Uma pessoa abençoada
A identidade e a linhagem do Messias não foram deixadas ao acaso, pois Deus não queria nenhuma confusão sobre o assunto. Desde o começo, Ele foi revelando progressivamente quem viria a ser o Seu Ungido.
Depois que Adão e Eva pecaram, Deus amaldiçoou a serpente. Dentro dessa maldição estava a promessa de Alguém que viria e esmagaria a cabeça da serpente. Esse Prometido viria da descendência da mulher e seria um homem (Gn 3.15). Isso foi reiterado mais tarde, na promessa dada por intermédio do profeta IsaÃas: “Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu” (Is 9.6). Em outras palavras, o Messias não seria um anjo, um animal, ou alguma criatura incomum. Tampouco o Messias seria uma mulher. Deus prometeu levantar um ser humano, um homem, que um dia feriria mortalmente “a antiga serpente, que se chama Diabo e Satanás” (Ap 12.9).
As circunstâncias miraculosas cercando Seu nascimento dariam indicações de Sua natureza divina. Mais uma vez, por meio de IsaÃas, Deus fez uma promessa. à casa de Davi não seria dado um sinal de sua própria escolha, mas um sinal determinado por Deus: “eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho e lhe chamará Emanuel [literalmente: Deus conosco]” (Is 7.14).
Embora muitos debates tenham focalizado a questão se o termo hebraico “almah” deveria ser traduzido como “virgem” ou “mulher jovem”, os tradutores judaicos da Septuaginta (a tradução grega do Antigo Testamento) escolheram o termo grego “parthenos”, para indicar claramente o que entendiam que a palavra hebraica deveria significar, ou seja, “virgem”. Além disso, “parthenos” foi a palavra empregada por Mateus em seu evangelho, quando citou essa passagem de IsaÃas (Mt 1.23). Conseqüentemente, o sinal miraculoso que Deus iria conceder seria o fato de uma virgem conceber e dar à luz um filho.
Além disso, conforme indicado por Seu nome, esse Filho seria de natureza divina. Na tradição judaica, ensinava-se que nos tempos primitivos da história humana, pela ministração do EspÃrito Santo, as pessoas poderiam dirigir o futuro de seus filhos por intermédio dos nomes que lhes dessem (Gênesis Rabbah 37.7). Também era prática comum dar um nome à criança de acordo com um pensamento ou conceito indicativo da sua natureza. Por isso, quão significativo é que Deus, quando concedeu o sinal especial do Filho nascendo de uma virgem, deu-Lhe, Ele mesmo, um nome que revelava não apenas o que esse Filho faria, mas também o que Ele seria (“Emanuel”). Este menino especial seria Deus e Ele estaria conosco.
Estreitando ainda mais a árvore genealógica do Messias, Deus planejou que Ele viesse de uma nação especÃfica – Israel (Gn 22.18; compare Gl 3.16); de uma tribo especÃfica de Israel – Judá (Gn 49.10); e de uma famÃlia especÃfica de Judá – a famÃlia do rei Davi (Jr 23.5). Portanto, esses eram os requisitos genealógicos e de nascimento para qualquer um que pretendesse reivindicar ser o Messias.
Uma época abençoada
Os rabinos antigos pronunciavam uma maldição sobre qualquer pessoa que tentasse calcular a época da chegada do Messias (Sanhedrin 97b). Eles temiam que o povo perderia a fé se Ele não aparecesse na data calculada. Apesar disso, a época da primeira vinda do Messias é descrita em Daniel 9.24-27: “Setenta semanas estão determinadas sobre o teu povo e sobre a tua santa cidade, para fazer cessar a transgressão, para dar fim aos pecados, para expiar a iniqüidade, para trazer a justiça eterna, para selar a visão e a profecia e para ungir o Santo dos Santos. Sabe e entende: desde a saÃda da ordem para restaurar e para edificar Jerusalém, até ao Ungido, ao PrÃncipe, sete semanas e sessenta e duas semanas; as praças e e as circunvalações se reedificarão, mas em tempos angustiosos. Depois das sessenta e duas semanas será morto (a Ed. Rev. e Corrigida diz: “tirado”) o Ungido e já não estará; e o povo de um prÃncipe que há de vir destruirá a cidade e o santuário, e o seu fim será num dilúvio, e até ao fim haverá guerra; desolações são determinadas.”
