Hospital de ClÃnicas realiza equipamento inédito para cirurgia de transplante de fÃgado
O Hospital de ClÃnicas vai utilizar pela primeira vez um equipamento que permite reduzir a necessidade de transfusão sangüÃnea durante cirurgias de transplante de fÃgado, principal empecilho enfrentado pelos médicos nesse tipo de cirurgia. O procedimento, inédito no paÃs, vai usar o equipamento chamado TissueLink, cuja principal função é realizar, ao mesmo tempo, o corte do fÃgado do doador com a selagem dos vasos sangüÃneos.
O equipamento, que custa R$ 9,5 mil, está sendo doado pela BMR Medical, com sede em Curitiba e com atuação em todo território nacional, para o transplante de fÃgado de um paciente que será operado neste sábado pelo Sistema Ãnico de Saúde (SUS).
O diretor da BMR Medical, Rafael Martinelli de Oliveira, afirma que o novo equipamento, fabricado pela empresa americana Asher Medical e já aprovado pela Anvisa no Brasil, diminui o sangramento e reduz a necessidade da realização de várias transfusões de sangue. “Não existia, até o momento, um único equipamento que fazia o corte e a coagulação de maneira eficiente. Até então, o cirurgião precisava de três a quatro dispositivos ao mesmo tempo para fazer o mesmo trabalho de um só aparelho”, descreve ele.
Em muitos casos, é possÃvel ainda dispensar a transfusão de sangue, o que reduz consideravelmente os riscos ao paciente, custos do procedimento, tempo da cirurgia e de internação hospitalar. “Esse método é importante especialmente para os pacientes que são adeptos de Testemunha de Jeová que não permitem em nenhuma hipótese a transfusão de sangue”, ressalta Oliveira.
O cirurgião Julio Cezar Uili Coelho, PhD., do Hospital de ClÃnicas da UFPR, fará a primeira operação com esse aparelho, que será utilizado para a retirada do órgão doador. O procedimento, que será o primeiro no paÃs com este dispositivo, representa um avanço na história da cirurgia hepática no Paraná e no Brasil. “Pacientes com restrição à transfusão sanguÃnea poderão contar com uma nova tecnologia, comprovada mundialmente como uma excelente opção em cirurgias que envolvam órgãos sólidos”, afirma.
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Terça-feira, Setembro 26
Novo método de cirurgia sem sangue chega na Região Sul
Saúde - 20/09 - 09h02min
Criciúma - O Hospital São José em busca de seu aperfeiçoamento e melhorias na sua tecnologia, visando, além do atendimento mais humano e de qualidade, está adquirindo um equipamento de recuperação de sangue. Como já se sabe nas cirurgias, principalmente nas de grande porte, como a cirurgia cardÃaca, ocorre uma grande perda de sangue e necessidade de transfusões. Para isso, atualmente existe uma máquina italiana chamada Cell Saver, ou seja, “Salvadora de Células”. Ela suga todo o sangue perdido durante uma cirurgia, separa suas impurezas e o prepara para ser administrado ao paciente. Isso significa que o paciente pode ter todo o seu sangue recuperado. Desta forma não existe a possibilidade de riscos das transfusões e se respeita a ideologia de todas as crenças.
Neste mês de agosto, a equipe de Cirurgia CardÃaca do Hospital São José, realizou uma cirurgia na instituição, utilizando este novo equipamento, cuja a cirurgia teve duração de oito horas. Segundo o médico e responsável pelas Cirurgias CardÃacas, Ricardo Choma, o paciente não precisou de nenhuma bolsa de hemáceas. “Sem a máquina haveria a perda de 1000 mililitros de sangue, com a necessidade de transfundirmos três ou quatro bolsas de sangue. Os resultados da cirurgia sem a necessidade de transfusões são fantásticos, com menor tempo de internação e riscos”, ressaltou o cirurgião cardÃaco.
Nesta linha de tratamento o grupo está desenvolvendo o CM&CSS (Centro Médico e Cirurgia Sem Sangue), que é um hospital com pensamento e procedimentos voltados a terapia médica sem utilização de sangue e seus derivados. Em primeiro encontro, o CM&CSS, apresentou para a equipe de cirurgia do Hospital, material cientÃfico para embasamento deste trabalho. Todo o processo é apoiado pela COLI (Comissão de Ligação com Hospitais para Testemunhas de Jeová). “Recebemos todo o material cientÃfico e estamos implantado as rotinas com um grupo composto por médicos, bioquÃmicos, fisioterapeutas, psicólogos, enfermeiras, técnicos de enfermagem . Neste protocolo de implantação, consta a aquisição de equipamentos, mudanças de rotinas, utilização de medicação especial e principalmente na conscientização de que é possÃvel realizar cirurgias sem utilização de sangue. Neste ponto o Cell Saver é fundamental”, conclui Choma.
(MaÃra Rabassa)
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Programa para pacientes Testemunhas de Jeova reduz o uso total do sangue
09.20.06, 12:00 AM ET
WEDNESDAY, Sept. 20 (HealthDay News) -- A transfusion-free surgical program developed for Jehovah's Witness patients reduced the use of blood products in other patients, according to a new study.
The University of Southern California (USC) developed a transfusion-free program for Jehovah's Witnesses undergoing liver transplantation in January 2000.
For this study, published in the September issue of the Archives of Surgery, researchers from the INTEGRIS Baptist Medical Center in Oklahoma City, Okla., and colleagues analyzed the medical records of 272 non-Jehovah's Witness patients who were undergoing liver transplantations at USC.
Compared with the patients who had surgery before the transfusion-free program was developed, those who had surgery after the program's initiation were significantly less likely to receive certain types of blood transfusions.
Scores on the model of end-stage liver disease (MELD) test were significantly higher in the patients having surgery after the program was developed. The MELD score describes the survival probability in people with liver disease, with higher scores indicating sicker patients.
"The development of a transfusion-free surgical program for Jehovah's Witness patients has had a positive impact on reducing the overall blood use in non-Jehovah's Witness patients," the authors noted.
According to the authors, the program decreases some of the complications of transfusions, such as transmission of unknown pathogens, and also helps to preserve blood bank resources, which reduces the overall cost of the procedure.
More information
The National Institutes of Health have more on blood transfusion. http://www.nlm.nih.gov/medlineplus/bloodtransfusionanddonation.html
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Quarta-feira, Setembro 6
NO BLOOD : Sem Sangue - A Medicina Aceita o desafio.
Em anos recentes, a ciência médica desenvolveu alternativas seguras, eficazes do (nonblood ) Tratamentos sem trasnfusoes de Sangue. em praticametne cada especialidade da medicina. Um padrão melhorado do cuidado para todos os pacientes se tornou assim possÃvel. Veja no video porque alguns principais peritos convidam a medicina a um novo padrão de cuidado da saúde.
LÃnguas disponÃveis: Inglês
Video de Meio - hora.
http://www.jw-media.org/edu_videos/vcnb_e.htm
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Terça-feira, Agosto 15
QUESTÃES CONSTITUCIONAIS E LEGAIS REFERENTES A TRATAMENTOS MÃDICOS E AS TJ
BIOÃTICA E DIREITO
Valderez Bosso
à cediço por todos, sobre a polêmica existente no fato das Testemunhas de Jeová, recusarem-se a transfusões de sangue em tratamentos médicos/cirúrgicos, por motivos de convicção religiosa.Justificam tal conduta, principalmente, com o Livro de LevÃtico em seu capÃtulo 17 e versÃculo 10, bem como, o Livro de Atos no seu capÃtulo 15 e versÃculo 20, nos quais, Jeová Deus, desaconselha o uso de sangue, e ainda prelecionam, que o sangue pertence a Ele.Deve-se ter ainda, que esta decisão tem para as Testemunhas de Jeová, a mesma importância que o adultério, a idolatria e a imoralidade sexual. Defendem também, a abstenção à participação polÃtico-administrativa governamental, não votam nem são votados em cargos polÃticos, não prestam homenagem aos sÃmbolos nacionais, recusam-se, inclusive, servir à s Forças Armadas.Muitas perguntas surgem decorrentes de tal assunto, como por exemplo:
Continue lendo no excelente Blog Criado pela Advogada Valderez Bosso:
http://advogada-valderezbosso.blogspot.com/2006/08/questes-constitucionais-e-legais.html
Advogada formada pela Faculdade de Direito Padre Anchieta de JundiaÃ/SP. Pós-Graduanda em Direito Processual Civil pelo CEU - Centro de Extensão Universitário de São Paulo/SP. Membro da Comissão de Bioética, Biodireito e Biotecnologia da OAB/SP.
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Domingo, Agosto 13
TJ - Testemunhas de Jeová - boas pessoas - JW
JW news report
03:13
From: lovebug53
Views: 3348
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TJ - Reportagem feita por um Grande Canal de noticias sobre as Testemunhas de Jeová, em Nova Iorque.. . JW
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Sábado, Agosto 12
Transfusão de Sangue em Testemunhas de Jeová
José Roberto Goldim
Alegar um impedimento religioso para a realização de um ato médico é bastante mais frequente do que se imagina. Muitas vezes os pacientes ou seus familiares ficam constrangidos de utilizarem um referencial religioso para orientar a sua tomada de decisão. Algumas denominações religiosas, como, por exemplo, Ciência Cristã e Testemunhas de Jeová, são conhecidas por seus seguidores imporem restrições desta ordem a algumas formas de tratamento.
A questão que envolve a indicação médica de transfusão de sangue em pacientes Testemunha de Jeová é das mais polêmicas e conhecidas. Esta situação envolve um confronto entre um dado objetivo com uma crença, entre um benefÃcio médico e o exercÃcio da autonomia do paciente.
A base religiosa que os Testemunhas de Jeová alegam para não permitirem ser transfundidos é obtida em alguns textos contidos na BÃblia.
No livro do Gênesis (9:3-4) está escrito:
"Todo animal movente que está vivo pode servir-vos de alimento. Como no caso da vegetação verde, deveras vos dou tudo. Somente a carne com sua alma - seu sangue - não deveis comer."
No LevÃtico (17:10) existe outra restrição semelhante:
"Quanto qualquer homem da casa de Israel ou algum residente forasteiro que reside no vosso meio, que comer qualquer espécie de sangue, eu certamente porei minha face contra a alma que comer o sangue, e deveras o deceparei dentre seu povo."
Existe mais uma citação, ainda neste mesmo sentido nos Atos dos Apóstolos (15:19-21).
Já existe uma farta bibliografia a respeito desta questão. A maioria divide-a em duas abordagens básicas: o paciente capaz de decidir moral e legalmente e o paciente incapaz.
O paciente reconhecidamente capaz deve poder exercer a sua autonomia plenamente. Este posicionamento foi utilizado pelo Prof. Diego Gracia, da Universidade Complutense de Madrid/Espanha. O Prof. Gracia utiliza esta situação como paradigmática no exercÃcio da autonomia do indivÃduo frente a pressões sociais. O Prof. Dunn ressalta que esta é uma posição corajosa, mesmo que questionável por outras pessoas que não compartilham desta crença.
Para alguns autores, como Genival Veloso de França este posicionamento só é válido enquanto não houver risco de morte iminente associado ao estado do paciente. Nesta situação o médico estaria autorizado a transfundir o paciente, mesmo contra a sua vontade, com base no princÃpio da Beneficência. O argumento utilizado é o de que a vida é um bem maior, tornando a realização do ato médico um dever prima facie, sobrepujando-se ao anterior que era o de respeitar a autonomia. Este posicionamento tem respaldo, inclusive no Código de Ãtica Médica.
Artigo 46 - (à vedado ao médico) efetuar qualquer procedimento médico sem o esclarecimento e o consentimento prévios do paciente ou de seu responsável legal, salvo em iminente risco de vida.
Artigo 56 - (à vedado ao médico) desrespeitar o direito do paciente de decidir livremente sobre a execução de práticas diagnósticas ou terapêuticas, salvo e, caso de iminente risco de vida.
O Conselho Federal de Medicina se manifestou, em 26 de setembro de 1980, através de uma resolução no. 1021, especificamente sobre a questão da transfusão de sangue em Testemunhas de Jeová.
A Constituição Brasileira de 1988 propõe a liberdade de crença para todo cidadão. Quando a situação envolve menores de idade ou outros pacientes tidos como incapazes, como por exemplo uma pessoa acidentada inconsciente, a questão ganha outras conotações, pois o papel de proteger o paciente, apesar da vontade expressa de seus responsáveis legais pode ser ampliado. A questão que pode ser levantada no caso de adolescentes é até que ponto eles não podem ser equiparados, desde o ponto de vista estritamente moral, aos adultos, quanto a sua opção religiosa. O Estatuto da Criança e do Adolescente, em seu artigo 17, lhes dá o direito de exercerem sua liberdade de culto, garantindo igualmente o respeito a esta manifestação. Este mesmo Estatuto permite que, em caso de adoção, o menor com doze ou mais anos possa também se manifestar. Por que este consentimento também não pode ser ampliado para esta questão? Muitas vezes as equipes de saúde solicitam à Procuradoria da Infância e Adolescência que busque autorização judicial para a realização do procedimento, através da suspensão temporária do pátrio poder.
