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2006-11-06 09:51:35 · 4 respostas · perguntado por Vidal2006 3 em Sociedade e Cultura Religião e Espiritualidade

WALTER RICHILE, por que não resume, não irei ler isso tudo...
E sim eu sei que MAOMÉ era analfabeto, mais não o impede de ter sido o co-autor do CORÃO.

2006-11-07 04:36:10 · update #1

4 respostas

Maomé para os muculmanos é O Profeta.

Muito cuidado com este tema; é um homem santo, de outra cultura, que pouco conhecemos.

Algumas 'brincadeiras' feitas por jornais do mundo acabaram virando graves crises internacionais...

Aliás, a documentação sobre Maomé é fartíssima (ano seiscentos) enquanto sobre Jesus (ano 33) é virtualmente inexistente.

2006-11-07 12:51:43 · answer #1 · answered by Apolo 6 · 0 1

Maomé, Muḥammad (Muhammad) ou Moḥammed (em árabe: مُحَمَّد, pronúncia ajuda · arq) (Meca, c. 570 - Medina, 8 de Junho de 632) foi um líder religioso e político árabe. Segundo a religião islâmica, Maomé é o mais recente e último profeta do Deus de Abraão.

Para os muçulmanos Maomé foi precedido em seu papel de Profeta por Jesus, Moisés, Davi, Jacob, Isaac, Ismael e Abraão. Como figura política, ele unificou várias tribos árabes, o que permitiu as conquistas árabes daquilo que viria a ser um império islâmico que se estendeu até à Europa (incluindo Portugal).

Não é considerado pelos muçulmanos como um ser divino mas sim um ser humano; contudo, ele é visto como um dos mais perfeitos entre os seres humanos.




Sumário
Nascido em Meca, Maomé terá sido durante a primeira parte da sua vida um mercador que realizou extensas viagens no contexto do seu trabalho.

Maomé tinha por hábito retirar-se para orar e meditar nos montes perto de Meca. Os muçulmanos acreditam que em 610, quando Maomé tinha quarenta anos, enquanto realizava um desses retiros espirituais numa das cavernas do Monte Hira, Maomé foi visitado pelo anjo Gabriel que lhe ordenou que recitasse uns versos enviados por Deus. Estes versos seriam mais tarde recolhidos e integrados no Alcorão. Gabriel comunicou-lhe que Deus tinha-o escolhido como último profeta enviado à humanidade.

Maomé não rejeitou completamente o judaísmo e o cristianismo, duas religiões monoteístas já conhecidas pelos árabes. Em vez disso, Maomé informou que tinha sido enviado por Deus para restaurar os ensinamentos originais destas religiões, que tinham sido corrompidos e esquecidos.

Muitos habitantes de Meca rejeitaram a sua mensagem e começaram a persegui-lo, bem como aos seus seguidores. Em 622 Maomé foi obrigado a abandonar Meca numa migração conhecida como a Hégira (Hijra), tendo se mudado para Yathrib, cidade hoje conhecida como Medina. Nesta cidade Maomé tornou-se o chefe da primeira comunidade muçulmana. Seguiram-se uns anos de batalhas entre os habitantes de Meca e Medina, que se saldaram em geral na vitória de Maomé e dos seguidores. A organização militar criada durante estas batalhas foi usada para derrotar as tribos da Arábia. Por altura da sua morte, Maomé tinha unificado praticamente toda a Arábia sob o signo de uma nova religião, o islão.


O nome

Muhammad em caligrafia árabeO nome completo de Maomé é Abu al-Qasim Muhammad ibn 'Abd Allah ibn 'Abd al-Muttalib ibn Hashim, sendo que Muhammad significa em árabe «aquele que é merecedor de elogios». Este nome já era comum na Arábia antes do surgimento do islão, não sendo por isso necessário ver nele um epíteto criado pelo próprio.

A palavra Maomé é uma forma aportuguesada do francês Mahomet, que por sua vez é uma deformação do turco Mehmet, tendo daí derivado os adjectivos portugueses maometano e maometismo para designar, respectivamente, o seguidor e a crença difundida por Maomé.

Na África Negra muçulmana, o nome foi deformado para Mamadou, e entre os berberes encontra-se a forma Mohand.