Nessa passagem, o anjo Gabriel informa ao profeta Daniel que “setenta semanas estão determinadas sobre o teu povo e sobre a tua santa cidade”. Essas setenta semanas são semanas de sete anos cada, e não de sete dias – um total de 490 anos. O ponto de referência para iniciar a contagem é este: “desde a saÃda da ordem para restaurar e para edificar Jerusalém”. O único decreto registrado nas Escrituras que encaixa historicamente com essa profecia é aquele baixado pelo rei Artaxerxes, em Neemias 2. Esse decreto, que ordenava a reconstrução das portas e dos muros de Jerusalém, foi editado no vigésimo ano do rei Artaxerxes – 445 a.C.
De acordo com o anjo Gabriel, em Daniel 9.25, desta data em diante, um perÃodo de 69 semanas, ou 483 anos, se encerraria na época em que “o Ungido, o PrÃncipe” estaria presente. Por meio de cuidadosos cálculos (empregando anos proféticos de 360 dias), eruditos bÃblicos chegaram à conclusão de que as 69 semanas terminaram em torno do ano 32 d.C.[1]
Embora tenha havido debates a respeito da data precisa, não pode ser questionado que, de acordo com essa passagem, o Messias tinha que chegar e “já não estar” (v. 26) antes da destruição da cidade e do santuário (templo). Como Daniel recebeu essa profecia algum tempo após a primeira destruição de Jerusalém e do templo, em 586 a.C., essa segunda destruição tem de referir-se à quela efetuada pelo exército romano, em 70 d.C. Portanto, o Messias deveria chegar 483 anos depois de 445 a.C. e antes de 70 d.C.
Um lugar Abençoado
Miquéias 5.2 (5.1 na BÃblia judaica) é uma promessa acerca da qual há a maior unanimidade entre eruditos cristãos e antigos estudiosos judeus – concorda-se que se trata de uma profecia messiânica: “E tu, Belém-Efrata, pequena demais para figurar como grupo de milhares de Judá, de ti me sairá o que há de reinar em Israel, e cujas origens são desde os tempos antigos, desde os dias da eternidade”.
De acordo com essa promessa, a pequena vila de Belém-Efrata seria o local de onde viria o Messias. Numerosas fontes judaicas antigas concordam com essa interpretação (Targum Jonathan sobre Miquéias 5.1; Lamentações Rabbah 1.16, parágrafo 51). Inclusive nos dias de Herodes, o Grande, sábios judeus compreendiam Miquéias 5.2 como sendo uma referência ao lugar de nascimento do Messias (Mt 2.4-6).
à significativo que o profeta Miquéias tenha identificado claramente qual Belém se tinha em vista, pois havia duas localidades chamadas Belém. Uma se encontrava no território dado à tribo de Zebulom, no norte (Js 19.15), enquanto a outra se localizava no território dado à tribo de Judá. Efrata era o nome original dessa segunda Belém. Ela distava aproximadamente oito quilômetros de Jerusalém para o sul e foi o lugar onde Davi nasceu e foi coroado rei.
Correspondendo à localização messiânica de Belém, existe um lugar chamado “torre do rebanho”. Nos dias bÃblicos, os pastores muitas vezes vigiavam seus rebanhos de uma torre especialmente construÃda para isso. De lá, podiam observar a aproximação de bandidos ou animais selvagens. Miquéias 4.8 faz referência a essa torre: “A ti, ó torre do rebanho, monte da filha de Sião, a ti virá; sim, virá o primeiro domÃnio, o reino da filha de Jerusalém”. Uma antiga interpretação judaica considerava esse versÃculo como sendo messiânico e traduzia a expressão “torre do rebanho” por “Messias de Israel” (Targum Jonathan).
A única outra referência à “torre do rebanho” encontra-se em Gênesis 35.21: “Então, partiu Israel e armou a sua tenda além da torre de Ãder [literalmente, “rebanho”]”. Isso ocorreu logo após a morte de Raquel, no caminho para Efrata, ou Belém (Gn 35.19). Assim, essa “torre do rebanho” encontrava-se próxima de Belém. Como resultado da localização da torre e da interpretação de Miquéias 4.8, outro Targum judaico traduz Gênesis 35.21 da seguinte forma: “Jacó partiu e armou suas tendas além da torre do rebanho, o lugar de onde o Rei Messias se revelará no fim dos dias” (Targum Pseudo-Jonathan).
