English Deutsch Français Italiano Español Português 繁體中文 Bahasa Indonesia Tiếng Việt ภาษาไทย
Todas as categorias

preciso o mais rápido possível de artigos cientificos sobre essa questão? por favor me ajudem. desde j´valeu!

2006-11-12 06:59:28 · 3 respostas · perguntado por vetelapoja 3 em Saúde Doenças e Patologias Outras - Doenças

3 respostas

No artigo 1º da Declaração dos Direitos das Pessoas Deficientes, aprovada pela Assembléia Geral da ONU (09 de dezembro de 1975), a pessoa portadora de deficiência é definida como qualquer pessoa incapaz de assegurar por si mesma, total ou parcialmente, as necessidades de uma vida individual ou social normal, em decorrência de uma deficiência congênita ou não, em suas capacidades físicas e/ou mentais.

Considerando essa definição, constata-se a existência da possibilidade de muitas pessoas portadoras de limitações, em maior ou menor grau, como: miopia, diabetes, hipertensão, obesidade, subnutrição etc., poderem ser consideradas "deficientes". No entanto, verifica-se que pessoas com limitações em menor grau são consideradas "normais", pois apresentam pequenas alterações no seu cotidiano. Já, aquelas que possuem limitações em maior grau ou aparência considerada diferenciada, com necessidade de aparelhos e/ou adaptações arquitetônicas para se comunicar ou se locomover, são classificadas como "deficientes", pois estão fora dos padrões de normalidade estabelecidos pela sociedade e, por isso, vêem-se com dificuldades de viver de maneira independente (Ribas, 1994 e Silva, 1988).

Este contexto contribui para que as pessoas portadoras de deficiência física vejam os seus potenciais sendo desconsiderados e se sintam "rotuladas" como incapazes o que pode gerar sentimentos negativos e afetar o bem estar psicológico.

Considerando esta realidade, parece ser necessário estudar as relações sociais na determinação dos comportamentos de pessoas portadoras de deficiência, pois estes podem manifestar alterações emocionais e, a partir disso, verificar possibilidades de contribuir para uma adequada adaptação ao contexto social com vistas a uma melhor qualidade de vida.

Nesse sentido, os estudos sobre os comportamentos gerados pela prática de atividade física vêm se constituindo como uma abordagem científica desta situação-problema (Costa e Duarte, 2002; Costa e Duarte, 2001; Mello, Seabra, Silva e Tufik, 1996; Oliveira e Casal, 2001). Estas pesquisas têm indicado a atividade física, nos seus variados tipos de manifestação (dança, esporte, ginástica, jogo e luta), como meio de vivenciar sensações de bem estar geral e, contribuindo para a diminuição da ansiedade e depressão com melhorias das funções cognitivas, autoconceito, auto-imagem, auto-estima e autoconfiança do portador de deficiência.

Assumir este olhar significa compreender o comportamento, observado na manifestação das experiências motoras, como expressão da dinâmica intrínseca do organismo humano e inferir sobre sua contribuição na organização da auto-imagem (Coelho, Gouveia, Formiga, Meira e Milfont, 2000), imagem corporal (Van kolck, 1987) e autoconceito (Tamayo, Campos, Matos, Mendes, Santos e Carvalho, 2001).

Considerando o exposto, verifica-se que a área Educação Física tem a possibilidade de estimular a formação da imagem corporal favorecendo os sentimentos de auto-aceitação e autoconfiança, os quais poderão se constituir em estímulos para as pessoas portadoras de deficiência desenvolverem suas habilidades e talentos, com isso diminuindo as limitações impostas pela deficiência física e aumentando as possibilidades de construir uma auto-imagem positiva.

Posto isto, o objetivo desta pesquisa foi estudar a influência da prática da natação na percepção da auto-imagem de pessoas portadoras de deficiência física e comparar se diferentes níveis de treinamento interferem nesta percepção.