Nos textos portugueses mais antigos, este antropónimo aparece grafado de variadíssimas formas, como Mafoma, Mafamede, Mafomede, Mafomade, Mahamed, Mahoma, Mahomet, Mahometes ou Mahometo, sendo Mafamede e Mafoma por ventura as mais divulgadas (de resto, a última forma é correlata do nome do profeta nas outras línguas ibéricas, sendo que em castelhano, catalão, galego e até basco, se diz Mahoma). Desde o século XIX, porém, que tais termos caíram completamente em desuso no português, sendo até considerados contumeliosos, posto que o seu uso, nas crónicas antigas, se fez sempre associado num contexto de cruzada contra a religião muçulmana.

Hoje em dia, porém, alguns arabistas, islamólogos e historiadores lusófonos estão a optar por utilizar a forma Muḥammad em vez de Maomé, por considerarem que esta é a transliteração mais correcta a partir do árabe, sendo sua pronúncia a mais aproximada ao nome original (de facto, nos últimos anos, uma parte significativa e crescente da produção científica em Portugal na área dos estudos árabes e islâmicos tem vindo a consagrar este uso). Neste grupo inclui-se o recém-falecido arabista português José Pedro Machado, autor de uma tradução do Alcorão em português na qual utiliza a forma Muhammad para se referir ao profeta do islão.

Todavia, os principais dicionários da língua portuguesa e alguns lingüistas e lexicógrafos adotam a forma Maomé, vulgarizada por dois séculos de uso[1]. Ademais, a língua árabe não estipula uma transliteração oficial (como o chinês, por exemplo), portanto a representação morfológica no alfabeto latino das palavras em árabe varia enormemente com as particularidades de cada língua. Outro argumento a favor do emprego de Maomé encontra-se no facto que praticamente todos os nomes de personalidades históricas anteriores ao século XX já possuem forma vernácula em português, como Moisés, Jesus, Martinho Lutero, etc. (ainda que, como exposto, as formas vernáculas portuguesas sejam Mafoma ou Mafamede, já que Maomé é um galicismo).


Fontes
As principais fontes para o estudo da vida de Maomé são o Alcorão, as biografias surgidas nos primeiros séculos do islão (nos séculos VIII e IX, conhecidas como siras) e os ahadith.

Embora o Alcorão não seja uma biografia de Maomé, ele proporciona informações sobre a sua vida. Entre as siras, destaca-se a sira de Ibn Ishaq, que não foi preservada na sua forma original, mas em comentários como o de Ibn Isham. Quando aos ahadith (singular:hadith), que são os relatos daquilo que o profeta disse, fez ou aprovava, e que foram transmitidos através de uma cadeia oral, alguns académicos colocam em causa a sua validade como fontes.


Infância, juventude e primeiro casamento

Muhammad em caligrafia árabeMaomé nasceu em Meca a 12 de Rabi al-Awwal (terceiro mês do calendário árabe) no "ano do Elefante". Este ano recebeu esta denominação porque nele se verificou o ataque de pelas tropas de Abraha (governador do sul da Arábia ao serviço do imperador da Etiópia) que estavam equipadas com elefantes. Na era cristã este ano corresponde a 570.

Maomé pertencia ao clã dos Haxemitas, por sua vez integrado na tribo dos Coraixitas (Quraysh, "tubarão"). Era filho de Abdullah e de Amina. O pai de Maomé faleceu pouco tempo antes do seu nascimento, deixando à esposa como herança cinco camelos e uma escrava.

Entre as famílias de Meca existia na época a tradição de entregar temporariamente as crianças às famílias beduínas que viviam no deserto, uma vez que se considerava que o clima de Meca era pouco saudável; para além disso, acreditava-se que uma temporada de vida no deserto preparia melhor a criança para a vida adulta. Em troca desta adopção temporária, os beduínos recebiam presentes dos habitantes de Meca. Apesar das limitações económicas, Amina entregou Maomé aos cuidados de uma ama-de-leite chamada Halíma (Haleemah).

Quando Maomé tinha seis anos de idade a sua mãe faleceu. Maomé passou a viver então com o seu avô paterno, Abu al-Muttalib, e com os filhos destes, entre os quais se encontravam Abbas e Hamza e que eram praticamente da mesma idade que Maomé, fruto de um casamento tardio do avô. Abu al-Muttalib ocupava em Meca o importante cargo de siqáya (serviço de distribuição pelos peregrinos da água sagrada do poço de Zamzam).

Dois anos depois, o avô de Maomé faleceu e este foi viver com o seu tio Abu Talib, novo chefe do clã Hachemita.