Portanto, o lugar abençoado do qual se originaria ou nasceria o Messias era Belém-Efrata.
Um nascimento abençoado
Na época em que o Messias chegou, a Palavra de Deus havia detalhado suficientemente como Ele poderia ser reconhecido simplesmente em termos de Seu nascimento, para não mencionar as profecias concernentes a toda a Sua vida. Tal detalhamento aponta para Jesus de Nazaré.
Em primeiro lugar, Jesus possuÃa a linhagem fÃsica correta. Ele nasceu de uma mulher, Maria, cumprindo assim os requisitos de um ser humano, um homem, nascido de uma virgem (Lc 1.34-35). Com respeito à Sua divindade, muitas passagens das Escrituras confirmam Suas obras miraculosas e Sua confissão pessoal (por exemplo, Jo 10.30-33). Ele também foi judeu – Mateus 1 e Lucas 3.23-38 confirmam que Jesus de Nazaré foi “filho de Davi, filho de Abraão” (Mt 1.1).
Em segundo lugar, Jesus nasceu no tempo certo. Obviamente, Ele viveu após 445 a.C. e antes de 70 d.C. Durante Seu ministério, Ele pregou que “o tempo está cumprido” (Mc 1.15). Como mencionamos acima, os eruditos bÃblicos calcularam que ao redor do ano 32 d.C. cumpriram-se os 483 anos da profecia de Daniel. Mais especificamente, acredita-se que eles se encerraram exatamente nos dias em que Jesus foi aclamado como Messias e entrou em Jerusalém montado num jumentinho. Nessa ocasião, Jesus parou repentinamente e chorou sobre Jerusalém. Ele exclamou: “Ah! Se conheceras por ti mesma, ainda hoje, o que é devido à paz! Mas isto está agora oculto aos teus olhos... porque não reconheceste a oportunidade da tua visitação” (Lc 19.42,44). A época da chegada do Messias havia sido proclamada pelo profeta Daniel. Mas os lÃderes judeus de então, representando a nação como um todo, não o reconheceram. Igualmente, em cumprimento da profecia de Daniel, Jesus foi “tirado” (Dn 9.26, Ed. Rev. e Corrigida), uma referência à Sua morte prematura por meio da crucificação. Até mesmo isso não ocorreu por acaso. A morte de Jesus tinha um propósito. Ele “a si mesmo se deu em resgate por todos: testemunho que se deve prestar em tempos oportunos” (1 Tm 2.6).
Em terceiro lugar, Jesus de Nazaré nasceu no lugar certo – Belém. Ele não nasceu na Belém vizinha de Nazaré, apesar de José e Maria viverem em Nazaré. Em vez disso, Ele nasceu na outra Belém, a Belém-Efrata. Deus, em Sua providência, fez com que o imperador romano Augusto decretasse que em todo o império deveria ser realizado um recenseamento. Isso exigia que todos os cidadãos retornassem à s cidades de seus ancestrais. Por isso, José foi obrigado a fazer uma viagem longa e difÃcil a Belém, juntamente com Maria, sua esposa, que se encontrava grávida. Enquanto ainda estavam lá, Jesus, o Messias, nasceu, exatamente como Deus havia planejado e prometido (Lc 2.4,7).
Um outro aspecto interessante do nascimento de Jesus é que “havia, naquela mesma região, pastores que viviam nos campos e guardavam o seu rebanho durante as vigÃlias da noite” (Lc 2.8). Foi a esses pastores que a multidão de anjos proclamou o nascimento do Messias nas proximidades de Belém. Será que esses pastores se encontravam próximos da “torre do rebanho”, o lugar a partir do qual o Messias seria revelado?
A evidência confirma que Jesus de Nazaré foi a pessoa abençoada, nascida no tempo abençoado, no lugar abençoado. Como a identificação de um bebê, feita na maternidade, as marcas históricas identificadoras que envolvem Seu nascimento provam que, de fato, Sua vinda foi uma vinda abençoada.
2006-11-02 01:05:09
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answer #3
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answered by Vanessa 4
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O SEGUNDO ADVENTO DO SENHOR SERÃ REALIZADO POR
SEU NASCIMENTO NA TERRA
Lemos na BÃblia (Lc 17.25) que Jesus, prevendo o que ia acontecer no
Segundo Advento do Senhor, disse: “Mas, antes ele deve padecer muito e
ser rejeitado por esta geração”. Se o Senhor voltasse, como diz literalmente
a BÃblia, sobre as nuvens do céu, na glória de Deus, com o toque de
trombeta do arcanjo (Mt 24.30-31), haveria homem algum que não serviria e
exaltaria ao Senhor que viera de tal maneira, por mais pecaminosa que
fosse esta geração? Por isso, se o Senhor viesse sobre as nuvens, jamais
poderia suceder que ele viesse a sofrer muitas coisas e ser rejeitado por
esta geração.