A restrição à realização de transfusões de sangue pode gerar no médico uma dificuldade em manter o vÃnculo adequado com o seu paciente. Ambos tem diferentes perspectivas sobre qual a melhor decisão a ser tomada, caracterizando um conflito entre a autonomia do médico e a do paciente. Uma possÃvel alternativa de resolução deste conflito moral é a de transferir o cuidado do paciente para um médico que respeite esta restrição de procedimento.
Os seguidores desta denominação religiosa - Testemunhas de Jeová - estão muito bem organizados para auxiliarem as equipes de saúde no processo de tomada de decisão. Existem Comissões de Ligação com Hospitais, que são constituÃdas por pessoas que se dispõem a ir ao hospital prestar assessoria visando o melhor encaminhamento possÃvel ao caso. A Comissão de Ligação de Hospitais dispõe de um cadastro de médicos que pode ser útil em tais situações.
As Testemunhas de Jeová e a questão do sangue. TatuÃ, SP: Torre de Vigia, 1977:4-8.
França GV. Comentários ao Código de Ãtica Médica. Rio de Janeiro: Guanabara-Koogan, 1994:50-51, 62-63.
Dunn HP. Ethics for doctors, nurses and patients. New York: Alba House, 1994:131-132.
Artigos publicados na base PUBMED sobre Testemunhas de Jeova
Bioética e Espiritualidade
Página de Abertura - Bioética
Texto incluÃdo em 19/04/1998 e atualizado em 25/05/2003
(c)Goldim/1998-2003
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Transfusão sanguÃnea: posição das Testemunhas de Jeová
Hospital Nossa Senhora do Rosário, EPE
Transfusão sanguÃnea: posição das Testemunhas de Jeová
Barreiro, 27 de Fevereiro de 2006 – No âmbito do projecto de acreditação que está em curso no Hospital de Nossa Senhora do Rosário, EPE, através das normas de qualidade da Joint Commission International, realizou-se, no passado dia 23 de Fevereiro, uma sessão de esclarecimento subordinada ao tema: “Transfusão SanguÃnea: Posição das Testemunhas de Jeová”.
Tendo em conta os direitos dos doentes, nomeadamente o seu direito à autodeterminação e o respeito pela decisão informada, esta sessão teve como objectivo esclarecer os profissionais sobre esta temática.
A sessão contou com a presença do Director dos Serviços de Informação Hospitalar para Testemunhas de Jeová, Sr. Pedro Candeias, e do responsável pelo Gabinete JurÃdico da Ordem dos Médicos, Dr. Paulo Sancho.
Para além de explicar os fundamentos religiosos para a recusa de transfusão sanguÃnea, por parte das Testemunhas de Jeová, o Sr. Pedro Candeias enumerou as alternativas médicas à transfusão sanguÃnea alogénica e divulgou os serviços de apoio a doentes e médicos das Testemunhas de Jeová, como as Comissões de Ligação Hospitalar, os Grupos de Visitas a Pacientes e o Serviço de Informação Hospitalar.
Por seu lado, o Dr. Paulo Sancho analisou a recusa de transfusão sanguÃnea com fundamento religioso, de acordo com as várias linhas de orientação possÃveis: princÃpios deontológicos, designadamente os consagrados no Código Deontológico da Ordem dos Médicos, pareceres do Conselho Nacional de Ãtica para as Ciências da Vida e os preceitos constitucionais, penais e civis.
Esta sessão contou com a participação de muitos profissionais, nomeadamente médicos e enfermeiros.
Data de Criação: quinta-feira, 18 de Maio de 2006 16:04
Assunto: Informação - Fonte: Desconhecido
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Os desafios de ser médico.
Em 1174, Maimônides foi nomeado médico da corte no Egito e passava a maior parte do tempo no palácio. Falando sobre a volta para casa todos os dias, ele escreveu: “Faço uma refeição leve, a única em vinte e quatro horas. Daà vou atender meus pacientes, faço prescrições e oriento-os sobre como tratar a doença. Atendo um doente após outro até o anoitecer, e à s vezes . . . fico tão cansado que mal consigo falar.”
SER médico sempre exigiu abnegação. Mas hoje a prática médica é afetada por rápidas mudanças sociais. A carga horária dos médicos atualmente pode ser tão exaustiva quanto a de Maimônides. Mas será que eles são tão respeitados como antigamente? Veremos a seguir como a nova realidade social afetou a vida do médico e a relação médico–paciente.
Mudanças na relação médico–paciente
Alguns ainda se lembram do tempo em que o médico carregava todos os remédios numa maleta. Assim como hoje, o conceito que as pessoas tinham sobre os médicos variava muito. Mas a maioria deles era muito respeitada pela sua perÃcia, tinha uma posição social prestigiada e era admirada pela sua ética. Ao mesmo tempo, porém, os médicos podiam ser criticados por seus honorários, por suas falhas ou por sua aparente insensibilidade.
Apesar de tudo, grande parte desses profissionais encontrava satisfação em ajudar várias gerações de uma mesma famÃlia. Eles davam atendimento em domicÃlio e, em regiões rurais, à s vezes tomavam uma refeição com a famÃlia ou até mesmo pernoitavam quando faziam um parto. Muitos deles manipulavam o remédio para os pacientes. Médicos altruÃstas não cobravam dos que tinham poucos recursos e estavam disponÃveis 24 horas por dia, 7 dias por semana.
à claro que ainda hoje existem profissionais que trabalham dessa forma, mas em muitos lugares a natureza da relação médico–paciente provavelmente mudou mais nas últimas décadas do que em muitos séculos. Como ocorreram essas mudanças? Primeiro, vejamos o que aconteceu com o atendimento em domicÃlio.
O que aconteceu com o atendimento em domicÃlio?
Antigamente, era muito comum o médico atender o paciente em domicÃlio, e em muitos paÃses isso ainda acontece. Mas esse costume está em declÃnio no mundo todo. O jornal The Times of India disse: “Nessa era de especialistas e de hiperespecialistas, está se tornando cada vez mais raro o médico de famÃlia compassivo, que conhece bem a famÃlia e está disposto a dar atendimento em domicÃlio sempre que necessário.”
Com o grande avanço da medicina, muitos se especializaram e trabalham em conjunto ou vinculados a planos de saúde. O resultado é que os pacientes são atendidos por um médico diferente cada vez que ficam doentes. Assim, muitos médicos não conseguem estabelecer uma relação mais duradoura com as famÃlias como no passado.
Há cerca de um século, o surgimento de análises de laboratório e de equipamentos de diagnóstico fez com que o atendimento médico em domicÃlio se tornasse cada vez menos comum. E em muitos lugares, instituições de saúde consideram o atendimento em domicÃlio uma forma ineficiente de utilizar o tempo do médico. Hoje em dia, a maioria das pessoas dispõe de transporte para ir ao consultório médico. Além disso, paramédicos e socorristas prestam assistência, algo que anteriormente só os médicos faziam.
Mudança de circunstâncias
Hoje poucos médicos trabalham de forma independente, pois em geral eles estão vinculados a instituições públicas ou a planos de saúde. Porém muitos profissionais de saúde não gostam da intermediação dessas instituições na relação médico–paciente. Uma das razões é que tais instituições costumam exigir que se atenda mais pacientes em menos tempo. “Tenho de sete a dez minutos para atender um paciente”, diz a Dra. Sheila Perkins, clÃnica geral na Grã-Bretanha. “E uso a maior parte desse tempo dando entrada no computador. Não sobra quase nada para estabelecer uma relação com o paciente. Isso causa muita frustração.”
Todas essas mudanças na prática da medicina resultaram em mais autonomia para o paciente. No passado, as ordens médicas não podiam ser questionadas. Mas em muitos paÃses hoje, os médicos são obrigados a informar o paciente sobre as opções de tratamento e sobre os possÃveis resultados, para que o paciente tenha condições de dar consentimento esclarecido sobre o tratamento escolhido. Assim, a autoridade do médico deixou de ser absoluta; para alguns, o médico hoje não passa de um técnico.
O que aconteceu com o atendimento em domicÃlio?
Antigamente, era muito comum o médico atender o paciente em domicÃlio, e em muitos paÃses isso ainda acontece. Mas esse costume está em declÃnio no mundo todo. O jornal The Times of India disse: “Nessa era de especialistas e de hiperespecialistas, está se tornando cada vez mais raro o médico de famÃlia compassivo, que conhece bem a famÃlia e está disposto a dar atendimento em domicÃlio sempre que necessário.”
Com o grande avanço da medicina, muitos se especializaram e trabalham em conjunto ou vinculados a planos de saúde. O resultado é que os pacientes são atendidos por um médico diferente cada vez que ficam doentes. Assim, muitos médicos não conseguem estabelecer uma relação mais duradoura com as famÃlias como no passado.
Há cerca de um século, o surgimento de análises de laboratório e de equipamentos de diagnóstico fez com que o atendimento médico em domicÃlio se tornasse cada vez menos comum. E em muitos lugares, instituições de saúde consideram o atendimento em domicÃlio uma forma ineficiente de utilizar o tempo do médico. Hoje em dia, a maioria das pessoas dispõe de transporte para ir ao consultório médico. Além disso, paramédicos e socorristas prestam assistência, algo que anteriormente só os médicos faziam.
Mudança de circunstâncias
Hoje poucos médicos trabalham de forma independente, pois em geral eles estão vinculados a instituições públicas ou a planos de saúde. Porém muitos profissionais de saúde não gostam da intermediação dessas instituições na relação médico–paciente. Uma das razões é que tais instituições costumam exigir que se atenda mais pacientes em menos tempo. “Tenho de sete a dez minutos para atender um paciente”, diz a Dra. Sheila Perkins, clÃnica geral na Grã-Bretanha. “E uso a maior parte desse tempo dando entrada no computador. Não sobra quase nada para estabelecer uma relação com o paciente. Isso causa muita frustração.”
Todas essas mudanças na prática da medicina resultaram em mais autonomia para o paciente. No passado, as ordens médicas não podiam ser questionadas. Mas em muitos paÃses hoje, os médicos são obrigados a informar o paciente sobre as opções de tratamento e sobre os possÃveis resultados, para que o paciente tenha condições de dar consentimento esclarecido sobre o tratamento escolhido. Assim, a autoridade do médico deixou de ser absoluta; para alguns, o médico hoje não passa de um técnico.Médica examinando uma criança
Em vista das rápidas mudanças na estrutura social, um grande número de mulheres se tornaram médicas. E muitas pessoas preferem consultar-se com médicas, porque acham que elas demonstram mais empatia. Assim, as mulheres contribuÃram para dar um toque mais humano à prática da medicina.
A maioria das pessoas aprecia um médico atencioso, que compreende os sentimentos e o estresse do paciente. Mas convém perguntar: quantos pacientes têm consciência da difÃcil vida dos médicos e de sua rotina estressante? Compreender isso com certeza pode contribuir muito para uma melhor relação médico–paciente. O artigo seguinte enfoca essa questão.
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CIRURGIA E PERFUSÃO SEM TRANSFUSÃES DE SANGUE.
Revista Latinoamericana de TecnologÃa Extracorpórea
Maria Helena L. Souza* e Decio O. Elias**.
* Perfusionista ** Cirurgia CardÃaca Pediátrica.
Rio de Janeiro, Brasil.
Contacto com o autor: Maria Helena L. Souza
ABSTRACT
Cardiac surgery and cardiopulmonary bypass have placed a tremendous demand on blood banking facilities. Open heart surgery has historically been associated with a high rate of blood transfusion. Efforts to decrease such a burden have allowed for a reduction in the blood units transfused per patient, during the last decade.
The well known risks associated with blood transfusions have prompted the search for methods and techniques designed to further decrease the exposure of patients to homologous blood.
Religious belief and the right to choose have led some patients to refuse transfusion of allogenic blood or blood products under all circumstances. In today's multicultural healthcare system, patients who request alternatives to blood transfusion are not only moved by religious beliefs. Cardiac surgery with cardiopulmonary bypass can be performed without the administration of homologous blood as a result of the employment of several combined strategies. A comprehensive blood conservation program designed to avoid blood transfusion must be a team group endeavour, and should include all phases of treatment, from the preoperative period to the post hospital discharge. A coordinated multidisciplinary approach is central to the success of any blood conservation program.
Rev Latinoamer Tecnol Extracorp 10,2,2003
RESUMO
A cirurgia cardÃaca e a circulação extracorpórea representam uma tremenda sobrecarga aos estoques dos bancos de sangue. A cirurgia cardÃaca com CEC, historicamente está associada a uma elevada incidência de transfusões de sangue. Esforços para reduzir aquela sobrecarga tem permitido uma diminuição do número de unidades de sangue transfundidas por paciente, durante a última década.
Os conhecidos riscos associados às transfusões de sangue prontificaram a busca de métodos e técnicas capazes de reduzir ainda mais a exposição dos pacientes ao sangue homólogo.