Meca era nesta altura uma cidade-estado no deserto, onde se encontrava um santuário conhecido por Kaaba ("o Cubo") administrado pelos Coraixitas. A Kaaba era venerada por todos os Árabes, sendo alvo de uma peregrinação anual. Nela se encontra a Pedra Negra e uma série de ídolos, representações de deusas e de deuses, dos quais se destacava o deus nabateu Hubal. Alguns habitantes de Meca distanciavam-se quer dos cultos pagãos, quer do monoteísmo dos judeus e dos cristãos, declarando-se hunafá, isto é, crentes no Deus único de Abraão, que acreditavam ter sido o fundador da Kaaba. Apesar de a cidade não possuir recursos naturais, ela funcionava como um centro comercial e religioso, visitado por muitos comerciantes e peregrinos.

Durante a adolescência Maomé foi pastor e teria também acompanhado o seu tio em expedições comerciais à Síria. Segundo os relatos muçulmanos, quando Maomé, o seu tio e outros acompanhantes regressavam de uma destas viagens cruzaram-se perto de Bosra com um eremita cristão chamado Bahira que após ter examinado Maomé concluiu que este era o enviado que todos aguardavam. Bahira recomendou a Abu Talib que levasse o seu sobrinho para Meca e que velasse pelo bem-estar deste.

Por volta de 595 Maomé conheceu Cadija, uma viúva rica de 40 anos de idade. O jovem Maomé (na altura com 25 anos de idade) impressionou Cadija pela sua honestidade nos negócios de tal forma que ela propôs o casamento. Este casamento representou uma mudança social para Maomé, já que segundo os costumes árabes da época os menores não herdavam, razão pela qual Maomé nada tinha recebido da herança do pai e do avô. Maomé permaneceu com Cadija até à morte desta em 619, não tendo tido outras esposas. Cadija teve seis filhos de Maomé, quatro mulheres (Zainab, Ruqayyah, Umm Kulthum e Fátima e dois homens (Al-Qasim e Abdullah, que faleceram durante a infância).

Habitualmente afirma-se que Maomé teria sido analfabeto[2]; contudo, é provável que tenha possuído conhecimentos rudimentares de escrita, necessários a alguém que desempenhou funções na área do comércio.


Revelação

Caverna do Monte HiraMaomé tinha por hábito passar noites nas cavernas das montanhas próximas de Meca, praticando o jejum e a meditação. Sentia-se desiludido com a atmosfera materialista que dominava a sua cidade e insatisfeito com a forma como órfãos, pobres e viúvas eram excluídos da sociedade. A tradição muçulmana informa que no ano de 610, enquanto meditava numa caverna do Monte Hira, Maomé recebeu a visita do arcanjo Gabriel (Jibreel) que o declarou como profeta de Deus. Desde este momento e até à sua morte, Maomé recebeu outras revelações.

Ao receber estas mensagens, Maomé teria transpirado e entrado em estado de transe. A visão do arcanjo Gabriel teria perturbado Maomé, mas a sua mulher Cadija o reconfortou, assegurando que não se trataria de uma possessão de um génio. Para tentar compreender o sucedido o casal consultou Waraqa, um primo de Cadija que se acredita ter sido cristão. Com a ajuda deste Maomé interpretou as mensagens como sendo uma experiência idêntica à vivida pelos profetas do judaísmo e cristianismo.

As primeiras pessoas a acreditar na missão profética de Maomé foram Cadija e outros familiares e amigos que se reuniam na casa de um homem chamado al-Arqam. Por volta de 613, encorajado pelo seu círculo restrito de seguidores, Maomé começou a pregar em público. Ao proclamar a sua mensagem na cidade, Maomé ganhou seguidores, incluindo os filhos e irmãos do homem mais rico de Meca. A religião que ele pregou tornou-se conhecida como o islão ("submissão à vontade de Deus").

À medida que os seus seguidores cresciam, ele se tornava uma ameaça para as tribos locais, especialmente aos Coraixitas, a sua própria tribo, que tinha a responsabilidade pelo cuidado da Kaaba, que nesta altura hospedava centenas de ídolos que os Árabes adoravam como deuses.


