English Deutsch Français Italiano Español Português 繁體中文 Bahasa Indonesia Tiếng Việt ภาษาไทย
Todas as categorias

Tenho 21 anos e acabei d receber um resultado de exame de cervicite cronica e amanha cedo vou fazer um teste d gravidez pq meu ciclo esta atrasado, embora nao tenha "bobeado" pra isso acontecer... gostaria d saber se posso ter um falso resultado por conta da inflamação...

2006-11-03 14:32:34 · 4 respostas · perguntado por Ma 1 em Saúde Saúde Feminina

4 respostas

Este é o quadro de entrada do fluxograma. Nele está descrita a principal queixa da paciente ao se apresentar no serviço de saúde ou, estando a paciente no serviço, para ser atendida por qualquer outra queixa e for detectada a presença de corrimento.

ANAMNESE (DETERMINAÇÃO DO ESCORE DE RISCO)

Realizar anamnese, determinando, neste momento, o escore de risco, que é a coleta de algumas informações, atribuindo a cada uma delas um determinado valor; se o valor encontrado for maior ou igual a 2, o escore de risco é considerado positivo para cervicite, ou seja, de acordo com os critérios estabelecidos (já testados e validados para a população feminina brasileira), mesmo na ausência dos sinais clínicos para cervicite, a paciente é considerada como portadora assintomática e, portanto, deve receber o tratamento concomitante para gonorréia e clamídia, como descrito adiante. Esse procedimento contribuirá para a manutenção da saúde reprodutiva da mulher, e evitará complicações resultantes da doença inflamatória pélvica (DIP), por vezes muito graves.

Escore de Risco

parceiro com corrimento uretral = 2
idade menor que 20 anos = 1
sem parceiro fixo = 1
mais de um parceiro nos últimos três meses = 1
novo parceiro nos últimos três meses = 1

EXAME CLÍNICO - GINECOLÓGICO

Examinar a genitália externa e região anal, separar os lábios vaginais e visualizar o intróito vaginal.
Introduzir o espéculo para examinar a vagina, suas paredes, fundo de saco e colo uterino.
Neste momento colher material para a realização da bacterioscopia, quando estiver disponível, e para o teste das aminas (do "cheiro") : uma gota de KOH 10% em uma gota de conteúdo vaginal. Positivo: cheiro de peixe podre.
Sempre que possível, fazer o teste do pH vaginal, colocando, por um minuto, a fita de papel indicador na parede vaginal (evitar tocar o colo).
Havendo possibilidade de realização no local ou em referência, coletar material para cultura de gonococos e para pesquisa de clamídia.

MUCO/PUS ENDOCERVICAL OU COLO FRIÁVEL OU DOR À mobilização DO COLO OU ESCORE DE RISCO MAIOR OU IGUAL A DOIS? —> sim

Se a paciente apresentar os sinais clínicos de cervicite (mucopus ou colo friável) ou, na ausência destes, apresentar escore de risco maior ou igual a dois, recomenda-se o tratamento concomitante para as causas mais comuns e importantes de cervicite, que são gonorréia e clamídia, como sugerido abaixo.

TRATAR INFECÇÃO POR CLAMÍDIA E GONORRÉIA

CLAMÍDIA GONORRÉIA
Azitromicina 1g, VO, em dose única; ou

Doxiciclina 100 mg, VO, de 12/12 horas, durante 7 dias (contra-indicado em gestantes e nutrizes); ou

Eritromicina (estearato) 500 mg, VO, de 6/6 horas, durante 7 dias
mais Ofloxacina 400 mg, VO, dose única (contra-indicado em gestantes, nutrizes e menores de 18 anos); ou

Ciprofloxacina 500mg, VO, dose única (contra-indicado em gestantes, nutrizes e menores de 18 anos); ou

Cefixima 400mg, VO, dose única; ou

Ceftriaxona 250 mg, IM, dose única; ou

Tianfenicol 2,5g, VO, dose única.



Gestantes ou Nutrizes:


CLAMÍDIA


mais
GONORRÉIA

Amoxicilina 500mg, VO, de 08/08 horas, por 7 dias; ou

Eritromicina (estearato) 500mg, VO, de 06/06 horas, por 7 dias; ou

Eritromicina (estearato) 250mg, VO, de 06/06 horas, por 14 dias (casos de sensibilidade gástrica); ou

Azitromicina 1 g, VO, dose única.
Cefixima 400mg, VO, dose única; ou

Ceftriaxona 250mg, IM, dose única; ou

Espectinomicina 2g IM, dose única.


Parceiros

CLAMÍDIA
mais
GONORRÉIA

Azitromicina 1 g, VO, dose única.

Ofloxacina 400 mg, VO, dose única



Portadoras do HIV:

Pacientes infectadas pelo HIV, devem ser tratadas com os esquemas acima referidos.

CORRIMENTO VAGINAL PRESENTE ? —> não

Não havendo evidências de corrimento vaginal nem dos sinais de cervicite, e sendo o escore de risco menor que 2, deve-se pensar em causas fisiológicas e/ou não infecciosas.

