O SEGREDO sagrado de Deus foi revelado. (Revelação 10:7) O Reino de Jeová por seu Messias é agora uma dinâmica realidade. Já governa! Sua presença significa a ruína de Satanás e de seu descendente, e a gloriosa vitória do Descendente da organização celestial de Deus. O sétimo anjo, porém, não terminou de tocar a sua trombeta, porque tem muito mais a revelar para nós sobre o terceiro ai. (Revelação 11:14) Os sinais descritos nos capítulos 12 a 14 de Revelação nos ajudarão a ampliar nossa compreensão de tudo o que está envolvido nesse ai e em se levar a término o segredo sagrado de Deus.
2 João vê agora um grande sinal — um que é de extraordinário interesse para o povo de Deus. Apresenta uma emocionante visão profética, cujo significado foi pela primeira vez publicado no número de 1.° de março de 1925 de A Sentinela em inglês, num artigo intitulado “O Nascimento da Nação”, e então novamente em 1926, no livro Libertação. Este reluzente lampejo de entendimento bíblico tornou-se um marco histórico no progresso da obra de Jeová. Portanto, vejamos como João descreve o drama que começa a desenrolar-se: “E viu-se um grande sinal no céu, uma mulher vestida do sol e tendo a lua debaixo dos seus pés, e na sua cabeça havia uma coroa de doze estrelas, e ela estava grávida. E ela clama nas suas dores e na sua agonia de dar à luz.” — Revelação 12:1, 2.
3 Pela primeira vez, João vê uma mulher no céu. Naturalmente, ela não é uma mulher literal. Antes, ela é um sinal ou símbolo. (Revelação 1:1) O que simboliza? Nas profecias inspiradas, mulheres às vezes representam organizações ‘casadas’ com notáveis personagens. Nas Escrituras Hebraicas, Israel é chamado de esposa de Jeová Deus. (Jeremias 3:14) Nas Escrituras Gregas, a congregação de cristãos ungidos é chamada de noiva de Cristo. (Revelação 21:9-14) A mulher que João vê aqui também é casada com alguém, e ela está para dar à luz. Quem é seu marido? Pois bem, mais tarde, seu filho é “arrebatado para Deus e para o seu trono”. (Revelação 12:5) Jeová reivindica assim o filho como seu. Portanto, a mulher que João vê deve ser a esposa simbólica de Jeová.
4 Cerca de oito séculos antes, Jeová se dirigiu a esta esposa simbólica, dizendo: “Todos os teus filhos serão pessoas ensinadas por Jeová.” (Isaías 54:5, 13) Jesus citou esta profecia e mostrou que esses filhos eram seus seguidores fiéis, os quais mais tarde constituíram a congregação de cristãos ungidos. (João 6:44, 45) Portanto, os membros desta congregação, chamados de filhos de Deus, são também filhos da esposa simbólica de Deus. (Romanos 8:14) O apóstolo Paulo acrescenta a última informação ao dizer: “A Jerusalém de cima é livre, e ela é a nossa mãe.” (Gálatas 4:26) A “mulher” vista por João, portanto, é a “Jerusalém de cima”.
5 No entanto, o que exatamente é a Jerusalém de cima? Visto que Paulo falou dela como “de cima”, e João a vê no céu, é evidente que ela não é uma cidade terrestre; tampouco é a mesma coisa que a “Nova Jerusalém”, visto que esta organização é a noiva de Cristo, não a esposa de Jeová. (Revelação 21:2) Note que ela está coroada com 12 estrelas. O número 12 é associado com inteireza no que se refere a organização. Portanto, estas 12 estrelas parecem indicar que ela é um arranjo organizacional no céu, assim como a antiga Jerusalém era na terra. A Jerusalém de cima é a organização universal de Jeová, de criaturas espirituais, que atua como sua esposa, tanto em servi-lo como em produzir descendentes.