Convicções religiosas e o direito de escolha tem levado alguns pacientes à recusar a transfusão de sangue ou de seus produtos, em qualquer circunstância. No sistema de saúde multicultural dos dias atuais, pacientes que solicitam alternativas à transfusão de sangue não são apenas movidos por razões religiosas. A cirurgia cardÃaca com CEC pode ser realizada sem a administração de sangue homólogo, como resultado do emprego de uma combinação de várias estratégias. Um programa de conservação de sangue completo dirigido a evitar as transfusões de sangue deve ser um trabalho de equipe e deve incluir todas as fases do tratamento, desde o perÃodo pré-operatório até após a alta hospitalar. Uma abordagem coordenada e multidisciplinar é a chave do sucesso de qualquer programa de redução do uso de sangue.
INTRODUÃÃO
A cirurgia cardÃaca e a circulação extracorpórea tradicionalmente representam uma grande sobrecarga aos Bancos de Sangue, devido à sua histórica elevada necessidade de transfusões de sangue e seus principais derivados, como plasma, concentrados de hemácias, plaquetas e fatores da coagulação.
A grande expansão da sÃndrome da imunodeficiência adquirida por infecção pelos vÃrus HIV, nas duas últimas décadas, contribuiu para uma sensÃvel redução dos estoques de sangue de doadores, devido, principalmente, à falta de esclarecimento de grande parte da população. Um outro contingente de complicações não menos graves relacionados à s transfusões de sangue, como a transmissão da hepatite C, por exemplo, tornou o emprego das transfusões de sangue, um dos temas centrais de discussão em todas as unidades hospitalares, em busca de protocolos mais rigorosos, baseados em evidências, para justificar o uso de sangue nas diversas situações médicas e cirúrgicas.
A experiência adquirida com os tratamentos ministrados aos membros da religião Testemunhas de Jeová, que rejeitam as transfusões de sangue e seus subprodutos, contribuiu para demonstrar que o organismo humano tem uma grande tolerância à anemia normovolêmica e que, freqüentemente, a adoção de um protocolo rÃgido para os diversos tratamentos médicos e cirúrgicos, pode evitar a necessidade de transfusões de sangue em um substancial número de pacientes. Os benefÃcios desses protocolos não estão restritos à esfera econômica. Ao contrário, estendem-se à incidência e severidade das complicações e à mortalidade hospitalar.
A cirurgia cardÃaca com circulação extracorpórea constitui uma área em que o criterioso emprego de protocolos pré-estabelecidos contribui decisivamente para uma substancial redução do uso de sangue de doadores.
Nos dias atuais há pacientes que discutem com as equipes cirúrgicas a possibilidade de evitar o emprego de sangue de doadores em seus tratamentos, baseados em convicções religiosas ou baseados no melhor conhecimento dos riscos e das possÃveis implicações associadas à transfusão de sangue estocado. Estamos todos assistindo o nascimento de uma nova especialidade médico-cirúrgica que, ao menos provisoriamente, é conhecida como "bloodless medicine and surgery", para designar qualquer tratamento médico ou cirúrgico realizado sem o emprego de sangue de doadores; o uso de sangue coletado do próprio indivÃduo, conhecido como autotransfusão, supre as necessidades de hemácias dos pacientes em tratamento.
RAZÃES PARA EVITAR AS TRANSFUSÃES DE SANGUE
Além das complicações inerentes à transfusão de sangue ou de seus sub-produtos, um número de outras evidências faz com que antes de administrar uma transfusão, todos os recursos alternativos disponÃveis sejam tentados. Freqüentemente, é possÃvel eliminar a necessidade da transfusão, pelo emprego de uma alternativa, desde que haja glóbulos vermelhos em circulação suficientes para o transporte de oxigênio aos tecidos. A tabela 1 relaciona os principais fatores que indicam a necessidade de evitar as transfusões de sangue [1].
* Infecções transmitidas pelas transfusões
* Reações de incompatibilidade do sistema ABO
* Imunomodulação associada às transfusões:
o Aumento do risco de infecções
o Disseminação de células malignas
* Efeitos negativos ligados ao perÃodo de estocagem
* Redução drástica dos estoques disponÃveis
* Melhor resultado dos tratamentos
* Redução do custo global dos tratamentos
* LitÃgios
* Fundamentos religiosos
* Motivação para uma prática transfusional mais restrita
* Satisfação da equipe médico-cirúrgica
* Atende às preferências dos pacientes
ORGANIZAÃÃO DE PROTOCOLOS
Nos dias atuais e em um sistema de saúde multicultural, os pacientes que solicitam tratamentos alternativos à s transfusões de sangue não são apenas movidos por fundamentos religiosos, como ocorre com as Testemunhas de Jeová, por exemplo. Muitos indivÃduos conhecem as desvantagens das transfusões de sangue e preferem evitá-las, sempre que possÃvel.
A cirurgia cardÃaca com circulação extracorpórea pode ser realizada sem a administração de sangue de doadores, como resultado do emprego de um conjunto de estratégias destinadas a otimizar todas as etapas do procedimento cirúrgico. Entretanto, um programa de redução do emprego de sangue deve necessariamente ser multidisciplinar e deve abranger todas as fases do tratamento dos pacientes, até a alta hospitalar. Não tem qualquer utilidade, por exemplo, uma equipe cirúrgica aplicar um protocolo rigoroso para evitar o uso de transfusões na sala de operações, se o paciente ao chegar à unidade de terapia intensiva recebe a transfusão de concentrado de hemácias, porque o hematócrito do paciente está abaixo de um determinado valor considerado limite pela equipe de pós-operatório.
Um programa de redução ou eliminação do uso de sangue em cirurgia cardÃaca é um projeto amplo e que inclui a participação entusiástica de todo o pessoal envolvido com o tratamento dos pacientes em todas as suas fases, desde o perÃodo pré-operatório até a alta hospitalar. Uma abordagem coordenada e multidisciplinar é o ponto mais importante para o sucesso de qualquer programa de tratamento sem transfusões de sangue.
Os principais riscos das transfusões associados com a cirurgia cardÃaca são predominantemente relacionados à s coagulopatias e à hemodiluição que ocorrem como resultado do uso da circulação extracorpórea para a realização das operações. A conservação da massa de células vermelhas e a prevenção das coagulopatias são os objetivos mais importantes de qualquer protocolo destinado a evitar as transfusões.
As estratégias gerais desenvolvidas para guiar a prevenção da necessidade de transfusões estão usualmente centradas em torno de alguns conceitos básicos, como:
* Reduzir os riscos associados às hemorragias
* Uso de técnica operatória meticulosa
* Otimização dos circuitos de CEC e do priming
* Uso de agentes hemostáticos
* Iniciar o tratamento médico bem antes da data da cirurgia
* Manter um elevado nÃvel de qualidade da terapia intensiva
NÃVEIS MÃNIMOS ACEITOS PARA O HEMATÃCRITO
Os riscos de mortalidade em relação aos nÃveis do hematócrito durante a cirurgia cardÃaca foram extraÃdos de grandes séries de pacientes. Baseados nessa experiência, demonstrou-se que um hematócrito mÃnimo de 15% para a maioria dos pacientes e 17% para pacientes de alto risco, durante a circulação extracorpórea e 22% para a maioria dos pacientes e 24% para pacientes de alto risco no pós-operatório imediato, são valores que asseguram um adequado transporte de oxigênio e que costumam reduzir os riscos de enfrentar maiores morbidade e a mortalidade [2,3].
O manuseio com sucesso de pacientes Testemunhas de Jeová permitiu comprovar a acentuada tolerância dos pacientes à anemia normovolêmica aguda. A estrita adesão à uma rotina especÃfica deverá permitir que a grande maioria dos casos seja conduzida com valores de hematócrito bem superiores aos valores mÃnimos acima descritos.
A maioria dos hospitais e serviços de hemoterapia estabeleceram padrões para os valores mÃnimos de hematócrito aceitos em pacientes cirúrgicos. Estes valores devem ser adotados pelas equipes de cirurgia cardÃaca, com o objetivo de orientar os esforços voltados para a prática da cirurgia e da circulação extracorpórea sem o uso de sangue.
ESTRATÃGIAS PARA EVITAR AS TRANSFUSÃES DE SANGUE
1. ESTRATÃGIAS PRÃ-OPERATÃRIAS
Devemos avaliar a massa de células e a coagulação do sangue. Qualquer grau de anemia deve ser investigado e tratado. Do mesmo modo, qualquer alteração da coagulação, eventualmente presente, deve ser investigada e adequadamente tratada [4].
1.1. O tipo de anemia e a sua etiologia devem ser pesquisados e corrigidos até alcançar os valores normais do hematócrito ou o mais próximo possÃvel. Algumas drogas e suplementos nutricionais podem estar indicados, tais como: Ferro (sulfato ferroso), ácido fólico, vitamina B12 e eritropoietina. Ajustes nutricionais também podem contribuir para normalizar os valores do hematócrito e da hemoglobina.
1.2 Distúrbios da coagulação, se presentes, devem ser investigados e tratados sempre que possÃvel. A administração de vitamina K1, a suspensão do uso de inibidores plaquetários ou a sua substituição por agentes inibidores plaquetários reversÃveis e de curta duração pode ser necessário.
A maioria dos pacientes tem hematócritos e nÃveis de hemoglobina normais. A coagulação do sangue também é normal. Mesmo esses pacientes podem ser beneficiados pela administração de eritropoietina, com o objetivo de estimular a produção de glóbulos vermelhos.
2. ESTRATÃGIAS INTRA-OPERATÃRIAS
Os principais objetivos dos programas de conservação de sangue durante o perÃodo trans-operatório da cirurgia cardÃaca são minimizar as perdas sanguÃneas, preservar a massa de glóbulos vermelhos e as funções do sistema de coagulação. Estes objetivos podem ser alcançados mediante uma técnica operatória meticulosamente conduzida e uma perfusão ministrada com extrema atenção ao detalhe.
Algumas técnicas intra-operatórias que constituem importantes adjuntos para a redução do uso de sangue são:
A hemodiluição normovolêmica aguda. O sangue é coletado dos próprios pacientes, imediatamente após a indução da anestesia e antes do inÃcio da operação. Logo após a coleta da primeira bolsa de sangue, o volume removido do paciente passa a ser reposto por soluções cristalóides e colóides. A infusão de reposição é orientada pela monitorização dos parâmetros hemodinâmicos dos pacientes. Podemos coletar duas ou três unidades de sangue de um paciente adulto, sem efeitos colaterais de importância.
Durante a operação, o sangue do paciente permanece na sala de cirurgia, pronto para uso. Esta técnica permite a autotransfusão de sangue rico em hemácias e plaquetas, contendo todos os fatores de coagulação intactos.
Administração de antifibrinolÃticos. Os agentes antifibrinolÃticos, principalmente a aprotinina e o ácido tranexâmico podem contribuir significativamente para minimizar as perdas sanguÃneas durante o per e o pós-operatório imediato e, desse modo, reduzir as necessidades de transfusões. O emprego da aprotinina reduz as perdas sanguÃneas em cerca de 50-60%. Os resultados obtidos com o ácido tranexâmico são semelhantes [5].
Técnica Operatória. Um fator crÃtico na "cirurgia sem uso de sangue" é a natureza meticulosa da hemostasia necessária durante as dissecções cirúrgicas e o restante do procedimento operatório. O eletrocautério, o coagulador de argônio, o bisturi de micro-ondas e os agentes hemostáticos tópicos devem ser usados, de acordo com a escolha e a experiência do cirurgião. As perdas sanguÃneas no campo operatório podem ser reduzidas a um mÃnimo com uma cuidadosa exposição cirúrgica, mesmo durante as re-operações.
Circuito da Perfusão. A equipe de perfusão deve ajustar o circuito habitualmente usado, para minimizar a hemodiluição do prime. O circuito da CEC pode ser adaptado para acomodar um prime pequeno, de cerca de 1.000 a 1.200 ml de cristalóides.
Prime Autólogo. O emprego do prime autólogo retrógrado para substituir a maior parte dos cristalóides do circuito é uma outra alternativa capaz de reduzir acentuadamente o grau de hemodiluição e manter um adequado transporte de oxigênio, durante a circulação extracorpórea.
Ultrafiltração (Hemoconcentração). A ultrafiltração deve ser considerada como um excelente complemento para remover o excesso de água administrado durante a coleção do sangue autólogo. Ambas, a ultrafiltração convencional ou a modificada, podem ser usadas com bons resultados. Com um ultrafiltro no circuito, ao final da operação o hematócrito pode alcançar a faixa dos 32-36%.
Hemostasia Cirúrgica. Após a saÃda de perfusão, uma meticulosa hemostasia é necessária. O sangue residual do oxigenador e do circuito é administrado ao paciente, para ajustar a função hemodinâmica e para aumentar o hematócrito. Os diuréticos podem ser usados mais liberalmente, para eliminar o excesso de água.
Anticoagulação. A administração da heparina e o seu efeito na coagulação devem ser cuidadosamente monitorizados durante o procedimento. A protamina deve ser administrada com cautela, na dose suficiente para neutralizar a heparina. A neutralização da heparina deve ser monitorizada pelo retorno do TCA aos valores basais.
