescimento fúngico com aparência cremosa, o qual à microscopia revelou presença de hifas finas, septadas e conidióforos em forma de flor, compatível com Sporothrix schenckii. Transferiu-se então parte do cultivo para meio de Agar Infusão de Cérebro eCoração (BHI) que foi incubado à 37º C para se verificar a capacidade dimórfica do agente. Transcorridos 25 dias do primeiro exame clínico, e uma vez confirmado o diagnóstico laboratorial, o animal foi novamente avaliado para se observar a evolução das lesões, bem como para se instituir umtratamento para o mesmo.Ao segundo exame clínico foram observadas extensas áreas alopécicas abrangendo ambas as faces e, o nódulo anteriormente verificado, havia ulcerado e apresentava-se coberto por finas crostas. Novas lesões nodulares no tecido subcutâneo, algumas eliminando secreção purulenta e outras apresentando crostas, também foram verificadas nas faces, laterais do pescoço e membros anteriore. Iniciou-se tratamento com administração oralde Solução de Iodeto de Potássio a 20%, na dosagem diária de 1mg/kg de peso corporal na primeira semana, seguindo-se com 0,5mg/Kg. Por precaução, recomendou-se o uso desta posologia por até 1 mês após a regressão completa das lesões.Com uma semana de tratamento o animal apresentou melhora significativa, com resolução da maioria das lesões ulceradas, e transcorridas outras três semanasobservou-se que já havia crescimento depêlosnas regiões anteriormente alopécicas e presença apenas de raros nódulos subcutâneos

DISCUSSÃO
Em eqüinos a esporotricose possui caráter crônico, apresentando-se como nódulos subcutâneos geralmente localizados nos membros ou pescoço doanimal, que quando ulcerados eliminam exudato purulento contendo células leveduriformes. As lesões inicialmente apresentadas pelo animal em estudo eram atípicas, alopécicas, restringindo-se a cabeça e com presença de apenas um nódulo subcutâneo palpável, entretanto com a evolução da enfermidade pôde-se verificar a apresentação dos sinais clínicos típicos da mesma, com inúmeros nódulos subcutâneos disseminados pelo pescoço e membros torácicos. Neste caso não houve comprometimento linfático, quadro clínico freqüente em esporotricose, havendo apenas o desenvolvimento de múltiplos nódulos subcutâneos, alguns dos quais ulceravam e eram drenados. A esporotricose descrita em eqüinos pode se apresentar em duas formas principais: como uma linfangite proliferativa, desenvolvendo nódulos ao longo dos vasos linfáticos que posteriormente ulceram, ou como uma forma subcutânea onde múltiplos nódulos se desenvolvem no sistema intertegumentário, sem envolvimento do sistema linfático, os quais eventualmente ulceram e são drenados. Com relação ao comportamento das lesões frente a variações climáticas e condições de exercício, não se encontrou qualquer referência na literatura, entretanto sabe-se que a temperatura apresenta forte influência sobre o desenvolvimento do S. schenckii, fato este observado pela distribuição dos casos de esporotricose onde se verifica que apesar de sua ocorrência mundial são mais freqüentes em regiões tropicais e subtropicais. A aplicação de iodetos é o tratamento de eleição para casos de esporotricose em eqüinos, tanto pelos resultados favoráveis quanto pelo baixocusto que o mesmo apresenta. Apesar desta terapia vir sendo utilizada há muitos anos, seu modo de ação ainda não foi completamente elucidado. Os resultados de pesquisas indicam que dificilmente o iodeto de potássio atue diretamente sobre o Sporothrixschenckii, acreditando-se que seu modo de ação seja através da modulação da reação inflamatória e resposta imune do animal.

Um abraço

2006-11-24 03:39:06 · answer #1 · answered by Tin 7 · 0 0

ESPOROTRICOSE CUTÂNEO-LINFÁTICA[1]
Paula Pitta de Resende[2]; Alessandra Vieira Franco


· Resumo
É feita revisão da esporotricose, doença de animais e do homem, causada pelo Sporotrix schenckii, com discussão sobre epidemiologia, manifestações clínicas e tratamento respectivos.