Por que, então, disse Jesus que o Senhor seria tão desprezado no tempo
do Segundo Advento? O povo judeu do tempo de Jesus esperava o dia em
que Elias voltaria do céu, antes do Messias. Conseqüentemente Jesus, que
era aparentemente insignificante, apareceu subitamente como o Messias, tal como um ladrão, quando o povo judeu ainda não tinha ouvido a notÃcia da vinda de Elias. Por isso, eles desprezaram e maltrataram a Jesus (cf. Parte I, CapÃtulo IV, Seção II, 2). Jesus, que sabia porque estava em tal situação, previu que se, no Segundo Advento, o Senhor nascesse como um homem e aparecesse como um ladrão aos cristãos que, esperando o Messias, estariam olhando somente para o céu, como fizeram os judeus na vinda de Jesus, o Filho do homem seria novamente condenado como herege e sofreria muitas aflições. Portanto, Jesus disse que o Senhor seria rejeitado por esta geração. Em conseqüência, devemos saber que este versÃculo bÃblico seria cumprido somente se Cristo viesse novamente na carne, e jamais se ele viesse sobre as nuvens.
Lemos também em Lucas 18.8 que Jesus disse:
"Digo-vos: Far-lhe-á justiça prontamente. Mas, quando vier o Filho do
homem, encontrará fé na terra?"
Por que haveriam os santos de cair em incredulidade tal que não se
poderia encontrar fé, mesmo que o Senhor aparecesse nas nuvens, na
glória de Deus, com o toque de trombeta do arcanjo? Este versÃculo
também jamais poderia cumprir-se se o Senhor viesse sobre as nuvens.
Recordemos a situação nos dias de Jesus. O povo judeu acreditava que o
Messias nasceria como seu Rei em Belém (Mt 2.6), somente depois que
Elias descesse do céu. Entretanto, embora Elias ainda não tivesse vindo,
um jovem, nascido e criado como o filho de um carpinteiro em Nazaré,
apareceu repentinamente, chamando a si mesmo de Messias. Ã
compreensÃvel que não se encontrou entre os judeus ninguém tão devoto
que o seguisse com o risco de sua vida. Jesus, que se afligia com tal
situação, lamentava-se desta maneira, prevendo que quando o Senhor
aparecesse novamente na Terra em carne, o povo cairia também na
incredulidade, a tal ponto que não se encontraria nada de fé, como no caso
do povo judeu, porque no Segundo Advento todos os santos estariam
também olhando somente para o céu, crendo que Cristo voltaria sobre as
nuvens. Por conseguinte, as palavras de Jesus em Lucas 18.8 nunca
poderiam cumprir-se a menos que Cristo nasça na Terra.
Entretanto, há alguns eruditos que interpretam este versÃculo dizendo que
esta situação ocorrerá porque as tribulações que os santos dos Ãltimos Dias sofrerão serão tão cruéis, que todos eles serão levados a cair na
infidelidade. Mas, no curso da restauração, nenhuma tribulação pode
jamais obstruir o caminho da fé dos santos. Então, como será ela diminuÃda
nos Ãltimos Dias, quando os santos passarão pela última barreira da fé?
Devemos entender que é a realidade de nossa vida de fé que quanto mais
cruéis são nossas tribulações e provações, tanto maior é o ardor de nossa
busca de Deus e da graça salvadora do céu.
Lemos também (Mt 7.22-23) que Jesus disse:
"Muitos me dirão naquele dia “Senhor, Senhor! não profetizamos nós em
teu nome, e em teu nome não expulsamos os demônios, e em teu nome
não fizemos muitos milagres?” Então lhes direi: “Nunca vos conheci;
apartai-vos de mim, obreiros da iniqüidade."
