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Como seria possível amar um deus que não vemos e nem mesmo compreendemos?

2006-10-20 10:04:36 · 7 respostas · perguntado por Anonymous em Sociedade e Cultura Religião e Espiritualidade

7 respostas

Na verdade, ao mesmo tempo que inspira medo, o desconhecido nos desperta uma ponta de atração, curiosidade e por isso admiração.

Isso gera catarse e a prova são as reações de quem assiste filme de terror. Ela vive o medo do sobrenatural sem realmente encontrar o fantasma. Ou quem pula de pára-quedas: vivencia a queda, mas não a morte. E os dois vivenciam o alívio depois da tensão.

Para alguns, certas manifestações religiosas poderiam ser encaradas como o pára-quedas ou como o fantasma da telinha: uma pitada da sensação, mas sem a vivência real, a fantasia, a admiração do que não somos capazes de compreender ou não temos coragem de realmente vivenciar (senão, teríamos coragem suficiente para cometer suicídio pela simples curiosidade de saber o que há do lado de lá, se é que existe algo). E depois o alívio de encontrar a fé.

Ou também um conforto que nos faça sentir mais "inseridos" nesse divino que ninguém conhece e nas forças que vemos (universo, vida, morte, amor, ódio, etc).

Acho que viajei.
: p

2006-10-20 10:14:07 · answer #1 · answered by Tatiana 3 · 1 0

Lisandro, apesar de não vermos ou conhecermos, temos inúmeras referências ao longo de nossas vidas sobre sua existência. Conhecemos pessoas, sejam de nossa família ou não, que nos afirmam o tempo todo a existência de Deus, com isso desde pequenos, acabamos por nos acostumar com a idéia e depois cada um constata à sua própria maneira. O importante é o seguinte: Se você tem fé, mantenha, se não tem, merece ser respeitado do mesmo jeito.

2006-10-20 17:14:27 · answer #2 · answered by Rafael L 6 · 1 0

É impossível ter medo do desconhecido. Seria incoerente demais ter medo de algo que não conhecemos. Agora, amor por Deus, nós temos através da fé.

2006-10-21 21:36:21 · answer #3 · answered by Anonymous · 0 0

Se você sente medo não pode dizer "sentimos".

2006-10-20 22:06:37 · answer #4 · answered by Fábio H. 3 · 0 0

Não sou ateu, mas concordo com você que nesse ponto o que as pessoas chamam de amor, é medo de dizer que não amam.
Como naquele teste de Abraão que dizem que Deus estava testando o seu amor. Pra mim ele foi matar o filho por medo do que poderia lhe acontecer se desobedecesse aquela ordem que dizem que ele recebeu. Isso dizem! Porque eu não acredito que Deus tenha mandado ele fazer isso.
E essas maluquícies que pregam é a culpada do surgimento dessa quantidade enorme de ateus que não conseguem concordar com esses disparates.