· Introdução
A esporotricose é uma doença subaguda ou crônica do homem e de animais inferiores, causada pelo Sporotrix schenckii. É, na maioria das vezes, uma infecção benigna limitada à pele e ao tecido celular subcutâneo, mas em raras ocasiões pode disseminar-se para ossos e órgãos internos. Mais raramente ainda, pode ser doença primariamente sistêmica, tendo início pulmonar.

Clinicamente pode ser dividida em:

Esporotricose cutânea:

1 – Cutâneo-linfática;

2 – Cutâneo-localizada;

3 – Cutâneo-disseminada.

Esporotricose extracutânea:

1 – Pulmonar;

2 – Sistêmica.

· Etiologia e Epidemiologia
Todas as formas de esporotricose no homem são causadas por uma única espécie, Sporotrix schenckii. Este é um fungo aeróbio dimórfico, de reprodução sexuada, que se desenvolve sob a forma leveduriforme a 37o, in vitro ou nos tecidos de um organismo vivo; e sob a forma filamentosa à temperatura ambiente. Esta forma cresce rapidamente em 3-5 dias.

A esporotricose é a mais freqüente das micoses subcutâneas e tem distribuição cosmopolita, com importância e prevalência variável de país para país e de região para região, predominando em certas áreas e sendo rara em outras.

Indubitavelmente, o reino vegetal constitui a maior fonte de contágio, sem predileção por determinado tipo de planta ou vegetação, ou seja, qualquer planta, árvore ou flor de área endêmica é considerada suspeita.

A transmissão dos animais para o homem não é aceita por todos os autores. Animais capazes de desenvolver doença natural podem contagiar o homem por mordedura, arranhadura e picada. Às vezes os animais não estão visivelmente infectados, sendo portadores, com o fungo vivendo como comensal na cavidade oral. Recentemente, vários relatos de transmissão de esporotricose para o homem foram documentados. Alguns autores acreditam que haja transmissão de pessoa para pessoa e outros acreditam que haja apenas uma fonte de contágio em comum.

Ocorre em quase todas as regiões do mundo, sendo a micose profunda de maior prevalência global. É mais comum em zonas temperadas e tropicais. A maior freqüência ocorre no continente americano. O maior número de casos vêm do México e do Brasil. No México é a mais comum micose cutânea e profunda, e é endêmica em algumas regiões. Na América do Sul é muito freqüente no Uruguai e ocupa o primeiro lugar na Colômbia e Venezuela, sendo rara no Chile, Panamá e Equador. No Brasil ocupa o segundo lugar, após a paracoccidioidomicose, mas há variações conforme a região. Em São Paulo ocupa o segundo lugar, no Rio Grande do Sul é a micose subcutânea mais freqüente e na Amazônia ocupa o quarto lugar.

Qualquer idade, raça ou sexo pode ser afetado, mas é mais comum em homem adulto, branco, por sua exposição ocupacional e recreacional.

A esporotricose, em muitos casos, deve ser considerada como doença profissional. A maior incidência é observada entre trabalhadores que lidam com solo e vegetais contaminados pelo fungo.

· Patogenia
Usualmente, o S. schenckii entra no organismo por pequeno traumatismo com rompimento da integridade da epiderme, mas inalação, aspiração ou ingestão do fungo podem produzir doença.

O agente não parece ser capaz de penetrar a pele intacta, salientando-se o papel do traumatismo que se dá por pequenos cortes, abrasões e perfurações com material contaminado, inoculando diretamente o fungo ou determinando solução de continuidade, permitindo ao fungo atingir as camadas mais profundas, onde poderá adquirir a forma parasitária. O S. schenckii pode permanecer localizado no tecido subcutâneo, estender-se localmente aos linfáticos ou, mais raramente, disseminar-se à distância pela corrente sangüínea. A forma que assume a doença é provavelmente determinada pela resposta imunológica do hospedeiro.