Será que os santos, com fé tão boa que podem fazer milagres e sinais em
nome do Senhor, não haveriam de seguir e servir ao senhor também
quando ele vem sobre as nuvens em grande glória? Por que, então, disse
Jesus que seriam rejeitados pelo Senhor, de tal modo? Se santos de fé tão
devota forem rejeitados pelo Senhor, não haverá santo algum, nos Ãltimos
Dias, que possa ser salvo. Conseqüentemente, isto também nunca seria
cumprido se o Senhor viesse sobre as nuvens.
Mesmo nos dias de Jesus, deve ter havido muitos santos cuja fé era tão
ardente que podiam realizar milagres e sinais. Contudo, o povo, que
acreditava que Elias viria primeiro do céu antes do Messias, não reconheceu
a João Batista como o Elias que tinham esperado por tanto tempo (Jo 1.21);
e rejeitaram até mesmo o Messias, que já tinha vindo. Por isso, Jesus
também teve que rejeitá-los, com lágrimas. Da mesma maneira, no tempo
do Segundo Advento, os santos que tiverem a fé que o Senhor virá sobre as
nuvens certamente também rejeitarão o Senhor nascido na Terra. Por isso,
Jesus disse que por mais fervorosos que os santos tenham sido em sua fé,
seriam rejeitados como obreiros da iniqüidade pelo Senhor.
A visão sobre a consumação, registrada em Lucas 17.20, também não
poderia ser cumprida, se Cristo voltasse sobre as nuvens.
Conseqüentemente, os seguintes versÃculos bÃblicos podem ser
completamente interpretados somente sob a premissa de que o Senhor
nascerá na Terra. Estudemos então detalhadamente o conteúdo destes
versÃculos.
“O Reino de Deus não virá de um modo ostensivo” (Lc 17.20). Se o
Senhor vem sobre as nuvens, o Reino de Deus viria de um modo ostensivo.
Contudo, mesmo no tempo de Jesus, era verdade que o Reino já tinha vindo com o nascimento de Jesus, mas o povo judeu, que acreditava e esperava que Elias voltasse do céu, não pôde crer em Jesus e não conseguiram ver o Reino, que finalmente havia chegado. Da mesma maneira, no tempo do Segundo Advento, o Reino de Deus virá com o nascimento do Senhor na Terra, mas os cristãos que crêem que ele voltará sobre as nuvens não acreditarão no Senhor, que terá voltado na carne, na Terra, e assim não poderão ver o Reino.
“O Reino de Deus está no meio de vós” (Lc 17.21). No tempo de Jesus,
aqueles que acreditaram que ele era o Messias e que o seguiram e o
serviram já tinham realizado o Reino de Deus em seus corações. Da
mesma maneira, em seu Segundo Advento, o Senhor nascerá na Terra.
Por isso, centralizando-se naqueles santos que o reconhecerão e servirão
primeiro, o Reino do Céu será realizado primeiro em seus corações, e
quando tais indivÃduos aumentarem em número, formando sociedades e
nações, o Reino de Deus aparecerá gradativamente como um mundo com
sinais ostensivos. Portanto, devemos saber que o Senhor não virá sobre as
nuvens, realizando repentinamente um ostensivo Reino de Deus.
“Desejareis ver um só dia do Filho do homem, e não o vereis” (Lc 17.22).
Se o Senhor vier sobre as nuvens, com o toque de trombeta do arcanjo,
todos o verão, de forma que não haverá motivo para que eles não vejam o
dia do Filho do homem. Por que, então, disse Jesus que eles não veriam o
dia do Filho do homem? Na vinda de Jesus, o dia do Filho do homem já
tinha vindo, com seu nascimento na Terra, mas o povo judeu, que caiu na
infidelidade, não viu o dia. Da mesma maneira, no tempo do Segundo
Advento, o dia do Filho do homem virá com seu nascimento na Terra, mas
os cristãos, que crêem que o Senhor virá sobre as nuvens, não acreditarão
nele nem o seguirão como Messias, embora possam ver ao Senhor.
Portanto, é verdade que, embora o dia do Filho do homem possa já ter
vindo, eles não poderão ver esse dia como “o dia”.
“Então vos dirão: Ei-lo aqui, ou: Ei-lo ali. Não deveis sair nem os seguir”
(Lc 17.23). Como já tratamos na “Ressurreição”, os santos dos Ãltimos
Dias, cujos padrões espirituais tiverem atingido certo ponto, receberão a
revelação que diz: “Você é o Senhor”, mas, se não conhecerem o princÃpio
de como vieram a receber tal revelação, cada um chamará a si mesmo de
“Senhor do Segundo Advento”, tornando-se assim um anticristo antes que
venha o Senhor. Por isso, Jesus advertiu o povo com tais palavras, para
que não fossem tentados por tais pessoas.
