Não comemoro o Natal, mas respeito quem o faz, porque creio que cada um é sincero no que crê, ou pelo menos deveria. Mas vou dar meus motivos, à título de curiosidade:
A respeito da origem do Natal e do dia do nascimento de Cristo, observe os seguintes comentários de fontes religiosas e históricas:
“O Natal não se encontrava entre as primitivas festas da Igreja.” — The Catholic Encyclopedia (Enciclopédia Católica).
“A primeira menção da celebração do Natal ocorreu em 336 A.D., num primitivo calendário romano.” — The World Book Encyclopedia.
“A observância do Natal não foi divinamente instituída, nem se origina do N[ovo] T[estamento]. O dia do nascimento de Cristo não pode ser determinado pelo N. T., nem, deveras, por qualquer outra fonte. Os pais dos três primeiros séculos não falam de qualquer observância especial da natividade.” Cyclopedia of Biblical, Theological, and Ecclesiastical Literature (Ciclopédia de Literatura Bíblica Teológica e Eclesiástica), de McClintock e Strong.
“Embora isto pareça inexplicável, a data do nascimento de Cristo não é conhecida. Os Evangelhos não indicam nem o dia nem o mês.” — New Catholic Encyclopedia (Nova Enciclopédia Católica).
No livro Celebrations (Celebrações), de Robert J. Myers, lemos: “A narrativa bíblica do nascimento de Jesus não contém nenhum indício da data em que tal evento ocorreu. No entanto, o relato de Lucas [Lucas 2:8] de que os pastores ‘estavam no campo, cuidando de seus rebanhos à noite’ sugere que Jesus pode bem ter nascido no verão ou no início do outono [setentrionais]. Visto que dezembro é frio e chuvoso na Judéia, é provável que os pastores tivessem procurado abrigar seus rebanhos à noite.”
Em Daily Life in the Time of Jesus (A Vida Diária na Época de Jesus), de Henri Daniel-Rops, diz-se-nos de modo idêntico: “Os rebanhos . . . passavam o inverno abrigados; e somente à base disso já se pode depreender que é improvável que a data tradicional do Natal, no inverno [setentrional], esteja certa, visto que o Evangelho diz que os pastores estavam nos campos.”
The Encyclopedia Americana (Enciclopédia Americana) diz a respeito de 25 de dezembro: “Esta data não foi estabelecida no Ocidente senão por volta de meados do 4.° século, e, no Oriente, até cerca de um século depois.”
Qual, então, é a origem do Natal? Sobre isto, existe concordância geral. Declara a revista U.S. Catholic: “É impossível separar o Natal de suas origens pagãs.” E acrescenta: “A festa favorita dos romanos era a das saturnais, que começavam em 17 de dezembro e findavam com o ‘aniversário do sol invencível’ (Natalis solis invicti), em 25 de dezembro. Em algum tempo durante o segundo quarto do quarto século, autoridades entendidas da igreja de Roma decidiram que o 25 de dezembro seria um dia excelente para se celebrar o nascimento do ‘sol da justiça’. Nascia o Natal.”
A celebração pagã das saturnais se dava no solstício do inverno [hemisfério norte]. A palavra “solstício” provém de duas palavras latinas: sol (o nome de um deus-sol) e sistere (parar). O solstício do inverno é a ocasião em que as horas da luz do dia param de diminuir e, em vez disso, começam a alongar-se. Segundo o antigo calendário juliano, o dia do solstício do inverno setentrional era 25 de dezembro.
Assim, The World Book Encyclopedia declara: “Esta celebração [Natal] foi provavelmente influenciada pelas festas pagãs (não-cristãs) realizadas naquele tempo. Os antigos romanos realizavam celebrações de fim de ano em honra a Saturno, seu deus da colheita; e de Mitra [o deus-sol).” A New Catholic Encyclopedia diz: “Em 25 de dez. de 274, [o imperador romano] Aureliano tinha proclamado o deus-sol [Mitra] o principal padroeiro do império. . . O Natal originou-se numa época em que o culto ao sol era especialmente forte em Roma.” O livro Celebrations declara: “Os clérigos por fim trouxeram o . . . mundo das saturnais para a própria Igreja.” E a Encyclopedia Britannica comenta que 25 de dezembro era considerado “como a data do nascimento do. . . deus-sol] Mitra”.
Portanto, diante desses fatos, pela minha consciência, não comemoro o Natal. Na verdade, eu e minha família, junto com nossos amigos, fazemos regularmente reuniões festivas, trocamos presentes, e são ocasiões também muito felizes, porém, não temos datas específicas pra isso. Fazemos sempre que podemos. E quanto a fazer o bem ao próximo, deveria ser feito SEMPRE, não apenas uma vez por ano, ao meu ver. Todos os dias tem gente passando fome, ou frio, precisando de ajuda. Isso deveria ser um hábito em nossas vidas. Mas admiro muito aqueles que fazem um esforço a mais nessa época a fim de lembrar dos necessitados, é melhor do que ser indiferente e se banquetear, esquecendo que seu irmão padece.
Abraços e tudo de bom!! :)
2006-11-15 23:34:48
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answer #1
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answered by xx 4
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Quanto ao Natal, faço minhas as palavras do Poeta Maior Fernendo Pessoa:
NATAL
Nasce um deus. Outros morrem. A Verdade
Nem veio nem se foi: o Erro Mudou.
Temos agora uma outra Eternidade,
E era sempre melhor o que passou.
Cega, a Ciência a inútil gleba lavra.
Louca, a Fé vive o sonho do seu culto.
Um novo deus é só uma palavra,
Não procures nem creias: tudo é oculto.
2006-11-16 10:30:03
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answer #9
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answered by tubalcain1733 7
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