A construção da auto-imagem e o portador de deficiência

Coelho et. al. (2000) entendem a auto-imagem como uma constelação de pensamentos, sentimentos e ações relativas aos relacionamentos entre pessoas e do self como diferente dos outros. Ela é constituída pelo self independente (enfatizando qualidades internas, pensamentos e sentimentos para expressar a si mesmo aos demais) e self interdependente (enfatizando os feitos públicos e externos para se relacionar com o meio social).

Os autores afirmam que o tema auto-imagem se constitui como um dos aspectos mais centrais da relação indivíduo-sociedade e, embora tenha surgido no meio das pesquisas trans-culturais foi reconhecido como um construto que diz respeito ao indivíduo ao invés da cultura.

Van kolck (1987) entende essa percepção individual como imagem corporal. Para a autora, a imagem corporal é como cada pessoa elabora a imagem de seu próprio corpo acentuando ou modificando as diferentes partes em função dos mecanismos de sua personalidade e de todas as suas vivências, passadas e presentes. A imagem corporal não é apenas consciente, ela é construída tomando em grande parte a referência do corpo de outras pessoas predominando, em geral, os elementos visuais. Porém, a imagem dos outros não está ligada somente à sua aparência física, mas principalmente à qualidade de nosso relacionamento com eles.

Tamayo et. al. (2001) indicam que o processo do indivíduo organizar suas experiências, reais ou imaginárias, controlar o processo informativo relacionado consigo mesmo e desempenhar a função de auto-regulação deve ser denominado de autoconceito, o qual é constituído pelos componentes avaliativo (auto-estima), cognitivo (percepção dos traços, características e habilidades) e comportamental (estratégias de auto-apresentação), todos influenciados pela cultura.

Portanto, compreende-se que os conceitos de auto-imagem, imagem corporal e autoconceito são indicadores de um autoconhecimento, o qual é construído com base no relacionamento consigo mesmo e com os outros.

Schilder (conforme citado por Penna, 1990) demonstrou essa relação entre a pessoa e o meio social na formação da imagem corporal por volta de 1950, quando ressaltou que um indivíduo ao perceber um objeto não é somente um agente perceptivo, mas sim uma personalidade que se comunica com o meio. Por esse motivo, o termo imagem corporal passou a representar o conhecimento que o ser humano possui acerca da relação de seu corpo com o mundo. O autor definiu a imagem corporal como a figuração do nosso corpo formada em nossa mente, ou seja, o modo pelo qual o corpo se apresenta para nós e considerou que a imagem corporal é constituída por três estruturas: a fisiológica, a libidinal e a sociológica, todas interagindo o tempo todo. (grifo do autor)

A estrutura fisiológica compreende estudos sobre a ação humana que se apóiam no funcionamento orgânico para a formação da imagem corporal, sendo elas: plano antecipatório, controle do ato motor, sistemas de preservação da postura e locomoção (Penna, 1990).

A autora cita que os estudos sobre o plano antecipatório indicam que a ação humana contém um objetivo final e elabora antecipadamente as ações parciais, as quais são enviadas aos canais nervosos e junções neuro-musculares para a realização do ato motor total. O controle do ato motor estuda o papel dos fusos musculares, compreendendo as estruturas intrafusais e os órgãos tendinosos de Golgi no controle do movimento em diferentes níveis: cortical, subcortical e medular, por meio de uma facilitação, um reforçamento ou inibição da contração muscular. A ação motora é apresentada em dois sistemas: o de preservação da postura e o de locomoção. O primeiro vem representar os movimentos que são responsáveis pela manutenção da postura ereta e o segundo compreende os movimentos do corpo responsáveis pela locomoção. A ação realizada em torno destes dois sistemas se dá pela locomoção rompendo a postura ereta e exigindo novo movimento em busca do equilíbrio.

