Estou te enviando este resumo sobre o assunto , espero que tenho ajudado.
compreensão exata da anatomia da cavidade nasal, com ênfase à parede lateral do nariz e suas variações, é de extrema importância para a cirurgia endoscópica naso-sinusal. As variações anatômicas que têm sido consideradas como predisponentes às sinusites incluem a concha média bolhosa, o desvio ou esporão do septo nasal, a bolha etmoidal hiperpneumatizada, a concha média paradoxal, o desvio medial ou lateral do processo uncinado, entre outras. A concha média bolhosa parece ser a mais freqüente das variações encontradas1.
O desenvolvimento de novos instrumentos endoscópicos e técnicas associadas permitiu um novo método cirúrgico para o tratamento das sinusites crônicas, que visa a restauração da fisiologia normal, conseguida por meio do restabelecimento da drenagem mucociliar e da ventilação dos seios paranasais2,3,4. Em vista disso, uma entidade anatômica denominada complexo óstio-meatal tornou-se de suma importância, tanto no estudo dos fenômenos fisiopatológicos, como na tática cirúrgica.
O complexo óstio-meatal é composto pelo óstio do seio maxilar, infundíbulo etmoidal, processo uncinado, bolha etmoidal, hiato semilunar, recesso frontal, meato médio e concha média5. As variações anatômicas do complexo óstio-meatal têm sido implicadas na etiologia das sinusites crônicas e recorrentes e, por esta razão, a tomografia computadorizada de seios paranasais, em especial os cortes coronais, tem sido rotineiramente utilizada na avaliação dos pacientes com sintomas sinusais2,5. Deve-se ter em mente que, na maioria das vezes, a tomografia computadorizada é importante, não apenas para o diagnóstico da doença inflamatória em si, mas também para a visibilização das alterações anatômicas, tornando-se um excelente exame para o planejamento cirúrgico.
Com o uso rotineiro da tomografia computadorizada, observamos melhora na identificação das estruturas e das variações anatômicas das cavidades nasais e paranasais, entre elas, das células de Haller. Descritas inicialmente por Von Haller em 1803, estas células são consideradas expansões da pneumatização do complexo etmoidal localizadas inferiormente à bolha etmoidal e ao longo da porção medial do assoalho da órbita, relacionadas com o teto do seio maxilar. As primeiras observações foram realizadas através de dissecções de cadáveres, sendo até há pouco tempo dada pouca relevância a estas estruturas. A compreensão da fisiologia da drenagem mucociliar dos seios paranasais e o surgimento da tomografia computadorizada levantou a hipótese das células de Haller estarem associadas a rinossinusites, devido à sua localização junto ao infundíbulo etmoidal.
Este trabalho tem como objetivo avaliar, por meio da tomografia computadorizada, a incidência de espessamento mucoso dos seios maxilares, etmoidais, frontais e esfenoidais em pacientes com sintomas de sinusite e a ocorrência de células de Haller, concha média bolhosa e desvio de septo nasal localizado no meato médio e suas correlações com sinusopatias maxilar, etmoidal e frontal.
Material e Método
Para este estudo foram avaliadas retrospectivamente 150 tomografias computadorizadas de seios paranasais de indivíduos de ambos os sexos, realizadas no Departamento de Diagnóstico por Imagem da Universidade Federal de São Paulo – Escola Paulista de Medicina, no período de julho de 1999 a outubro de 2001. Os exames incluídos na amostra apresentavam diagnóstico compatível com sinusopatia inflamatória ou de normalidade. Foram excluídos os exames de pacientes com pós-operatório de cirurgias de seios paranasais e de base de crânio, além dos portadores de lesões tumorais envolvendo estas regiões. Crianças com idade inferior a 13 anos também foram excluídas, pois os seios maxilares adquirem a forma adulta em torno desta idade, estabilizando suas dimensões próximo aos 18 anos, e os seios frontais e esfenoidais tornam-se viáveis à identificação radiológica por volta dos 4 anos de idade6. Além disso, abaixo dos 13 anos de idade, é bem maior a ocorrência de hipertrofia das tonsilas faríngeas, fator importante na gênese de sinusopatias em crianças e que influiria na avaliação da correlação das variações anatômicas da cavidade nasal com o comprometimento dos seios paranasais.
Os exames tomográficos foram realizados com os equipamentos Philips Secura e Philips Tomoscan AV. O protocolo dos exames incluiu a aquisição de imagens nos planos coronais, perpendiculares ao palato duro, do seio frontal (no limite anterior) ao seio esfenoidal (no limite posterior), com os pacientes posicionados em decúbito dorsal e hiperextensão cervical, utilizando o apoio de cabeça apropriado para esta posição, e cortes de 3,0 mm/ 3,0 mm de espessura/ incremento – com filtro de alta resolução. As imagens adquiridas no plano axial foram paralelas ao palato duro, desta estrutura (no limite inferior) ao seio frontal (no limite superior), com os pacientes em decúbito dorsal e posição cervical neutra, com apoio de cabeça também apropriado, e cortes de 3,0 mm/ 3,0 mm de espessura/ incremento. As imagens foram adquiridas com 120/ 125 kV e 224/ 225 mAs. As janelas tomográficas utilizadas foram 1500 – 2000/ 200 – 300 para partes ósseas e de 300 – 400/ 30 – 40 (largura/ nível) para partes moles.
Os exames foram analisados quanto à presença ou ausência de sinusopatia dos seios maxilares, etmoidais, frontais e esfenoidais. No presente trabalho, foi adotado o conceito clássico de Som, que considera patológica qualquer área demonstrável de mucosa, sendo classificada, então, como sinusopatia7.
As estruturas anatômicas estudadas foram a concha média, as células de Haller, os seios maxilares, etmoidais, frontais e esfenoidais, e o septo nasal (Figuras 1, 2 e 3).
A concha média foi inicialmente avaliada, sendo classificada como bolhosa ao apresentar qualquer pneumatização. Posteriormente, foi estudada a distribuição das conchas médias bolhosas nos graus de sinusopatia.
Foi verificada a presença ou ausência de células de Haller, e sua distribuição nos diferentes graus de sinusopatia. Estas células foram definidas como uma pneumatização no rebordo orbitário ínfero-medial, delimitando o limite súpero-lateral do infundíbulo etmoidal, ao invés da bolha etmoidal, que o faz habitualmente.
Foi também registrada a presença ou ausência de desvio do septo nasal na região do meato médio e sua distribuição nos graus de sinusopatia, não sendo considerados desvios em outras regiões da cavidade nasal.
Para o estudo da correlação entre as estruturas analisadas (concha média bolhosa, célula de Haller e desvio do septo nasal) e os graus de sinusopatia, foi utilizado o teste do Qui-quadrado, com nível de significância de 5%.
2006-10-28 02:52:58
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answer #2
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answered by Nilza Padovani Feitosa F 4
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