Rejeição
Apesar da mensagem monoteísta de Maomé ter sido aceita por alguns habitantes de Meca, muitos rejeitaram-na. Os conceitos religiosos apresentados por Maomé, e em particular a ideia de um Julgamento Final, geravam incredulidade e zombaria junto dos mequenses. Pediam-lhe que fizesse um milagre capaz de comprovar as suas alegações ou então acusavam-no de estar possuído por um djiin (um espírito maligno). Para além disso, ele tornou-se muito impopular com os governantes, e seus seguidores foram alvos de ataques físicos repetidos, bem como de ataques às suas propriedades. De acordo com os relatos, alguns dos habitantes de Meca lançaram ataques vigorosos e brutais contra esta nova religião: forçaram pessoas a deitar-se sobre areia ardente, colocaram enormes pedras sobre seus peitos, derramaram ferro derretido sobre eles. Muitos teriam morrido, mas a fé prevaleceu. Esta perseguição não atingiu inicialmente o próprio Maomé, pelo simples motivo de que a sua família detinha muita influência. No entanto, estas circunstâncias tornaram-se intoleráveis e Maomé aconselhou alguns dos seus seguidores a irem para a Abissínia por volta do ano 615.

Os mequenses tentaram aliciar Maomé a deixar a sua missão religiosa oferecendo-lhe poder político. À medida que os seguidores de Maomé aumentaram, os seus oponentes tentaram demovê-lo a deixar ou alterar a sua religião. Ofereceram-lhe uma boa parte do comércio e o casamento com mulheres de algumas das famílias mais ricas, mas ele rejeitou todas estas ofertas. Os habitantes de Meca acabaram por exigir que Abu Talib entregasse o seu sobrinho Maomé para execução. Uma vez que ele recusou, a oposição exerceu pressão comercial contra a tribo de Maomé e seus apoiantes. Houve também uma tentativa de assassinato. Após a morte do seu tio e de Cadija no ano de 619 (ano a que a tradição muçulmana se refere como o "Ano da Tristeza"), o próprio clã de Maomé retirou-lhe a proteção. Maomé mudou-se então para a cidade de at-Ta'if, onde não encontrou apoio por parte dos seus habitantes. Por esta razão ele regressou à Meca. Então sofreu abusos, foi apedrejado e atirado contra espinhos e lixo. Os seus inimigos preparavam-se para tentar novamente assassiná-lo.


A Hégira
Em 622 e em resultado do incremento da perseguição aos muçulmanos estes começaram a deixar Meca em direcção a Yathrib, uma cidade a cerca de 350 km a norte de Meca, que mais tarde passaria a ser conhecida por Medina. Esta migração é conhecida como a Hégira, palavra por vezes traduzida como "fuga", embora o seu sentido preciso seja de "emigração", mas não num sentido geográfico, mas de separação em relação à família e ao clã. O calendário islâmico tem início no dia em que começou a Hégira, 16 de Julho de 622.

A migração de Meca para Medina não foi um acto impulsivo, mas o resultado de contactos prévios. No Verão de 621, doze homens de Medina visitaram Meca durante a peregrinação anual e declararam-se muçulmanos. Em Junho do ano seguinte uma delegação de setenta e cinco medineneses também se declara muçulmana em Meca e jura proteger Maomé de qualquer ataque. Os primeiros muçulmanos começaram a abandonar Meca em Julho de 622; na época a viagem duraria nove dias. Os muçulmanos partiram em pequenos grupos e como tal não se gerou desconfiança entre os mequenses.

Maomé partiu em Setembro, tendo conseguido escapar a um plano que visava matá-lo. O plano estabelecia que um homem pertecente a cada um dos clãs de Meca enfiaria a sua espada em Maomé; desta forma, a vingança (conceito enraizado entre as tribos árabes) seria difícil de concretizar. O plano fracassou uma vez que Maomé fugiu durante a noite, tendo deixado a dormir na sua cama Ali, vestido com o seu manto verde. Quando o grupo pretendia executar o plano deparou-se com Ali, que nada sofreu. Maomé chegaria a Medina a 24 de Setembro.

Medina era um oásis que tinha na agricultura a sua principal actividade económica. Nesta cidade viviam três tribos judaicas, talvez aí chegadas depois da destruição do Segundo Templo pelos Romanos em 70 e duas tribos árabes pagãs, os Khazradj e os Aws. Os habitantes de Medina esperavam que Maomé os unisse e evitasse incidentes tais como a guerra civil de 618, na qual muitas vidas se tinham perdido.