Por meio destes estudos pode-se compreender a unidade fisiológica entre percepção e ação, na definição de percepção de Schilder (conforme citado por Penna, 1990), como sendo um processo no qual a pessoa se envolve por inteiro, e cada movimento humano é visto como linguagem do corpo revelando aspectos da vida interior do sujeito. (grifo do autor)

A estrutura libidinal contribui para a formação da imagem corporal enfatizando sobremaneira o corpo vivenciado ao corpo biológico dando destaque aos aspectos relativos aos desejos e prazeres presentes nas relações interpessoais. Por meio dela a imagem corporal se altera a todo o momento, quer seja pela incorporação de partes do corpo de outras pessoas como: gestos, atitudes e posturas ou pela percepção do contexto, o qual gera alterações de acordo com a ocasião ou necessidade fazendo a libido destacar partes do corpo (quantum de energia mobilizado por um desejo). "O modo como uma pessoa sente e vive o mundo à sua volta dependerá em grande parte, de como ela se considere 'forte', 'bonita', 'flexível', 'alta' e estas avaliações são aprendidas através do contato com outros corpos" (Penna, 1990, p.171).

Isto vem demonstrar que a imagem corporal consiste em um processo dinâmico se modificando de acordo com os valores socioculturais, sofrendo alterações a todo o momento fato que comprova não existir a percepção de objetos exteriores sem uma referência corporal e não haver percepção do corpo como objeto sem uma referência ambiental.

Considerando esta relação da percepção do corpo com o ambiente surge a importância de estudar o ser humano dentro de seu contexto cultural, pois a experiência corporal se desenvolve em contato com a realidade externa, o que reforça a necessidade de conhecer a dinâmica relação entre as estruturas: fisiológica, libidinal e sociológica.

Verifica-se, portanto, que o ser humano constrói sua imagem corporal na relação com o mundo vivido e essa percepção não ocorre sempre da mesma maneira, isto é, se alterar a percepção, negativa ou positivamente, alterará sua auto-imagem (Almeida, Loureiro e Santos, 2002; Cometti, Camin, Tomé, Catão e Duarte, 2000; Fernandez e Loureiro, 1990; Penna, 1990; Van Kolck, 1987). Especificamente, no caso do portador de deficiência física, pela sua diferença corporal ser, em geral, significativa, essa percepção pode gerar desequilíbrios emocionais gerando sentimentos negativos, contribuindo para uma baixa auto-imagem. Duarte (2001) entende que para a pessoa portadora de deficiência conseguir manter um equilíbrio emocional positivo é necessário um constante processo de adaptação da capacidade de resolver problemas atendendo as demandas exigidas pela vida cotidiana, fato que pode colaborar para a construção de sua auto-imagem. Este processo é fundamental para a pessoa portadora de deficiência não gerar ansiedade, medo ou outro sentimento em demasia e, com isso, não desestruturar seu autoconceito. Além desses fatores, há influência na integração social fato que não depende somente de melhorias nas condições estruturais como: locais acessíveis, aumento de meios de transportes adaptados, atendimento médico etc.

Na tentativa de explicitar algumas situações de dificuldades enfrentadas pelas pessoas portadoras de deficiência Amaral (2001) identificou cinco fases no convívio de pessoas "normais" com pessoas portadoras de deficiências: A primeira delas, "generalização indevida", é quando um deficiente físico é tido também como deficiente mental e suas eficiências são ignoradas; A segunda é nomeada como "coisificação", seria a pessoa "normal" decidir pelo deficiente, ignorando sua capacidade de entendimento; A terceira seria a "infantilização", ou seja, ver o deficiente como criança, mesmo sendo um adulto; A "ideologia da força de vontade ou culpabilização da vítima" seria a quarta. Nela se culpa o deficiente pelo caso de insucesso em alguma atividade e, por fim a "busca desmesurada de compensação" é querer compensar a deficiência impondo metas que podem ser irreais na situação.

A autora apresenta algumas atitudes que, em geral, são observadas em pessoas portadoras de deficiência no processo de adequação ao contexto vivido, são elas: "compensação desmesurada", ou seja, querer compensar a deficiência se dedicando excessivamente a atividades que não foram afetadas pela deficiência, por exemplo, tornar-se campeão em natação. E, "sub-valorização" de si mesmo, na qual a pessoa se nega a vivenciar novas experiências com medo do fracasso se "escondendo" atrás da deficiência. Existe também a agressividade, que se mostra presente como uma defesa do deficiente perante o tratamento estigmatizante que tem recebido.

