Os toques da quinta e da sexta trombeta
O QUE se apresentou diante dos olhos do apóstolo João depois de o quinto anjo celestial ter tocado a sua trombeta nos faz lembrar muito a praga terrível de gafanhotos descrita profeticamente em Joel 2:1-11. De fato, diversas das idéias e das comparações na profecia de Joel correspondem às da descrição de João. O apóstolo João escreveu em termos vívidos:
2 “E o quinto anjo tocou a sua trombeta. E eu vi uma estrela que caíra do céu à terra, e foi-lhe dada a chave da cova do abismo. E ele abriu a cova do abismo, e ascendeu fumaça da cova, como a fumaça duma grande fornalha, e o sol ficou obscurecido, também o ar, pela fumaça da cova. E do meio da fumaça saíram gafanhotos sobre a terra; e foi-lhes dada autoridade, a mesma autoridade que os escorpiões da terra têm. E foi-lhes dito que não fizessem dano a nenhuma vegetação da terra, nem a qualquer coisa verde, nem a qualquer árvore, mas apenas àqueles homens que não têm o selo de Deus nas suas testas.
3 “E foi concedido aos gafanhotos, não que os matassem, mas que estes fossem atormentados por cinco meses, e o tormento deles era como o tormento causado por um escorpião quando ataca um homem. E, naqueles dias, os homens procurarão a morte, mas de modo algum a acharão, e desejarão morrer, mas a morte estará fugindo deles.
4 “E as semelhanças dos gafanhotos pareciam cavalos preparados para a batalha; e nas suas cabeças havia o que pareciam ser coroas como de ouro, e seus rostos eram como rostos de homens, mas tinham cabelo como o cabelo das mulheres. E os seus dentes eram como os de leões; e tinham couraças como couraças de ferro. E o som das suas asas era como o som de carros de muitos cavalos correndo à batalha. Também, têm caudas e aguilhões como os escorpiões; e a sua autoridade para fazer dano aos homens, por cinco meses, está nas suas caudas. Têm sobre si um rei, o anjo do abismo. Seu nome, em hebraico, é Abadon, mas em grego ele tem o nome de Apolion.” — Revelação (Apocalipse) 9:1-11.
5 A estrela que o apóstolo João viu ali era diferente da “grande estrela, ardendo como uma lâmpada”, que foi vista cair do céu após o terceiro anjo ter tocado a sua trombeta. (Revelação 8:10) Quem é, então, esta “estrela que caíra do céu”, que João viu após o toque da quinta trombeta? Somos ajudados a identificá-lo, pois foi-lhe dada a “chave da cova do abismo” e ele abriu este lugar. Ele é também “o anjo do abismo” e é rei sobre o enxame terrível de gafanhotos que sai voando do abismo. Em hebraico, seu nome é Abadon, significando “Destruição”; e em grego, é Apolion, significando “Destruidor”. Tudo isto identifica claramente o “anjo” como representando a Jesus Cristo, o Filho de Jeová Deus.
6 Cerca de um século antes da visão de João, este Filho de Deus descera do céu à terra para nascer como o menino Jesus. Por ocasião de sua morte sacrificial e de seu enterro ele desceu ao abismo. (Filipenses 2:5-8; Efésios 4:7-10; Romanos 10:6, 7) No terceiro dia de sua morte, Deus o tirou do abismo e lhe deu a chave do abismo, que aqui corresponde ao Hades, a sepultura comum da humanidade morta. Ele tem assim poder sobre a humanidade morta.
7 É por isso que o ressuscitado Jesus Cristo diz em Revelação 1:17, 18 que ele vive agora para todo o sempre, depois de ter estado morto, e “tenho as chaves da morte e do Hades”. Ele é também o “anjo” de Revelação 20:1-3 que desce e amarra Satanás, o Diabo, e seus demônios, lançando-os no abismo e encerrando-os nele por mil anos. Após o fim do seu reinado de mil anos sobre a humanidade, ele destruirá a Satanás, o Diabo, e os demônios deste, após a soltura deles do abismo por um pouco de tempo. Assim cumprirá a profecia de Deus em Gênesis 3:15. Na vindoura batalha do Armagedom, destruirá também os inimigos terrestres que então lutarão contra o reino messiânico de Deus. (Revelação 19:11-21; 20:7-10) Cumprirá o seu nome de “Destruidor”.