6 João vê esta mulher vestida do sol e tendo a lua debaixo dos pés. Quando acrescentamos a isso a coroa de estrelas, ela está completamente cercada de luzes celestiais. O favor de Deus brilha sobre ela dia e noite. Que símbolo apropriado da magnificente organização celestial de Jeová! Ela está também grávida, tendo dores de parto. Seus clamores por ajuda divina mostram que chegou o tempo de ela dar à luz. Na Bíblia, dores de parto freqüentemente simbolizam o trabalho árduo necessário para produzir um importante resultado. (Veja Salmo 90:2; Provérbios 25:23; Isaías 66:7, 8.) Sem dúvida, dores de parto desta espécie foram sentidas quando a organização celestial de Jeová se preparava para este nascimento histórico.
Um Grande Dragão Cor de Fogo
7 O que observa João a seguir? “E viu-se outro sinal no céu, e eis um grande dragão cor de fogo, com sete cabeças e dez chifres, e nas suas cabeças sete diademas; e a sua cauda arrasta um terço das estrelas do céu, e as lançou para baixo à terra. E o dragão ficou parado diante da mulher, que estava para dar à luz, para que, quando desse à luz, pudesse devorar-lhe o filho.” — Revelação 12:3, 4.
8 Este dragão é Satanás, “a serpente original”. (Revelação 12:9; Gênesis 3:15) Ele é um feroz destruidor — um dragão, ou devorador, de sete cabeças, capaz de tragar a sua presa por inteiro. Quão estranha é a sua aparência! Aquelas sete cabeças e dez chifres indicam que ele é o arquiteto da fera política descrita mais adiante, no capítulo 13 de Revelação. Esta fera também tem sete cabeças e dez chifres. Visto que Satanás tem um diadema em cada cabeça — sete ao todo — podemos estar certos de que as potências mundiais representadas por aquela fera têm estado sob o seu domínio. (João 16:11) Os dez chifres são símbolo apropriado da totalidade de poder que ele tem exercido neste mundo.
9 O dragão tem também autoridade no domínio espiritual. Com a sua cauda ele ‘arrasta um terço das estrelas do céu’. Estrelas podem representar anjos. (Jó 38:7) A menção de “um terço” enfatiza que um número considerável de anjos foram desencaminhados por Satanás. Uma vez que estes vieram a estar sob o controle dele, não havia mais escapatória para eles. Não podiam mais voltar para a organização santa de Deus. Tornaram-se demônios, como que arrastados por Satanás, seu rei ou governante. (Mateus 12:24) Satanás também os lançou para baixo à terra. Isto, sem dúvida, se refere aos dias de Noé, antes do Dilúvio, quando Satanás induziu desobedientes filhos de Deus a descer à terra e a coabitar com as filhas dos homens. Como castigo, esses “anjos que pecaram” foram lançados por Deus numa condição carcerária chamada Tártaro. — Gênesis 6:4; 2 Pedro 2:4; Judas 6.
10 De modo que passaram a evidenciar-se claramente duas organizações opostas — a organização celestial de Jeová, retratada pela mulher, e a organização demoníaca de Satanás, que desafia a soberania de Deus. A grande questão da soberania tem de ser decidida. Mas como? Satanás, ainda arrastando consigo os demônios, é como uma fera malvada à espreita duma vítima em potencial. Ele aguarda que a mulher dê à luz. Quer devorar esse bebê esperado, porque sabe que este constitui uma grande ameaça para a continuação da sua existência e da do mundo sobre o qual exerce domínio. — João 14:30.
Um Filho, um Varão
11 O tempo designado de as nações governarem sem ser interrompidas por Deus acabou em 1914. (Lucas 21:24) Daí, bem em tempo, a mulher dá à luz seu filho: “E ela deu à luz um filho, um varão, que há de pastorear todas as nações com vara de ferro. E o filho dela foi arrebatado para Deus e para o seu trono. E a mulher fugiu para o ermo, onde ela tem um lugar preparado por Deus, para que a alimentem ali por mil duzentos e sessenta dias.” (Revelação 12:5, 6) O bebê é “um filho, um varão”. Por que usa João esta expressão dupla? Faz isso para mostrar que o filho é apropriado e competente para governar as nações com poder adequado. Isso enfatiza também quão momentosa e alegre é a ocasião deste nascimento! Desempenha um papel-chave em levar a término o segredo sagrado de Deus. Ora, este filho varão irá até mesmo “pastorear todas as nações com vara de ferro”!