Dessa maneira, verifica-se que a integração poderia ser favorecida por meio de atividades que visem resgatar, nas pessoas portadoras de deficiências, sentimentos positivos de dignidade e amor próprio. Assim, a prática de atividade física pode se constituir em momento privilegiado de estimulação e percepção das potencialidades do ser humano portador de deficiência servindo como estímulo para integrar os aspectos constitucionais da auto-imagem.

Nesse entendimento, a prática não deveria valorizar demasiadamente os aspectos técnicos, mas sim se constituir como um estimulador da auto-imagem da pessoa proporcionando um reconhecimento social por meio da mudança de comportamentos gerados pela experiência de conseguir superar dificuldades e, desse modo, poder estimular atitudes de inclusão da pessoa portadora de deficiência, contribuindo para a construção de uma auto-imagem positiva.

Uma indicação dessa possibilidade foi verificada no estudo realizado por Mello, Seabra, Silva e Tufik (1996) comparando parâmetros psicológicos em adultos paraplégicos desportistas e sedentários. Os autores ressaltam que a prática esportiva pode contribuir para uma melhoria do autoconceito, reintegração social e auto-estima, uma vez que, quando avaliados, os desportistas apresentaram um escore diminuído quanto à ansiedade e depressão.

Outra indicação é feita por Knijnik e Simões (2000), analisando o trabalho de Guthrie e Castelnuovo, afirmando que a imagem corporal é vista como crucial no desenvolvimento do autoconceito e, a prática esportiva é uma importante variável no processo de elaboração da imagem corporal.

Portanto, considera-se que as pesquisas comparando as emoções do deficiente físico praticante de atividade física com o não praticante visam verificar se os primeiros são influenciados no processo de construção da auto-imagem, imagem corporal e autoconceito o que pode demonstrar o papel da prática de atividade física na percepção do mundo e nas relações sociais deste grupo.


Metodologia

Este estudo se caracterizou como uma combinação dos tipos descritivo e comparativo, de natureza qualitativa, no qual foi realizada uma análise descritiva da percepção da auto-imagem de pessoas portadoras de deficiência física praticantes de natação. Também, foi realizada uma análise comparativa para verificar se a percepção da auto-imagem diferia quando a prática de natação era realizada em diferentes níveis de treinamento.

A amostra do estudo foi composta por 24 (vinte e quatro) pessoas portadoras de deficiência física, congênita e/ou adquirida, associados do Clube Magic Hands - São Paulo na modalidade natação, sendo 06 (seis) mulheres e 18 (dezoito) homens divididos em três grupos. A divisão dos grupos seguiu o critério adotado pela instituição, sendo: Iniciação, Pré-Treinamento e Treinamento.

O grupo Iniciação foi formado por seis alunos que estavam no estágio de aprendizagem das técnicas dos nados, com média de idade 28,33 anos e tempo médio de prática de 9,83 meses. O grupo Pré-Treinamento foi composto por nove alunos que estavam aprimorando as técnicas dos nados e participavam de competições não oficiais, com média de idade de 31,22 anos e tempo médio de prática de 21,11 meses. Por fim, o grupo Treinamento teve uma amostra de nove alunos que participavam de treinos, competições oficiais e não oficiais, com média de idade de 29,66 anos e tempo médio de prática de 37,33 meses.

A freqüência semanal de treinamento do grupo de Iniciação variou de 1 a 3 vezes, com duração de 1 hora e 30 minutos aos sábados, e duração de 1 hora às terças e quintas-feiras. Para os grupos de Pré-Treinamento e Treinamento a freqüência semanal variou de 1 a 6 vezes, com duração de 2 horas às segundas, quartas, sextas-feiras e aos sábados, e com duração de 1 hora às terças e quintas-feiras. A variação da freqüência semanal do três grupos ocorreu devido a dificuldades pessoais dos componentes do estudo.