INVESTIGAR CAUSAS FISIOLÓGICAS E/OU NÃO INFECCIOSAS

Estando a bacterioscopia normal ou os testes do pH e das aminas normais ou inconclusivos, pensar em causas fisiológicas e/ou não infecciosas:

a vagina apresenta normalmente um conteúdo fisiológico que pode aumentar em volume no período perimenstrual, no período ovulatório e quando a mulher está excitada sexualmente;
além disso, pode ter origem alérgica (sabonete, desodorante, roupa íntima de material sintético) ou irritativa (produtos químicos, absorvente interno);
a paciente deve ser esclarecida sobre essas possibilidades e orientada para um eventual retorno, devendo-se, também, oferecer-lhe os testes para sífilis e anti-HIV;
a citologia oncótica deve ser realizada quando houver indicação (seguir as normas e diretrizes do Programa de Prevenção do Câncer Cérvico-uterino).


CORRIMENTO VAGINAL PRESENTE ? —> sim

Havendo evidências de corrimento vaginal, deve-se, sempre que possível, proceder a análise microscópica que é, na prática, o método definitivo para o diagnóstico etiológico do corrimento vaginal.

MICROSCOPIA DISPONÍVEL na consulta ? —> sim

Diferentes técnicas podem ser utilizadas para preparar o conteúdo vaginal para análise microscópica: a fresco, com KOH a 10%, ou pelo método de Gram. A seguir alguns possíveis achados e respectivos diagnósticos:

clue-cells (células chaves) e/ou a ausência de lactobacilos: vaginose bacteriana;
microorganismos flagelados móveis: tricomoníase;
hifas ou micélios birrefringentes semelhantes a um caniço e esporos de leveduras: candidíase
(Ver tratamentos sugeridos adiante)

MICROSCOPIA DISPONÍVEL na consulta ? —> não

Não havendo exame microscópico disponível no momento da consulta, utilizar a medida do pH vaginal e o teste das aminas ("do cheiro"), que auxiliam a realização de um diagnóstico mais preciso que aquele baseado simplesmente no aspecto do corrimento, enganoso na maioria das vezes.

TESTE DO pH VAGINAL E/OU TESTE DAS AMINAS DISPONÍVEL? —> não

Não estando disponíveis no momento da consulta o teste para a medida do pH vaginal e o teste das aminas, e sendo visualizado o corrimento vaginal no exame especular, a paciente deve ser tratada para todas as possíveis patologias que causam, mais comumente, vulvovaginites infecciosas: tricomoníase, vaginose bacteriana e candidíase (ver tratamentos sugeridos adiante).

TESTE DO pH VAGINAL E/OU TESTE DAS AMINAS DISPONÍVEL? —> sim

Os testes do pH vaginal e das aminas (ou do KOH ou do cheiro) são testes fáceis, baratos e rápidos (ver procedimentos acima em Exame Clínico-Ginecológoco). O valor do pH vaginal normal varia de 4 a 4,5. Estando, portanto, nesta faixa, deve-se pensar em causas fisiológicas ou não infecciosas.

ph menor que 4

Valores menores que 4 sugerem a presença de candidíase.

ph maior que 4,5

Valores acima de 4,5 sugerem tricomoníase e/ou vaginose bacteriana. O teste das aminas positivo fornece o diagnóstico de vaginose bacteriana e, em alguns casos, da tricomoníase.

AMBOS NEGATIVOS (pH entre 4 e 4,5 e teste das aminas negativo)

Se o teste de pH for normal (entre 4 e 4,5) e o teste das aminas for negativo, é preciso investigar uma possível causa fisiológica e/ou não infecciosa, conforme descrito anteriormente.

TRATAR TRICOMONÍASE

Metronidazol 2 g, VO, dose única, ou
Tinidazol 2 g, VO, dose única; ou
Metronidazol 500 mg, VO, de 12/12 horas, por 7 dias; ou
Secnidazol 2 g, VO, dose única.
Gestantes: tratar somente após completado o primeiro trimestre com Metronidazol 2 g, VO, dose única.

Nutrizes:

Metronidazol Gel a 0,75%, 1 aplicador vaginal (5g), 12/12 horas, por 5 dias; ou
Metronidazol 2g, VO, dose única (suspender o aleitamento, diretamente no peito, por 24 horas. Neste período, a mulher deverá ser orientada quanto a retirada e armazenamento do leite, a fim de garantir a nutrição do bebê).
Parceiros: tratar sempre, ao mesmo tempo que a paciente, e com o mesmo medicamento, em dose única.

Portadoras do HIV: devem ser tratadas com os mesmos esquemas recomendados acima.

Observações:

Para alívio dos sintomas, pode-se associar o tratamento tópico com Metronidazol Gel 0,75%, 1 aplicador vaginal (5g), 2 vezes ao dia, por 5 dias.
Durante o tratamento com qualquer dos medicamentos sugeridos acima, deve-se evitar a ingestão de álcool (efeito antabuse, que é o quadro conseqüente à interação de derivados imidazólicos com álcool, e se caracteriza por mal-estar, náuseas, tonturas, "gosto metálico na boca")
O tratamento tópico é indicado nos casos de intolerância aos medicamentos via oral, e nos casos de alcoolatria.
A tricomoníase vaginal pode alterar a classe da citologia oncótica. Por isso, nos casos em que houver alterações morfológicas celulares, estas podem estar associadas à tricomoníase. Nesses casos, deve-se realizar o tratamento e repetir a citologia após 2 a 3 meses, para avaliar se há persistência dessas alterações.
Durante o tratamento, deve-se suspender as relações sexuais.
Manter o tratamento se a paciente menstruar.