8 Quem, então, são os gafanhotos simbólicos soltos da “cova do abismo”? Os gafanhotos literais não têm rei sobre si (Provérbios 30:27); mas Jesus Cristo é rei sobre estes “gafanhotos” simbólicos, motivo pelo qual devem ser os do hodierno restante ungido dos seus discípulos, que são seus co-herdeiros no reino celestial. É por isso que na cabeça destes “gafanhotos” havia “o que pareciam ser coroas como de ouro”. (Revelação 9:7) Durante a primeira guerra mundial (1914-1918 E. C.), Jeová Deus havia permitido que seus inimigos religiosos, políticos e militares os colocassem numa condição espiritual morta e inativa, como a dentro da “cova do abismo”; mas após a Primeira Guerra Mundial, Deus usou o Rei reinante Jesus Cristo para soltar estes gafanhotos simbólicos desta “cova do abismo”. Como? Por reavivá-los para a obra mundial do Reino, predita em Mateus 24:14 e Marcos 13:10.
9 Estes gafanhotos simbólicos são súditos do glorificado Jesus Cristo, seu Rei e Cabeça da congregação cristã. Para salientar isto, representa-se os “gafanhotos” como tendo “cabelo como o cabelo das mulheres”, embora ‘seus rostos fossem como rostos de homens’. O cabelo das mulheres, longo por natureza, é sinal de terem autoridade sobre a sua cabeça ou exercida sobre elas. (1 Coríntios 11:7-15; Efésios 5:21-32; 1:22, 23) Visto que são seguidores do “Leão que é da tribo de Judá, a raiz de Davi”, os dentes destes “gafanhotos” são “como os de leões”. Falando-se espiritualmente, como cristãos maduros são capazes de ingerir o alimento sólido e duro encontrado na Palavra de Deus, especialmente as verdades a respeito do reino de Deus regido por este “Leão que é da tribo de Judá”, Jesus Cristo. (Hebreus 5:14 a 6:3; 1 Coríntios 3:1, 2) Iguais a Cristo, têm amor à justiça de Deus, e este amor à justiça é semelhante a uma couraça para proteger-lhes o coração.
10 Portanto, é bem apropriado que os “gafanhotos” fossem representados como tendo “couraças como couraças de ferro”. De fato, estão revestidos da “armadura completa de Deus”, e isto os habilita a suportar a sua parte em sofrer o mal como ‘soldados excelentes de Cristo’. (Efésios 6:11-18; 2 Timóteo 2:3, 4) Iguais a um exército de soldados cristãos, estão prontos para travar batalha espiritual com armas providas por Deus contra raciocínios religiosos falsos e “toda coisa altiva levantada contra o conhecimento de Deus”. (2 Coríntios 10:3-5) Não é de se admirar que estes gafanhotos parecessem “cavalos preparados para a batalha”! — Revelação 9:7-9.
11 Diferentes dos gafanhotos naturais, disse-se a estes gafanhotos simbólicos que não devorassem com seus dentes, como os de leões, qualquer vegetação, coisa verde ou árvore. Deviam causar dano “apenas àqueles homens que não têm o selo de Deus nas suas testas”. Estes homens específicos, portanto, não seriam os dos 144.000 israelitas espirituais que foram selados com o “selo do Deus vivente” antes de os “quatro ventos” serem soltos desde os “quatro cantos da terra”. (Revelação 7:1-8) Visto que ‘aqueles homens’ fazem a profissão religiosa de serem israelitas espirituais no novo pacto com Deus, é evidente que se esperaria que fossem os selados. Entre todos os que professam ter a religião cristã, tais “homens” que não têm o selo seriam os clérigos ordenados, católicos, ortodoxos e protestantes, junto com os tubarões comerciais, os políticos e os oficiais militares que são membros destacados de suas igrejas. Não tendo sido ‘selados’ prova que sua afirmação é falsa.
12 Como se lhes ‘faz dano’? Mandou-se aos gafanhotos simbólicos que ‘não os matassem’, mas que os atormentassem. Isto seria em sentido religioso. Como? Como que com aguilhões de escorpiões. Os gafanhotos tinham nas suas caudas “aguilhões como os escorpiões”, com os quais podiam golpear os homens não selados da cristandade. Por quanto tempo? Por “cinco meses”. Isto significaria durante o tempo de sua vida como gafanhotos simbólicos, pois o gafanhoto literal nasce na primavera e morre no fim do verão, após cerca de cinco meses de vida. (Revelação 9:5, 10) Agora, quanto à pergunta: Quando começou este tormento?