Os anos em Medina
Cronologia
Datas e locais importantes na vida de Maomé
c. 569 Morte do pai, `Abd Allah
c. 570 Possível data de nascimento, 20 de Abril: Meca
570 Fracasso do ataque abissínio sobre Meca
576 Morte da mãe
578 Morte do avô
c. 583 Viagens à Síria
c. 595 Conhece e casa com Cadija
610 Início da revelação do Alcorão: Meca
c. 610 Apresenta-se como profeta: Meca
c. 613 Começa a pregar publicamente a sua mensagem: Meca
c. 614 Começa a reunir seguidores: Meca
c. 615 Emigração de muçulmanos para a Abissínia
616 O clã Banu Hashim inicia boicote económico
c. 618 Guerra civil medinense: Medina
619 Termina o boicote dos Banu Hashim
c. 620 Isra e Miraj
622 Emigra para Medina (Hijra)
624 Batalha de Badr Muçulmanos derrotam Meca
625 Batalha de Uhud
c. 625 Expulsão da tribo Banu Nadir
626 Ataque a Dumat al-Jandal: Síria
628 Batalha da Trincheira
627 Destruição da tribo Banu Qurayza
c. 627 Subjuga a tribo Bani Kalb: Dumat al-Jandal
628 Tratado de Hudaybiyya
c. 628 Conquista acesso ao santuário da Kaaba
628 Conquista do oásis de Khaybar
629 Primeira peregrinação
629 Ataque fracassado ao Império Bizantino: Mu'ta
630 Entra em Meca que conquista pacificamente
c. 630 Batalha de Hunayn
c. 630 Cerco de al-Ta'if
630 Estabelece uma teocracia: Meca
c. 631 Domínio sobre quase toda a Arábia
c. 632 Ataca os Gasánidas: Tabuk
632 Peregrinação de despedida
632 Morte (8 de Junho): Medina
Um documento conhecido como a Constituição de Medina revela como se estabeleceu uma confederação entre os seguidores de Maomé de Meca e os habitantes de Medina. O preâmbulo do documento refere-se a Maomé como "profeta" e estabelece que as disputas devem ser submetidas à mediação deste, mas não lhe outorgou qualquer tipo de autoridade especial. Contudo, nos últimos anos da sua vida Maomé tornou-se soberano da cidade em resultado do prestígio concedido pelas campanhas militares.

Os emigrantes muçulmanos trabalharam no mercado local e outros, com a aprovação de Maomé, dedicaram-se a atacar as caravanas que passavam no deserto em direcção à Síria, uma prática aceite na época, desde que exercida dentro de certos limites. Em 623 o próprio Maomé participou em três ataques, que se revelaram um fracasso; julga-se que alguns habitantes de Medina revelaram o plano de ataque de Maomé às caravanas.


Guerras
Em Março de 624 Maomé preparou um ataque a uma caravana de Meca que regressava da Síria. A caravana, liderada por Abu Sufyan (líder do clã omíada), conseguiu enganar os muçulmanos. Contudo, Abu Jahal de Meca (líder do clã Makhzum) que se tinha previamente oposto a Maomé e organizado um boicote contra o clã Haxemita, pretendia ensinar-lhe uma lição.

A 15 de Março de 624, próximo de um lugar chamado Badr, as duas forças colidem. Apesar de serem apenas 300 contra 800 na batalha, os muçulmanos tiveram sucesso, matando pelo menos 45 naturais de Meca, incluindo Abu Jahl, e tomando 70 prisioneiros, com apenas 14 baixas muçulmanas. Para os muçulmanos a vitória foi encarada como uma confirmação da missão profética de Maomé. Muitos habitantes de Medina converteram-se ao islão e Maomé tornou-se o governador de facto da cidade.

Várias importantes alianças pelo casamento ocorreram nesta altura. Das filhas de Maomé, Fátima casou com Ali (seria mais tarde o quarto califa) e Umm Kulthum casou com Otman (o terceiro califa entre 644 e 656). O próprio Maomé, já casado com Aisha, filha de Abu Bakr (o primeiro califa) casou então com Hafsah, a filha de Omar (o segundo califa), cujo marido tinha falecido na Batalha de Badr.

As relações com os judeus de Medina começaram a se degradar. Para estes eram impossível aceitar a mensagem religiosa de um homem que colocava Moisés, João Baptista e Jesus no mesmo grau de consideração religiosa. Por volta desta altura, Maomé mudou a direcção da Qibla de Jerusalém para Meca.