TRATAR VAGINOSE BACTERIANA

Metronidazol 500mg, VO, de 12/12 horas, por 7 dias; ou
Metronidazol 2g, VO, dose única; ou
Tinidazol 2g, VO, dose única; ou
Tianfenicol 2,5g/ dia, VO, por 2 dias; ou
Secnidazol 2g, VO, dose única; ou
Metronidazol Gel 0,75%, 1 aplicador vaginal (5g), 2 vezes ao dia, por 5 dias; ou
Clindamicina 300mg, VO, de 12/12 horas, por 7 dias; ou
Clindamicina creme 2%, 1 aplicador à noite, por 7 dias (contra-indicado em gestantes).


Gestantes:

Metronidazol 250 mg, VO, de 8/8 horas, por 7 dias (somente após completado o primeiro trimestre); ou
Metronidazol 2 g, VO, dose única (somente após completado o primeiro trimestre); ou
Clindamicina 300 mg, VO, de 12/12 horas por 7 dias; ou
Metronidazol Gel 0,75%, 1 aplicador vaginal (5g), 2 vezes ao dia, por 5 dias (uso limitado em gestantes, tendo em vista insuficiência de dados quanto ao seu uso nesta população).
Parceiros: não precisam ser tratados. Alguns autores recomendam tratamento de parceiros apenas para os casos recidivantes.

Portadoras do HIV: devem ser tratadas com os mesmos esquemas recomendados acima.

Observações:

Durante o tratamento com qualquer dos medicamentos sugeridos acima, deve-se evitar a ingestão de álcool (efeito antabuse, que é o quadro conseqüente à interação de derivados imidazólicos com álcool, e se caracteriza por mal-estar, náuseas, tonturas, "gosto metálico na boca")
O tratamento tópico é indicado nos casos de intolerância aos medicamentos via oral e nos casos de alcoolatria.

TRATAR TRICOMONÍASE e vaginose bacteriana (ao mesmo tempo)

Metronidazol 500mg, VO, de 12/12 horas por 7 dias; ou
Metronidazol 2 g, VO, dose única; ou
Tinidazol 2 g, VO, dose única; ou
Secnidazol 2 g, VO, dose única.


Gestantes: tratar após completado o primeiro trimestre com Metronidazol 250mg, VO, de 8/8 horas, por 7 dias

Parceiros: Metronidazol 2g, VO, dose única

Portadoras do HIV: devem ser tratadas com os mesmos esquemas recomendados acima.

TRATAR CANDIDÍASE

Miconazol, creme a 2%, via vaginal, 1 aplicação à noite ao deitar-se, por 7 dias; ou
Miconazol, óvulos de 200 mg, 1 óvulo via vaginal, à noite ao deitar-se, por 3 dias; ou
Miconazol, óvulos de 100 mg, 1 óvulo via vaginal, à noite ao deitar-se, por 7 dias; ou
Tioconazol creme a 6,5%, ou óvulos de 300mg, aplicação única, via vaginal ao deitar-se; ou
Isoconazol (Nitrato), creme a 1%, 1 aplicação via vaginal, à noite ao deitar-se, por 7 dias; ou
Terconazol creme vaginal a 0,8%, 1 aplicação via vaginal, à noite ao deitar-se, por 5 dias; ou
Clotrimazol, creme vaginal a 1%, 1 aplicação via vaginal, à noite ao deitar-se, durante 6 a 12 dias; ou
Clotrimazol, óvulos de 500mg, aplicação única, via vaginal; ou
Clotrimazol, óvulos de 100mg, 1 aplicação via vaginal, 2 vezes por dia, por 3 dias; ou
Clotrimazol, óvulos de 100mg, 1 aplicação via vaginal, à noite ao deitar-se, por 7 dias; ou
Nistatina 100.000 UI, 1 aplicação, via vaginal, à noite ao deitar-se, por 14 dias.
Para alívio do prurido (se necessário): fazer embrocação vaginal com violeta de genciana a 2%.

O tratamento sistêmico deve ser feito somente nos casos recorrentes ou de difícil controle; nestes casos, deve-se investigar causas sistêmicas predisponentes. Tratar com:

Itraconazol 200mg, VO, de 12/12h, só duas doses; ou
Fluconazol 150mg, VO, dose única; ou
Cetoconazol 400mg, VO, por dia, por 5 dias.


Gestantes: A candidíase vulvovaginal é muito comum no transcorrer da gravidez, podendo apresentar recidivas pelas condições propícias do pH vaginal que se estabelece nesse período. Qualquer um dos tratamentos tópicos acima relacionados pode ser usado em gestantes; deve ser dada preferência ao Miconazol, Terconazol ou Clotrimazol, por um período de 7 dias. Não deve ser usado nenhum tratamento sistêmico.

Parceiros: não precisam ser tratados, exceto os sintomáticos. Alguns autores recomendam o tratamento via oral de parceiros apenas para os casos recidivantes.

Portadoras do HIV: devem ser tratadas com os mesmos esquemas recomendados acima.