COMEÇA O ATAQUE DOS “GAFANHOTOS”
13 Na visão do apóstolo João, esta operação atormentadora começou depois de o quinto anjo tocar a sua trombeta. No cumprimento moderno, o toque simbólico da trombeta que proclamou o ataque dos gafanhotos ocorreu na primavera (hem. set.) de 1926. Em 25-31 de maio daquele ano, a Associação Internacional dos Estudantes da Bíblia realizou um congresso internacional em Londres, na Inglaterra, usando-se o famoso Royal Albert Hall para as duas reuniões públicas dos últimos dois dias, e o Palácio Alexandra para as outras sessões. Na tarde de sexta-feira, 28 de maio, após o discurso sobre “O Servo e o Serviço”, baseado no capítulo quarenta e nove de Isaías, o presidente da Associação apresentou a resolução intitulada “Um Testemunho aos Regentes do Mundo”. O congresso a adotou entusiasticamente. Lançou-se também no congresso o recém-publicado livro Libertação, de 384 páginas. Na noite de domingo, 30 de maio, a mesma resolução foi primeiro lida no superlotado Royal Albert Hall, após o que o presidente, em apoio da resolução, proferiu o emocionante discurso público sobre “Por Que as Potências do Mundo Cambaleiam — o Remédio”. Recebeu isto grande publicidade?
14 Na manhã seguinte, um jornal londrino que tinha a tiragem regular de 800.000 exemplares publicou integralmente a resolução “Um Testemunho” e o discurso público em apoio dela, e por se imprimirem exemplares extras, chegaram às mãos do público leitor mais de um milhão de exemplares. O discurso salientou a origem diabólica da Liga das Nações, que foi promovida e apoiada pelo governo britânico e advogada de modo religioso pelos clérigos da Grã-Bretanha e de toda a cristandade. Em acordo com a profecia bíblica, proclamava destemidamente o derradeiro fracasso de tal organização internacional em prol da paz e da segurança mundiais. O fracasso dos clérigos quanto a apoiarem o verdadeiro reino messiânico de Deus foi destacado francamente. O novo livro Libertação trazia à atenção coisas similares de importância mundial. O mesmo fazia o novo folheto O Estandarte Para o Povo, do qual os congressistas ofereceram 110.000 exemplares nas ruas de Londres, por uma pequena contribuição, naquele sábado. Posteriormente, mais de cinqüenta milhões de exemplares da resolução “Um Testemunho” foram distribuídos gratuitamente em forma de tratado, em muitos idiomas, em todo o globo.
15 A reação que se seguiu, na Grã-Bretanha, nos Estados Unidos e em outra parte, tornou manifesto que os “gafanhotos” simbólicos atormentavam os principais cristãos professos ‘que não tinham o selo de Deus nas suas testas’. A exposição dos planos humanos, inventados em nome da religião e contra o reino de Deus, feria como o aguilhão na cauda dum escorpião. Falando-se figuradamente, tais “homens” gostariam de ter morrido para evitar este tormento que feria seu orgulho religioso, mas a “morte” que procuravam estava “fugindo deles”. A grande publicidade que se dava às verdades aguilhoadoras pelo rádio, por conferências públicas e por publicações impressas era algo de que não se podia fugir. Ao passo que os gafanhotos simbólicos esvoaçavam, acompanhava-os o som alto da publicidade, “como o som de carros de muitos cavalos correndo à batalha”. De fato, os “gafanhotos” estavam empenhados numa verdadeira batalha espiritual. — Revelação 9:5, 6, 9, 10.
16 Assim como os gafanhotos literais fazem a sua devastação como praga durante a sua vida, “cinco meses”, assim os gafanhotos simbólicos prosseguem nesta obra atormentadora enquanto vivem, e têm esta comissão divina de atormentar. Quando a Liga das Nações recebeu o golpe mortal pela Segunda Guerra Mundial, não significava o fim de sua comissão de atormentar em sentido religioso os homens não selados da cristandade. A organização em prol de paz e segurança mundiais reapareceu na forma das Nações Unidas, em 1945. Isto exigia que fossem mais aferroados os “cristãos” não selados, que favorecem as Nações Unidas e depositam sua esperança nelas, em vez de no reino celestial de Jeová Deus, por Jesus Cristo.
17 Os “gafanhotos” haviam saído da “cova do abismo”, em que estiveram sujeitos a uma inatividade forçada, durante a Primeira Guerra Mundial, e agora estavam determinados a aproveitar ao máximo a sua vida cristã dedicada. Ser-lhes aberto o abismo pelo “anjo do abismo” não significava nada de bom para os “homens” não selados da cristandade. Os gafanhotos simbólicos saíram contra eles como que duma “grande fornalha” fumegante e estavam todos inflamados e atiçados pelo zelo a favor do reino de Deus.