Recuperação de células no trans-operatório. Sempre que estiver disponÃvel, um método de recuperação das células vermelhas pode ser usado, como o emprego dos cell-savers. Sem um cell-saver, o sangue aspirado do campo operatório deve ser retornado ao circuito. O sangue residual do circuito, ao final da perfusão pode ser imediatamente reinfundido ao paciente, para ajustar a função hemodinâmica. Alternativamente o perfusato residual pode ser coletado em um cell-saver ou em bolsas coletoras, para re-infusão subseqüente, por via venosa.
O sangue autólogo coletado no inÃcio da cirurgia é administrado, conforme as necessidades, para substituir as perdas imediatas ou para elevar o hematócrito pós-perfusão.
ESTRATÃGIAS PÃS-OPERATÃRIAS
A monitorização pós-operatória criteriosa é um adjunto importante nos protocolos de eliminação do uso de sangue. O perfusato residual do circuito e o sangue autólogo são usados para repor as perdas sanguÃneas, como na sala de operações, e para elevar o hematócrito [6].
O sangue coletado pela drenagem mediastÃnica também pode ser processado em um cell-saver, para reposição das hemácias ou pode, simplesmente, ser filtrado e reinfundido por via venosa.
Após a saÃda da unidade de terapia intensiva, os pacientes com hematócrito baixo podem ser submetidos ao mesmo regime de tratamento do pré-operatório, para tratar da anemia.
Uma equipe experiente pode conduzir praticamente todos os pacientes adultos através das operações cardÃacas sem a necessidade de transfundir uma única unidade de sangue ou derivados.
REFERENCIAS
1. Martin V, Farmer SL, Wren MN, Towler SCB et cols. The theory and practice of bloodless surgery. Transfusion ans Apheresis Science. 27:29-43, 2002.
2. Hardy JF, Bélisle S, Janvier G, Samama M. Reduction in requirements for allogeneic blood products: nonpharmacologic methods. Ann Thor Surg 62: 1935-1943, 1996.
3. Cormack JE, Groom RC. Hematocrit prediction and preservation for cardiopulmonary bypass. Perfusion Line - E-Journal. http://perfline.com/ejournal/jec0102.html
4. Reger TB, Roditski D. Bloodless Medicine and Surgery for patients having cardiac surgery. Crit Care Nurse. 21,4, August 2001.
5. Karski JM, Teasdale SJ, Norman P, Carroll J et cols. Prevention of bleeding after cardiopulmonary bypass with high-dose tranexamic acid. Double-blind, randomized clinical trial. J Thorac Cardiovasc Surg 110: 835-842, 1995.
6. Rosengart T, Debois W. Transfusion alternatives for Cardiac Surgery. Chapter 7: Alternatives to allogeneic blood transfusion. New York, 1998.
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USP: Cirurgia sem sangue reduz riscos de contágio de doenças
Quinta-feira, 18 de Agosto de 2005 as 09:17
O número de pacientes que recebem transfusões de sangue em procedimentos cirúrgicos de maior porte é grande, mas pode diminuir com estratégias de cirurgia sem sangue. 'A principal delas é a tolerância do médico à anemia do paciente', aponta a médica anestesista Daniela Rocha Gil, em dissertação de mestrado apresentada na Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP.
'A tolerância do paciente à anemia deve ser levada em conta antes, durante e depois da cirurgia', diz. 'A anemia é causada pela perda de hemoglobina do sangue, que reduz o transporte de oxigênio aos órgãos do corpo e debilita o paciente.'
Daniela aponta que o nÃvel ideal de hemoglobina no corpo gira em torno de 12 a 15 gramas por decilitro (g/dl), mas muitos médicos indicam a transfusão sangüÃnea quando os valores atingem 8 g/dl. 'Na pesquisa, encontramos pacientes com valores muito inferiores, como 3 g/dl, e mesmo não recebendo sangue, sobreviveram', relata. 'A pesquisa mostra que cada paciente possui um grau de tolerância à anemia e que a transfusão não deve ser indicada com base apenas no valor da taxa de hemoglobina.'
Daniela estudou no Hospital das ClÃnicas de Ribeirão Preto, 11 pacientes Testemunhas de Jeová submetidos a cirurgias de grande porte. 'Esta religião não permite transfusão sangüÃnea, mas qualquer que seja a crença do paciente, a cirurgia sem sangue pode ser usada como alternativa para evitar o risco do contágio de doenças como aids, hepatites B e C e HTLV nas transfusões', afirma. 'O estudo mostra que é possÃvel minimizar o número de transfusões sangüÃneas no perÃodo intra-operatório.'
Alternativas
Uma opção de cirurgia sem sangue é a de administrar eritropoetina ao paciente. 'Esta substância estimula o aumento dos valores de hemoglobina no sangue e deve ser usada no perÃodo pré-operatório, de preferência três semanas antes da data prevista para a cirurgia', explica Daniela. 'Outra alternativa é usar substâncias que favorecem a coagulação e minimizem a perda sanguÃnea intra-operatória.'
Existe a opção de utilizar uma máquina que recupera o sangue que seria perdido no perÃodo intra-operatório. 'O aparelho aspira o sangue do campo operatório e consegue processá-lo para posterior re-infusão no paciente', diz a médica. 'No entanto, a máquina recupera só metade do sangue perdido e seu uso não é recomendado em cirurgias oncológicas, pelo risco de re-contaminação.'
Na maioria dos casos pesquisados foi usada a hemodiluição normovolêmica, para reduzir a perda sangüÃnea no perÃodo intra-operatório. 'O sangue do paciente é retirado e mantém-se o volume sanguÃneo com a infusão de outros lÃquidos, em geral solução fisiológica, mas com uma quantidade muito menor de hemoglobina, reduzindo sua perda na cirurgia', explica a médica. O sangue retirado fica armazenado para ser re-infudido ao final do procedimento ou quando for absolutamente necessário. 'Esta técnica é de baixo custo, eficaz e segura'.
Daniela alerta que os métodos de cirurgia sem sangue não estão disponÃveis em todos os centros médicos do PaÃs. 'O ideal seria associar várias estratégias concomitantes, como o uso de eritropoetina e a hemodiluição, para reduzir a perda sanguÃnea, como foi feito na maior parte dos pacientes estudados.' O trabalho foi orientado pelo anestesista do HC de Ribeirão Preto e professor da FMRP, LuÃs Vicente Garcia.
Júlio Bernardes - Agência USP
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Sexta-feira, Agosto 11
Seminário apresenta alternativas médicas para tratamento sem sangue
Portal Médico ::::::::::::::::::::::::::::
Durante a plenária temática sobre “Uso Racional de Sangue, componentes e alternativas à transfusão de sangue”, realizada no dia 24, na sede do Conselho Regional de Medicina, membros da Comissão de Ligação com Hospitais para Testemunhas de Jeová (Colih), apresentaram estratégias clÃnicas para evitar e controlar hemorragias e anemia sem transfusão de sangue em pacientes cirúrgicos. A doutrina da igreja Testemunha de Jeová não aceita transfusões de sangue total ou de qualquer dos seus componentes primários – glóbulos vermelhos ou brancos, plaquetas e plasma. Não são permitidas também a coleta e armazenagem pré-operatória de sangue autólogo para posterior reinfusão (transfusões autólogas).
Para dar suporte aos fiéis, a igreja criou a Colih, composta de ministros escolhidos que dão apoio gratuito a profissionais da área médica e jurÃdica. O suporte é feito basicamente com artigos periódicos médicos sobre tratamento médico sem sangue, consulta a especialistas qualificados, apresentações para membros de equipes hospitalares, éticas jurÃdicas e assistência pessoal a pacientes Testemunhas de Jeová para ajudá-los a resolver questões espirituais ou éticas relacionadas a tratamento médico. Segundo os membros da Comissão em Cuiabá, Joaquim Dias e Paulo Viana, mundialmente cerca de cem mil médicos compõem a rede de profissionais que utilizam as técnicas alternativas à transfusão de sangue. Em Cuiabá eles já acompanham sessenta médicos em diversos hospitais.
A Comissão de Ligação com Hospitais para testemunha de Jeová foi convidada a participar do Seminário Médico – Uso racional de sangue, componentes e alternativas à transfusão de sangue – organizado pelo Hospital Universitário Júlio Muller e Projeto Hospital Sentinela/ Anvisa e apoio do CRM-MT. Conforme a médica hematologista, Hildenete Monteiro Fortes, uma das idealizadoras do evento, o objetivo é apresentar aos profissionais e estudantes do 5º e 6º ano de medicina, como utilizar o sangue de forma racional obedecendo os critérios. “Foi muito produtivo, esta é a segunda edição do Seminário, o primeiro foi em 2000, é preciso construir uma mudança de cultura entre os médicos”, afirmou a hematologista.
Para maiores informações sobre o trabalho da Colih, entre em contato pelo telefone: (65) 624-5600
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Segunda-feira, Agosto 7
Tecnologia a serviço da religião-Globo Reporter
Ciencia e Fe- Globo.com (Globo Reporter)
Um caso clássico é o das Testemunhas de Jeová. Todo mundo sabe que eles não aceitam cirurgia com transfusão de sangue, por uma interpretação do que está na BÃblia. A equipe do Globo Repórter pretendia mostrar isso no programa, como um exemplo de fé que atrapalha o tratamento de saúde... Mas será que é simples assim?
Nos Estados Unidos - e também no Brasil - muitos médicos têm uma visão diferente: aceitam os limites impostos pela religião e vão buscar técnicas alternativas para evitar transfusões. Essa visão nova permitiu à Gabriela reconquistar a energia, que agora ela esbanja nas brincadeiras.
“Era uma criança de lábios e unhas bem roxinhos. Uma aparência sempre bem abatida”, conta Ruth, mãe de Gabriela. A menina nasceu com um problema sério no coração e precisava de, pelo menos, duas cirurgias - uma delas antes de completar um ano. O problema: a mãe é Testemunha de Jeová.
“Não faria transfusão de sangue de jeito nenhum. Primeiro porque eu ajo de encontro com os meus princÃpios. Em segundo lugar, existem riscos de outras doenças com a transfusão. Eu tinha certeza que eu encontraria uma equipe disposta a operar a Gabriela”, afirma a dona de casa Ruth de Camargo.
E ela encontrou! Na cirurgia de Gabriela foi usada uma máquina que permite reaproveitar o sangue do próprio paciente. “à o aparelho que faz a função do coração e dos pulmões durante a cirurgia cardÃaca”, explica o cirurgião cardÃaco Walter Gomes.
à um recurso a mais, que pode ser posto a serviço das Testemunhas de Jeová. O doutor Walter é professor da Universidade Federal de São Paulo e há três anos utiliza outras técnicas que possibilitam cirurgias delicadas, sem transfusão de sangue. Ele começou a fazer isso a pedido dos religiosos.
“O tratamento dos pacientes Testemunhas de Jeová ajudava a beneficiar outros pacientes, porque, com essa experiência, nós estamos evitando a transfusão sangüÃnea em outros pacientes, e, conseqüentemente minimizando riscos”, declara Walter Gomes.
O primeiro passo é acabar com os sangramentos desnecessários. Isso é possÃvel com o bisturi elétrico, que cauteriza, ao mesmo tempo em que corta. Outra técnica é dar para o paciente, antes da cirurgia, um hormônio que estimula a produção de glóbulos vermelhos. à uma forma de combater anemias
“Mesmo se ele tiver uma perda durante a cirurgia, ele já está preparado para recuperar. O paciente vai para a cirurgia com uma quantidade maior de sangue, fabricado por ele mesmo”, observa o cirurgião Walter Gomes.
Gabriela foi operada por uma outra equipe, comandada pela doutora Luciana da Fonseca - que segue a mesma linha. “à uma satisfação muito grande, porque, na verdade, eu cumpri o meu objetivo, que foi agradar e respeitar um direito do paciente”, constata a cirurgia cardÃaca.
Quando se encontra o equilÃbrio entre medicina e fé, quem ganha é o paciente. “Agora estou correndo, brincando, pulando...”, diz Gabriela.
“Se houver algum acontecimento catastrófico em que o paciente realmente precise de transfusão de sangue vai ser um dilema de consciência. O paciente religioso pede para não tomar a transfusão e eu espero nunca ter que passar por essa decisão”, comenta Walter Gomes
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Pa. Hospital Has 'No Transfusion' Surgery
vaPa. Hospital Has 'No Transfusion' Surgery
(AP) PHILADELPHIA When Irv Shapiro found out he needed surgery to fix a ruptured heart valve, one of the first questions he asked his doctor was whether he should donate his own blood.He hoped to avoid being transfused with someone else's blood, but wasn't thrilled with the idea of spending weeks before surgery having pints of his own blood drawn and put in storage.
So when he found out that Pennsylvania Hospital offered a third option — once only available to Jehovah's Witnesses — it was a relief."Not needing a blood transfusion, not having to get blood taken out of me, and a fast recovery time — I was OK with all of that," said Shapiro, 60, a founding partner of an architectural firm and heavy traveler.Pennsylvania Hospital is now able to offer so-called "bloodless surgery" to 90 percent of its patients who want it, joining a small but growing number of bloodless medicine programs around the country that also serve the general public. Advocates put the number at about 120.