O organismo humano apresenta resistência natural, cuja origem não é clara. Talvez da sensibilização pelo fungo, que desperta resposta capaz de impedir posterior desenvolvimento do micorganismo e, conseqüentemente, a possibilidade de adquirir as chamadas formas adaptadas ou de tecido.Quando o grau de resistência é máximo, o fungo é destruído, de sorte que não produza lesões visíveis ou elas são mínimas, sendo o teste de esporotriquina positivo em pessoas normais de áreas endêmicas e quando ocorre a doença é do tipo cutâneo fixo e muitas podem curar espontaneamente, ou seja, exposições repetidas conferem alta resistência. A expressão clínica também depende, além de um fator individual, da magnitude da inoculação, local de inoculação e variação de patogenicidade. Quando o fungo produz lesão cutânea, observa-se o cancro esporotricótico no local de inoculação. A infecção pode permanecer localizada devido a um equilíbrio entre a resistência do hospedeiro e virulência do parasito. Pode também invadir as vias linfáticas, determinando linfangite, em virtude da adaptação do fungo e conseqüente exaltação da virulência. Pode também ocorrer forma disseminada por disseminação hematogênica a partir do foco pulmonar primário, raramente de lesão cutânea, decorrente de baixa acentuada da resistência do hospedeiro.

Reinfecção parece ser extremamente rara, mas é aceitável que ocorra, e estes casos de segunda infecção exógena em pacientes sem outras doenças, indicam que não há imunidade duradoura na esporotricose.

· Manifestações Clínicas
O quadro clínico da esporotricose é bastante polimorfo. A forma mais comum é a esporotricose cutânea e, dentro desta, a mais freqüente é a cutânea-linfática. Os locais mais acometidos são os membros superiores, seguidos da face e membros inferiores (áreas expostas). É rara no tronco.

O período de incubação é variável, tendo sido encontrado na literatura, variando de três dias até seis meses, com média de três semanas.

o Forma Cutânea
Forma cutânea-linfática. É a forma mais comum e que, juntamente com a forma cutânea-localizada, constitui mais de 95% de todos os casos de esporotricose.

A lesão inicial surge no local do traumatismo prévio e poderá não ser notada pelo paciente. Neste local, surge uma pápula, pústula, pequena úlcera ou, mais freqüentemente, um nódulo subcutâneo pequeno, firme, indolor e móvel, mais tarde comprometendo a epiderme tornando-se fixo e há aumento rápido de tamanho. A pele torna-se púrpura ou violácea, havendo necrose e ulcerando, formando o cancro esporotricótico. Neste estágio, ela pode ser facilmente confundida com um simples furúnculo ou abscesso. Esta ulceração tem fundo vermelho vivo, irregular, com característicos microabscessos revelados por gotículas de pus que surgem do fundo da ulceração quando a base é comprimida. Após semanas ou meses, há extensão do cancro primário para linfáticos que drenam a área, seguindo um trajeto ascendente no membro afetado, produzindo um cordão de nódulos subcutâneos firmes e assintomáticos, conhecido como “em série” ou “em rosário”. Estes aumentam de tamanho, flutuam e, às vezes, ulceram, drenando secreção purulenta fina. São nódulos com transformação gomosa mais intensa quanto mais próximo do cancro. Após ulcerar, alguns desenvolvem crostas, às vezes de aspecto vegetante, outras permanecem como úlceras ou abscessos. Os canais linfáticos interconectando os nódulos tornam-se duros e semelhantes a um cordão que geralmente é único, podendo ser duplo ou com ramificações, conforme propagação para vias colaterais. É característica a unilateralidade, exceto nos raros casos com múltiplos ferimentos, auto-inoculação ou cancro no nariz com linfangite bilateral e simétrica. Pode ocorrer aumento dos linfonodos regionais com ou sem supuração. O estado geral normalmente não é afetado. A infecção fica limitada à pele, linfáticos e tecido subcutâneo, exceto se o paciente for imunocomprometido. As lesões podem permanecer ativas por anos e pode haver resolução espontânea de todas as lesões do cancro primário, permanecendo os nódulos linfáticos.