2006-10-20 19:54:35 · answer #5 · answered by magrão 7 · 0 0

Temos medo do desconhecido que desconhecemos totalmente.
Deus não é conhecido visualmente, mas sim como disse o Bruno, é uma representação da fé. Assim, se conheço a fé não tenho medo...
Mas há muitos os que temem a DEUS
Há várias palavras que exprimem a nossa relação com Deus: podemos crer em Deus, amá-lo, servi-lo. Por vezes também se diz temer a Deus. Esta expressão é difícil de compreender mas, como não é rara na Bíblia, vale a pena fazer o esforço de uma leitura atenta de alguns textos para tentar compreender melhor o seu sentido.
Há em primeiro lugar o medo como pano de fundo de todas as religiões. As manifestações do divino produzem emoções fortes, que chegam ao pânico e terror. A divindade fascina e ao mesmo tempo assusta. Não há nenhum encontro com o desconhecido e com o inesperado que não cause um momento de sobressalto. Assim tem sido desde a aparição de Deus no Sinai até à manhã de Páscoa: as mulheres que vieram ao túmulo vazio «tinham medo» (Marcos 16,8). Mas, na Bíblia, quase nunca se trata da emoção causada por uma manifestação divina sem que soem imediatamente as palavras «não temais». O medo religioso não é em si um valor. Não deve permanecer, deve dar lugar à confiança.
Noutros contextos, o medo de Deus é uma realidade que perdura e não é passageira. «O medo do Senhor é puro, permanece para sempre» (Salmo 19,10). A explicação deste medo que permanece para sempre não se deve procurar na emoção religiosa, mas na linguagem política da época. Os tratados de protecção estipulavam que os protegidos temeriam e serviriam fielmente o seu protector. Na aliança de Deus com Israel, as mesmas palavras exprimem o compromisso de fidelidade em relação a Deus: «O que o Senhor, teu Deus, exige de ti é que temas o Senhor, teu Deus, para seguires todos os seus caminhos, para o amares, para servires o Senhor, teu Deus, com todo o teu coração e com toda a tua alma» (Deuteronómio 10,12). Temer, amar e servir a Deus são aqui sinónimos. O temor a Deus já não é uma emoção, mas uma atitude estável de fidelidade à aliança.
Nos salmos, temer a Deus é «guardar a sua aliança e lembrar-se de cumprir os seus preceitos» (Salmo 103,18). «Os que temem o Senhor» formam «a grande assembleia» dos fiéis reunidos no Templo para rezar e adorar (Salmo 22,26). Neste contexto, o temor do Senhor corresponde mais ou menos ao que chamamos a prática religiosa. Por isso ela é ensinada: «Vinde, meus filhos, escutai-me; vou ensinar-vos o temor do Senhor.» (Salmo 34,12) «Ensinar o temor do Senhor», não é de modo algum suscitar o medo, mas sim ensinar as orações e os mandamentos, iniciar a uma vida de confiança em Deus. «Vós que temeis o Senhor, tende confiança nele (Eclesiástico 2,8)».
Atendendo ao uso que a Bíblia faz da palavra temer, podemos, em muitas ocasiões, traduzi-la por adorar ou amar, e traduzir temor de Deus por fidelidade.
O temor de Deus ainda nos pode dizer alguma coisa ?
O mau estar que hoje se sente ao falar do temor de Deus é compreensível, uma vez que a linguagem do medo pode ter tornado irreconhecível o facto de que Deus é amor. Para evitar esse perigo, servimo-nos, sempre que possível, de outro vocabulário. Mas, nos dois Testamentos, permanecem passagens onde o temor de Deus é a palavra-chave que dificilmente se pode substituir.
Segundo o profeta Isaías, o temor de Deus cura os temores dos homens. «Assim me falou o Senhor, quando me agarrou com a sua mão e para me afastar do caminho deste povo: ‘Não chameis conspiração ao que este povo chama conspiração; não temais o que ele teme, nem vos assusteis. Só ao Senhor do universo é que deveis chamar santo. Ele é que deveis temer, ele será o vosso terror’» (8,11-13). Obviamente, Isaías faz apelo à coragem e à confiança, mas chama-lhe temor e terror! É uma expressão retórica, mas mais do que isso. Isaías sabe que o medo é incontrolável. Então, é como se dissesse: «Não podeis deixar de temer: então temei a Deus! Dirigi para Deus toda essa energia que anima o vosso medo.» Este temor de Deus que absorve os outros temores não é fácil de definir, mas é certamente fonte de uma grande liberdade interior.
Um pouco mais à frente no livro de Isaías, o temor de Deus é um carisma do Messias: «Sobre ele repousará o espírito do Senhor: espírito de sabedoria e de entendimento, espírito de conselho e de fortaleza, espírito de ciência e de temor do Senhor» (Isaías 11,2). Tanto quanto a sabedoria e a força, o temor do Senhor é um dom do Espírito Santo! Este mesmo dom chama-se também humildade. Temer a Deus é reconhecer nele a fonte de todo o bem. Esta transparência estava no âmago da vida de Jesus: «Não faço nada por mim mesmo… é o Pai que estando em mim realiza as suas obras» (João 8,28; 14,10).
O apóstolo Paulo escreve: «Trabalhai com temor e tremor pela vossa salvação. Pois é Deus quem, segundo o seu desígnio, opera em vós o querer e o agir» (Filipenses 2,12-13). Visto que Paulo afirma que a salvação vem pela fé, «trabalhar com temor e tremor na própria salvação» deve aqui expressar um aspecto da fé. A fé não é uma confiança ligeira, mas sim uma confiança trémula: confiança viva, maravilhada, vigilante. A nossa salvação é um milagre que Deus «opera em nós», e é por isso que pede toda a nossa atenção. «Trabalhar com temor e tremor» é tomar consciência de que cada instante é um encontro com Deus, pois a todo o momento, Deus está operante em nós.
«Vós que temeis o Senhor, louvai-o! Glorificai-o, descendentes de Jacob! Reverenciai-o, descendentes de Israel!» (Salmo 22,24). Progressão espantosa dos verbos: «louvai, glorificai, reverenciai o Senhor»! O temor é aqui o louvor chegado ao ponto de já não saber o que dizer: louvor que se torna espanto, silêncio e amor.
Carta de Taizé: 2004/4

2006-10-20 17:14:57 · answer #6 · answered by Anonymous · 0 0

É preciso entender que Deus é a representação da fé, e a fé é a força mais real que existe.

2006-10-20 17:08:05 · answer #7 · answered by Bruno 3 · 0 0

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