12 Parece-lhe esta expressão familiar? Sim, Jeová prometera profeticamente a respeito de Jesus: “Tu as quebrantarás com um cetro de ferro, espatifá-las-ás como se fossem um vaso de oleiro.” (Salmo 2:9) Também se profetizou a respeito dele: “Jeová enviará de Sião o bastão da tua força, dizendo: ‘Subjuga no meio dos teus inimigos.’” (Salmo 110:2) Portanto, o nascimento visto por João envolve de perto a Jesus Cristo. Não, não se refere a Jesus nascer duma virgem, lá antes do primeiro século da nossa Era Comum; tampouco se refere a Jesus ser ressuscitado, novamente para a vida espiritual, em 33 EC. Além disso, não se trata de transmigração. Antes, é o nascimento do Reino de Deus como realidade, em 1914, com Jesus — já no céu por cerca de 19 séculos — agora entronizado como Rei. — Revelação 12:10.
13 Jeová nunca permitiria que Satanás devorasse Sua esposa ou Seu filho recém-nascido! Ao nascer, o filho varão é “arrebatado para Deus e para o seu trono”. Passa assim a estar totalmente sob a proteção de Jeová, o qual assume os mais plenos cuidados por este Reino recém-nascido, Seu instrumento para santificar o Seu santo nome. Ao mesmo tempo, a mulher foge para um lugar que Deus preparara para ela no ermo. Mais adiante teremos outros pormenores sobre isso! Quanto a Satanás, o cenário está agora pronto para um momentoso evento, que lhe tornará totalmente impossível ameaçar de novo o Reino no céu. Qual é este evento?
Guerra no Céu!
14 João nos informa: “E irrompeu uma guerra no céu: Miguel e os seus anjos batalhavam com o dragão, e o dragão e os seus anjos batalhavam, mas ele não prevaleceu, nem se achou mais lugar para eles no céu. Assim foi lançado para baixo o grande dragão, a serpente original, o chamado Diabo e Satanás, que está desencaminhando toda a terra habitada; ele foi lançado para baixo, à terra, e os seus anjos foram lançados para baixo junto com ele.” (Revelação 12:7-9) Assim, como desenvolvimento dramático em levar a término do segredo sagrado de Deus, Satanás é expulso, lançado fora do céu, e seus demônios são lançados junto com ele para baixo à terra. Aquele que tem desencaminhado toda a terra habitada a ponto de ter-se tornado deus dela fica finalmente restrito à vizinhança deste planeta, no qual começou a sua rebelião. — 2 Coríntios 4:3, 4.
15 Quem realiza esta grande vitória em nome de Jeová? A Bíblia diz que é Miguel e os seus anjos. Mas quem é Miguel? O nome “Miguel” significa “Quem É Semelhante a Deus?”. Portanto, Miguel deve estar interessado em vindicar a soberania de Jeová por provar que não há ninguém semelhante a Ele. Em Judas, versículo 9, ele é chamado de “Miguel, o arcanjo”. É interessante que o título “arcanjo” é usado em outra parte da Bíblia com referência apenas a uma pessoa: Jesus Cristo. Paulo diz a seu respeito: “O próprio Senhor descerá do céu com uma chamada dominante, com voz de arcanjo e com a trombeta de Deus.” (1 Tessalonicenses 4:16) O título “arcanjo” significa “principal dos anjos”. De modo que não surpreende que Revelação fale de “Miguel e os seus anjos”. Outros lugares em que a Bíblia menciona anjos sujeitos a um servo justo de Deus referem-se a Jesus. De modo que Paulo fala da “revelação do Senhor Jesus desde o céu, com os seus anjos poderosos”. — 2 Tessalonicenses 1:7; veja também Mateus 24:30, 31; 25:31.
