A cremação está em voga nos dias de hoje. Hábito já enraízado em alguns países, começa a despontar em Portugal. Tem a anuência de uns e a forte oposição de outros. Quanto ao espiritismo, o que poderá ele trazer-nos de novo em relação a este tema?
Cremação não é mais do que a redução dos cadáveres a cinzas. Tem vindo a ganhar adeptos um pouco por todo o mundo e consequentemente também em Portugal. Tem apoiantes e combatentes da ideia, como geralmente acontece com todas as novidades.
Habituámo-nos à ideia através dos filmes americanos e, mais recentemente, com as novelas brasileiras, onde vemos os familiares do desencarnado (espírito liberto da carne pelo processo da morte física) a espalharem as cinzas num determinado local, ou pura e simplesmente a guardá-las religiosamente num jazigo familiar.
Para outros, poderá ser apenas uma moda, e se alguns admitem razões mais ou menos válidas para o acto da cremação (por exemplo, falta de espaço nos cemitérios, mais higiénico, mais prático, etc.) outros querem-na pura e simplesmente por modismo. Hoje em dia é chique ser cremado, é quase uma questão de "status".
Outros alegam que a cremação é uma falta de respeito para com o familiar falecido e que há que dar um pouco de dignidade à sua memória. Outros ainda, acreditando na ressurreição dos corpos físicos em decomposição, opõem-se fortemente a esta prática, não vá ela contrariar suas crenças.
As opiniões são múltiplas, e respeitáveis, como não podia deixar de ser.
O espiritismo não faz a apologia do corpo físico, não o idolatra nem o despreza, dando-lhe apenas a importância que ele tem e só essa, despindo-se de todas as excentricidades que entretanto a Humanidade foi criando em volta dos cadáveres.
Para o espiritismo, não somos corpos com espíritos dentro, somos, isso sim, espíritos eternos temporariamente num corpo físico, com um objectivo nobre — a evolução moral e intelectual. Quando esse corpo físico se deteriora, o espírito abandona-o, retornando à pátria espiritual, para logo que possível voltar à gleba terrestre revestido de um novo corpo físico que lhe dará o ensejo de novas experiências no planeta, novas oportunidades de evolução, bem como de terminar ou completar aquilo que porventura não conseguiu na existência carnal anterior.
Nesse sentido, o corpo físico é como uma peça de roupa que adquirimos. É importante pelo seu preço e qualidade, há que preservá-lo ao máximo para que nos dure e seja útil o maior número de dias possível. Quando a peça de vestuário se deteriora é posta de parte e logo substituída por outra em melhores condições. Ora, o corpo físico não é mais do que a roupagem que o espírito utiliza para se poder manifestar e viver neste planeta. Nesse sentido, a partir do momento em que o espírito se desprende do corpo físico, deixa de ser importante a finalidade que lhe é atribuída, se ser enterrado ou cremado. As razões pró e contra são mais de ordem social e humana do que propriamente de ordem espiritual.
Acontece que a pessoa desencarnada (falecida) se foi correcta e aproveitou bem a existência física, para ela é-lhe indiferente o destino do cadáver, já que outros horizontes mais felizes se lhe descerram, estando desprendido da vida terrena e sendo amparado quer por familiares quer por amigos espirituais que a orientam na nova vida que então começa, no plano espiritual. Se a pessoa está demasiado agarrada à vida material, seja no campo da avareza, seja na dependência de tudo aquilo que a prende à matéria, certamente ao desencarnar ser-lhe-á mais difícil desprender-se daquilo pelo qual a sua mente está obcecada — a matéria, os bens materiais, etc.. Muitos deles demoram-se por longos períodos junto à crosta terrestre até que se apercebam da sua real situação e se disponham a objectivar novos valores existenciais. Neste sentido, os espíritos aconselham a que as cremações sejam efectuadas cerca de 3 a 4 dias depois do desenlace físico, dando assim oportunidade para que a desencarnação (saída do corpo de carne devido ao fenómeno da morte física) tenha mais possibilidade de se completar, já que, no caso do espírito estar muito materializado e ainda ligado ao corpo, poderá sentir os horrores da cremação.
Questionado sobre se o espírito desencarnado pode sofrer com a cremação dos elementos cadavéricos, Emmanuel, um espírito que se comunicava regularmente através do médium Francisco Cândido Xavier, opina: «Na cremação, faz-se mister exercer a piedade com os cadáveres, procrastinando por mais horas o acto da destruição das vísceras materiais, pois, de certo modo, existem sempre muitos ecos de sensibilidade entre o espírito desencarnado e o corpo onde se extinguiu o "tónus vital", nas primeiras horas sequentes ao desenlace, em vista dos fluidos orgânicos que ainda solicitam a alma para as sensações da existência material.»
É claro que nada disto é taxativo, pois se uns se desprendem rapidamente do corpo, outros poderão demorar-se bastante tempo ainda com sensações corporais, como acontece com alguns suicidas.
A cremação será uma questão de opção tendo em conta as vantagens e inconvenientes sociais, já que o cadáver nenhum valor tem como tal.
O espiritismo preocupa-se isso sim em dar um roteiro de melhoria para os locatários dos corpos físicos, isto é, para todos nós, espíritos imortais que nos encontramos em viagem de aprendizado no roteiro terrestre.
Muita Paz,
Jorge
2006-11-06 05:34:16
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answer #1
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answered by Jorge Murta 6
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Acho que não tem problema nenhum... Talvez alguém que seja muito ligado ao mundo físico e não acredite num mundo espiritual, ou que acredite que dormirá até o juízo final, sofra algo ao ver seu antigo envoltório ser queimado, mas acredito que para alguém que acredita na reencarnação ou que já tenha alguma noção de como é depois da morte não aconteça nada! Meu avô foi cremado e minha mãe, uma noite antes, passou todo o tempo junto ao corpo dele, orando para que ele fosse em paz... Ela sentia uma espécie de sensação agoniante perto do crpo dele, mas depois de muito tempo, isso diminuiu e o corpo foi cremado! Ela é médium e acredita que de alguma forma conseguiu separá-lo do corpo para que não sofresse nada! Ele era muito apegado ao mundo material!
2006-11-06 07:30:41
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answer #2
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answered by Makoto 6
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Bom dia, Deixe lhe explicar primeiramente, não existe Kardecismo, o que existe é Doutrina Espirita, códifcada por Alan Kardeck, ou seja ele foi instrumento dos espiritos paraa codifição, e no meu pontode vista respeitada as 24 horas de velório, pois´pode ser que a pessoa sofra de um distúrbio chamado catalepsia, e que recobre todas as funções depois, e se respeitada a vontade do defunto quanto a doação ou não dos orgão, não existe problema nenhum na cremação, e na minha opinião particular os cemitérios deveriam sedr extintos uma vez que a decomposição produz um chorume e polui o lençol freatico.
2006-11-06 05:04:00
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answer #5
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answered by altamiro s 3
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bom, eu sou kardecista e quero ser cremada, nunca vi em nenhum texto falando contra, mesmo pq é apenas uma escolha que não afetará seu espírito, acredito eu, pois quando acontecer vc provavelmente não estará mais nele.
acredito que os espíritos tem algumas coisas mais importantes pra se preocupar como aborto, suicídio, violência e etc.
2006-11-06 05:02:11
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answer #6
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answered by *Camilla* 7
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