18 A fumaça que ascendia era sinal antecipado do ai que havia de vir sobre os “homens” não selados do mundo que professa ser cristão. Pressagiava que o dia deles não se tornaria mais claro, pois, com a fumaça, “o sol ficou obscurecido”. No caso dum enxame muito grande de gafanhotos, “mesmo o sol e a lua ficaram escuros” para as pessoas na terra abaixo do enxame de gafanhotos em vôo.
19 O apóstolo João relata que “também o ar” ficou obscurecido pela fumaça da cova do abismo. Igual à fumaça que engrossa a atmosfera que se procura respirar, o ar perto do solo podia ficar “obscurecido” ou estar cheio de gafanhotos em vôo, num enxame denso em movimento. (Revelação 9:2; Joel 2:10) Se uma praga natural de gafanhotos literais podia ser tão aflitiva, uma praga de gafanhotos simbólicos não seria menos aflitiva, especialmente quando os gafanhotos têm algo como a cauda dum escorpião com um aguilhão e vão persistentemente atrás de certos homens para atormentá-los ao ponto de quererem morrer! Portanto, foi com bom motivo que o apóstolo João, como espectador, a chamasse de “ai”, quando disse, depois de ver a cena que seguiu ao toque da quinta trombeta: “Um ai já passou. Eis que vêm mais dois ais depois destas coisas.”
20 Isto estava de acordo com o que a águia voando no meio do céu havia avisado de antemão. (Revelação 9:12; 8:13) Assim como a praga dos gafanhotos lá no antigo Egito, nos dias de Moisés, não havia causado dano ao povo escolhido de Deus, Israel, assim o primeiro “ai” não havia ferido o restante dos 144.000 selados do Israel espiritual, nem a quaisquer dos da “grande multidão” de pessoas tementes a Deus que adoram a Jeová Deus no seu templo espiritual. (Revelação 7:2-15) Era de se esperar, então, que os dois “ais” remanescentes tampouco causariam dano a estes dois grupos. — Êxodo 8:22, 23; 9:3-19.
O SEXTO ANJO TOCA A SUA TROMBETA
21 Que forma tomaria o segundo “ai” para afligir os “que moram na terra”? O apóstolo João nos informa ao escrever: “E o sexto anjo tocou a sua trombeta. E ouvi uma voz, do meio dos chifres do altar do ouro diante de Deus, dizer ao sexto anjo, que tinha a trombeta: ‘Desata os quatro anjos que estão amarrados junto ao grande rio Eufrates.’ E foram desatados os quatro anjos que têm sido preparados para a hora, e o dia, e o mês, e o ano, para matarem um terço dos homens.” (Revelação 9:13-15) A expressão “a hora, e o dia, e o mês, e o ano”, assinalaria um tempo bem definido, e isto indicaria que Jeová Deus é cronometrista preciso.
22 Do mesmo modo, a “voz, do meio dos chifres do altar de ouro”, precisa estar falando no momento exato, antes da soltura dos “quatro anjos”. Visto que o anjo de Deus usava este altar de ouro em conexão com a oferta de incenso, junto com “as orações dos santos perante Deus”, esta “voz” evidentemente oferecia uma oração, em vez de dar uma ordem, ao sexto trombeteiro angélico, para que se soltasse os “quatro anjos”. (Revelação 8:3, 4) Tal voz procedente dos quatro chifres do altar simboliza corretamente as orações em prol duma soltura, feitas pelos do restante ungido como que com “uma voz” e com pleno vigor, o poder representado pelos ‘quatro chifres’. Orariam, não para que fossem soltos os “quatro anjos” no domínio espiritual invisível, mas a favor de si mesmos. Portanto, a palavra “Anjos” assume aqui seu significado básico de mensageiros.
23 Nos dias do apóstolo João, o “grande rio Eufrates” era a fronteira oriental do Império Romano. Era também a fronteira do nordeste da terra que Jeová Deus prometera ao patriarca Abraão. (Gênesis 15:18, 19) Na Bíblia, porém, a associação principal deste rio era com a antiga Babilônia, fundada pelo “poderoso caçador” Ninrode. (Gênesis 10:8-10) No ano de 607 A.E.C., o Império Babilônico destruiu Jerusalém e seu glorioso templo, e levou embora a maioria dos judeus sobreviventes, ao exílio em Babilônia. Depois, estes judeus e seus descendentes foram mantidos presos no exílio, junto ao rio Eufrates, durante setenta anos. As orações dos fiéis que temiam a Deus ascendiam a Jeová Deus, pedindo o livramento no tempo devido dele, no ano designado, no septuagésimo ano da completa desolação do território de Judá e de Jerusalém. No septuagésimo ano predito, em 537 A. E. C., Deus respondeu às orações deles e livrou-os por meio do novo rei ariano de Babilônia, Ciro, o Conquistador. (Salmos 102:13-22; 126:1-4; 137:1-9; 2 Crônicas 36:20-23; Daniel 9:1-4) O hodierno Israel espiritual passou por uma experiência similar.
