Doença física provocada pelo estado emocional, muitas vezes inexplicável á primeira vista. Essas reações são bem comuns em crianças. Algumas quando sente a falta da pessoa querida, ficam doentes. Passado o problema, a doença desaparece sem a necessidade de medicamento. Outras, sentem dor-de-barriga ou dor-de-cabeça, toda vez que precisam ir para a escola ou fazer algo que não é do seu gosto. Ex.: Uma pessoa fica tão ansiosa que sente uma febre intensa. Um fator comum e persistente, é a sonolência, quando o sujeito não tem interesse em realizar determinada tarefa. O sono não deixa de ser uma doença, nesse caso, por surgir involuntariamente em momento impróprio.
A dor física é real. Depressão, tristeza, amor, desprezo, saudade, ciúme, mágoa são estados que podem provocar doenças psicossomáticas. Por isso, é aconselhável não ir se medicando. Nem sempre o remédio está nos frascos e sim, nas atitudes e no bom senso. <><>
2006-11-21 02:25:17
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answer #4
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answered by aeiou 7
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Durante séculos e mesmo até Freud, admitia-se que as doenças eram causadas por agentes externos, com exceção dos males congênitos e hereditários.
O advento da psicanálise e sua progressiva aceitação revolucionaram esse conceito e introduziram um novo: o de que algumas doenças ou males do corpo constituíam uma mera expressão dos males do espírito, ou seja, provinham de dentro da pessoa.
A Medicina Psicossomática, relativamente recente, organizou-se aproximadamente há cinqüenta anos. O termo psicossomática surgiu a partir do século passado, quando Heirolth introduziu - o em Medicina em 1918. A " Psicossomática" exprimia sua crença na influência das paixões sexuais sobre as doenças ( tuberculose, epilepsia e câncer). Em 1928, Heirolth definiu o termo Somatopsíquico para assinalar doenças em que o fator corporal modificava o estado psíquico.
No século vinte, o interesse pelos aspectos constitucionais, sociais e psicológicos de uma patologia foi relegado ao segundo plano, conseqüentemente, em parte, ao espetacular crescimento do conhecimento sobre a patologia celular e bacteriologia. A retomado do interesse pela abordagem psicossomática da medicina deu-se nas últimas décadas.
O termo Medicina Psicossomática universalizou-se e consagrou-se, embora a Organização Mundial de Saúde tenha recomendado que deveriam ser efetuados esforços no sentido de encarar a Medicina Psicossomática como, a maneira de que se deva exercer a Psiquiatria dentro do espaço médico e não reservar apenas a um número restrito de quadros a designação de psicossomático.
A postura psicossomática deriva-se da posição holística. O termo grego "holos" significa total e foi introduzido em medicina por Smuts em 1922. Este conceito tenta recuperar o que na antiga Grécia Hipócrates, Platão e Aristóteles consideravam a unidade indivisível do ser humano.
Desde a Grécia, passando pela Idade Média, até o século XVII, esta postura vai sendo deslocada pela dicotomia alma - corpo, em função de fatores principalmente de ordem religiosa. A dicotomia alcança seu ápice com Descartes que teve uma grande influência no pensamento médico. Descartes realizou uma distinção entre mente e corpo: "rés cogitans e rés extensa" . Esta postura, é a postura denominada dualista, e preconizava que a medicina deveria ocupar-se do corpo que era simplesmente uma máquina a ser entendida e conservada. Por estas épocas, a psicologia não existia como ciência, e seu terreno pertencia à filosofia e, esta era subscrita à religião.
Os importantes avanços da Biologia com Virchow, Pasteur e Koch contribuem também para o reducionismo biológico. Em 1859, Claude Bernard, fisiologista francês lança o conceito de, meio interno, e enfatiza que a estabilidade deste meio é condição essencial para a vida, sendo a doença um distúrbio de regulação de seus mecanismos estabilizadores.
Em 1929, Cannon, desenvolve o conceito de Homeostase, dando assim a base fisiológica para a concepção holística, pois segundo este conceito, universalmente aceito, mas nem sempre levado em consideração, em todas suas implicações: "todo e qualquer estímulo, incluindo psicossocial, que perturba o funcionamento do organismo, o perturba como um todo.
Em 1936, Selye, inicia a demonstração através de psicofisiologia, que o organismo quando exposto a um esforço desencadeado por uma agressão seja ela de qualquer tipo, apresenta a tendência de responder de forma uniforme e inespecífica, a diferentes agentes que ele chama de estressores. E, chamou de " stress", o conjunto de reações inespecíficas que o organismo desenvolve frente a situações que exigem um esforço de adaptação. O termo foi retirado da Física.