Forma cutâneo-localizada. O fungo permanece confinado ao local de inoculação. É o próprio cancro inicial ou esporotricoma sem comprometimento linfático que, usualmente, reflete alto grau de imunidade do hospedeiro, sendo mais comuns em áreas endêmicas, em crianças e na face. Como não se vê, o “aspecto esporotricóide”, não há sugestão imediata da etiologia. Em certas áreas endêmicas do Japão, México, Brasil e Uruguai, a maioria da população apresenta teste positivo para o antígeno da esporotricose. Ocasionalmente curam espontaneamente, podendo haver reaparecimento no mesmo local, freqüentemente com alteração na morfologia. Pode ter várias apresentações clínicas: verrucosa, ulcerosa, erosiva, pápula ou placa infiltrada, pápula-nodular, pápula-tuberculosa, túbero-nodular, túbero-crostosa, nódulo ou nódulo ulcerado ou úlcero-gomosa, macular, acneica, pápulo-pústula, pápulo-vesiculosa, rosácea símile, erupção descamativa, placas escamosas psoriasiformes, celulite facial, fungóide, antracóide, pitiriásica, herpetiforme, ectimatóide, furunculóide e tricofitóide.

Alguns autores acreditam que o modo de infecção e a área da pele envolvida determinam o aspecto da lesão cutânea resultante. Assim, a inoculação do fungo por abrasão resultaria em uma área erosada, coberta por tecido de granulação; quando a infecção se dá através do folículo piloso, a lesão resultante lembraria acne ou furúnculo.

São comuns pequenas lesões satélites. Rebelo e Azulay (1953) cultivaram o S. schenkii a partir de lesões ungueais. Ramos e Silva (1945) incluiu sob a denominação de “forças mínimas” as formas com escassos elementos, relativamente superficiais e Campos descreveu as lesões iniciais da esporotricose (formas discretas, atípicas e variadas), destacando-se seu interesse clínico e dificuldade diagnóstica.

Forma cutânea-disseminada. Esta forma também é conhecida como esporotricose gomosa ou abscedante e tem sido diferenciada da esporotricose sistêmica com lesões cutâneas. Ocorre em menos de 1% dos pacientes com esporotricose.

Pode resultar de disseminação hematogênica ou auto-inoculação a partir da inalação, ingestão ou mais raramente de típica inoculação linfocutânea do fungo. As manifestações mais comuns em pele e mucosas são: pápulas, nódulos subcutâneos, lesões gomosas, lesões úlcero-vegetantes e verrucosas e abscessos cutâneos e subcutâneos. Pode haver sério comprometimento do estado geral e tem curso subagudo e indolente (abscesso frio lembrando o tuberculoso) com múltiplas lesões que podem acometer todo o tegumento. Muitos pacientes têm envolvimento sistêmico, sendo mais comum localizações ósseas (sinóvia, periósteo e osso). Uma forma incomum de hipersensibilidade tem sido sugerida para esta exagerada resposta.

o Forma extracutânea
Pulmonar. A esporotricose pulmonar primária, resultando da inalação de esporos por indivíduo suscetível, é mais comum que a esporotricose multifocal com envolvimento pulmonar e, com certeza, ocorre mais freqüentemente do que se diagnostica. Mais da metade dos pacientes têm algum comprometimento da imunidade, sendo particularmente prevalente entre alcoólatras crônicos. Outras condições associadas são: tuberculose pulmonar, diabetes mellitus, uso crônico de corticosteróide sistêmico, sarcoidose, doença pulmonar obstrutiva crônica, doença cardíaca valvular, infecção pulmonar concomitante por Actinomyces israelli, além de outras doenças debilitantes.