“Como o relâmpago, reluzindo numa extremidade do céu, brilha até a
outra, assim será com o Filho do homem no seu dia” (Lc 17.24). Quando
Jesus nasceu, a notÃcia de que o rei dos judeus tinha nascido chegou até ao
rei Herodes no mundo satânico, e toda a Jerusalém se perturbou, como diz
a BÃblia (Mt 2.2-3). No tempo do Segundo Advento, a notÃcia da vinda de
Cristo será transmitida entre o Oriente e o Ocidente com a rapidez do brilho
de um relâmpago, porque, nesse tempo, os meios de transporte e
comunicação estarão altamente desenvolvidos.
Já discutimos anteriormente o versÃculo Lucas 17.25.
“Como ocorreu nos dias de Noé, acontecerá do mesmo modo nos dias do
Filho do homem” (Lc 17.26). Noé, que sabia que o julgamento pelo dilúvio
se aproximava, chamou o povo ao arrependimento, mas eles não quiseram
ouvi-lo, e finalmente foram todos destruÃdos. Da mesma maneira, Cristo
voltará na carne sobre a Terra e chamará o povo para que venha para a
arca da verdade. Não obstante, os santos que estão olhando só para os
céus, esperando que o Senhor venha sobre as nuvens, não darão ouvidos
às palavras que vêm dele na Terra; rejeitando-o como herege, cairão todos
na posição de terem falhado em servir à vontade da providência de Deus, tal como falhou o povo nos dias de Noé.
“Todo aquele que procurar salvar a sua vida, perde-la-á, mas todo o que a
perder, encontra-la-á” (Lc 17.33). Não haveria motivo algum para
arriscarmos nossas vidas, se o Senhor viesse novamente sobre as nuvens
de glória, com o toque de trombeta do arcanjo. Visto que Cristo voltará
nascendo na carne na Terra, ele parecerá herege aos santos que crêem
que ele voltará sobre as nuvens. Por conseguinte, todo aquele que
acreditar nele e o seguir terá que arriscar a sua vida. Quando uma pessoa
estiver disposta a acreditar nele e segui-lo com tal resolução, preservará a
sua vida; mas aqueles que o rejeitarem como herege, em cooperação com
circunstâncias desfavoráveis, virando as costas para ele em busca da vida
presente, cairão nas trevas da morte.
“Onde estiver o cadáver, ali se ajuntarão também as águias” (Lc 17.37).
Assim respondeu Jesus aos Fariseus que lhe tinham perguntado acerca do
lugar do Segundo Advento. Lembrando-nos que uma ave de rapina pousou
sobre o pombo não dividido pelo meio no altar de Abraão (Gn 15.11). Isto
indica que Satanás está sempre procurando uma oportunidade para tomar
qualquer coisa que não esteja santificada. Portanto, esta última resposta de
Jesus significa que, assim como os maus espÃritos se ajuntarão onde houver um corpo de morte, o Senhor, que é a fonte da vida, virá onde houver vida. Isto significa que o Senhor aparecerá entre os santos devotos. Como já foi tratado na “Ressurreição”, no tempo do Segundo Advento do Senhor muitos santos devotos se ajuntarão em um lugar, pela cooperação de muitos homens espirituais. Este será o lugar de vida, onde aparecerá o Senhor. Na primeira vinda, Jesus nasceu entre o povo eleito, que tinha servido a Deus da melhor maneira possÃvel, e apareceu como o Messias
principalmente entre seus discÃpulos, que acreditavam nele e o seguiam.