16 Estes e outros textos nos levam à inescapável conclusão de que Miguel não é senão o Senhor Jesus Cristo na sua posição celestial. Agora, no dia do Senhor, ele não mais diz a Satanás apenas: “Jeová te censure.” Visto que este é um tempo de julgamento, Jesus, como Miguel, lança o iníquo Satanás e seus anjos demoníacos do céu para baixo. (Judas 9; Revelação 1:10) É bem apropriado que seja Ele quem faz isso, visto que Ele é o Rei recém-empossado. Jesus é também o Descendente, prometido lá no Éden, que finalmente esmiuçará a cabeça daquela serpente original, acabando assim com ela para sempre. (Gênesis 3:15) Ao lançar Satanás do céu, Jesus avança para este esmiuçamento final.
“Regozijai-vos, ó Céus”
17 João relata uma alegre reação celestial a esta estupenda queda de Satanás: “E ouvi uma voz alta no céu dizer: ‘Agora se realizou a salvação, e o poder, e o reino de nosso Deus, e a autoridade do seu Cristo, porque foi lançado para baixo o acusador dos nossos irmãos, o qual os acusa dia e noite perante o nosso Deus! E eles o venceram por causa do sangue do Cordeiro e por causa da palavra do seu testemunho, e não amaram as suas almas, nem mesmo ao encararem a morte. Por esta razão, regozijai-vos, ó céus, e vós os que neles residis!’” — Revelação 12:10-12a.
18 A voz alta de quem ouve João? A Bíblia não informa sobre isso. Mas um brado similar, relatado em Revelação 11:17, foi dado pelos ressuscitados 24 anciãos nas suas posições celestiais, onde podem agora representar os 144.000 santos. (Revelação 11:18) E visto que os perseguidos servos ungidos de Deus, ainda na terra, são aqui chamados de “nossos irmãos”, é bem provável que esta declaração proceda da mesma fonte. Sem dúvida, esses fiéis podem juntar a sua voz, visto que a sua ressurreição se seguiria logo depois de Satanás e suas hostes demoníacas terem sido expulsos do céu.
19 O término do segredo sagrado de Deus exige que Jesus assuma a autoridade no Reino de Jeová. Assim se abre caminho para Deus executar seu grandioso propósito de libertar a humanidade fiel. Jesus traz a salvação não só aos seus discípulos tementes a Deus, agora na terra, mas também aos inúmeros milhões de mortos que estão na memória de Deus. (Lucas 21:27, 28) Ser Satanás chamado de “acusador dos nossos irmãos” mostra que, embora as acusações dele contra Jó fossem provadas falsas, ele continuou a questionar a integridade dos servos terrestres de Deus. Evidentemente, repetiu em muitas ocasiões a acusação de que o homem daria tudo em troca da sua alma. Quão miseravelmente Satanás fracassou! — Jó 1:9-11; 2:4, 5.
20 Os cristãos ungidos, considerados justos “por causa do sangue do Cordeiro”, continuam a dar testemunho de Deus e de Jesus Cristo, apesar de perseguições. Já por mais de cem anos, os desta classe de João têm salientado as grandes questões envolvidas no fim dos Tempos dos Gentios em 1914. (Lucas 21:24, Almeida) E os da grande multidão servem agora lealmente ao seu lado. Nenhum deles é ‘temeroso dos que matam o corpo, mas não podem matar a alma’, conforme experiências da vida real das Testemunhas de Jeová têm demonstrado vez após vez, neste século 20. Por palavra e por conduta cristã correta, eles venceram Satanás, provando constantemente que este é mentiroso. (Mateus 10:28; Provérbios 27:11; Revelação 7:9) Ao serem ressuscitados para o céu, quão felizes devem sentir-se os cristãos ungidos, visto que Satanás não mais está lá em cima para acusar seus irmãos! De fato, é ocasião para toda a hoste angélica responder alegremente à chamada: “Regozijai-vos, ó céus, e vós os que neles residis!”
Um Ai Rival!