Manifesta-se geralmente de três formas: a primeira e mais freqüente é a doença cavitária, geralmente acometendo área apical do pulmão com massas nodulares e desenvolvimento de cavidades que podem permanecer estacionárias ou progredir com necrose caseosa, tornando-se fatal. A segunda envolve linfonodos primariamente e a adenopatia hilar pode causar obstrução brônquica. A doença é aguda e rapidamente progressiva, podendo permanecer estacionária e não é infreqüente a resolução espontânea. Deve-se descartar a tuberculose, histoplasmose, coccidioidomicose e sarcoidose. A terceira forma é a doença pulmonar assintomática. Prova cutânea com esporotriquina revela que em algumas regiões até 10% da população sofre infecção pulmonar assintomática e pode haver desenvolvimento de quadro sistêmico a partir desta forma de infecção.

Disseminada. Na esporotricose sistêmica pode haver comprometimento de um ou mais órgãos, é freqüentemente oportunista, associada a doença debilitante a os organismos usualmente são mais numerosos que nas formas cutâneas. Resulta de disseminação hematogênica após inalação ou ingestão de esporos. Há febre, comprometimento do estado geral e os sintomas são relacionados com o órgão envolvido. As formas extracutâneas, além de muito raras, são muito difíceis de serem diagnosticadas.

A esporotricose das membranas mucosas da boca, faringe ou nariz pode ocorrer primariamente ou como uma manifestação secundária da forma disseminada. As lesões são eritematosas, ulcerativas supurativas podem ser recobertas por uma falsa membrana, e eventualmente granulomatosas ou vegetantes. Freqüentemente curam com cicatriz não deformante e o fungo pode persistir na lesão após a cura aparente, convertendo o doente em portador.

Depois da pele, o tecido mais freqüentemente envolvido é o ósseo. Em ordem de freqüência, os ossos mais afetados são: tíbia, ossos pequenos das mãos, rádio, ulna e ossos do crânio e da face.

· Diagnóstico Laboratorial
Exame microscópico direto. A pesquisa do agente etiológico no pus, escamas ou cortes histológicos da pele podem ser feitos a fresco, clarificado com potassa ou após coloração (Gram, PAS, Giemsa, Gomori) e, habitualmente, é negativa devido à escassez de elementos parasitários nas formas cutâneas, sendo positiva com mais freqüência em casos de doença disseminada e após inoculação em animais. Podem ser observadas formas alongadas, em “charutos”, formas leveduriformes com gemulação e corpos asteróides. Coloração com anticorpos fluorescentes é um método rápido, mais sensível e específico para identificação dos organismos.

Cultura. É o exame de escolha devido à sua alta positividade, mas pode ser negativo nas formas localizadas, o que não exclui o diagnóstico de esporotricose e, por isso, devemos ser generosos quanto ao número de tubos semeados. Utiliza-se pus, exsudato, material de curetagem ou swab de lesões abertas e aspirado com seringa de nódulos cutâneos, o que pode ser facilitado injetando-se 0,1 ml de solução salina estéril e depois aspirado.

Testes sorológicos. São indicadores altamente específicos. Os testes de aglutinação são mais sensíveis, sendo o teste de aglutinação de partículas de látex em lâmina preferido pela simplicidade, especificidade e sensibilidade. Os títulos sorológicos são positivos após três a quatro semanas e podem ser positivos em títulos baixos em pacientes normais de áreas endêmicas. São particularmente úteis para o diagnóstico de esporotricose extracutânea ou para monitorizar a resposta ao tratamento.

· Histopatologia
É útil para sugerir o diagnóstico, mas os achados geralmente não são específicos e variam com a fase evolutiva.

Nos exames histopatológicos deve-se buscar formas arredondadas livres, que são comumente vistas com ou sem gemulação, formas cilíndricas em “charuto” e corpos asperóides.