Many states have bloodless surgery centers or hospitals that perform no-transfusion surgery for Jehovah's Witnesses, who believe the Bible forbids transfusions, but not for the general public.Some hospitals are now providing no-transfusion surgery to more patients because of advances in equipment and changes in protocols.
Bloodless surgery techniques vary depending on the type of operation, but can include efficient heart-lung bypass machines that circulate a patient's blood during surgery; using high-tech scalpels that clot the blood as they cut tissue; or freezing tissue before it's excised.There is also pre-surgery planning. Doctors start seeing patients weeks before surgery to prepare.Among the benefits are reductions in recovery time, hospital stay, cost and complications — as well as an estimated $20,000 in savings per patient, said Dr. Charles Bridges, the Pennsylvania Hospital cardiologist who performed Shapiro's surgery.
The general consensus in the medical community is that it is best to avoid donor blood transfusions whenever possible, but that transfusions remain an important lifesaving strategy. The American Medical Association endorses "autologous" blood transfusion — giving a patient his own blood — but takes no specific stance on no-transfusion surgery.Pennsylvania Hospital has for at least a decade performed all kinds of no-transfusion surgery on Jehovah's Witnesses, Bridges said. In the year that no-transfusion heart surgery has been offered to patients, Bridges estimated that he has performed between 50 and 75 — up from about 10 just a few years earlier.
Heart surgery, because it is associated with extensive blood loss, is more difficult to do "bloodless" than other operations. In traditional open-heart surgery, a patient may need up to six units of red blood cells, four units of plasma and 10 units of platelets, according to the American Red Cross."People used to think of open-heart surgery as this draconian thing," Bridges said. "Now we have what really is a kinder, gentler open-heart surgery."The best no-transfusion candidates typically are those needing only one procedure — repair of a single heart valve or a single bypass, for example. It also can be done in more complex operations, however.About six weeks after Shapiro's surgery to fix his damaged mitral valve, he was back at work part time.
"I feel very lucky that I was told about the transfusion-free option and that I was a perfect candidate for it," he said.From pre- to post-surgery, the goal is conserving the patient's own blood, Bridges said."There's no downside to it that we can see, and there's certainly no downside that's been documented," Bridges said. About a month before no-transfusion surgery, blood tests are conducted. Anemic patients receive weekly injections of medications, as well as intravenous iron supplements, to increase their red-blood-cell count.
During surgery, blood that gets suctioned or sponged out of the body cavity is salvaged, and highly efficient pumps keep blood circulating while the heart and lungs are stopped. After surgery, less blood is taken for post-operation tests.
\"You have to be meticulous, you have to be organized, and you have to really work as a team before, during and after surgery," Bridges said.
Patients who choose the no-transfusion option eliminate the risk of blood-borne infection and complications from clerical errors. They also get out of the hospital an average of one day earlier and avoid potential transfusion-related complications including immune system suppression, inflammatory response, and renal or respiratory failure, Bridges said. Bloodless surgery is also preferable to having patients transfused with their own blood, Bridges said.
Blood that has been stored degrades and deforms outside the body and doesn't flow through blood vessels or carry oxygen as well when it goes back in. The trend toward avoiding transfusions is gaining momentum among doctors and patients, said Dr. Patricia Ford, director of Pennsylvania Hospital's Center for Bloodless Medicine & Surgery. Transfusions are lifesavers during emergencies, but they can be avoided in most elective operations, she said.
"There is a movement that, for a lot of us, started as part of caring for Jehovah's Witnesses and learning about blood conservation and management," said Ford, who also is president-elect of the Society for the Advancement of Blood Management, a Wisconsin-based advocacy group.
The group said that the number of bloodless medicine programs nationwide has risen from 100 to about 120 in the past six years. The American College of Surgeons, a division of the American Medical Association, said it does not keep statistics on bloodless surgery. "Transfusions are like getting a transplant; they can be risky and should be a last resort," Ford said. "Frankly, all of the things we use are available to every hospital. ... The hope is that every hospital will do this eventually."
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Cirurgiões adotam técnica inédita para operar o crânio de bebê testemunha de Jeová
MEDICINA
Abrindo a cabeça
Cirurgiões adotam técnica inédita para operar o crânio de bebê testemunha de Jeová
LUCIANAVICÃRIA
O fundamentalismo religioso, quem diria, impulsionou o progresso da Ciência.
Uma equipe da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) adotou uma técnica inédita no Brasil para tratar uma malformação rara no crânio de uma criança. Seus pais, testemunhas de Jeová, não permitiam que o filho fosse tratado pela técnica cirúrgica convencional (bastante eficaz e segura) porque a religião não admite transfusões de sangue.
O menino, Pedro Henrique das Mercês, nasceu com craniostenose. A doença causa o fechamento precoce de uma ou mais suturas do crânio. Essas fendas no osso permitem a expansão uniforme do cérebro na fase de crescimento do bebê e só se fecham completamente aos 16 anos. As vÃtimas da craniostenose acabam tendo deformações na cabeça, que podem levar até a retardo mental.
"Os médicos diziam que, sem receber sangue, meu filho estava condenado à morte"
WALTER DAS MERCÃS,pai de Pedro Henrique.
Ainda na maternidade o pediatra percebeu que algo poderia estar errado com Pedro. A cabeça do menino era achatada, a testa e a nuca proeminentes. Uma radiografia revelou a doença. Quanto mais nova a criança, menor a deformação da cabeça e mais eficiente o resultado da cirurgia.
Mas o choque entre a solução apontada pela Ciência e a crença dos pais do menino criou um dilema. "Conversei com mais de 12 médicos e eles eram categóricos em dizer que, sem sangue, meu filho morreria na mesa de cirurgia", conta Walter Pereira das Mercês. "Mas eu preferia que meu filho morresse a receber sangue de outra pessoa", diz.
Diante do impasse, o neurocirurgião pediátrico Sérgio Cavalheiro decidiu usar um endoscópio, aparelho cilÃndrico que contém uma câmera de vÃdeo e permite manusear instrumentos cirúrgicos sem abrir toda a calota craniana durante a cirurgia (leia o quadro abaixo).
Bastou fazer um corte de 6,5 centÃmetros no couro cabeludo da criança e introduzir o endoscópio entre a pele e o crânio. Com a técnica menos invasiva, Pedro não precisou receber sangue. Também não foi necessário aplicar um dreno na cabeça. O bebê ficou apenas um dia na UTI do Hospital Santa Catarina, em São Paulo.
O método convencional exige em média três dias. Dois meses após a operação Pedro é uma criança saudável. "A técnica cirúrgica convencional continua boa. Mas deverá gradualmente ser substituÃda pela operação com o endoscópio", diz Cavalheiro.
PROBLEMA ÃSSEO
Como é o tratamento cirúrgico
O crânio normal
A caixa do crânio possui seis fissuras que permitem o crescimento uniforme do cérebro. Elas só se fecham aos 16 anos
O crânio com malformação
O crânio com craniostenose não tem as fissuras.
Por isso, fica deformado com o crescimento do cérebro
O procedimento cirúrgico
Operando através de um corte no couro cabeludo, os médicos retiram um pedaço da placa óssea do topo do crânio
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Autotransplante de fÃgado em Testemunha de Jeová portador de hepatocarcinoma
Revista do Colégio Brasileiro de Cirurgiões
Liver autotransplantation for hepatocarcinoma on a Jehovah's Witness patient
Julio Cesar Wiederkehr - TCBC-PRI; Marcelo EkermannII; William Kondo - AsCBC-PRIII
ICirurgião Geral e Chefe do Serviço de Transplante Hepático da Irmandade Santa Casa de Misericórdia de Curitiba.
IICirurgião do Serviço de Transplante Hepático da Irmandade Santa Casa de Misericórdia de Curitiba.
IIIResidente de Cirurgia Geral do Hospital Universitário Cajuru e da Irmandade Santa Casa de Misericórdia de Curitiba (Aliança Saúde – PUC-PR)
ABSTRACT
Hepatocellular carcinoma is one of the most frequent entities worldwide and partial hepatectomy has been the preferred option for treatment. We report the case of a 28-year-old Jehovah's Witness who came to us complaining about an abdominal mass. Angio-MRI showed a large heterogeneous mass in the left hepatic lobe. Ex situ liver resection followed by right hepatic lobe autotransplantation was performed, using extra-corporeal venous-venous bypass. He had an uneventful postoperative outcome and was discharged on the 10th postoperative day. The histology revealed hepatocellular carcinoma.
Key words: Carcinoma, hepatocellular; Liver; Hepatectomy.
INTRODUÃÃO
O carcinoma hepatocelular é um dos tumores malignos mais prevalentes no mundo e a hepatectomia parcial tem sido a terapia de escolha para os pacientes com reserva hepática suficiente, cujo tumor pode ser ressecado completamente1,2. O intuito deste artigo é relatar o caso de um paciente testemunha de Jeová submetido à ressecção hepática ex-vivo, ex-situ, sem a utilização de hemoderivados.
RELATO DE CASO
Paciente de 28 anos, masculino, Testemunha de Jeová, procurou o serviço queixando-se de aumento progressivo do volume abdominal há dois anos, associado a astenia, hiporexia e perda de 5kg. Ao exame fÃsico apresentava uma massa palpável na região epigástrica, endurecida, indolor e fixa, medindo 15cm de diâmetro.
Tomografia computadorizada abdominal mostrou uma massa heterogênea no lobo hepático esquerdo com calcificações no interior, comprometendo segmentos II, III, IV e parte do segmento V. Angiorressonância magnética demonstrou uma lesão mal delimitada acometendo o lobo hepático esquerdo, com compressão da veia hepática média e cava retro-hepática, medindo 14x12,5x10cm.
O tratamento cirúrgico foi proposto ao paciente levando- se em consideração as crenças religiosas das testemunhas de Jeová, que proÃbem o uso de sangue e seus derivados e mesmo transfusões autólogas caso não haja contato contÃnuo entre a circulação e o sangue autólogo.
No pré-operatório o paciente recebeu suplementação nutricional, eritropoetina e sulfato ferroso. Foi submetido à laparotomia exploradora através de incisão subcostal bilateral e a ressecabilidade da lesão foi confirmada. Para evitar sangramento volumoso durante a hepatectomia, foi optado pela realização de ressecção hepática ex-situ, ex-vivo. Após reparar o colédoco, a artéria hepática, e as veias porta, cava inferior e hepáticas direita e esquerda, o paciente foi colocado em circulação extracorpórea. O fÃgado foi retirado e perfundido com solução de preservação de Belzer (Figura 1). A hepatectomia foi realizada (Figura 2) e o lobo hepático direito reimplantado com anastomose término-terminal das estruturas previamente seccionadas. O uso da recuperação celular ("cell saver") permitiu a recuperação de 450ml de sangue autólogo, que foi reinfundido no paciente durante a cirurgia. A duração do procedimento foi de nove horas e o valor da hemoglobina no final da cirurgia foi de 10,0g/dl.
No pós-operatório foram tomadas precauções para minimizar as coletas de sangue e para otimizar a sÃntese eritrocitária com eritropoetina, ácido fólico, vitamina B12 e ferro. O paciente apresentou um curso pós-operatório sem intercorrências e recebeu alta hospitalar no 10º dia após a cirurgia. A histologia demonstrou carcinoma hepatocelular.
DISCUSSÃO
A ressecção hepática e o transplante hepático são os tratamentos de escolha para os pacientes com câncer hepatocelular. Quando não há uma doença de base, a ressecção parcial do fÃgado é a opção preferida, independente do tamanho da lesão, desde que o tumor seja confinado ao fÃgado e tenha uma localização anatômica que permita a completa excisão2.
O controle da perda sangüÃnea é um problema crucial durante a hepatectomia, notadamente nos pacientes testemunhas de Jeová, cuja religião não permite o uso de sangue e seus derivados como terapia de reposição. Durante a cirurgia, pode ser utilizada a modalidade de recuperação celular ("cell saver"), que se trata de um processo automatizado, em que o sangue é colhido diretamente do campo operatório, centrifugado, lavado, filtrado e reinfundido no doente. Um sistema fechado é mantido durante todo o tempo, o que é aceito pelos pacientes Testemunhas de Jeová. As células malignas não são completamente removidas do sangue recuperado através da lavagem e filtração, e há o risco teórico de resultar em metástases, caso a transfusão do sangue autólogo seja realizada durante cirurgias para doenças malignas. No entanto, essa técnica tem sido utilizada em alguns pacientes com carcinoma hepatocelular3, e é uma opção nos pacientes desta religião. Além disso, o sangramento pode ser controlado no intra-operatório utilizando técnicas de exclusão vascular hepática, como a manobra de Pringle com clampeamento da veia cava inferior abaixo e acima do fÃgado, associado ou não a bypass veno-venoso (da veia femoral para a veia jugular interna) naqueles pacientes que não toleram o clampeamento da veia cava inferior e se tornam hipotensos4. Todavia, a perda sangüÃnea média de uma hepatectomia é de 900 a 1200ml.
