Vcs viram a modelo que morreu de anorexia? O que acham dessas modelos que passam fome p/ emagrecer?

Answer 1

GENTE!!!

Anorexia é uma doença. Não é um regimezinho ou não comer por birra, ou por ignorância ou teimosia. Eu lutei 13 anos contra transtornos alimentares. Foram 6 de anorexia e 7 de bulimia, fora o período que as duas doenças se misturaram.

Tudo começa por falta de aceitação. No meu caso, achava q meus problemas familiares eram pq eu era gordinha, afinal, meu pai fazia um culto a magreza que era de lascar. Desde pequena ouvia que gordo não é feliz. Com 5 anos, minha mãe me trocou de escolinha e eu parei de comer. Fui para no hospital e o médico alertou meus pais que era fome e eu podia estar me escondendo nisso para não falar de outros problemas. Eu tinha 5 anos!!! Meus pais ignoraram o aviso, me encheram de mimos e tudo ficou bem. Com 12 anos eu era gordinha. Com 14, durante uma discussão em família, me disseram que eu nunca seria feliz porque era gorda. Resolvi fazer uma dieta da revista Capricho. Assim iniciou-se o inferno em minha vida.

Tu começas a dieta e sente fome pra caramba, claro, ainda mais dieta doida de revista. Para não ter fome, como sou gaúcha, tomava muito chimarrão. Tirava minha fome. Emagreci o que eu queria para estar no meu peso ideal. Parei a dieta e engordei de novo. Então decidi que deveria manter a dieta, com algumas excessões para festinhas e tal. Voltei a emagrecer. De tanto tomar chimarrão, chá, café sem açúcar e água para não sentir fome, comecei a não sentir mais fome. Me sentia o máximo, afinal, a familia dizia q eu era um nada por ser gordinha, agora estava emagrecendo e dominava meu cérebro, controlando a fome! Só o que não entendia era porque, mesmo no verão tórrido de Porto Alegre, eu morria de frio. As pessoas diziam que eu estava emagrecendo, mas eu fazia aquele gênero: que nada, são seus olhos... Eis que perdi o grande amor da minha vida, meu avô, com quem eu morava desde que tinha discutido com minha mãe. Não conseguia superar a morte dele, passava os dias chorando e bebendo água. Quando ficava tonta, tomava água com açúcar. Comecei a ficar doente: gripes que não curavam, uma pneumonia, amigdalites, infecções urinárias...

Ninguém da família notava nada. Até porque a "fracassada" aqui tinha completado o ensino médio, passado no vestibular para a Federal do RS, estudava Engenharia e ninguém acompanhava meus hábitos alimentares. Comeu? Sim, na faculdade... Comeu? Sim, em casa...

Para piorar tudo, voltei para casa de minha mãe, com muita briga, e parei a faculdade pq não estava gostando. Meu pai surtou, ficou um tempão sem falar comigo. era tratada como irresponsável e inconsequente... Cada vez que tinha essas discussões, eu comia alguma coisa... alguma coisa significava tudo o que eu via pela frente... eu tinha vontade de preencher o vazio que ficava por não ser compreendida na família e comia até passar mal... então vomitava, e tomava muito laxante.

Tive uma infecção renal feia, depois disso uma pneumonia, depois uma "gargantite", curava uma e vinha outra infecção. Uma colega da faculdade, pois a essa altura, mesmo com tudo, anorexia e brigas em casa, eu havia passado novamente no vestibular da Federal para Economia, reparou que eu não comia. Ela tinha aula comigo o dia todo e fazíamos estágio juntas de tarde. Com muito sacrifício, ela me convenceu a ir no médico para ver por que eu desmaiava tanto.

Obvio que era fome, hoje eu vejo isso. A médica me fez umas perguntas e eu ia respondendo... perguntou como eu me sentia, eu falei que a unica coisa que me fazia sentir mal era não conseguir emagrecer. Ela me olhou e perguntou se me achava gorda. Disse que sim. A balaça mostrou 38Kg em 1,56m. Ela me perguntou o que eu achava de consultar na psiquiatria e eu tive um ataque, estava me chamando de louca? Era cega, decerto, para não ver minhas banhas? Ela disse que perguntou pq achava q todo mundo devia fazer terapia, e me disse que achava que eu era diabética. Devia me internar para acompanhar minha glicemia.