24 Durante a Primeira Guerra Mundial, os do restante do Israel espiritual foram levados ao cativeiro na Babilônia, a Grande, o império mundial da religião falsa, e de seus amantes políticos e militares. Após o fim da primeira guerra mundial em 11 de novembro de 1918, os do fiel restante ungido, mantidos “amarrados” junto ao antitípico “grande rio Eufrates”, oravam pedindo libertação. Para a sua surpresa e alegria, foram soltos e desamarrados no primeiro ano do após-guerra, 1919. Em devoção grata ao grande Deus de sua libertação, apresentaram-se então prontos para fazer a vontade Dele e trabalhar em qualquer hora, dia, mês e ano. Quando veio o tempo Dele para que se tocasse a sexta trombeta, seguida por qualquer ação devida, mostraram-se prontos e dispostos. Estavam deveras “preparados para a hora, e o dia, e o mês, e o ano, para matarem um terço dos homens”. — Revelação 9:14, 15.
A MATANÇA DO “TERÇO DOS HOMENS”
25 No tempo em que a matança havia de ocorrer, era de se esperar que as massas da humanidade adorassem demônios, idolatrassem imagens de diversos materiais, cometessem assassinatos, se empenhassem em práticas espíritas e se entregassem à imoralidade sexual. (Revelação 9:20, 21) Todavia, nem todos estes haviam de ser ‘mortos’, mas apenas um “terço dos homens”. Os que calculam o número da população conjeturam que no primeiro século de nossa era, nos dias do apóstolo João, havia uma população de 250.000.000 de pessoas em todo o mundo, ou de apenas 50.000.000 mais do que o número dos “cavalos” que João viu a seguir. Hoje em dia, calcula-se que a população do mundo ascenda a mais de 3.419.420.000 pessoas, ao passo que no ano de 1930 havia atingido apenas 2.000.000.000. Um terço disso seria um número grande, mas seria aproximadamente o número dos que professam ser membros das igrejas da cristandade, católicos, ortodoxos, protestantes e outros sectários. Nenhuma guerra da história humana até o presente ano matou tantas pessoas, nem mesmo o fizeram todas as guerras humanas juntas. Portanto, é evidente que a matança dum “terço dos homens” é uma matança da espécie simbólica ou espiritual. Como foi feita?
26 Os “quatro anjos” que foram desatados de suas amarras junto ao “grande rio Eufrates” parecem ser os líderes dos ‘matadores’. O apóstolo João os descreve depois de contar a soltura dos “quatro anjos”, dizendo: “E o número dos exércitos de cavalaria era de duas miríades de miríades: ouvi o número deles. E é assim que eu vi os cavalos na visão, e os sentados neles: tinham couraças de cor de fogo, e de azul jacintino, e de amarelo sulfurino; e as cabeças dos cavalos eram como as cabeças de leões, e das suas bocas saía fogo, e fumaça, e enxofre. Por estas três pragas foi morto um terço dos homens, pelo fogo, e pela fumaça, e pelo enxofre que saíam das suas bocas. Pois a autoridade dos cavalos está nas suas bocas e nas suas caudas; porque as suas caudas são como serpentes e têm cabeças, e com estas fazem dano.” — Revelação 9:16-19.
27 O número dos cavaleiros ouvido pelo apóstolo João era de “duas miríades de miríades”, quer dizer, duzentos milhões, ou vinte mil vezes dez mil. Era apenas 50.000.000 menos do que a população mundial calculada nos dias de João. Ainda assim, estes 200.000.000 de cavaleiros matariam apenas um “terço dos homens” por meio das pragas! Naturalmente, um terço da população do mundo no ano 1930 seria cerca de 700.000.000. Então, o que é representado por estes 200.000.000 de cavalos e seus cavaleiros? Constituem deveras um enorme reforço para os “quatro anjos” que foram desatados das amarras junto ao “grande rio Eufrates” para efetuar esta tremenda matança em sentido espiritual. E os “cavalos” foram evidentemente dirigidos contra o grande império mundial da religião falsa, Babilônia, a Grande, prefigurada pela antiga Babilônia junto ao rio Eufrates. (Revelação 16:12-19) No tempo do toque da sexta trombeta, a parte dominante de Babilônia, a Grande, a saber, a cristandade, estava sob ataque. E isto se deu de modo bastante próprio, pois a cristandade é a mais hipocritamente religiosa, a mais repreensível.