Embora a exclusão vascular hepática possa permitir um campo cirúrgico praticamente sem sangue, o acesso cirúrgico e a exposição das estruturas são limitados em pacientes com tumores hepáticos infiltrativos extensos. Essa dificuldade de acesso pode comprometer as margens cirúrgicas e prejudicar a ressecção. Um fator limitante adicional é a duração da isquemia normotérmica imposta pela exclusão vascular hepática total quando ressecções extensas e complexas estão planejadas. Essas limitações podem ser superadas utilizando a perfusão hepática hipotérmica. Isso permite que a ressecção hepática seja realizada in situ, antesitum ou ex vivo4.
A cirurgia hepática ex-vivo, ex-situ surgiu como conseqüência da maior experiência com ressecções e transplantes hepáticos, e do desenvolvimento de técnicas hipotérmicas de preservação de órgãos. Essa alternativa cirúrgica permite um melhor acesso para tumores de difÃcil localização e para ressecções hepáticas extensas com reconstruções vasculares complexas, mas uma alta mortalidade no pós-operatório precoce e uma alta taxa de recorrência tumoral a longo prazo são observadas5. A combinação de ressecção e reconstrução portal e da veia cava inferior apresenta ainda riscos inerentes à s anastomoses arterial e biliar4.
No caso relatado o paciente apresentava uma massa tumoral de grande volume em lobo hepático esquerdo, comprimindo a veia hepática média, e a hepatectomia ex-vivo, exsitu foi realizada, sem a necessidade de reposição de hemoderivados. Trata-se de uma técnica cirúrgica alternativa para a ressecção de tumores extensos, que pode ser realizada com sucesso.
REFERÃNCIAS
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Como citar este artigo: Wiederkehr JC, Ekermann M, Kondo W. Autotransplante de fÃgado em Testemunha de Jeová portador de hepatocarcinoma. Rev Col Bras Cir. [****** on the internet] 2006 Mar-Apr;33(2). Available from URL: http://www.scielo.br/rcbc
Endereço para correspondência William Kondo Av. Getúlio Vargas, 3163 / apto. 21 CEP: 80240-041 – Curitiba – PR E-mail: williamkondo@yahoo.com.br
Recebido em 03/10/2004 Aceito para publicação em 03/05/2005
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A Ãtica Médica e o Respeito à s Crenças Religiosas
* Zelita da Silva Souza
** Maria Isabel Dias Miorim de Moraes
* Professora Adjunta de Hematologia, aposentada da Universidade Federal de Santa Catarina _ UFSC; hematologista voluntária do Serviço de Quimioterapia e Ambulatório de Hematologia do Hospital Universitário da UFSC;
*Membro do Serviço de Tratamento Médico sem Transfusão de Sangue do Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro - CREMERJ
** Professora de Oncologia da Universidade de Nova Iguaçu - RJ;
** Conselheira do Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro - CREMERJ; **Coordenadora do Grupo de Tratamento Médico sem Transfusão de Sangue do CREMERJ
O respeito à autonomia do paciente estende-se aos seus valores religiosos.
Tais valores não podem ser desconsiderados ou minimizados por outrem, em particular pelos profissionais de saúde, a despeito dos melhores e mais sinceros interesses destes. Ademais, os valores religiosos podem ser uma força positiva para o conforto e a recuperação do paciente se ele estiver seguro de que os mesmos serão respeitados.
UNITERMOS _ Valores, respeito às crenças, autodeterminação
As crenças religiosas estão entre as mais acalentadas convicções do ser humano, cuja vida é tremendamente influenciada por sua visão dos atributos de Deus (soberania e onipotência), dos atributos das outras pessoas (a santidade da vida) e da sua relação pessoal com Deus (comunicação e obediência aos mandamentos). O respeito mútuo à s convicções pessoais faz com que haja uma relação pacÃfica entre as pessoas na atual sociedade pluralista em que vivemos.
Exatamente por causa do pluralismo, devemos esperar que haja discordâncias de opiniões, inclusive em assuntos de tratamento de saúde.
Os conflitos sobre decisões quanto ao que e como tratar freqüentemente resultam de diferentes percepções dos fatos, emoções ou valores culturais e, naturalmente, religiosos da pessoa enferma. Quando o enfermo discorda por motivos religiosos do curso de tratamento proposto pelo médico, pode haver o conflito ético e moral entre as convicções do médico e as suas, sobretudo se o médico crê firmemente que o tratamento que está recomendando é melhor para o referido caso.
Porém, respeitar as convicções religiosas do paciente adulto e capaz equivale respeitar a autonomia e autodeterminação individual. O respeito à autodeterminação fundamenta-se no princÃpio da dignidade da natureza humana. (...) O respeitar a pessoa autônoma pressupõe a aceitação do pluralismo social (1).
A importância das crenças religiosas :
Por ser inerente à natureza humana, sustentar convicções e crenças pessoais é reconhecidamente um direito humano fundamental. Sob o prisma dos direitos humanos, o fato está contemplado pelos princÃpios estabelecidos na Declaração Universal dos Direitos do Homem, exarada em 10.12.1948, que expressamente estabelece no seu inciso XVIII:
"Todo homem tem direito à liberdade de pensamento, consciência e religião; este direito inclui a liberdade de manifestar essa religião ou crença, pelo ensino, pela prática, pelo culto e pela observância, isolada ou coletivamente, em público ou em particular" (2).
A Constituição Federal protege este direito de todos os cidadãos. A liberdade de consciência e de religião "é, de per si, um dos direitos fundamentais", conforme está no 'caput' do art. 5º da Constituição em vigor. Mais do que isto, "é ela, para todos os que aceitam um direito superior ao positivo, um direito natural. à o mais alto de todos os direitos naturais. Realmente, é ele a principal especificação da natureza humana, que se distingue dos demais seres animais pela capacidade de autodeterminação consciente de sua vontade" (3).
Na questão de liberdade e direitos humanos fundamentais, o ConcÃlio Vaticano II emitiu a Declaração sobre liberdade de religião, a qual proclama que todas as pessoas têm o direito fundamental à liberdade e uma inerente liberdade de não serem coagidas com dignidade humana. Devine indica que a questão de recusar um tratamento médico por causa de convicções religiosas está incorporada no princÃpio teológico destacado no ConcÃlio Vaticano II. "a Declaração sobre Liberdade de Religião [promulgada] pelo [ConcÃlio] Vaticano II, proclamou que todas as pessoas têm um direito fundamental à liberdade de religião e uma liberdade inerente da coerção, baseada na dignidade humana" (4).
No contexto da tomada de decisões relacionadas com o tratamento médico, Devine cita a obra Ethical and Religious Directives for Catholic Health Facilities, na qual bispos dizem que "o bem total para o paciente, que inclui seu mais elevado bem espiritual e fÃsico, é a preocupação primária daqueles a quem se confiou a direção das instituições católicas de saúde".
Em adição, Wreen (5) propôs que as razões religiosas para a recusa de tratamento são "especiais" e devem ser consideradas de modo diferente de outras razões oferecidas por pacientes. Em harmonia com Wreen, Orr e Genesen (6) escrevem que o que torna especiais os valores religiosos "é não somente o fato de que eles são partilhados por uma comunidade, mas, o que é mais importante, que eles são incorporados pelo indivÃduo na sua pessoa. Os valores religiosos, portanto, são mais intrÃnsecos do que outros valores partilhados, porque eles tratam do próprio significado da vida".
O consentimento esclarecido
Para que o paciente tenha condições de decidir se um tratamento médico lhe é aceitável segundo o "seu próprio plano de vida (...), embasado em crenças, aspirações e valores próprios", ele precisa ser corretamente informado das intenções e recomendações de seu médico e ter uma visão clara de como tais recomendações afetam seus próprios valores. Então, é dada ao paciente a possibilidade de consentir ou não no tratamento proposto.
Segundo Segre (7), o consentimento esclarecido (ou informado) é uma expressão do "ato autônomo". Este ato é caracterizado como "uma decisão, e um ato, sem restrições internas ou externas, com tanta informação quanto o caso exige, e de acordo com a avaliação feita por uma pessoa no momento de tomar a decisão".
O consentimento esclarecido está na pauta das discussões sobre ética médica na atualidade e o propósito de se requerer este consentimento é o de promover a autonomia do indivÃduo na tomada de decisões com relação a assuntos de saúde e tratamento médico. O direito de consentir ou recusar está baseado no princÃpio do respeito à autonomia. Para o consentimento ser uma autorização válida, ele deve ser baseado na compreensão e ser voluntário (8).
A doutrina do consentimento esclarecido é, na verdade, uma doutrina jurÃdica que apóia muitos dos nossos ideais sobre direitos individuais. Mas a ênfase indevida nas suas origens e funções jurÃdicas pode eclipsar o fato de que o consentimento esclarecido não é meramente um conceito jurÃdico, mas também _ e sobretudo _ ético e moral.
Na tomada de decisão em conjunto quanto a que tipo de tratamento um paciente receberá, ou se é que receberá algum tratamento, o papel do médico será o de explicar as várias opções de diagnóstico ou tratamento que existem para aquele caso e os riscos e benefÃcios de cada uma delas. Um "padrão subjetivo" requer do médico uma abordagem informativa apropriada a cada indivÃduo (1).
As informações partilhadas devem incluir _ mas não se limitar a _ objetivos diagnósticos e terapêuticos, os riscos envolvidos no procedimento, alternativas existentes e possibilidades de êxito do tratamento.
Até que ponto aplicam-se os princÃpios do consentimento esclarecido à recusa de tratamento médico por motivos religiosos? Meisel e Kuczewski escrevem que a abordagem descrita acima "é bastante apropriada para certos casos, tais como para as recusas de tratamento feitas por adultos capazes e baseadas em convicções religiosas" (9).
Portanto, quando o processo de decisão é assim partilhado, o profissional de saúde age eticamente e demonstra respeito às crenças religiosas e demais valores de seu paciente.
Há várias religiões cujos princÃpios podem conflitar com alguma forma de tratamento médico ou com o tratamento médico em geral. O caso das Testemunhas de Jeová ilustra a aplicação dos princÃpios acima tratados.
Por uma questão de consciência religiosa as Testemunhas de Jeová recusam transfusões de sangue alogênico, mas não recusam o tratamento médico em geral. De acordo com Smalley, "provavelmente, o aspecto mais bem conhecido das crenças das Testemunhas de Jeová no campo da bioética é a posição delas quanto ao uso de sangue. Elas entendem que a BÃblia proÃbe os cristãos de manterem sua vida por meio da utilização de transfusões de sangue... [Passagens bÃblicas especÃficas] sustentam que o abster-se de sangue é moralmente tão importante para o cristão quanto o abster-se da idolatria ou da imoralidade sexual" (10).
No entanto, o entendimento religioso das Testemunhas não proÃbe de modo absoluto o uso de componentes sangüÃneos, como a albumina, as imunoglobulinas e os preparados para hemofÃlicos; cabe a cada Testemunha decidir individualmente se deve aceitar esse tipo de tratamento (11).
Da mesma forma, a circulação extracorpórea e a hemodiálise são prontamente aceitas, desde que se use como primer soluções isentas de sangue (12).
Quão importante é esse assunto para as Testemunhas de Jeová? Elas admitem que "a questão (...) envolve os princÃpios mais fundamentais sobre os quais [as Testemunhas] baseiam suas vidas. A relação com seu Criador e Deus está em jogo" (13).
As crenças das Testemunhas de Jeová _ que recusam transfusões de sangue por motivos religiosos ou médicos _ servem de fundamento para um sistema moral, para um conjunto de juÃzos deontológicos sobre o que se deve ou não fazer. Segundo este sistema, a recusa à s transfusões constitui uma regra de conduta a ser observada, ainda que a sociedade a ignore ou menospreze.
O Código de Ãtica Médica
No entanto, tais posições podem gerar um conflito entre a consciência do paciente e a do médico. O artigo 56 do Código de Ãtica Médica muitas vezes tem sido citado para apoiar a idéia de que o médico pode desrespeitar as decisões feitas de antemão pelo paciente no que tange ao seu tratamento de saúde, e praticar um ato médico que o paciente considera impróprio para si, se o paciente estiver em iminente risco de vida.
A razão para essa desconsideração para com as crenças individuais, segundo alguns pensadores, seria a beneficência. Porém, Sprung e Eidelman escreveram que a "beneficência requer que o médico faça o que beneficiará o seu paciente, de acordo com a visão do paciente e não com a visão do médico"(14). Nesse sentido, portanto, o respeito à autonomia e a beneficência contribui harmoniosamente pelo bem-estar do paciente como um todo.
Segundo Cohen, o artigo 56 do Código de Ãtica Médica "seria menos conflitivo se fosse retirada a salvaguarda `salvo em iminente perigo de vida'. A vida é um valor absoluto e próprio do indivÃduo, portanto ela deverá ser respeitada tanto frente ao iminente perigo de vida quanto nas decisões sobre saúde"(15).