Em 1953, Cannon publica: " Bodily changes in pain, hunger, fear and rage". Esta obra enfatiza toda a importância da somatização das emoções.
Na atualidade, a Psicossomática, refere-se ao estudo da pessoa como ser histórico. Como, o homem que vivência o seu reumatismo e seus envolvimentos laborais, sociais, seu esquema corporal alterado, sua sexualidade perturbada, a mulher com sua infertilidade e a pressão social sobre sua gestação, o jovem com sua diabetes e que tem sua vida limitada por sucessivos fatores decorrentes de sua dieta, o hipertenso que não consegue aderir as suas pautas de tratamento, o impotente frente sua parceira sexual e sua ansiedade, etc.
Define-se classicamente por "psicossomático" todo distúrbio somático que comporta, em seu determinismo, um fator psicológico interveniente, não de modo contingente, como pode ocorrer em qualquer afecção, mas por uma contribuição essencial à gênese da doença (Jeammet, p. 205),
Segundo Grinker, "é uma abordagem que engloba, em sua totalidade, processos integrados de transações entre diversos sistemas: somático, psíquico, social e cultural" Se refere a um conceito de processos entre os sistemas vivos e sua elaboração social e cultural (Haynal, Pasini, 1983),
"Ainda mal entendido em sua caracterização a abordagem psicossomática não se trata de uma nova especialidade médica ou psicológica, mas de uma visão integrativa e enriquecedora do conhecimento profissional, além de constituir em paradigma de uma forma de pensar o ser humano e que privilegia a interação terapêutica profissional - cliente como meio facilitador da transição para a saúde"
"Em todo ser vivo, aquilo que designamos como partes constituintes forma um todo inseparável, que só pode ser estruturado em conjunto pois a parte não permite reconhecer o todo, nem o conjunto deve ser reconhecido nas partes" ( Goethe)
Proposta de visão menos dicotomizada do homem, ou seja, considera o homem como um todo: um ser dinâmico, que acontece num ambiente (natureza, sociedade, cultura
Estudo das relações mente - corpo, com ênfase na explicação psicológica da patologia somática, uma proposta de assistência integral e uma transcrição para a linguagem psicológica dos sintomas corporais
Nessas concepções clássicas de psicossomática (entendida como a influência dos fatores psíquicos nos distúrbios físicos) observamos que não é levado em conta dois aspectos: a influência dos distúrbios físicos no estado psicológico da pessoa e o papel do meio externo, particularmente o meio social. Com relação ao primeiro desses aspectos, passou-se a falar em doença somatopsíquica, invertendo o fluxo da influência.
Não há como negar a influência que estado de saúde do corpo tem sobre o psiquismo da pessoa. Alguém que nasce com defeito qualquer ( por exemplo uma doença do coração) certamente sofrerá efeitos psicológicos dessa situação. Desta forma, alguém, que sofra um infarto de miocárdio também sofrerá e muito, os reflexos emocionais e afetivos da doença. Nesse último caso, entretanto, houve influência recíproca, isto é, tanto houve influência do psiquismo na eclosão do infarto, como na ocorrência do infarto sobre o psiquismo.
Aceita essa interação recíproca, restaria ainda a questão: são mais influências de intensidade equivalente? A resposta mais lógica é: cada caso é um caso, haverá situações em que um fator prepondera sobre o outro. Ressalvadas as doenças congênitas e hereditárias, o fator psíquico prepondera, constituindo a gênese de quase todas, senão todas, as doenças adquiridas ao longo da vida. A aceitação dessa idéia, da psicogênese das doenças orgânicas, não exclui, no entanto, a influência recíproca do corpo sobre o psiquismo, embora subordinado a este.
Da mesma maneira, essa concepção não ignora o segundo aspecto a que fizemos referência acima: a influência do meio externo, principalmente social e cultural em que o indivíduo está inserido.
A integração no meio social e as relações que se consegue manter com outras pessoas são de fundamental importância para o bem estar físico e mental e para a saúde do ser humano. Desse modo a concepção mais recente e abrangente não fala mais em doença psicossomática ou somatopsíquica, mas sim em doença sócio somática, isto é, a saúde ou doença seria resultado da conjugação de fatores originados do corpo, da mente e da interação de ambos entre si e com o ambiente e o meio social.
2006-11-20 20:07:25
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answer #8
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answered by Su 6
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