21 Agastado com o terceiro ai, Satanás está agora determinado a afligir a humanidade com o seu próprio tipo de ai. Este é: “Ai da terra e do mar, porque desceu a vós o Diabo, tendo grande ira, sabendo que ele tem um curto período de tempo.” (Revelação 12:12b) A expulsão de Satanás do céu deveras significa ai para a terra literal, que está sendo arruinada por humanos egoístas sob o controle dele. (Deuteronômio 32:5) Ainda mais, a política de Satanás, de ‘governar ou arruinar’, traz ai à terra simbólica, a estrutura da sociedade humana, bem como ao mar simbólico, a massa turbulenta da própria humanidade. Durante as duas guerras mundiais, a fúria de Satanás se refletiu na fúria das nações sujeitas a ele, e explosões similares de furor demoníaco continuam até o dia de hoje — embora não mais por muito tempo! (Marcos 13:7, 8) Mas, terríveis como sejam os métodos do Diabo, nunca chegarão perto do efeito desastroso que o terceiro ai — a ação do Reino de Deus — terá sobre a organização visível de Satanás!
22 Desde a expulsão catastrófica de Satanás, os irmãos de Cristo ainda na terra têm suportado o grosso da fúria dele. João relata: “Ora, quando o dragão se viu lançado à terra, perseguiu a mulher que dera à luz o filho varão. Mas, deram-se à mulher as duas asas da grande águia, para que voasse ao ermo, para o seu lugar; ali é que ela é alimentada por um tempo, e tempos, e metade de um tempo, longe da face da serpente.” — Revelação 12:13, 14.
23 Neste ponto, a visão prossegue com a idéia expressa no versículo 6 , o qual diz que, depois do nascimento do seu filho, a mulher foge para o ermo, para longe do dragão. Talvez nos perguntemos como é que o dragão pode perseguir a mulher, visto que ela está no céu e agora o dragão já foi lançado para baixo à terra. Pois bem, lembre-se de que a mulher tem filhos aqui na terra, sua semente. Mais adiante nesta visão, somos informados de que Satanás expressa seu furor contra a mulher por perseguir a semente dela. (Revelação 12:17) O que acontece com a semente da mulher aqui na terra pode ser considerado como acontecendo à própria mulher. (Veja Mateus 25:40.) E o crescente número de companheiros da semente, aqui na terra, também sofreriam essas perseguições.
Uma Nova Nação
24 Enquanto se travava a Primeira Guerra Mundial, os irmãos de Jesus continuaram fielmente com o seu testemunho à medida do possível. Fizeram isso em face de oposição intensificada de Satanás e de seus ferozes asseclas. Por fim, o testemunho público dos Estudantes da Bíblia foi praticamente interrompido. (Revelação 11:7-10) Isto se deu quando passaram por uma experiência bastante similar à dos israelitas no Egito, que também perseveraram sob grande opressão. Foi então que Jeová os levou depressa, como que sobre asas de águias, à segurança no deserto de Sinai. (Êxodo 19:1-4) Do mesmo modo, depois da amarga perseguição de 1918-19, Jeová libertou suas testemunhas, representativas de sua mulher, para uma situação espiritual que para elas era tão segura como o deserto foi para os israelitas. Isto se deu em resposta às orações delas. — Veja Salmo 55:6-9.
25 No ermo, Jeová constituiu os israelitas em nação, fazendo provisões espirituais e físicas para eles. De maneira similar, a partir de 1919, Jeová constituiu a semente da mulher em nação espiritual. Esta não deve ser confundida com o Reino messiânico que tem governado desde os céus a partir de 1914. Antes, esta nova nação compõe-se do restante das testemunhas ungidas na terra, as quais em 1919 foram levadas a um glorioso estado espiritual. Sendo então providas com “a sua medida de mantimentos no tempo devido”, elas estavam fortalecidas para a obra que as aguardava. — Lucas 12:42; Isaías 66:8.
26 Quanto tempo durou este alívio para a semente da mulher de Deus? Revelação 12:6 diz que foi por 1.260 dias. Revelação 12:14 chama este período de um tempo, tempos e metade de um tempo; em outras palavras, três tempos e meio. De fato, ambas as expressões representam três anos e meio, estendendo-se, no Hemisfério Norte, da primavera de 1919 ao outono de 1922. Foi um período de recuperação e de reorganização animadoras para os da classe restaurada de João.