Entretanto, por uma questão de lógica e ética, seria totalmente inadequado que o profissional de saúde, consciente ou inconscientemente, reagisse à recusa de um paciente no sentido de privá-lo de tratamento médico ou algo que lhe seja de direito receber.
SuicÃdio?
Para algumas pessoas, contudo, talvez seja difÃcil acatar a recusa de um tratamento médico com base em princÃpios religiosos, pois pode parecer um ato de suicÃdio e, naturalmente, o suicÃdio é algo que dificilmente será aceito pela sociedade e pela Medicina.
Garizábal escreveu que atribuir a idéia de suicÃdio aos casos de recusa de transfusões de sangue é fruto duma "confusão". Ele escreve: "O mero fato de recusar um tratamento não pode ser considerado como uma maneira de morrer. O suicida que deseja morrer (...) cumpre a decisão de acabar voluntariamente com a vida. Ao contrário, e por fidelidade à sua consciência, abster-se de usar um meio curativo não significa a intenção de matar-se. Sua vontade é outra" (16). Na verdade, ao escolher tratamento isento de sangue, as Testemunhas de Jeová não estão exercendo o direito de morrer, mas o direito de escolher a que tipo de tratamento se submeterão.
A nossa Unidade de Hematologia do Hospital Universitário da Universidade Federal de Santa Catarina _ UFSC procura conciliar o tratamento médico e o respeito à s crenças religiosas dos pacientes, provendo-lhes um tratamento de qualidade dentro do que lhes é moralmente aceitável. Existem mais de 150 centros no mundo que empregam tratamento médico e cirúrgico sem transfusões de sangue. A forma de tratamento sem sangue constitui um desafio cientÃfico, como tantos outros, que tem impulsionado grandes avanços na área médica.
Watts também descreveu suas experiências com as Testemunhas de Jeová como altamente positivas. "Creio que tive benefÃcios com a experiência e que talvez tenha me tornado um cirurgião um pouco melhor"(17). Explicando que operou centenas de Testemunhas, incluindo cirurgias de esofagectomia e prostatectomia, acreditando que os pacientes se recuperaram melhor do que aqueles que foram transfundidos.
Conclusão
O respeito à autonomia do paciente deve estender-se aos seus valores religiosos. Tais valores não podem ser desconsiderados ou minimizados por outrem, sobretudo pelos profissionais de saúde, a despeito dos melhores e mais sinceros interesses destes profissionais. Certamente, os profissionais de saúde estarão agindo dentro dos limites da ética médica ao respeitar as crenças religiosas de seus pacientes, provendo-lhes tratamento médico compatÃvel com tais crenças. Os valores religiosos podem ser uma força positiva para o conforto e recuperação do paciente se ele estiver seguro de que seus valores serão respeitados.
Abstract _ Medical Ethics and Respect to Religious Faith
The respect to patient autonomy is extended to his/her religious values. Health professionals, in particular, in spite of their best, sincere interests cannot minimize or set these values apart. In addition, religious values may be a positive force for patients' comfort and recovery if they are sure that they will be respected.
Referências Bibliográficas
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Garizábal MM. El rechazo de la sengre. In: _______. Sobre las liberdades de conciencia y de religión. Madrid: Defensoria del Pueblo, 1996: 77-88.(Série Textos de divulgación, n. 20)
Watts GT. NHS trusts and Jehovah's witnessess. Lancet 1992;339:1545.
Endereço para correspondência:
Hospital Universitário - UFSC Campus Universitário, s/n 88040-900 Florianópolis - SC
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TJ obriga Estado a prover cirurgia sem transfusão
Diário de Cuiabá
Edição nº 11531 02/06/2006
TESTEMUNHAS DE JEOVÃ
ALECY ALVES
Da Reportagem
Por decisão da 5ª Câmara CÃvil do Tribunal de Justiça, o Estado terá de garantir tratamento de auto-transfusão sanguÃnea a um aposentado de 70 anos membro da igreja Testemunhas de Jeová. Se Mato Grosso não dispuser dos meios necessários, ao paciente deverá ser assegurado o TFD (Tratamento Fora do DomicÃlio) em qualquer unidade da federação que disponha do serviço.
Pela doutrina dos adeptos dessa religião, a transfusão sanguÃnea, ou seja, receber sangue doado por outra pessoa, é terminantemente proibido. Eles não admitem submeter um membro igreja a procedimento cirúrgico se houver a necessidade de se utilizar transfusão de sangue, mesmo que isso represente o único recurso a salvar sua vida.
Mas a auto-transfusão, que seria retirar e armazenar o próprio sangue para usar durante ou pós cirurgia, por exemplo, é admitida. A ação impetrada por Waldemar Timoteo Silval mostra que em Cuiabá o único médico a fazer cirurgia cardÃaca pelo Sistema Ãnico de Saúde (SUS) não domina a técnica de realizar o procedimento sem o risco de ter que utilizar transfusão de sangue.
Mas o desembargador Orlando Perri, relator do processo, antes de se manifestar a favor do pedido da auto-transfusão, escreveu que pesquisou sobre o assunto e comprovou a existência de técnicas de cirurgia que utilizam a auto-transfusão (permite reaproveitar o sangue do próprio paciente), uso de instrumentos especiais como o bisturi elétrico (que cauteriza ao mesmo tempo em que corta) e a estimulação de glóbulos vermelhos por hormônio.
Perri ainda disse: “se por motivos religiosos a transfusão de sangue apresenta-se como obstáculo intransponÃvel à submissão do paciente à cirurgia tradicional, deve o Estado disponibilizar recursos para que o procedimento se dê por meio de técnica que a dispense”.
A diretora do Hemocentro do Estado, Eliana Rabani, disse que não recebeu notificação sobre a decisão do Tribunal de Justiça. Entretanto, conforme Rabani, há uma médica credenciada no SUS especialista em auto-transfusão.
A enfermeira chefe do laboratório do Hemocentro, Dalva Barcelona, explicou que no caso especÃfico da auto-transfusão é necessário que o paciente apresente boa condições para coleta e armazenagem do sangue para uso na cirurgia.
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Doar ou não doar sangue? Cirurgias sem sangue é uma nova alternativa aos pacientes
Doar ou não doar sangue?
Cirurgias sem sangue é uma nova alternativa aos pacientes
Um ato de amor, gotas que salvam, e outros apelos comerciais são utilizados pelos hemocentros e voluntários para sensibilizar a população da necessidade de doar sangue.
Esse apelo, porém, não convence a todo mundo. Os membros de As Testemunhas de Jeová trabalham na outra mão de direção e orientam seus fiéis para não doarem nem aceitarem transfusão de sangue sob pretexto de estar ferindo um preceito bÃblico.
Dessa forma, captar doadores atualmente não é tarefa fácil. A desinformação e mitos - como doar emagrece, deixa o sangue mais ralo ou grosso - ainda persistem e atrapalham o trabalho dos bancos. O sangue não pode ser produzido em laboratórios e, por isso, a única maneira de obtê-lo é através da doação. O ato de doar sangue não faz mal para a saúde e na coleta não há risco de se contrair doença alguma, pois todo material utilizado é descartável e individual.
Por recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS), os bancos ainda submetem os voluntários a um rigoroso questionário com perguntas de caráter pessoal e Ãntimo. A doação total consiste na retirada de aproximadamente 450 mililitros de sangue em cerca de dez minutos. Homens podem doar a cada dois meses e mulheres, no perÃodo de três meses. Exigências necessárias para doação- Gozar de boa saúde e não ter contraÃdo Chagas, AIDS, Hepatite, SÃfilis, Malária, Tuberculose (avaliação médica); - Não estar utilizando medicamentos de uso prolongado como anti-hipertensivos, antiinflamatórios, antibióticos, etc; -Ter entre 18 e 65 anos de idade e pesar acima de 52 quilos; -Apresentar carteira de identidade ou profissional ou habilitação ou passaporte; -Ter dormido pelo menos 6 horas na noite anterior à doação;-Plantonistas não devem doar sangue no dia em que saÃrem do plantão;-Não realizar exercÃcios fÃsicos antes da doação; -Não ter ingerido bebida alcoólica nas últimas 24 horas; -Não ter colocado piercing ou feito tatuagem nos últimos 12 meses; -Não ter realizado endoscopia nos últimos doze meses; -Evitar fumar duas horas antes da doação
O sangue e as Testemunhas de Jeová
A tragédia da Aids obrigou cientistas e médicos a tomar medidas para tornar a sala de cirurgias um lugar mais seguro. Para o especialista Alex Zapolanski, de San Francisco, Califórnia, “as transfusões de sangue deixam muito a desejar e estamos fazendo grandes esforços para não as aplicar em ninguém”. A opinião do médico é corroborada pelo periódico Journal of Vascular Surgery. “Os riscos de transmissão de doenças e de imunomodulação dão evidência clara de que temos de encontrar alternativas para todos os nossos pacientes”, completa.
De acordo com Airton Pissará, Ancião das Testemunhas de Jeová de Taquaritinga, ao tratar de um paciente que é Testemunha, pede-se aos médicos que cuidem do problema clÃnico ou cirúrgico em harmonia com a decisão e a consciência do paciente, com a decisão moral/religiosa dele de abster-se de sangue.
“Quando a Testemunha recusa tomar sangue, os médicos talvez sintam dores de consciência diante da perspectiva de fazerem algo que não lhes parece o máximo. O que a Testemunha solicita aos médicos conscienciosos, porém, é proverem-lhe os melhores cuidados alternativos, sob tais circunstâncias”, explica Pissará
.O ancião Nelmar Candelariu recorda os preceitos bÃblicos: “Nós, testemunhas de Jeová, aceitamos tratamento médico e cirúrgico. Amamos e respeitamos a vida. Entendemos com base bÃblica, que a vida está no sangue, por este motivo a bÃblia é clara quanto ao seu uso. Por exemplo, a Noé patriarca bÃblico, Jeová Deus deu a seguinte ordem: ”Somente a carne com a sua alma — seu sangue — não deveis comer.” (Gênesis 9:3, 4) Provando que esta não era apenas uma orientação ocasional, tal ordem foi repetida mais tarde a Moisés: “[Tendes] de derramar seu sangue e cobri-lo com pó” (LevÃtico 17:13, 14).
Cirurgias sem sangueAs Testemunhas de Jeová e muitos especialistas em todo o mundo apresentam como alternativa as chamadas “cirurgia sem sangue”, que consiste em administrar eritropoetina ao paciente. “Esta substância estimula o aumento dos valores de hemoglobina no sangue e deve ser usada no perÃodo pré-operatório, de preferência três semanas antes da data prevista para a cirurgia”, explica a médica anestesista Daniela Rocha Gil, em dissertação de mestrado apresentada na Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP. “Outra alternativa é usar substâncias que favorecem a coagulação e minimizem a perda sanguÃnea intra-operatória”, esclarece.Existe a opção de utilizar uma máquina que recupera o sangue que seria perdido no perÃodo intra-operatório. “O aparelho aspira o sangue do campo operatório e consegue processá-lo para posterior re-infusão no paciente”, diz a médica.
Daniela estudou no Hospital das ClÃnicas de Ribeirão Preto 11 pacientes Testemunhas de Jeová submetidos a cirurgias de grande porte. “O estudo mostra que é possÃvel minimizar o número de transfusões sangüÃneas no perÃodo intra-operatório”.
Daniela alerta que os métodos de cirurgia sem sangue não estão disponÃveis em todos os centros médicos do PaÃs. “O ideal seria associar várias estratégias concomitantes, como o uso de eritropoetina e a hemodiluição, para reduzir a perda sanguÃnea, como foi feito na maior parte dos pacientes estudados.”O que dizem alguns médicos‘A cirurgia sem sangue não é só para as Testemunhas de Jeová; é para todos os pacientes.
Acho que todo médico deveria recorrer a este recurso.’ — Dr. Joachim Boldt, professor de anestesiologia, Ludwigshafen, Alemanha“Embora as transfusões de sangue hoje sejam mais seguras, ainda têm riscos, incluindo reações imunológicas e infecção por hepatite ou doenças sexualmente transmissÃveis.” — Dr. Terrence J. Sacchi, professor assistente clÃnico de medicina.
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Testemunhas de Jeová - Uma Escola com 6 Milhões de Alunos
Educação Internacional
Daniel T. Khury
Uma Escola com 6 Milhões de Alunos
Nesta reportagem procuramos enfocar o trabalho de um grupo que nos últimos sessenta anos tem idealizado e implementado um sistema de educação altamente eficiente, multinÃvel, de âmbito internacional, e cujos resultados, como veremos, só vêm a comprovar tais afirmações. No momento eles contam com cerca de 6 milhões de pessoas, de todas as faixas etárias, sob treinamento ininterrupto em todo o mundo. Falamos do grupo religioso das Testemunhas de Jeová (TJ).