· Diagnóstico Diferencial
Devido ao seu grande polimorfismo, a esporotricose simula numerosas dermatoses, como: sífilis, leishmaniose, tuberculose cutânea, micobacterioses atípicas, hanseníase, tularemia, sarcoidose, micose profunda, tricofitose, psoríase, verruga vulgar, úlcera tropical, furunculose, carbúnculo, difteria cutânea, impetigo, ectimia, piodermite vegetante, linfangite estafilocócica, panarício e perionixe, acne, sarcoma, epitelioma, espinocelular, elefantíase, eczemátide, pitiríase, pioderma, granuloma maligno médio facial, granuloma piogênico, antraz, patomímia, doença de arranhadura do gato, bromoderma, ioderma, amebíase cutânea, micetoma, herpes simples, vasculite, quérion, neurodermatite e outras.

· Tratamento
Iodeto de Potássio. O iodeto de potássio é usado freqüentemente em soluções saturadas (1 g = 20 gts = 1 ml), via oral, iniciando de forma gradativa com doses pequenas. São feitos 5 gotas três vezes ao dia em leite, suco de laranja ou água. Em seguida, vai aumentando 1 gota por dose/dia até se alcançar a mais alta dose tolerada, que em geral é de 30 a 40 gotas (1,5 a 2 g), três vezes ao dia, ou seja, uma dose total diária de 4,5 a 6 g. Esta dose elevada é mantida até que ocorra cicatrização das lesões, em aproximadamente 6 a 10 semanas. Posteriormente, esta dosagem é reduzida gradualmente, a qual deverá ser mantida por até um mês após o ponto de aparente cura clínica.

Em crianças, recomenda-se iniciar a dose com 1 gota, três vezes ao dia, aumentando-se de 1 a 3 gotas ao dia, até 10 gotas três vezes ao dia, com dose máxima de 3 g/dia.

Calor local. A termoterapia é mais usada nos casos iniciais de infecção cutânea e nos casos com poucas lesões. Como o iodeto de potássio, a termoterapia não é efetiva para esporotricose extracutânea.

Esporotriquina. Vacinas com antígeno esporotriquina são uma alternativa para o tratamento da esporotricose cutânea, usando-se injeção subcutânea uma vez por semana com doses crescentes.

Itraconazol. É o mais promissor dos novos agentes antimicóticos para o tratamento da esporotricose.

A dose mais freqüentemente recomendada é a de 100 mg/dia, com boa tolerância, levando à cura, em média, em 90 dias, embora alguns autores tenham necessitado de doses maiores de 150 a 200 mg/dia e as recomendam para não prolongar o tratamento desnecessariamente. Deve ser administrado após as refeições, para assegurar uma ótima biodisponibilidade. Seu uso é bem tolerado e seguro em crianças.

O itraconazol tem se mostrado eficaz, de fácil administração e isento de toxidade, porém semelhante a outros azóis, é primariamente fungistático. Por isso, o desenvolvimento de resistência pelo S. scheckii e outros fungos é uma preocupação
ok

2006-11-24 12:31:54 · answer #2 · answered by M.M 7 · 1 0

Existem tratamentos naturais que ajudam muitas pessoas com diabetes, este é o melhor http://diabetes.sugestao.info absoluta
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não devemos esquecer que o diabetes é uma doença grave e você ainda procurar atendimento médico