Observações:

Em mulheres que apresentam 4 ou mais episódios por ano, devem ser investigados outros fatores predisponentes: diabetes, imunodepressão, inclusive a infecção pelo HIV, uso de corticóides.
Sempre orientar quanto à higiene adequada e uso de roupas que garantam boa ventilação.
ACONSELHAR, OFERECER VDRL E ANTI-HIV, ENFATIZAR adesão AO TRATAMENTO, CONVOCAR PARCEIRO(S), NOTIFICAR, AGENDAR RETORNO

Este quadro de ação indica:

A associação de mais de uma DST é muito freqüente. Conversar com a paciente sobre a importância de se realizar a sorologia para sífilis.
Considerar a associação entre as DST e a infecção pelo HIV, especialmente nas mulheres que apresentem vulvovaginites infecciosas comprovadas e com uma freqüência igual ou maior que 4 vezes ao ano. Aconselhar a paciente e oferecer-lhe a realização de sorologia anti-HIV.
Como orientação mínima para a paciente:
concluir o tratamento prescrito, mesmo que os sintomas ou sinais tenham desaparecido;
interromper as relações sexuais até a conclusão do tratamento e o desaparecimento dos sintomas;
após a cura, usar preservativo em todas as relações sexuais ou adotar outras formas de sexo mais seguro;
oferecer preservativos à paciente, orientando sobre a técnica de uso; e
recomendar seu retorno ao serviço de saúde se ela voltar a ter problemas genitais.
Encorajar apenas a paciente portadora de cervicite ou tricomoníase a comunicar a todos os seus parceiros sexuais do último mês, para que possam ser atendidos e tratados. Fornecer à paciente cartões de convocação para parceiros, devidamente preenchidos. Essa atividade é fundamental para se romper a cadeia de transmissão, e para evitar que a paciente se reinfecte.
Notificar o caso no formulário apropriado.
Agendar o retorno da paciente para o conhecimento de resultados dos exames laboratoriais, controle de cura e coleta de material para citologia oncótica (Papanicolaou), quando houver indicação.


VULVOVAGINITES

Conceito

Considera-se como vulvovaginite toda manifestação inflamatória e/ou infecciosa do trato genital feminino inferior, ou seja, vulva, vagina e epitélio escamoso do colo uterino (ectocérvice).

Quadro Clínico

De um modo geral, as vulvovaginites se manifestam por meio de corrimento vaginal, cujas características podem ser bastante variáveis. O corrimento pode se apresentar associado a um ou mais dos seguintes sintomas: prurido vulvovaginal, dor ou ardor ao urinar, e sensação de desconforto pélvico. Salienta-se que esses sinais e sintomas são inespecíficos, além do que, muitas infecções genitais podem ser completamente assintomáticas.

Fisiopatologia

PROTEÇÃO NATURAL DO TRATO GENITAL INFERIOR

Vulva: tegumento; pelos abundantes; coartação adequada dos pequenos lábios.
Vagina: acidez vaginal (pH normal, de 4,0 a 4,5); presença de lactobacilos (Dorderlein); integridade do assoalho pélvico; justaposição das paredes vaginais; espessura e pregueamento das paredes vaginais.
Colo: muco endocervical; ação bactericida; integridade anatômica.
As vulvovaginites podem ser causadas por agentes infecciosos (transmitidos ou não pelo coito), mas também podem se relacionar a fatores físicos, químicos, hormonais, orgânicos e anatômicos que agem, ora de forma predisponente, ora desencadeante do processo. Assim, deve-se mencionar o diabetes, a ingestão de esteróides, os traumas, o uso de lubrificantes e de absorventes internos e externos, como fatores que podem provocar o desenvolvimento de uma vulvovaginite. A depilação exagerada e freqüente, as roturas perineais, a prática de coito vaginal imediatamente após o coito anal, e o uso de DIU, além dos estados hiper ou hipoestrogênicos, podem favorecer as vulvovaginites, por modificarem a flora vaginal.

Diferenças entre o conteúdo Vaginal Fisiológico e o corrimento Resultante de Vulvovaginites

A cavidade vaginal é fisiologicamente úmida, isto é, contém o produto de secreção das glândulas vestibulares e endocervicais, além da transudação da mucosa vaginal. Este conteúdo vaginal altera-se em decorrência de influências hormonais, estímulo sexual e até do psiquismo, daí a natural variação individual na sua qualidade e quantidade.

O profissional de saúde pode diferenciar o conteúdo vaginal fisiológico do patológico por meio dos seguintes elementos:

O conteúdo vaginal fisiológico resulta de: muco cervical; descamação do epitélio vaginal (ação estrogênica); transudação vaginal; secreção das glândulas vestibulares (de Bartholin e de Skene); à bacterioscopia ou exame a fresco nota-se a predominância de flora vaginal contendo bacilos de Döderlein sobre as outras possíveis bactérias, além de pequena quantidade de polimorfonucleares.
As suas características principais são:
pH ácido (4,0 a 4,5);
mais abundante no período ovulatório, gestação, puerpério, ou quando há excitação sexual;
pode ocorrer em recém-nascidas, pela ação hormonal placentária;
coloração clara ou ligeiramente castanha;
aspecto flocular; e
pequena quantidade e ausência de cheiro ou odor.
Etiologia

Infecções: bacteriana, viral, fúngica.
Infestações: protozoários, metazoários.
Hormonais
Neoplásicas
Alérgicas
Traumáticas
Idiopáticas (psicossomáticas)
Vaginose bacteriana

CONCEITO E AGENTES ETIOLÓGICOS

A vaginose bacteriana é caracterizada por um desequilíbrio da flora vaginal normal, devido ao aumento exagerado de bactérias, em especial as anaeróbias (Gardnerella vaginalis, Bacteroides sp, Mobiluncus sp, micoplasmas, peptoestreptococos). Esse aumento é associado a uma ausência ou diminuição acentuada dos lactobacilos acidófilos (que normalmente são os agentes predominantes na vagina normal).

CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS

corrimento vaginal com odor fétido, mais acentuado depois do coito e no período menstrual;
corrimento vaginal acinzentado, de aspecto cremoso, algumas vezes bolhoso;
dor às relações sexuais (pouco freqüente); e
embora o corrimento seja o sintoma mais freqüente, quase a metade das mulheres com vaginose bacteriana são completamente assintomáticas.


DIAGNÓSTICO

Exame a fresco ou esfregaço corado do conteúdo vaginal, que mostra a presença de "células-chave" ou "clue-cells", que são células epiteliais, recobertas por bactérias aderidas à sua superfície;
pH da secreção vaginal: a medida do pH vaginal é um teste rápido e simples, que produz informações valiosas. É realizado por meio de uma fita de papel indicador de pH, colocada em contato com a parede vaginal, durante um minuto. Deve-se tomar cuidado para não tocar o colo, que possui um pH muito mais básico que a vagina e pode provocar distorções na leitura. O valor do pH vaginal normal varia de 4,0 a 4,5. Na vaginose bacteriana é sempre maior que 4,5; e
teste das aminas: algumas aminas são produzidas pela flora bacteriana vaginal, particularmente pelos germes anaeróbios. Essas aminas podem ser identificadas quando o conteúdo vaginal é misturado com 1 ou 2 gotas de KOH a 10%. Na presença de vaginose bacteriana, ocorre a liberação de aminas com odor fétido, semelhante ao odor de peixe podre.
O diagnóstico da vaginose bacteriana se confirma quando estiverem presentes três dos seguintes critérios, ou apenas os dois últimos:

corrimento vaginal homogêneo, geralmente acinzentado e de quantidade variável;
pH vaginal maior que 4,5;
teste das aminas positivo;
presença de "clue cells" no exame bacterioscópico, associada à ausência de lactobacilos.


TRATAMENTO

Metronidazol 500mg, VO, de 12/12 horas, por 7 dias; ou
Metronidazol 2g, VO, dose única; ou
Tinidazol 2g, VO, dose única; ou
Tianfenicol 2,5g/ dia, VO, por 2 dias; ou
Secnidazol 2g, VO, dose única; ou
Metronidazol Gel 0,75%, 1 aplicador vaginal (5g), 2 vezes ao dia, por 5 dias; ou
Clindamicina 300mg, VO, de 12/12 horas, por 7 dias; ou
Clindamicina creme 2%, 1 aplicador à noite, por 7 dias (contra-indicado em gestantes).


Gestantes

Metronidazol 250 mg, VO, de 8/8 horas, por 7 dias (somente após completado o 1º trimestre); ou
Metronidazol 2 g, VO, dose única (somente após completado o primeiro trimestre); ou
Clindamicina 300 mg, VO, de 12/12 horas por 7 dias; ou
Metronidazol Gel 0,75%, 1 aplicador vaginal (5g), 2 vezes ao dia, por 5 dias (uso limitado em gestantes, tendo em vista insuficiência de dados quanto ao seu uso nesta população).


Parceiros

Não precisam ser tratados. Alguns autores recomendam tratamento de parceiros apenas para os casos recidivantes.

Observações:

Durante o tratamento com qualquer dos medicamentos sugeridos acima, deve-se evitar a ingestão de álcool (efeito antabuse, que é o quadro conseqüente à interação de derivados imidazólicos com álcool, e se caracteriza por mal-estar, náuseas, tonturas, "gosto metálico na boca").
Tratamento tópico é indicado nos casos de alcoolatria.
Portadora do hiv

Pacientes infectadas pelo HIV devem ser tratadas com os esquemas acima referidos.




CANDIDÍASE VULVOVAGINAL

CONCEITO E AGENTES ETIOLÓGICOS

É uma infecção da vulva e vagina, causada por um fungo comensal que habita a mucosa vaginal e a mucosa digestiva, que cresce quando o meio torna-se favorável para o seu desenvolvimento; 80 a 90% dos casos são devidos à Candida albicans, e 10 a 20% a outras espécies chamadas não-albicans (C. tropicalis, C. glabrata, C. krusei, C. parapsilosis). Apresenta-se em duas formas: esporo e pseudo-hifa.

A relação sexual já não é considerada a principal forma de transmissão, visto que esses organismos podem fazer parte da flora endógena em até 50% das mulheres assintomáticas.

Os fatores predisponentes da candidíase vulvovaginal são:

gravidez;
diabetes melitus (descompensado);
obesidade;
uso de contraceptivos orais de altas dosagens;
uso de antibióticos, corticóides ou imunossupressores;
hábitos de higiene e vestuário inadequados (diminuem a ventilação e aumentam a umidade e o calor local);
contato com substâncias alergenas e/ou irritantes (por exemplo: talco, perfume, desodorantes); e
alterações na resposta imunológica (imunodeficiência), inclusive a infecção pelo HIV.


CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS

Sinais e sintomas dependerão do grau de infecção e da localização do tecido inflamado; podem se apresentar isolados ou associados, e incluem:

prurido vulvovaginal (principal sintoma, e de intensidade variável);
ardor ou dor à micção;
corrimento branco, grumoso, inodoro e com aspecto caseoso ("leite coalhado");
hiperemia, edema vulvar, fissuras e maceração da vulva;
dispareunia;
fissuras e maceração da pele; e
vagina e colo recobertos por placas brancas ou branco acinzentadas, aderidas à mucosa.


DIAGNÓSTICO LABORATORIAL

Exame direto (a fresco) do conteúdo vaginal, que revela a presença de micélios birrefrigentes e/ou de esporos, pequenas formações arredondadas birrefringentes. A visualização dos fungos é facilitada adicionando-se KOH a 10% à lâmina a ser examinada.
Esfregaço corado do conteúdo vaginal (Papanicolaou, Gram, Giemsa ou Azul de Cresil).
Cultura: só tem valor quando realizada em meios específicos; deve ser restrita aos casos nos quais a sintomatologia é muito sugestiva e todos os exames anteriores sejam negativos; também é indicada nos casos recorrentes, para identificar a espécie de cândida responsável.
Teste do pH vaginal: é um teste simples e rápido, feito com uma fita de papel indicador de pH colocada em contato com a parede vaginal, durante um minuto; deve-se tomar cuidado para não tocar o colo, que possui um pH básico, o que pode causar distorções na interpretação; valores menores que 4 sugerem candidíase.


Observações:

O simples achado de cândida na citologia oncótica em uma paciente assintomática, não permite o diagnóstico de infecção clínica, e, portanto, não justifica o tratamento.
Nos casos de candidíase recorrente, a mulher deve ser aconselhada e orientada a realizar o teste anti-HIV, além de serem investigados os fatores predisponentes citados anteriormente.


TRATAMENTO

Miconazol, creme a 2%, via vaginal, 1 aplicação à noite ao deitar-se, por 7 dias; ou
Miconazol, óvulos de 200 mg, 1 óvulo via vaginal, à noite ao deitar-se, por 3 dias; ou
Miconazol, óvulos de 100 mg, 1 óvulo via vaginal, à noite ao deitar-se, por 7 dias; ou
Tioconazol creme a 6,5%, ou óvulos de 300mg, aplicação única, via vaginal ao deitar-se; ou
Isoconazol (Nitrato), creme a 1%, 1 aplicação via vaginal, à noite ao deitar-se, por 7 dias; ou
Terconazol creme vaginal a 0,8%, 1 aplicação via vaginal, à noite ao deitar-se, por 5 dias; ou
Clotrimazol, creme vaginal a 1%, 1 aplicação via vaginal, à noite ao deitar-se, por 6 a 12 dias; ou
Clotrimazol, óvulos de 500mg, aplicação única, via vaginal; ou
Clotrimazol, óvulos de 100mg, 1 aplicação via vaginal, 2 vezes por dia, por 3 dias; ou
Clotrimazol, óvulos de 100mg, 1 aplicação via vaginal, à noite ao deitar-se, por 7 dias; ou
Nistatina 100.000 UI, 1 aplicação, via vaginal, à noite ao deitar-se, por 14 dias.

O tratamento sistêmico deve ser feito somente nos casos recorrentes ou de difícil controle; nestes casos, deve-se investigar causas sistêmicas predisponentes. Tratar com:

Itraconazol 200mg, VO, de 12/12h, só duas doses; ou
Fluconazol 150mg, VO, dose única; ou
Cetoconazol 400mg, VO, por dia, por 5 dias.
Para alívio do prurido (se necessário): embrocação vaginal com violeta de genciana a 2%.

Gestantes

A candidíase vulvovaginal é muito comum no transcorrer da gravidez, podendo apresentar recidivas pelas condições propícias do pH vaginal que se estabelece nesse período.

Qualquer um dos tratamentos tópicos acima relacionados pode ser usado em gestantes; deve ser dada preferência ao Miconazol, Terconazol ou Clotrimazol, por um período de 7 dias. Não deve ser usado nenhum tratamento sistêmico.

Parceiros

Não precisam ser tratados, exceto os sintomáticos. Alguns autores recomendam o tratamento via oral de parceiros apenas para os casos recidivantes.

Observações

Em mulheres que apresentam 4 ou mais episódios por ano, devem ser investigados outros fatores predisponentes: diabetes, imunodepressão, infecção pelo HIV, uso de corticóides.
Sempre orientar quanto à higiene adequada e uso de roupas que garantam boa ventilação.

Portadora do hiv

Pacientes infectadas pelo HIV devem ser tratadas com os esquemas acima referidos.




TRICOMONÍASE GENITAL

CONCEITO E AGENTE ETIOLÓGICO

É uma infecção causada pelo Trichomonas vaginalis (protozoário flagelado), tendo como reservatório a cérvice uterina, a vagina e a uretra. Sua principal forma de transmissão é a sexual. Pode permanecer assintomática no homem e, na mulher, principalmente após a menopausa. Na mulher, pode acometer a vulva, a vagina e a cérvice uterina, causando cervicovaginite.

CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS

corrimento abundante, amarelado ou amarelo esverdeado, bolhoso, com mau-cheiro;
prurido e/ou irritação vulvar;
dor pélvica (ocasionalmente);
sintomas urinários (disúria, polaciúria);
hiperemia da mucosa, com placas avermelhadas (colpite difusa e/ou focal, com aspecto de framboesa;
teste de Schiller positivo (iodo negativo ou "onçóide").
Observações:

Mais da metade das mulheres portadoras de tricomoníase vaginal são completamente assintomáticas.
O simples achado de Trichomonas vaginalis em uma citologia oncótica de rotina impõe o tratamento da mulher e também do seu parceiro sexual, já que se trata de uma DST.
A tricomoníase vaginal pode alterar a classe da citologia oncótica. Por isso, nos casos em que houver alterações morfológicas celulares, estas podem estar associadas à tricomoníase. Nesses casos, deve-se realizar o tratamento e repetir a citologia após 2 a 3 meses, para avaliar se há persistência dessas alterações.

DIAGNÓSTICO LABORATORIAL

Para o diagnóstico das infecções genitais baixas, utiliza-se comumente o exame direto (a fresco) do conteúdo vaginal. Colhe-se uma gota do corrimento, coloca-se sobre a lâmina com uma gota de solução fisiológica, e observa-se ao microscópio, com o condensador baixo.

Exame do conteúdo vaginal a fresco: observam-se os parasitas flagelados movimentando-se ativamente entre as células epiteliais e os leucócitos.
Esfregaço do conteúdo vaginal corado pelos métodos de Gram, ou Giemsa, ou Papanicolaou.
Cultura: valiosa apenas em crianças, em casos suspeitos e com exame a fresco e esfregaço repetidamente negativos. É muito difícil de ser realizada pois requer meio específico e condições de anaerobiose (meio de Diamond).
Teste do pH vaginal: é um teste simples e rápido, feito com uma fita de papel indicador de pH colocada em contato com a parede vaginal, durante um minuto; deve-se tomar cuidado para não tocar o colo, que possui um pH básico, o que pode causar distorções na interpretação; valores acima de 4,5 sugerem tricomoníase.

TRATAMENTO

Metronidazol 2 g, VO, dose única, ou
Tinidazol 2 g, VO, dose única; ou
Metronidazol 500 mg, VO, de 12/12 horas, por 7 dias; ou
Secnidazol 2 g, VO, dose única.

Gestantes

Tratar somente após completado o primeiro trimestre, com Metronidazol 2 g, VO, dose única.

Nutrizes

Metronidazol Gel a 0,75%, 1 aplicador vaginal (5g), 2 vezes ao dia, por 5 dias; ou
Metronidazol 2g, VO, dose única (suspender o aleitamento, diretamente no peito, por 24 horas. Neste período, a mulher deverá ser orientada quanto a retirada e armazenamento do leite, a fim de garantir a nutrição do bebê).

Parceiros

Tratar sempre, ao mesmo tempo que a paciente, e com o mesmo medicamento e dose.

Observações

Para alívio dos sintomas, pode-se associar o tratamento tópico com Metronidazol Gel a 0,75%, 1 aplicador vaginal (5g), 2 vezes ao dia, por 5 dias.
Durante o tratamento com qualquer dos medicamentos sugeridos acima, deve-se evitar a ingestão de álcool (efeito antabuse, que é o quadro conseqüente à interação de derivados imidazólicos com álcool, e se caracteriza por mal-estar, náuseas, tonturas, "gosto metálico na boca").
O tratamento tópico é indicado nos casos de intolerância aos medicamentos via oral, e nos casos de alcoolatria.
A tricomoníase vaginal pode alterar a classe da citologia oncótica. Por isso, nos casos em que houver alterações morfológicas celulares, estas podem estar associadas à tricomoníase. Nestes casos deve-se realizar o tratamento e repetir a citologia após 2 a 3 meses, para avaliar se há persistência dessas alterações.
Durante o tratamento, deve-se suspender as relações sexuais.

Portadora do hiv

Pacientes infectadas pelo HIV, devem ser tratadas com os esquemas acima referidos.




CERVICITE MUCOPURULENTA

Conceito e Agentes Etiológicos

Cervicite, ou endocervicite, é a inflamação da mucosa endocervical (epitélio colunar do colo uterino). Classicamente, as cervicites são classificadas como gonocócicas ou não gonocócicas, levando em consideração o seu agente etiológico. Novos estudos têm demonstrado que a etiologia das cervicites está relacionada principalmente com Neisseria gonorrhoeae e Chlamydia trachomatis, além de bactérias aeróbicas e anaeróbicas da própria flora cérvico-vaginal. Outros agentes também relacionados são: Trichomonas vaginalis, Mycoplasma hominis, Ureaplasma urealiticum e Herpes simplex virus. Em virtude de não poder-se obter o diagnóstico específico no momento da consulta e com a finalidade de possibilitar o tratamento adequado das cervicites e a prevenção das seqüelas que uma Doença Inflamatória Pélvica (DIP) pode provocar, é preconizado o tratamento sindrômico, classificando-as como cervicites mucopurulentas.

Quadro clínico

Embora assintomática na maioria das vezes, a mulher portadora de cervicite poderá vir a ter sérias complicações, quando a doença não for detectada a tempo. Por isso, é importante, como rotina, a verificação da presença de fatores de risco (escore de risco), além da realização da anamnese e do exame ginecológico minucioso em todas as mulheres que procuram assistência médica ou ginecológica por qualquer motivo.