Utilizou-se como instrumento de medição da auto-imagem a "Escala de Auto Imagem - EAI". Esta escala mede a percepção do conjunto de pensamentos, sentimentos e ações que compõem as auto-imagens independente e interdependente, sendo que para este estudo a forma do instrumento utilizada foi uma adaptação realizada por Coelho et. al. (2000) para avaliar estudantes brasileiros, do original proposto por Singelis em 1994.

A opção pelo instrumento se deu devido sua aplicação em pesquisas já realizadas e pela falta de um instrumento, na literatura nacional, com a capacidade psicométrica de avaliar esta variável. Para a aplicação da "Escala de Auto-Imagem" em população de pessoas portadoras de deficiência ser considerada adequada foi realizado o cálculo de fidedignidade do instrumento, por meio da análise estatística Alpha de Cronbach.

Nesta adaptação feita por Coelho et. al. (2000), a Escala de Auto Imagem - EAI é composta por 24 itens, sendo 12 itens para auto-imagem independente e 12 itens para auto-imagem interdependente. Cada item é apresentado na forma de uma frase afirmativa, na qual o indivíduo analisa como é sua percepção em relação a situação proposta e responde, indicando em uma escala de sete pontos, qual é o seu nível de concordância. A escala de 7 pontos é distribuída da seguinte forma: 1 = Discordo fortemente, 2 = Discordo, 3 = Discordo um pouco, 4 = Nem concordo nem discordo, 5 = Concordo um pouco, 6 = Concordo e 7 = Concordo fortemente.

A aplicação do instrumento foi realizada em sessão única utilizando-se como procedimento: a) explicação do instrumento para todas as pessoas antes de iniciarem o preenchimento; b) esclarecimento que não existiam respostas certas ou erradas e c) que havia somente a necessidade de sinceridade na resposta.

Para a interpretação dos dados referentes a fidedignidade do instrumento foram adotados como valores medianamente satisfatórios de Alpha de Cronbach os seguintes resultados: análise independente .52 e análise interdependente .54 (tabela 01).

Tabela 01. Valores individuais e médios do alpha de Cronbach para
auto-imagem independente (1) e interdependente (2)





*p<0,05
Na interpretação da influência da prática de natação na percepção da auto-imagem do portador de deficiência física foi considerada a média aritmética de cada item avaliado (12 para independente e 12 para interdependente) para cada grupo (Iniciação, Pré-Treinamento e Treinamento). As médias dos grupos foram comparadas por meio do cálculo da análise fatorial Kruskal-Wallis (Thomas e Nelson, 2002, p. 187) visando verificar os itens que mais se relacionavam na explicação da auto-imagem. Esta análise estatística se caracteriza como um teste não paramétrico para comparar diferenças de grupos independentes. Para todas as análises foi utilizado o nível de significância p<0,05 (tabela 02).

Tabela 02. Comparação dos valores médios de auto-imagem independente(1) e interdependente(2) de pessoas
portadoras de deficiência física de acordo com o nível de prática de natação.





*p<0,05
Na operacionalização da análise utilizou-se o pacote estatístico SPSS (Statistical Program for Social Science) versão 10.0 para Windows.


Resultados e Discussão

Observando a tabela 01 foi possível verificar valores de Alpha de Cronbach significativos para todas as questões referentes à auto-imagem independente no grupo Iniciação e para a auto-imagem interdependente no grupo Treinamento. Analisando estes resultados entende-se que, possivelmente, pelo fato do grupo ser iniciante na realização das atividades pode ter apresentado características de introspecção e pouca integração social de maneira mais evidente e o outro grupo que possui vivências em situações de treinamento e competição, incluindo viagens, as características da integração social são mais estimuladas, fator que reforça o objetivo das questões do instrumento (EAI).

Para os demais grupos, em ambas as análises, não foi verificado o mesmo comportamento dos resultados. Porém, considerando a indicação de Coelho et. al. (2000) de um valor medianamente satisfatório para o Alpha de Cronbach de .52 para a análise independente e .54 para a interdependente, pode-se observar que todos os resultados para a análise interdependente foram acima dessa marca.