A 21 de Março de 625, Abu Sufyan, em busca de vingança, entrou em Medina com 3 000 homens. Na manhã de 23 de Março começou a luta. A batalha não produziu um vencedor ou perdedor óbvios, apesar dos habitantes de Meca terem clamado a vitória. Nos dois anos seguintes, ambos os lados preparam-se para o encontro decisivo.

Em Abril de 627, Abu Sufyan liderou uma grande confederação de 10 000 homens contra Medina. Maomé ordenou que fosse cavada uma tricheira à volta de Medina, por sugestão do escriba persa Salman e-Farsi. O exército não conseguiu entrar na cidade. Por sua vez, os agentes de Maomé enviados do junto do exército conseguiram provocar algumas deserções. Depois de uma noite marcada pelo vento e chuva, o exército de Sufyan acabou por se desagregar.

Após a retirada de Abu Sufyan e suas forças, os muçulmanos dirigiram a sua atenção para os grupos que tinham cometido traição ao acordo de Medina. Os munafiqun desmoronaram-se rapidamente, e seu líder Abd Allah ibn Ubayy prometeu aliança com Maomé. Os muçulmanos cercaram então os Banu Qurayza, que tinha conspirado contra eles. Eles tinham tido a oportunidade de escolher Maomé como árbitro, mas em vez disso, os Banu Qurayza escolheram Saad ibn Muadh, o líder dos seus antigos aliados da tribo Aws.

Saad tinha sofrido uma ferida letal na batalha contra as forças de Abu Sufyan e ordenou a execução das forças activas da tribo, consistindo de todos os seus homens adultos. Ele permitiu às mulheres não-combatentes e às crianças viverem como escravos para o resto da vida, como era tradição do tempo. Mais tarde, comentadores argumentaram que o punimento de Banu Qurayza era conforme aos ditames da Bíblia hebreia sobre a guerra; no entanto, as fontes originais da sirah não mencionam isto.


Conquista de Meca
Por volta de 627 Maomé tinha unido Medina sob o Islão, com o desaparecimento dos seus inimigos internos. Os beduínos, após um período de batalhas e negociações, tornaram-se aliados de Maomé e aceitaram a sua religião. Depois de muito contacto com a cidade e com os muçulmanos, alguns converteram-se gradualmente. Por esta altura, as revelações que supostamente tinham visitado Maomé, chegaram ao fim. Ele regressou então a Meca para tomar posse da Kaaba.

Maomé colocou os cidadãos de Meca sobre pressão económica, destinada primeiramente a ganhar a adesão deles ao Islão. Em Março de 628, ele partiu para a "peregrinação" a Meca, com 1600 militares que o acompanhavam. Os naturais de Meca no entanto, puseram travo ao avanço destas forças nos limites do seu território, em Al-Hudaybiyah. Alguns dias depois, os de Meca fizeram um tratado com Maomé. Com negociação e o consentimento dos mais velhos Coraixitas, ele fez uma peregrinação à Kaaba, desarmado. As hostilidades iriam ter um fim e os muçulmanos iriam conseguir a permissão para fazer a peregrinação a Meca no próximo ano. O casamento de Maomé com Habiba, filha de Abu Sufyan (antigo inimigo de Maomé) cimentou ainda mais o tratado.

Após um certo período, o acordo extinguiu-se e a guerra rebentou. Em Novembro de 629, aliados de Meca atacaram um aliado de Maomé, o que levou Maomé a romper o tratado de Al-Hudaybiyah. Após planeamento secreto, Maomé marchou sobre Meca em Janeiro de 630 com 10.000 combatentes. Não houve derramamento de sangue. Abu Sufyan e outros líderes de Meca submeteram-se formalmente. Maomé prometeu uma anistia geral (com algumas pessoas especificamente excluídas). Apesar de ele não os ter forçado, muitos habitantes de Meca converteram-se ao islão. Em Meca, Maomé destruiu os ídolos na Kaaba e em outros pequenos santuários.


Unificação da Arábia
Após a Hégira, Maomé começou a estabelecer alianças com tribos nómadas. À medida que a sua força e influência cresceu, Maomé insistiu que as tribos potencialmente aliadas se tornassem muçulmanas.