Com relação ao fato de que Cristo voltará por seu nascimento na carne,
na Terra, a BÃblia diz: “Ela deu à luz um filho varão, que havia de reger todas as nações com vara de ferro, mas seu filho foi arrebatado para junto de Deus e do Seu trono” (Ap 12.5). Vara de ferro aqui significa a palavra de
Deus, com a qual será julgado o mundo pecaminoso e será restaurado o
Reino de Deus na Terra. Como estudamos em detalhe na Consumação da
História Humana, o julgamento pelo fogo é o julgamento pela lÃngua, isto é,
o julgamento por palavras (Tg 3.6). Por isso, está escrito que as palavras
que Jesus falou serão o juiz do homem nos Ãltimos Dias (Jo 12.48); que
pela mesma Palavra, os céus e a terra que agora existem foram reservados
para o fogo (II Pe 3.7); e que o Senhor Jesus matará o inÃquo com o sopro
de sua boca (II Ts 2. 8). Por conseguinte, a vara de ferro é
verdadeiramente a vara da boca de Jesus. à o sopro de seus lábios e sua
lÃngua, ou a palavra mesma que Jesus fala (Is 11.4). à por essa razão que
está escrito: “Ele as regerá com vara de ferro, como se quebra um vaso de
argila” (Ap 2.27). Diz-se claramente que este filho varão nasce de uma
mulher e é arrebatado para junto de Deus e do Seu trono. Ora, quem
poderia ser o filho varão que nasce de uma mulher com o qualificativo de
assentar-se no trono de Deus, e que regerá todas as nações com as
palavras de Deus? Este só pode ser o Senhor do Segundo Advento, que há
de nascer na Terra como Rei dos reis, e que realizará o Reino de Deus na
Terra.
Até o presente, tem havido muitas pessoas que interpretam a mulher no
versÃculo bÃblico mencionado acima (Ap 12.5) como a “Igreja”. Eles só
podiam interpretá-la como a igreja, procurando interpretar este versÃculo
bÃblico sob a premissa de que Cristo viria sobre as nuvens. Em uma
passagem seguinte, “O resto da sua descendência” (Ap 12.17) significa
aqueles que dão testemunho do Senhor, crendo nele; isto é, os santos, na
qualidade de filhos adotivos (Rm 8,23).
Com respeito ao segundo advento do Senhor, alguns eruditos crêem que
seu segundo advento é quando Jesus vem por meio do EspÃrito Santo (At
8.16-17), para viver em nossos corações individuais (Jo 14.20). Nesse
caso, já que Jesus tem estado presente no coração de qualquer crente fiel
desde o tempo da vinda do EspÃrito Santo no Pentecostes até o presente,
devemos crer que, se este é de fato o segundo advento, então ele já
aconteceu no remoto passado, há 2000 anos atrás.
Algumas denominações cristãs crêem que Jesus virá novamente em um
corpo espiritual. Contudo, imediatamente depois de sua ressurreição do
sepulcro, três dias depois de sua morte, ele visitou seus discÃpulos,
assumindo a mesma aparência, que tinha em sua vida mortal (Mt 28.9); e
desde esse tempo até o presente, ele tem livremente visitado e ensinado, a
qualquer momento, qualquer crente com alto nÃvel espiritual. Por
conseguinte, devemos pensar que este tipo de Segundo Advento também
se realizou há 2000 ano atrás. Se este fosse o Segundo Advento, não seria
necessário esperarmos de novo o dia do Segundo Advento, como o dia
histórico de nosso maior desejo.
Do fato que os discÃpulos de Jesus esperavam o dia da Segunda Vinda,
embora pudessem encontrar-se com ele em espÃrito a qualquer momento,
sabemos que eles não encaravam o Segundo Advento, que ansiosamente
aguardavam, com sua volta em corpo espiritual. Jesus disse: “Certamente
venho em breve” (Ap 22.20), ao apóstolo João, a quem ele freqüentemente
visitava em espÃrito. João, ao ouvir isto, respondeu-lhe: “Amém, vem,
senhor Jesus!” Vemos aqui que o próprio Jesus expressou muito bem que
sua vinda em corpo espiritual não era o Segundo Advento, e é evidente que
o apóstolo João tampouco considerava sua aparição em espÃrito como o
Segundo Advento. Assim, visto que o Segundo Advento não é a volta de
Jesus em um corpo espiritual, é um fato inegável que Cristo deve voltar na
carne, tal como na primeira vinda.