EDUCAÃÃO pode ser entendida como o conjunto de eventos necessários ao processo de transmitir ou obter capacitação em qualquer campo do conhecimento humano, quer seja fÃsico, técnico, intelectual, moral, religioso ou outro. O termo educação refere-se também ao efeito observado do aprendizado no desenvolvimento e aperfeiçoamento das faculda-des humanas, resultando na melhor integração do ser individual e coletivamente. Portanto, uma "boa educação" tende a produzir melhores indivÃduos em quaisquer aspectos, cÃrculos e nÃveis sociais.
Matéria Publicada na edição no 1 da revista
mailto:Escol@a.netque foi às bancas em Outubro de 2000
Desde suas origens nos Estados Unidos, por volta de 1880, as TJ têm direcionado seus esforços em prol do que mais importante consideram: a comissão deixada por Cristo aos seus servos nos "últimos dias" dedivulgar em toda a terra, a tantas pessoas e de tantos modos quanto fosse possÃvel, as "boas novas do Reino de Deus" como a única solução para todos os problemas da humanidade. Conscientes do peso da responsa-bilidade e imbuÃdos de um profundo senso de urgência, desde os primórdios, o grupo tem realizado um incansável trabalho de educação religiosa e social, atingindo, em todo o mundo, desde as mais prósperas metrópoles até os mais pobres povoados.
Para ver mais detalhes da exposição dos
"Triângulos Roxos" no Brasil, clique aqui
Um Projeto de Educação Para o Mundo
Embora as TJ afirmem não ter qualquer pretensão de converter o mundo à sua fé, todo o seu trabalho é direcionado como se assim fosse. Com o objetivo de atingir o maior número de pessoas em todo o globo e no menor espaço de tempo, as TJ implementaram, ao longo das déca-das, e, especialmente, a partir de 1940, um monumental projeto edu-cativo composto de grande diversidade de programas. Entre estes podem ser citados: formação de missionários para envio ao exte-rior, formação em oratória pública, formação de ministros pregadores congregacionais, formação de supervisores congregacionais, formação de técnicos de operação e manutenção de rotativas de impressão de última geração, formação de técnicos de desenvolvimento e aplicação de processos em construção civil ultra-rápida, formação de técnicos e desenvolvimento de tecnologia computacional avançada aplicada à tradução de idiomas, escolas de treinamento para deficientes auditivos, escolas de treinamento para cegos, cursos de. alfabetização, cursos de aprimoramento de leitura e outros. Os resultados desse notável programa podem ser vistos, em parte, pelo que é realizado na sua obra mundial de pregação domiciliar que, no ano passado, atingiu o expressivo total de 1,1 bilhão de horas e a distribuição de matéria impressa que, entre as revistas A Sentinela e Despertai !, livros, brochuras e folhetos, chegou a mais de 1 bilhão.
São também apresentadas peças teatrais, com
atores amadores, retratando episódios bÃblicos e
ressaltando sua aplicação dentro do contexto da
vida do cristão.
Dentro do programa global de instrução, ocupa lugar de destaque a realização de eventos maiores, anuais, para ensino e associação. Estes são os "Congressos de Distrito", com duração de 3 dias, as "Assembléias de Circuito, com duração de 2 dias, e as "Assembléias Especiais",com duração de 1 dia.
Educação Familiar
As TJ crêem solidamente que a famÃlia é a célula básica da sociedade cristã e, por isso, precisa ser muito forte e bem estruturada, independentemente de sua cultura e nÃvel social. Isto se constitui num outro enorme desafio, e, para vencê-lo, a comunidade mundial das TJ mantém um programa direcionado à educação familiar que procura suprir suas necessidades espirituais, morais, sociais e, quando necessário, econômicas. Neste pormenor, as pessoas respon-sáveis pela supervisão em cada congregação, denominados "anciãos", preocupam-se pessoalmente com o bem-estar de cada famÃlia em sua comuni-dade, dando-lhe atenção individualizada e constante. Além disso, são produzidas centenas de ajudas impressas em forma de matérias simples e objetivas para estudo familiar e congrega-cional, formatadas de modo a incluir a participação ativa de todos na famÃlia, desde as crianças até os mais idosos. à notório que dentro do grupo o Ãndice de separação familiar é praticamente nulo.
O casal de empresários, Albertina e Geraldo Hahn,
optou por uma nova atividade comercial, a fim de
dispensar maior atenção à educação de seus filhos.
"Triângulos Roxos": educação que resistiu ao Holocausto
à exceção dos judeus, que recebiam uma estrela de Davi costurada como identificador sobre seus uniformes, os demais grupos de prisioneiros dos campos de concentração nazistas, durante o domÃnio do III Reich, eram identificados, segundo o grupo ou comunidade a que pertenciam, por triângulos de pano de diferentes cores nos seus casacos. Por exemplo, os comunistas recebiam um triângulo de cor vermelha, os homossexuais usavam um triângulo cor-de-rosa e assim sucessivamente. As Teste-munhas de Jeová ostentavam um triângulo roxo.
O grupo religioso das TJ foi o único "agraciado" por Hitler com a ordem de ser extinto da Alemanha. Implacavelmente perseguidos, com suas propriedades confiscadas, viam seus filhos pequenos serem levados para instituições governamentais enquanto os adultos e idosos eram transportados para os odiosos campos de extermÃnio e trabalho forçado. O motivo de tal ódio é que as TJ se negaram categoricamente a participar do esforço de guerra nazista, assim como aclamar o Fuehrer como o salvador do mundo, e nem mesmo a tão cultuada sau-dação Heil Hitler lhes era admissÃvel. Tais posições eram inegociáveis. Isto era demais para Hitler.
A série de congressos de 3 dias, no Brasil em 2000,
totalizou 253 eventos, em 104 cidades, com mais de
850 mil pessoas.Em 234 paÃses o mesmo programa
é reproduzido para os demais 6 milhões de alunos.
Totalmente inferiorizada e, aparentemente, fragilizada, essa minoria de alguns milhares pareceria, na concepção de qualquer analista, fadada a um simples e rápido extermÃnio. Assim pensava Hitler. Entretanto, o todo-poderoso ditador não contava com um fator que ele nunca chegou a conhecer em toda a sua vida. A pode-rosa educação religiosa e a determi-nação de homens e mulheres de todas as idades a não transigir na sua fé, não importando as conseqüências advindas. Hitler passou, e com ele seu hediondo regime, mas não as Testemunhas de Jeová alemãs. Os "Triângulos Roxos", que lograram sobreviver, saÃram dos campos de concen-tração para tentar reencontrar os seus amados, só Deus sabe onde e se seriam mesmo encontrados. Porém, com vigor, fé e determinação redobrados, continuaram a professar e difundir sua fé. Hoje, as Testemunhas de Jeová constituem um notável segmento na sociedade religiosa da Alemanha, contando com mais de 160 mil seguidores.
"Triângulo Roxo": educação que resistiu ao Holocausto.
Veja a programação clicando aqui.
Escola de Oratória
Chamada de "Escola do Ministério Teocrático", esse programa iniciado em 1943, transcorre em nÃvel local nas congregações. Fornece treinamento contÃnuo em uma sessão de estudos por semana, tanto para homens quanto para mulheres, a partir da idade escolar. Seu objetivo é formar oradores capacitados, para discursar a pequenos ou grandes públicos, e também evangelizadores ou "publicadores" como são mais comumente chamados os pregadores domiciliares. Imagine o impacto educativo e social produzido quando uma criança de 9 ou 10 anos assume a tribuna da congregação, diante de 80 a 100 pessoas, para fazer uma exposição de 5 minutos baseada num trecho bÃblico - que lhe foi designado com suficiente antecedência - sendo ouvida atenciosamente por seus familiares, amiguinhos e todos os demais. Ao final, ela é elogiada pelo instrutor que destaca seus pontos positivos e oferece carinhosamente uma sugestão para um ponto que pode ser aprimorado.
Construcao Coordenada de Saloes do Reino:
Um prédio construÃdo em 23 dias com tecnologia dos próprios alunos
As demandas geradas pelo cresci-mento acelerado do número de adeptos em todo o mundo, trouxe uma necessidade desafiadora: a costrução de novos locais para reunião. Para supri-la, foi desen-volvido o programa internacional de construção rápida de Salões do Reino, como são denominados seus locais de reuniões semanais . A especificação dos materiais e a técnica de construção que atendesse a este objetivo foram desenvolvidas, testadas e implementadas primeira-mente em paÃses de melhor padrão econômico. Progressivamente, foram estendidas aos paÃses mais carentes, proporcionando a esses o acesso à tecnologia de ponta no setor. Do inÃcio do lançamento dos alicerces até o final da obra, com o prédio já acabado e pronto para uso, o trabalho consome apenas 23 dias. O Salão dispõe de: um auditório para 150 pessoas, uma sala menor, saleta para operação de som, dois banheiros, hall de entrada e calçada em volta - um total de aproximada- mente 150 m2. A obra é iniciada sempre à s sextas-feiras, e, ao final da terceira semana, já se realiza a primeira reunião da congregação com tudo pronto. Este programa foi implantado no Brasil em 1992 e, somente no ano passado, foram construÃdos 362 desses salões.
Duas revistas educativas no livro dos recordes
Baseado em diretrizes unificadas, o projeto educativo deste grupo, rigidamente moldado em princÃpios bÃblicos, cobre hoje mais de 230 paÃses. Seu principal veÃculo de estudo semanal, a revista A Sentinela, circula ininter-ruptamente há 121 anos e atualmente é publicada em 134 idiomas, o que lhe valeu um lugar no Guiness Book. A maior parte dessa publicação é em edição quinzenal, e o restante, mensal. A tiragem média por edição é de 22,4 milhões, e sua companhei-ra, a revista Despertai!, tem tiragem média de 20 milhões em 82 idiomas. O resultado do conteúdo destas revistas levou, somente no ano passado, 323.439 pessoas a se tornarem membros efetivos da organização.
Para conhecer as publicações
desta escola, clique aqui.
Educação direcionada aos não alfabetizados
As Testemunhas de Jeová sempre perseguiram o objetivo de ter a totalidade de seus membros alfabetizados. Para atingir esta meta foi criado o Curso de Alfabetização de Adultos, um programa que funciona em qualquer congregação que possua pessoas que necessitem de alfabetização. Os recursos humanos e materiais para a viabilização do projeto são fornecidos pela própria congregação local, sem qualquer custo para o aluno. No Brasil, este programa existe há vários anos e, até o ano passado, alfabetizou o total de 22.750 adultos.
Um outro programa paralelo é o Curso de Alfabetização Individual. Este visa principalmente à alfabetização de pessoas que não sejam Testemunhas de Jeová, mas que aceitem ser por elas alfabetizadas em seus próprios lares. O material de aprendizado é o mesmo usado nas classes, e as aulas são dadas em base particular, podendo ter como alunos tantos quantos desejarem na famÃlia. Nesse caso, as crianças da casa podem também participar, ajudando-as no ensino regular. No presente, os registros indicam um total de 2.768 destas aulas particulares em andamento no paÃs.
EDUCAÃÃO PARA PESSOAS ESPECIAIS
A educação é o melhor meio de integrar os deficientes à comunidade, ajudando-os a levar uma vida significativa. Cientes disso, as Testemunhas de Jeová têm um intenso programa educacional para ajudar os deficientes auditivos e visuais.
Ajudas educativas para os deficientes auditivos
Com o objetivo de facilitar a comunicação com os deficientes auditivos, as Testemunhas de Jeová produziram o livro Linguagem de Sinais, com 336 páginas e mais de 700 fotos e ilustrações. Muitos têm usado esse livro para começar a aprender a sofisticada linguagem de sinais. Outra excelente ajuda educativa disponÃvel é o vÃdeo O Que Deus Requer de Nós ?, que apresenta um fascinante estudo de dezesseis questões bÃblicas em liguagem de sinais. E, recentemente, tornou-se disponÃvel em vÃdeo a encenação do drama bÃblico Exemplos de Avisos Divinos Para os Nossos Dias, em que os atores, usando a linguagem de sinais, encenam empolgantes passagens bÃblicas.
SITES OFICIAIS DA SOCIEDADE TORRE DE VIGIA
OFFICIAL SITES OF THE WATCHTOWER BIBLE AND TRACT SOCIETY
Site principal / http://www.watchtower.org/
Relações Públicas / Public Affairs:
http://www.jw-media.org/
França / France:
http://www.temoinsdejehovah.org/
Alemanha / Germany:
http://www.jehovaszeugen.de/
Rússia / Russia:
http://www.jw-russia.org/
Geórgia / Georgia:
http://www.jw-georgia.org/
Atenção aos deficientes visuais
Para ajudar os deficientes visuais, boa parte das publicações das Testemunhas de Jeová se acha disponÃvel também em Braille, Isso inclui as edições quinzenais da revista A Sentinela, bem como dezenas de livros e brochuras, além da própria BÃblia. E, para educar os que não sabem ler pelo método Braille, foi produzida uma cartilha que habilita qualquer pessoa a ensinar este sistema. Centenas de deficientes visuais já aprenderam dessa forma. Algumas pessoas conseguem, com ajuda deste livro, ler até duzentas palavras por minuto.
2006-10-27 16:07:35
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answer #6
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answered by David 4
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