2014-11-11 01:02:32 · answer #3 · answered by Anonymous · 0 0

ESPOROTRICOSE
A esporotricose é uma micose sistêmica e uma das doenças que acometem os felinos. Ela é classificada como uma zoonose. Como já expliquei acima são considerada zoonoses doenças animais que podem ser transmitidas ao ser humano.
Apesar dessa classificação, não significa que o ser humano só seja afetado pela esporotricose através dos felinos. Ele pode se contaminar diretamente e da mesma forma que os animais.
A doença é causada através de um traumatismo na pele causado por gravetos, espinhos e outros e pode abrigar nesse traumatismo/feridas o fungo Sporotrix Schenckii. Este fungo vive em locais tais como vegetais, solo e restos orgânicos predominantemente em países tropicais embora seja encontrado em todo mundo.
Os sintomas da doença são: lesões localizadas na cabeça, mãos, patas e caudas. Na sua fase inicial a doença pode ser confundida com feridas comuns causadas por brigas entre gatos. Entretanto essas feridas ou caroços se transformam em úlceras com pus e crosta.
No agravamento da doença o animal pode apresentar um quadro de falta de apetite, aumento da temperatura do corpo (febre), prostração e a disseminação das feridas em outras partes do corpo.
Para se tratar um felino com esporotricose deve-se seguir atentamente as orientações dos veterinários. Atualmente existem, no mercado, medicamentos a base de itraconazol que têm apresentado bons resultados. A medicação deve ser utilizada até a total cicatrização das feridas para evitar uma recidiva.
Outros procedimentos que devem ser aplicados são:
Þ desinfecção no local onde o felino permanece com hipoclorito de sódio. A dosagem deve ser feita pelo veterinário;
Þ separar o animal doente dos outros;
Þ atenção do profissional ou do dono do gato para a assepsia correta após o contato com o animal;
Þ cremação do animal em caso de falecimento devido à doença e,
Þ a castração dos gatos machos que, por circularem pela rua, são mais propensos a brigas que podem causar feridas e acidentalmente abrigar o fungo.
Esperando ter sido sucinto na descrição da doença, coloco-me à disposição dos internautas para outras quaisquer informações.

2006-11-24 11:22:03 · answer #4 · answered by Jaciara 4 · 0 0

Esporotricose
A esporotricose é uma infecção causada pelo fungo Sporothrix schenckii. O Sporothrix é geralmente encontrado em roseiras, arbustos de uva-espim, musgo esfagno e outras matérias vegetais. Freqüentemente, os fazendeiros, os jardineiros e os horticultores são infectados. Geralmente, a esporotricose afeta a pele e os vasos linfáticos vizinhos. Ocasionalmente, os pulmões ou outros tecidos podem ser infectados.

Sintomas e Diagnóstico

Geralmente, uma infecção cutânea e dos vasos linfáticos vizinhos iniciam em um dedo da mão como um nódulo pequeno e indolor, o qual cresce lentamente e, a seguir, forma uma ferida. No decorrer dos dias ou semanas seguintes, a infecção dissemina-se através dos vasos linfáticos do dedo, da mão e do braço até os linfonodos, formando nódulos e úlceras ao longo do trajeto. Normalmente, o indivíduo não apresenta outros sintomas. A infecção pulmonar pode causar pneumonia, com uma discreta dor torácica e tosse, normalmente em indivíduos que apresentam alguma outra doença pulmonar (p.ex., enfisema). É menos comum ocorrer uma infecção em outras partes do corpo (p.ex., ossos, articulações, músculos ou olhos). Raramente, ocorre uma infecção no baço, no fígado, nos rins, nos órgãos genitais ou no cérebro. Os nódulos e as lesões característicos podem fazer o médico suspeitar de esporotricose. O diagnóstico é confirmado através da cultura e da identificação do Sporothrix em amostras de tecido infectado.

Tratamento

A esporotricose que afeta a pele geralmente dissemina-se muito lentamente e raramente é fatal. A infecção cutânea é tratada com o itraconazol oral. O iodeto de potássio, também administrado pela via oral, pode ser prescrito em lugar do itraconazol, mas ele não é tão eficaz e causa efeitos colaterais na maioria dos pacientes como, por exemplo, erupção cutânea, coriza e inflamação dos olhos, da boca e da garganta. Para as infecções generalizadas e potencialmente letais, é realizada a administração de anfotericina B intravenosa, mas o itraconazol oral tem se revelado eficaz ou mesmo mais eficaz à medida em que é utilizado em um número cada vez maior de casos.

(Extraído do Manual Merck de Saúde da Família)

2006-11-24 11:06:47 · answer #5 · answered by carvalhoclinico 5 · 0 0

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