28 Na língua em que o apóstolo João escreveu (o grego comum), a expressão “tinham couraças” poderia aplicar-se tanto aos cavalos como aos “sentados neles”. É provável, porém, que se aplicasse apenas aos cavaleiros, em cujo caso esta é a única particularidade descrita dos montados nos cavalos. A maior parte da descrição é dos próprios cavalos. Visto que os cavalos são representados como tendo cavaleiros, poderia indicar que tais cavalos simbólicos tinham o intelecto humano para controlá-los e guiá-los. Uma vez que os cavaleiros agiam a favor ou sob o controle dos “quatro anjos” desatados, comissionados a ‘matar um terço dos homens’, significa que os cavalos simbólicos estão sob controle e orientação intelectual destes “quatro anjos” ou mensageiros, a saber, o restante ungido que foi liberto de Babilônia, a Grande, no ano de 1919. Apenas as suas “couraças” se destacavam à vista.
29 “Tinham couraças de cor de fogo, e de azul jacintino, e de amarelo sulfurino.” Terem as suas couraças tais cores sugere três coisas destrutivas, fogo, fumaça escura e enxofre. Estes mensageiros ou “quatro anjos” teriam, pois, uma mensagem de destruição no coração para o “terço dos homens” que haviam de ser mortos. Era uma mensagem de destruição semelhante à que sobreveio a Sodoma e Gomorra, cidades sobre as quais Deus fez chover do céu fogo e enxofre, e de cujo incêndio ascendia fumaça “como a fumaça grossa dum forno de calcinação”. (Gênesis 19:23-28; Lucas 17:28-30) Como no caso de Sodoma e Gomorra, também se predisse que a antiga Babilônia se tornaria uma ruína deserta. — Jeremias 50:40.
30 Conforme predito em Revelação 14:9-11, os que no atual “tempo do fim” deste sistema de coisas adoram e servem as instituições políticas terrestres do Diabo estão sendo atormentados com fogo e enxofre até à morte, sendo que “a fumaça do tormento deles ascende” para todo o sempre. Estes mesmos sistemas políticos serão lançados no “lago ardente que queima com enxofre”, lago que simboliza a destruição, “a segunda morte”. (Revelação 19:20; 20:10, 14, 15; 21:8) É tal mensagem divina especificando estes elementos destrutivos que os do restante mantêm diante de si como uma couraça. Deste modo, assim como os “quatro anjos” soltos, os do restante liberto, avisam de antemão o “terço dos homens” a respeito de sua iminente destruição na vindoura execução do julgamento justo de Deus. Podem declarar que tais “homens” babilônicos da cristandade já estão espiritualmente mortos, aguardando a destruição às mãos de Deus. Deste modo, tais mensageiros, como os “quatro anjos”, matam este “terço dos homens”.
“CAVALOS” DE PUBLICIDADE
31 Entretanto, dá-se mais atenção aos cavalos do que aos seus cavaleiros. Fornece-se mais descrição dos cavalos como sendo a coisa principal neste quadro profético. Pois bem, o que representam tais “cavalos” simbólicos? Cavaleiros simbólicos montavam estes cavalos. Assim também o restante ungido de mensageiros usa cavalos simbólicos, a saber, os meios pelos quais o restante apresenta a sua mensagem aterrorizadora. São estes meios que os levam ao povo. (Ester 8:10, 14) Armados dela avançam contra o “terço dos homens” que hão de ser ‘mortos’, falando-se em sentido espiritual. Quer dizer, os “cavalos” simbólicos representam os meios de divulgação da mensagem de julgamento, usados pelo restante ungido, especialmente a página impressa. Visto que na Revelação (6:2, 4; 9:9; 19:11-21), bem como no resto da Bíblia, cavalos significam guerra (exceto em Isaías 28:28), os meios de publicidade usados pelo restante couraçado têm que ver com a guerra espiritual.
32 “E as cabeças dos cavalos eram como as cabeças de leões.” Isto faz lembrar que a primeira das quatro criaturas viventes que João viu em torno do trono de Deus era semelhante a um leão, representando justiça corajosa. Também o Cordeiro de Deus, que se sacrificou, foi chamado de “Leão que é da tribo de Judá, a raiz de Davi”. (Revelação 4:6, 7; 5:5) Concordemente, os meios de publicidade usados pelo restante ungido desde o toque da sexta trombeta revelam grande coragem e são usados de modo justo. Têm que ver também com o estabelecido reino celestial de Jesus Cristo, o Leão simbólico da tribo de Judá, à qual pertencia seu antepassado Davi. Este reino é o instrumento que Deus usará para causar no Seu tempo devido a destruição do “terço dos homens”. Por isso diz a descrição dos cavalos simbólicos: “Das suas bocas saía fogo, e fumaça, e enxofre. Por estas três pragas foi morto um terço dos homens, pelo fogo, e pela fumaça, e pelo enxofre que saíam das suas bocas.” — Revelação 9:17, 18.