Alguns sintomas genitais leves, como corrimento vaginal, dispareunia ou disúria, podem ocorrer na presença de cervicite mucopurulenta. Ocasionalmente, o ducto de Bartholin é atingido, seja inicialmente ou por contigüidade, levando à formação de abscesso agudo e doloroso. O colo uterino fica habitualmente edemaciado, sangrando facilmente ao toque da espátula; às vezes, pode ser verificada a presença de mucopus no orifício externo do colo. Uma cervicite prolongada, sem o tratamento adequado, pode-se estender ao endométrio e às trompas, causando Doença Inflamatória Pélvica (DIP) sendo suas principais seqüelas: esterilidade, gravidez ectópica, dor pélvica crônica.

Diagnóstico

O método ideal para o diagnóstico da cervicite gonocócica é a cultura do gonococo em meio seletivo (Thayer-Martin), a partir de amostras endocervicais, visto que, na mulher, a coloração pelo método de Gram tem uma sensibilidade da ordem de apenas 30% e, portanto, não se presta para este fim. O diagnóstico definitivo da cervicite causada por Chlamydia trachomatis é feito pela cultura, uma técnica cara e muito especializada; na prática, pode ser utilizada a imunofluorescência direta, feita com material coletado diretamente do colo uterino.

Tratamento

Dada a impossibilidade da realização dos procedimentos diagnósticos no momento da consulta e à alta prevalência de gonococos e clamídia nas cervicites ou endocervicites, além da necessidade de se prevenir as seqüelas da DIP, preservando-se assim a saúde reprodutiva da mulher, justifica-se o tratamento combinado:

Azitromicina, 1g, VO, dose única; ou
Doxiciclina 100 mg, VO, de 12/12 horas por 7 dias (contra-indicado em gestantes e nutrizes); ou
Eritromicina (estearato) 500 mg, VO, de 6/6 horas, durante 7 dias
mais

Ofloxacina 400 mg, VO, dose única (contra-indicado em gestantes, nutrizes e menores de 18 anos);ou
Ciprofloxacina 500 mg, VO, dose única (contra-indicado em gestantes, nutrizes e menores de 18 anos); ou
Cefixima 400 mg, VO, dose única; ou
Ceftriaxona 250 mg, IM, dose única; ou
Tianfenicol 2,5g, VO, dose única.

Gestantes

A infecção gonocócica na gestante poderá estar associada a um maior risco de prematuridade, rotura prematura de membrana, perdas fetais, retardo de crescimento intra-uterino e febre puerperal. No recém-nascido, a principal manifestação clínica é a conjuntivite, podendo haver ainda septicemia, artrite, abcessos de couro cabeludo, pneumonia, meningite, endocardite e estomatite.

A infecção por clamídia durante a gravidez poderá estar relacionada a partos prematuros, ruptura prematura de membranas, endometrite puerperal, além de conjuntivite e pneumonias do recém-nascido. O recém-nascido de mães com infecção da cérvix por clamídia corre alto risco de adquirir a infecção durante a passagem pelo canal de parto. A transmissão intra-uterina não é suficientemente conhecida.

O tratamento da gestante deve ser feito com:

Amoxicilina 500mg, VO, de 08/08 horas, por 7 dias; ou
Eritromicina (estearato) 500mg, VO, de 06/06 horas, por 7 dias; ou
Eritromicina (estearato) 250mg, VO, de 06/06 horas, por 14 dias (casos de sensibilidade gástrica); ou
Azitromicina 1 g, VO, dose única.
mais

Cefixima 400mg, VO, dose única; ou
Ceftriaxona 250mg, IM, dose única; ou
Espectinomicina 2g IM, dose única.
Parceiros:

Azitromicina, 1g, VO, dose única
mais

Ofloxacina 400 mg, VO, dose única
Portadora do hiv

Pacientes infectadas pelo HIV, devem ser tratadas com os esquemas acima referidos.



ok

2006-11-04 05:25:12 · answer #1 · answered by M.M 7 · 0 0

AMIGA O QUE VC USOU PARA ESSA CERVICITE POMADA , REMEDIO , TRATAMENTO? PQ FUI CONSTATADA TBM COM CERVICITE E TO USANDO TROFODERMIM E ABUCRESIL E NAO ADIANTOU ...

2014-07-23 15:53:39 · answer #2 · answered by Anonymous · 0 0

Nao. O teste vai mostrar alteração hormonal e não infeccioso que e' o caso da cervicite. Você e' muito nova para um diagnostico destes. Quantas vezes você já recebeu tratamento para a cervicite? Normalmente, o quadro clinico agudo vira crônico após uma serie de tratamentos que não foram eficazes(grosso modo). Tem certeza que teu medico e' bom? Tenho uma filosofia pessoal, nunca aceito um so parecer...sempre procuro alternativa.

2006-11-03 22:50:00 · answer #3 · answered by tereza g 3 · 0 0

Nada a ver, o teste de gravidez mede a quantidade da substância hcg no seu corpo e quando você está grávida não há o que iniba a presença dessa substância no seu corpo. O resultado só pode ser errôneo quando se está bem no inicinho da gravidez (mas quase não acontece) para negativo, ou quando acontece algo que eleve os níveis de hcg no corpo tipo uma gravidez ectópica (nas trompas), aborto recente, gravidez psicológica, etc. para positivo. Mas infecções e esse tipo de coisa não infliu em absolutamente nada no resultado.

2006-11-03 22:46:35 · answer #4 · answered by Illusion 3 · 0 0

fedest.com, questions and answers