Hoje eu queria reencontrá-la e agradecer por essa "mentira". Fui internada para ser realimentada. Estava muito debilitada, mas jamais aceitaria que tinha um problema psiquiátrico. Meu pai discutiu com os médicos, disse que era mentira, pediu a opinião de uns médicos amigos... todos confirmavam... anorexia e bulimia.

Todos menos eu. Saí do hospital indignada por ter engordado, não tomava os remédios anti-depressivos, faltava as consultas com o psiquiatra, mas na nutricionista eu ia sempre, com intuito de emagrecer. Eu não aceitava de jeito nenhum ter uma doença psiquiátrica!!! Absurdo!!! Eu tinha o controle de tudo, claro...

Nossa, os viciados todos falam assim. A gente vicia o cérebro a não sentir mais fome.Começaram os problemas mais sérios: fui extrair um siso e minha pressão despencou a ponto de terque ser reanimada na cadeira da dentista. Vi que a coisa tava feia, devia estar mesmo com alguma anemia, resolvi me alimentar melhor... quem disse que eu conseguia? Eu queria comer e não descia. Se descia, alguns minutos depois o vômito vinha automaticamente. Me desesperei, pq vi que não tinha controle nenhum sobre coisa nenhuma. Naquele dia, me abri com o psiquiatra. Fazia 2 anos que eu ia nas sessões e nada adiantava, pois eu não admitia. Eu tinha 23 anos, perdi minha adolescência tentando compensar falta de afeto e outros problemas na minha imagem.

Ah, a imagem. Eu dizia para o médico que, como economista e ex-estudante de engenharia, não fazia sentido um corpo com 41kg ser daquele tamanho no espelho. Eu o via grande, gordo e deformado. Como uma alucinação. Aí surgiu um outro problema: o SUS só presta assistencia gratuita para adolescentes com transtornos, e eu já tinha 23 e estava me tratando pq a médica era amiga do meu pai. Tive que sair. Passei por muitos médicos, melhorava um pouco, recuperava peso, aí brigava com o namorado e virava do avesso vomitando.

Aí encontrei um centro de tratamento multidisciplinar que fazia terapia a preços acessíveis. Foi qdo descobri que tinha osteoporose e um problema de tireóide. Fiz esse tratamento mas sempre q o dinheiro apertava, parava. Uma noite, após um recital de música erudita onde eu tinha cantado, perdi os sentidos em casa. Um amigo chamou meu pai e pela primeira vez, conversamos sobre a doença. Eu estava com 25 anos, e lá se foram os anos de juventude perdidos numa doença horrível.

Entrei em um grupo de trtamento que na verdade era de estudos, pois os médicos estavam fazendo especialização, mestrado, sei lá o que e usavam nossos prontuários para estudar. Descobri que todas as meninas com esse problema tem o mesmo perfil: bonitas, inteligentes, baixa auto estima, depressivas, problemas familiares... No orkut, encontrei muitas meninas em fase de cura com os mesmos medos e angústias.

Descobri que eu era uma das pacientes mais velhas do Brasil viva!!! Fiquei chocada. Assim, escrito no papel, anorexia e bulimia, eu era a mais velha viva... coisa horrível... o tratamento começou e entendi que eu aprendi a usar a comida como rota de fuga para minhas dores. Ou não comia para me punir, ou comia e vomitava por culpa. Descobri que os pensamentos acabam viciados, e temos que ter vigilância constate sobre eles. Qualquer frustração, meu cérebro vai procurar o caminho que conhece para não sentir dor... e eu tinha que fechar aquela porta. Fui convidada para ir a SP dar uma entrevist a Silvia Popovic sobre a anorexia e a bulimia, já que eu era uma raridade, tão "velha" e viva. Eu estava já com 27 anos.

No início desse ano, com recém completados 28 anos, recebi alta do ambulatório de transtornos, com a consciência que a doença é como um vulcão adormecido, está dentro de mim, e poderá retornar, se eu abrir a porta.

Contei tudo isso porque me dói ouvir as pessoas chamarem a Carolina Reston de ignorante, fútil, etc... Ela era doente. Não conseguiu apoio a tempo de se salvar. Eu podia ter morrido também... ou ter ficado como a Terry Schiavvo, a que teve seus aparelhos desligados pelo marido. Ela ficou vegetativa devido a um derrame em consequencia da bulimia.