33 Estes meios múltiplos de se divulgar a destruição dos adversários do reino messiânico de Deus têm também uma picada dolorosa. Esta particularidade dos cavalos simbólicos é trazida à atenção nas palavras: “Pois a autoridade dos cavalos está nas suas bocas e nas suas caudas; porque as suas caudas são como serpentes e têm cabeças, e com estas fazem dano.” (Revelação 9:19) A cauda semelhante a uma serpente era assim tão destrutiva como aquilo que saía da boca dos cavalos simbólicos. A mordida de tal cauda serpentina era venenosa, e produzia um ardor preliminar à morte daquele que foi mordido. Os cavalos simbólicos possuíam poder mortífero de modo duplo, tanto quando se aproximavam das suas vítimas como quando as deixavam atrás. Não havia escapatória; a mensagem mortífera forçosamente produziria efeito, indicando que a execução do julgamento destrutivo de Deus sobre os inimigos do Reino é certa. O que é anunciado pelos cavalos simbólicos da publicidade do Reino cumprir-se-á com certeza. Quanto ai tal publicidade constitui para os inimigos! Não se trata de algo invisível no mundo espiritual! É visível, tangível!
34 Tais cavalos simbólicos foram enviados à ação, nos tempos modernos, depois do toque da sexta trombeta. Esta ação começou com o notável evento público de importância para o reino de Deus, no ano de 1927 E. C. Em 18-25 de julho, realizou-se em Toronto, Ontário, no Canadá, uma assembléia internacional da Associação Internacional dos Estudantes da Bíblia. No domingo, 24 de julho de 1927, atingiu-se o auge deste congresso, na reunião pública amplamente anunciada. Havia uma assistência pública visível de 15.000 pessoas reunida no auditório do congresso, mas havia também uma assistência invisível de inúmeros milhões de pessoas ligadas à tribuna do orador por uma rede radiofônica de cinqüenta e três estações. Foi a maior rede radiofônica já estabelecida até aquele tempo, por intermédio da National Broadcasting Company of America. O tema da conferência pública de uma hora foi “Liberdade Para os Povos”. O orador, o então presidente da Associação Internacional dos Estudantes da Bíblia, leu primeiro uma resolução de dez parágrafos dirigida “Aos Povos da Cristandade”. No discurso público que se seguiu ele falou em explicação e apoio da resolução emocionante.
35 Os apoiadores da cristandade que escutavam devem ter sentido o calor ardente, sulfuroso, quando a resolução inicial declarava:
. . . Portanto, Deus decretou e declarou que vira sobre o mundo um tempo de tribulação tal como nunca se conheceu, e que durante esta tribulação a “cristandade” ou o “cristianismo organizado”, como é chamado, e toda a organização de Satanás serão destruídos, e que Cristo Jesus, o Rei justo assumirá a plena autoridade e o controle e abençoará os povos da terra.
SEXTO: Que já deve ser evidente a todos os povos refletivos que o alívio, o consolo e as bênçãos tão desejados por eles nunca podem vir do sistema injusto da “cristandade” ou do “cristianismo organizado”, e que não há razão de dar apoio adicional àquele sistema hipócrita e opressivo. Nesta hora de perplexidade, Jeová Deus insta com os povos a que abandonem e deixem para sempre a “cristandade” ou o “cristianismo organizado” e se afastem completamente para longe dele porque é a organização do Diabo, e para que não lhe dêem apoio algum; e para que os povos dêem a devoção e a lealdade de seu coração inteiramente a Jeová Deus e ao seu Rei e reino, e recebam plena liberdade e as bênçãos que Deus tem reservado para eles. . . .
No fim do discurso público, que discorreu sobre a resolução, a assistência visível se pôs de pé em apoio da resolução, e, sem dúvida, muitos da assistência invisível de milhões de pessoas fizeram o mesmo, exceto aqueles do “terço dos homens” que haviam de ser mortos, falando-se espiritualmente. Para estes últimos, era o começo dum terrível “ai”.
36 Então, pela primeira vez, tal resolução dum congresso internacional e seu discurso em apoio dela foram impressos em forma de folheto para serem distribuídos, sendo que o folheto foi intitulado “Liberdade Para os Povos”. Foi também traduzido em diversos idiomas.