Não foi possível encontrar a mesma consistência nos resultados para a análise independente, pois houve maior dispersão nos grupos Pré-Treinamento e Treinamento. Estes resultados podem estar indicando uma maior aplicabilidade do instrumento para as questões que avaliam o self interdependente sugerindo para uma melhor avaliação da integração social do portador de deficiência física.

Com isto, apesar das limitações do estudo, considera-se que a Escala de Auto-Imagem se caracteriza, no geral, como um instrumento fidedigno para avaliar a percepção da auto-imagem de pessoas portadoras de deficiência física.

Os resultados obtidos na comparação da percepção da auto-imagem de pessoas portadoras de deficiência física praticantes de natação em diferentes níveis de treinamento demonstraram não haver diferença significativa na percepção da auto-imagem independente e auto-imagem interdependente (p<0,05). Isto indica que a comparação entre os diferentes níveis de treinamento não possibilitou mensurar se a prática de natação influencia a percepção da auto-imagem.

Considera-se tais resultados como possibilidades, pois se sabe que outro aspecto a ser discutido na percepção da auto-imagem é a construção individual em função da personalidade e da história de vida pessoal, pois as experiências passadas são relacionadas com o presente fazendo com que em grupo a imagem corporal seja compartilhada parcialmente. Este fato sugere a necessidade de outras pesquisas visando uma análise longitudinal individual para monitorar se ocorre a modificação da auto-imagem por meio da prática de atividade física.


Considerações finais

Os resultados desse estudo apontaram para uma auto-imagem não diferente significativamente de acordo com o nível de treinamento, isto pode ser indicação que uma diferenciação técnica dos grupos pode não estar resultando em uma diferenciação na percepção da auto-imagem, fato que reforça os dados da literatura que afirmam a não necessidade de se realizar um trabalho demasiadamente técnico para haver modificação na auto-imagem.

Verificou-se que nas relações interpessoais os portadores de deficiência física podem vivenciar situações desagradáveis, como: preconceito, discriminação e segregação pelas diferenças corporais visíveis em relação à maioria das pessoas de seu convívio, as quais podem gerar uma auto-imagem negativa. Entretanto, há sugestão de que a prática de atividade física pode otimizar uma percepção da auto-imagem por promover vivências prazerosas, nas quais o portador de deficiência física se relaciona consigo mesmo, auto-imagem independente, e com os outros, auto-imagem interdependente, o que pode colaborar para o combate aos sentimentos negativos e contribuir no processo de inclusão social.

Desta forma, entende-se que o portador de deficiência física parece obter benefícios em suas capacidades funcionais, fato que pode otimizar sua percepção da auto-imagem gerando relações interpessoais e contribuindo para uma modificação positiva da auto-imagem. Isto poderá proporcionar ao portador de deficiência física uma atitude de resgate de sua identidade influenciando seu relacionamento com outros grupos e ocupando seu próprio lugar na sociedade.

Por fim, sugere-se que sejam realizadas outras pesquisas para confirmação da aplicabilidade do instrumento (EAI) em pessoas portadoras de deficiência e para monitoramento da influência da prática de atividade física na percepção da auto-imagem de pessoas portadoras de deficiência, em geral, e portador de deficiência física, em específico.



valeu

2006-11-12 07:01:45 · answer #1 · answered by M.M 7 · 0 1

na internet tem muitas pesquisas sobre isso, e não se assuste, um artigo cientifico não é dificil de se construir. tenha paciencia e pesquise muito e não esqueça de colocar a fonte. boa sorte.

2006-11-12 07:15:57 · answer #2 · answered by Fiona 6 · 1 0

Não precisa ser um deficiente físico para se ter depressão, depende do momento em que está vivendo.Ás vezes o preconceito que a pessoa sofre pode levar a uma depressão.Pois nós, somos todos iguais apenas temos algumas limitações..

2006-11-12 07:11:43 · answer #3 · answered by Anonymous · 1 0

fedest.com, questions and answers