Com relação a mãe da menina, eu acho que faltou informação a ela. Digo isso porque minha mãe, que é formada em pedagogia, ainda não sabe o que é anorexia e bulimia, e acha ainda que mesmo com tudo que passei, era uma bobagem, e na hora que ficasse feia a coisa eu me endireitava. Faltou informação para aquela mãe, coitada. Se ela soubesse algo sobre anorexia, teria feito como aquela médica lá no inicio fez comigo: dava um jeito de internar a Carolina para realimentá-la.

Gostaria que pensassem sobre o que escrevi, sobre tudo que passei, e deixar claro uma coisa: não faço parte do mundo da moda, nunca fiz e nunca nem sonhei com isso. Sou uma apaixonada por matemática que estuda música por hobbie, diria relativamente bem instruída, que não usa roupa curta e nem liga para modismos, quase riponga. Hoje sou casada, e vai fazer um ano que estou com alta.

Espero que sirva para todos tratarem como doença que é, e não capricho ou futilidade. Pode pegar de surpresa qualquer pessoa!

Answer 2

Cara Agnes, Você sente fome por duas razões: porque não come ou porque não come o necessário. Vou ignorar a primeira por óbvias razões, mas quanto a segunda: Seu corpo precisa de vários tipos de nutrientes então mesmo comendo muito você ainda sentirá fome e comerá mais, fazendo com que você engorde. -Solução? one million-Começe a comer refeições mais balanceadas, com verduras, proteinas, carboidratos. Coma 5-6 pequenas refeições por dia e não apenas 3grandes. 2- Beba mais água. 3- Faça exercícios. Fazendo tudo isso não existe motivos para você não emagrecer.

Answer 3

UM ABSURDO QUE AS MÃES NÃO VEJAM ISSO! ACHEI QUE A MAE DELA FOI SUPER NEGLIGENTE. DISSE QUE A MENINA NÃO QUERIA QUE ELA FORÇASSE ELA A COMER E ELA NÃO FORÇAVA. ISSO É DOENÇA E PRECISA SER TRATADA PRA NÃO CHEGAR A ESSE PONTO. NOS JORNAIS DE HOJE JÁ TEM OUTRO CASO DE MENINA QUE MORREU ASSIM. PAIS,FAÇAM ALGUMA COISA!!!!

Answer 4

será que vale a pena tanto sacrificio?
está certo que algumas delas ganham muito bem..
mas e a saúde? e o que vale o dinheiro se não tem saúde
para usufruir?

Answer 5

Acho que é falta de orientação, pois o objetivo, pelo visto, é profissional, mas não pode ser atingido da noite pro dia.
Como em tudo na vida, a gente tem que se informar, ver o melhor jeito de fazer as coisas, não tentar tomar atalhos.
Conheço pessoas que são novas, não tem saúde, porque não se informam, agem por conta própria, e não conhecem as consequências.
Concordo com a sugestão dada de as agências terem profissionais de nutrição, ou de saúde em geral.
Agora, acho que estes padrões de desfiles de moda, de ter modelos só magras, deveria ser revisto, pois está não é a realidade do consumidor. Deveriam incentivar o respeito aos diferentes tipos de corpo. Muitas vezes as mulheres tem influências genéticas, tornando impossível emagrecer, e nem por isso deixam de ficar bonitas, elegantes e na moda.
Acho que o padrão é um preconceito disfarçado.

Answer 6

Acho conseqüência da superimportância que se dá à forma física e a futilidades. Isso não é um problema apenas delas, e sim, da globalização, do consumismo e da máxima importância que se dá à forma, em detrimento da saúde. E a modelo não está só. Neste momento, milhares de pessoas estão agredindo seus corpos para "tentarem ser" parecidas com personagens que vêem na tv. Não só mulheres, mas homens tomando anabolizantes, mulheres malhando excessivamente, crianças comprando roupinhas dos Rebeldes e dançando músicas que enaltecem o sexo fácil. E o mundo culmina por tornar-se depressivo, pois as pessoas dificilmente conseguem chegar à perfeição de um corpo corrigido por fotoshop.

Answer 7

Ficam parecendo vacas magrelas.Não me agradam pois eu curto mesmo e uma (guldinha).

Answer 8

acho necessário maior acompanhamento pra essas meninas , pois algumas são crianças ainda e não sabem o que fazer pra conseguir a profissão

Answer 9

emagrecer passando fome nao é o melhor jeito..:)
faaça uma dieta saudável e sem deixar de comer o necessário para o seu dia-a-dia!

Answer 10

Ignorantes, fúteis e dispensáveis.