37 Em 1.° de outubro de 1927, começou a distribuição deste folheto Liberdade. Com o decorrer do tempo, colocaram-se milhões de exemplares nas mãos do povo comum, bem como nas de seus governantes. Usando-se a ilustração simbólica de Revelação 9:16-19, miríades de “cavalos” com cabeça de leão e soprando fogo, fumaça e enxofre começaram a sair e a arremessar-se especialmente contra a cristandade, sob a direção e o controle intelectual do restante ungido, os “quatro anjos” desatados. Estas miríades de “cavalos” foram apenas os precursores do que havia de vir. Em 1.° de março de 1927, o estabelecimento gráfico da Sociedade Torre de Vigia de Bíblias e Tratados havia sido mudado para o seu edifício novo e maior de oito pavimentos, em Brooklyn, Nova Iorque, para lançar uma ofensiva maior contra os adversários do reino de Deus, por se publicarem e despacharem mais Bíblias, livros, folhetos, revistas e tratados, enviando-os como uma carga de “cavalos”.
38 Mas que dizer das “duas miríades de miríades” de tais “cavalos”? Pois bem, nesta nova gráfica, construída e possuída pela Sociedade Torre de Vigia, Incorporada, de Nova Iorque, imprimiram-se e despacharam-se milhões de exemplares de literatura bíblica durante o seu primeiro ano, centenas de miríades de tais exemplares. Todavia, este edifício gráfico tornou-se o núcleo de um grande conjunto de gráficas que hoje ocupa quatro quarteirões da cidade, cujo último anexo é um edifício de dez pavimentos, dedicado em 31 de janeiro de 1968. A tudo isso se acrescentaram estabelecimentos gráficos relacionados com diversas das noventa e quatro filiais da Sociedade Torre de Vigia de Bíblias e Tratados de Pensilvânia, em todo o globo. Todos estes produzem quantidades enormes de literatura bíblica. Ao todo, durante os anos desde 1927, imprimiram e despacharam “duas miríades de miríades” de exemplares de literatura bíblica, e muitos mais além deles. A carga destes “cavalos” simbólicos aumentou grandemente quando as revistas da Torre de Vigia começaram a ser oferecidas nas ruas, de casa em casa, e de loja em loja. Atualmente, imprimem-se duas vezes por mês 5.800.000 exemplares de cada número de A Sentinela. Em 1968, imprimiram-se 138.615.041 exemplares em 72 idiomas. A revista companheira dela, Despertai!, teve uma tiragem de 135.689.298 exemplares em 26 idiomas. Isto ascende a 274.304.339 revistas impressas em apenas um ano.
39 Tem aumentado assim de ano em ano a carga destes “cavalos” simbólicos contra o “terço dos homens” condenado, todos estes “cavalos” estando sob a orientação do restante ungido, os “quatro anjos” desatados. Este é o motivo por que todas estas centenas de milhões de exemplares de literatura bíblica não são despachados e distribuídos através de livrarias comerciais, mas são distribuídos pelas testemunhas cristãs de Jeová, que vão de casa em casa. Dum ponto de vista espiritual, estes “cavalos” simbólicos continuam a matar o “terço dos homens”, mas o que dizer dos demais da humanidade? Aceitaram eles a chamada à liberdade, à liberdade cristã, livre da religiosa Babilônia, a Grande?
40 Isto foi feito por uma “grande multidão” de pessoas tementes a Deus, em toda a terra, conforme predito em Revelação 7:9-17. Para estas, os sacerdotes e clérigos religiosos de Babilônia, a Grande, ficaram como que mortos, não mais exercendo domínio religioso sobre estes membros libertos da “grande multidão”. Mas, de outro modo, falando-se de modo comparativo, aconteceu como foi previsto pelo apóstolo João: “Mas os demais homens que não foram mortos por estas pragas não se arrependeram das obras das suas mãos, de modo a não adorarem os demônios e os ídolos de ouro, e de prata, e de cobre, e de pedra, e de madeira, que não podem nem ver, nem ouvir, nem andar; e não se arrependeram dos seus assassínios, nem das suas práticas espíritas, nem da sua fornicação, nem dos seus furtos.” (Revelação 9:20, 21) Portanto, está condenada ao fracasso a esperança do “terço dos homens” quanto à conversão do mundo à religião da cristandade. As mensagens ardentes, sulfurosas e aflitivas dos “cavalos” simbólicos continuam a destacar o vindouro desastre para a cristandade, como parte dominante de Babilônia, a Grande. O segundo “ai” precisa continuar até se cumprir plenamente!
2006-10-30 13:22:04
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answer #6
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answered by Antônio 4
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