Quando estava em Meca, Maomé foi informado de que havia uma grande concentração de tribos hostis e ele partiu para as defrontar. A batalha teve lugar em Hunain, e os inimigos foram derrotados. Alguns viram agora Maomé como o homem mais poderoso da Arábia e a maioria das tribos enviou delegações para Medina, em busca de uma aliança. Antes da sua morte, rebeliões ocorreram em uma ou duas partes da Arábia mas o estado islâmico tinha força suficiente para lidar com elas.


Vida familiar
Durante a sua vida e depois da morte de Cadija, Maomé viria a casar com onze outras mulheres, na sua maioria viúvas, excepto Aisha. Estas mulheres eram viúvas de companheiros de Maomé, tinham uma idade avançada e o casamento com o profeta surgia como uma forma de garantir protecção e estabilidade económica. Em outros casos os casamentos serviram para cimentar alianças políticas.

Uma das mulheres mais importantes foi Aisha, (عائشة) que tinha seis anos de idade na altura do seu noivado, e segundo os registos, nove anos de idade quando o casamento foi consumado; isto pode talvez ser explicado pelo costume árabe de contrair o casamento após a primeira menstruação. Porém, para alguns investigadores Aisha teria na verdade quatorze ou quinze anos na altura do seu casamento com o profeta Maomé.[3]


Morte e legado

Mesquita do Profeta em Medina, onde se encontra o túmulo de MuhammadUm ano antes da sua morte, Maomé dirigiu-se pela última vez aos seus seguidores naquilo que ficou conhecido como o sermão final do profeta. A sua morte em Junho de 632 em Medina, com a idade de 63 anos, deu origem a uma grande crise entre os seus seguidores. Na verdade, esta disputa acabaria por originar a divisão do Islão nos ramos dos Sunitas e Xiitas. Os Xiitas acreditam que o profeta designou Ali ibn Abu Talib como seu sucessor, num sermão público na sua última Hajj, num lugar chamado Ghadir Khom, enquanto que os sunitas discordam.


Veneração de Maomé
Usualmente, quando um muçulmano se refere a Maomé, Jesus ou outro dos profetas, imediatamente após o nome diz ou escreve "que a paz e benção de Allah estejam sobre ele" ou expressão equivalente em outra língua (frequentemente árabe), ou ainda usa a sigla dessa expressão. Em inglês, por exemplo, é aceitável usar "pbuh" ou "peace be upon him". A sigla tradicional em árabe é "swas".

Maomé é considerado pela comunidade muçulmana como um modelo a seguir. A devoção à sua pessoa tem sido expressa ao longo dos séculos das mais variadas formas, como por exemplo através da escrita de poemas. Um dos poemas mais famosos, a "Burda" (ou "Poema do Manto") foi composto no século XIII por Al-Busiri. Embora não exista registro de milagres feitos por Maomé, alguns relatos populares atribuem-lhe essa capacidade.

Em vários locais do mundo muçulmano existem santuários dedicados a um pêlo da sua barba. No Palácio Topkapi em Istambul um relicário guarda aquilo que se acredita ter sido o seu manto, as suas espadas, bem como uma pegada que ficou registada numa superfície enlameada e alguns pêlos da sua barba.

Alguns muçulmanos celebram o nascimento de Maomé (Mawlid), embora outros considerem que essa celebração é incorrecta por se tratar de uma inovação religiosa proibida pelo islão. Estes muçulmanos são igualmente contra a veneração destas relíquias, por considerarem tratar-se de idolatria.


Representações de Maomé

Miniatura persa que retrata a ascensão de Maomé ao céu.As representações visuais do profeta podem eventualmente ser proibidas[4] e consideradas insultuosoas. Geralmente os xiitas e os sufis aceitam mais a idéia da representação, que em geral o islão rejeita, pois à semelhança do judaísmo, o islão é uma religião da palavra e não da imagem.

Recentemente, charges de Maomé criticando o terrorismo que foram publicadas na Europa causaram muita polêmica, grande furor do mundo islâmico e protestos em todo o mundo, justamente porque é considerada ofensa qualquer imagem que se diz ser de Maomé. Como vingança, o jornal iraniano Hamshahri[5] fez uma competição internacional de charges sobre o Holocausto.

2006-11-06 19:41:07 · answer #2 · answered by Anonymous · 0 0

Pros muçulmanos foi profeta.

2006-11-06 18:50:14 · answer #3 · answered by Daniella YR 7 · 0 0

Maomé pode ter sido tudo, menos escritor. Ele era analfabeto.

2006-11-06 17:53:46 · answer #4 · answered by Frei Bento 7 · 0 0

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