Como ficou afirmado em detalhe no PrincÃpio da Criação, Deus criou tanto
o mundo invisÃvel como o visÃvel, e criou o homem para ter espÃrito e corpo,
para que ele dominasse os dois mundos, de acordo com suas palavras de
bênção. Não obstante, devido à queda de Adão, o homem não desfrutou do
domÃnio sobre estes dois mundos. Por isso, a criação, que tinha perdido o
dominador, veio a aguardar ansiosamente a manifestação dos filhos de
Deus, que a possam dominar (Rm 8.19-22). Por isso Jesus, tendo vindo
como um dominador perfeito destes dois mundos, na qualidade de um Adão
aperfeiçoado (I Co 15.27), tencionava fazer com que todos os seus santos
(os crentes) se tornassem dominadores sobre toda a criação, fazendo-os
um só corpo consigo mesmo, enxertando-os em si mesmo (Rm 11.17). Não
obstante, devido à rebelião do povo judeu contra ele, o corpo fÃsico de Jesus foi entregue à s mãos de Satanás como a condição de resgate para a
restauração dos judeus e de toda a humanidade de volta ao seio de Deus;
seu corpo foi invadido por Satanás. Naturalmente, a salvação fÃsica da
humanidade ficou sem se realizar, e Jesus morreu prometendo que ela seria
realizada quando o Senhor voltasse (cf. Parte I, CapÃtulo IV, Seção I, 4).
Portanto, até o presente jamais houve homem algum que, tendo se tornado
perfeito tanto espiritual como fisicamente na Terra, pudesse ajudar a
harmonizar o mundo invisÃvel e o mundo visÃvel, dominando a ambos.
Em conseqüência, o Senhor, que há de vir como um perfeito ser
substancial, perfeito de acordo com esse padrão, não virá apenas em um
corpo espiritual. Como na vinda de Jesus, deve vir como um homem
aperfeiçoado tanto espiritual como fisicamente. Fazendo com que toda a
humanidade se torne um só corpo consigo, enxertando-os a si, tanto
espiritual como fisicamente (Rm 11.17), deve fazer com que eles se tornem
perfeitos tanto espiritual como fisicamente, fazendo-os capazes de dominar
tanto o mundo invisÃvel como o visÃvel.
Jesus, restaurando o Reino de Deus na Terra, devia ter-se tornado o
Verdadeiro Pai da humanidade restaurada e o Rei do Reino na Terra (Is 9.6,
Lc 1.31-33). Não obstante, ele não pôde cumprir esta Vontade devido Ã
incredulidade do povo; morreu na cruz, prometendo que o Senhor voltaria
mais tarde e certamente a cumpriria. Conseqüentemente, no Segundo
Advento, ele deve realizar o Reino de Deus na Terra, como era a intenção
na vinda de Jesus, e tornar-se o Verdadeiro Pai da humanidade, e também
o Rei do Reino. Naturalmente, também no Segundo Advento o Senhor deve
nascer na carne sobre a Terra como na primeira vinda.
Ademais, a redenção do pecado do homem é possÃvel somente por meio
da vida na Terra (cf. Parte I, CapÃtulo I, Seção VI, 3 [2]). Para realizar a
finalidade da redenção Jesus tinha vindo como homem. Contudo, visto que
a salvação pela cruz de Jesus é apenas espiritual, o pecado original ainda
permanece inerente em nosso corpo fÃsico. Por isso Cristo deve voltar para
completar a salvação fÃsica. Em conseqüência, o Senhor virá na carne, tal
como na vinda de Jesus, porque ele não poderia alcançar este objetivo se
viesse novamente apenas em um corpo espiritual. Já esclarecemos
anteriormente, de muitas maneiras, que o Senhor deve vir na carne, no
Segundo Advento, tal como na vinda de Jesus, e não em um corpo
espiritual.
Se o Senhor voltasse em um corpo espiritual, seria ilógico que o corpo
espiritual, que pode ser visto só por olhos espirituais, sendo transcendente
de tempo e espaço, viesse sobre as nuvens, que são uma espécie de
material. Ademais, se é que o Segundo Advento será certamente realizado
não em um corpo espiritual mas na carne, onde tem estado o Senhor no ar
com um corpo fÃsico, e como poderia vir sobre as nuvens? Com respeito a
esta questão, poder-se-ia perguntar que milagre seria impossÃvel a Deus,
todo-poderoso e onipresente, realizar. Contudo, Deus não pode ignorar as
leis que Ele estabeleceu. Conseqüentemente, Deus nem necessita nem
pode operar Sua providência em tal forma fora do PrincÃpio, que Cristo,
voltando na carne, igual à nossa, venha sobre as nuvens, depois de ter
esperado no ar, entre outros mundos diferentes da Terra. Baseados nas
provas com as quais até agora tratamos, podemos admitir, sem dúvida
alguma, que o segundo advento do Senhor realizar-se-á por seu nascimento na carne, sobre a Terra.
2006-11-02 00:47:33
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answer #8
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answered by Anonymous
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