27 O dragão não desistiu! “E a serpente expeliu da sua boca água como um rio atrás da mulher, para que se afogasse no rio.” (Revelação 12:15) O que se quer dizer com “água como um rio”, ou “torrentes de água”? (Huberto Rohden) O antigo Rei Davi chamava os homens iníquos que se lhe opunham de “enxurradas de homens imprestáveis” [“torrentes dos inúteis”, Young]. (Salmo 18:4, 5, 16, 17) O que Satanás lança agora é também uma perseguição por “homens imprestáveis” ou inúteis. Depois de 1922, Satanás expeliu uma onda de perseguição contra as Testemunhas. (Mateus 24:9-13) Esta passou a incluir violência física, ‘forjar a desgraça por meio de decreto’, encarceramentos e até mesmo execuções por enforcamento, fuzilamento e decapitação. (Salmo 94:20) O vil Satanás, não tendo mais acesso direto à mulher celestial de Deus, empenhava-se furiosamente a atacar os da sua semente remanescente na terra e a destruí-los, quer diretamente, quer por fazê-los perder o favor de Deus por violarem sua integridade. Mas a determinação deles mostrou ser igual à de Jó: “Até eu expirar não removerei de mim a minha integridade!” — Jó 27:5.
28 Esta feroz onda de perseguição atingiu um auge durante a Segunda Guerra Mundial. Na Europa, umas dez mil Testemunhas foram encarceradas em campos de concentração nazistas, e milhares delas morreram. Sob os comandantes militares que governavam a Coréia, Formosa, a Itália e o Japão, Testemunhas fiéis sofreram um similar tratamento cruel. Até mesmo nos chamados países democráticos, as Testemunhas foram atacadas por grupos de Ação Católica, foram cobertas de alcatrão e penas, e expulsas de cidades. Assembléias cristãs foram dissolvidas à força, e filhos de Testemunhas foram expulsos da escola.
29 O alívio veio duma fonte inesperada: “Mas a terra veio em ajuda da mulher, e a terra abriu a sua boca e tragou o rio que o dragão lançou da sua boca. E o dragão ficou furioso com a mulher e foi travar guerra com os remanescentes da sua semente, que observam os mandamentos de Deus e têm a obra de dar testemunho de Jesus.” (Revelação 12:16, 17) “A terra” — elementos dentro do próprio sistema de coisas de Satanás — começou a tragar “o rio” ou a ‘enxurrada’. Nos anos 40, as Testemunhas obtiveram uma série de decisões favoráveis na Corte Suprema dos Estados Unidos, e de poderes governantes em alguns outros países, as quais defendiam a liberdade de adoração. Por fim, as nações aliadas tragaram o rolo compressor nazifascista, para o alívio das Testemunhas que haviam sofrido sob ditaduras cruéis. As perseguições não pararam totalmente, porque a fúria do dragão tem continuado até hoje, e ele prossegue com a guerra contra aqueles que “têm a obra de dar testemunho de Jesus”. Em muitas terras, Testemunhas leais ainda estão na prisão, e algumas ainda morrem por causa da sua integridade. Mas, em algumas dessas terras, as autoridades de vez em quando afrouxam a pressão, e as Testemunhas usufruem uma medida maior de liberdade. Assim, em cumprimento da profecia, a terra continua a tragar o rio de perseguição.
30 Assim, a terra proveu alívio suficiente para permitir que a obra de Deus se espalhasse a mais de 200 terras e produzisse mais de três milhões de fiéis pregadores das boas novas. Junto com os remanescentes da semente da mulher há uma grande multidão internacional de novos crentes observando os mandamentos de Deus quanto a manter-se separados do mundo, moralmente limpos, e amar os irmãos, e eles dão testemunho do Reino messiânico. Sua integridade responde ao desafio vituperante de Satanás, e pressagia o fim de Satanás e de seu sistema de coisas. — Provérbios 27:11.
2006-11-15 07:07:26
·
answer #10
·
answered by ? 3
·
0⤊
3⤋