ENTENDA O QUE SÃO
TRANSTORNOS DO HUMOR
Mulher deprimida, depois feliz Mulher deprimida, depois feliz
Mulher deprimida, depois feliz
MENTES
PERTURBADAS
Nesta série:
* Mentes perturbadas
* Como conviver com um transtorno do humor
* Como obter alÃvio
* Como outros podem ajudar
Assuntos relacionados:
* Por que Deus permite que soframos?
* Quando alguém que amamos tem um distúrbio mental
NICOLE tinha crises de melancolia desde os 14 anos. Mas aos 16 ela começou a sentir algo diferente: uma estranha sensação de euforia e aumento incomum de energia. Os pensamentos se aceleravam, falava coisas sem nexo, tinha insônia e achava que os amigos estavam tentando tirar vantagem dela. Depois começou a dizer que conseguia mudar a cor dos objetos quando e como quisesse. A essa altura a mãe de Nicole percebeu que a filha precisava de tratamento e a levou ao hospital. Após fazer um monitoramento minucioso das flutuações de humor de Nicole, os médicos finalmente chegaram a um diagnóstico: Nicole sofria de distúrbio bipolar.*
Assim como Nicole, milhões de pessoas no mundo sofrem de algum tipo de transtorno do humor — que pode ser o distúrbio bipolar ou uma forma de depressão clÃnica. Os efeitos dessas doenças podem ser devastadores. “Sofri bastante por muitos anos”, diz Steven, que tem distúrbio bipolar. “Eu tinha fases extremamente depressivas seguidas por perÃodos de grande euforia. A terapia e a medicação ajudaram, mas ainda assim precisava continuar lutando.”
Quais são as causas dos transtornos do humor? Como se sente a pessoa que sofre de depressão ou de distúrbio bipolar? Como a pessoa que tem o problema — e os que cuidam dela — podem receber o apoio de que necessitam?
* Também chamado de distúrbio manÃaco depressivo. Alguns dos sintomas acima descritos podem estar relacionados com esquizofrenia, uso de drogas ou mesmo com as transições normais da adolescência. Somente uma avaliação extensiva feita por um especialista poderá estabelecer o diagnóstico da doença.
ENTENDA O QUE SÃO
TRANSTORNOS DO HUMOR
Homem deprimido Homem deprimido
Homem deprimido
COMO CONVIVER COM UM
TRANSTORNO DO HUMOR
Nesta série:
* Mentes perturbadas
* Como conviver com um transtorno do humor
* Como obter alÃvio
* Como outros podem ajudar
Assuntos relacionados:
* Por que Deus permite que soframos?
* Quando alguém que amamos tem um distúrbio mental
OS TRANSTORNOS do humor são assustadoramente comuns. Só para citar um exemplo, calcula-se que mais de 330 milhões de pessoas no mundo sofrem de depressão grave, condição caracterizada por tristeza devastadora e perda de prazer em realizar as atividades diárias. Estima-se que em 20 anos, depois das doenças cardiovasculares, a depressão será a moléstia que atingirá o maior número de pessoas. Não é de admirar que, entre as doenças mentais, a depressão seja considerada ‘tão comum quanto um resfriado’.
Em anos recentes, o distúrbio bipolar tem recebido maior atenção do público. Os sintomas dessa doença incluem flutuações drásticas de humor, que oscilam entre a depressão e a mania (euforia exagerada). “Na fase depressiva”, diz um livro recente publicado pela Associação Médica Americana, “a pessoa pode ter pensamentos suicidas recorrentes. Na fase manÃaca, ela pode perder totalmente o senso crÃtico e não enxergar o dano causado pelas suas ações.”
Há estimativas de que o distúrbio bipolar afeta 2% da população dos Estados Unidos, o que significa que há milhões de pessoas com essa doença só naquele paÃs. Mas as estatÃsticas não dão idéia do sofrimento das pessoas que têm de conviver com um distúrbio do humor.
Depressão — tristeza devastadora
A maioria de nós já nos sentimos tristes. Mas em geral o humor melhora em questão de horas ou dias. A depressão clÃnica, porém, é muito mais grave. Em que sentido? “Quem não tem depressão sabe que as flutuações de humor são passageiras”, explica o Dr. Mitch Golant. “Mas o indivÃduo deprimido tem altos e baixos e alternâncias freqüentes de humor, como se estivesse num trem desgovernado, sem saber direito como ou quando — ou se — vai descer dele.”
Existem diversos tipos de depressão clÃnica. Algumas pessoas, por exemplo, sofrem do que é chamado de distúrbio afetivo sazonal, que se manifesta numa época especÃfica do ano — geralmente no inverno. “As pessoas com esse distúrbio dizem que quanto mais perto do pólo ártico vivem, e quanto mais nublado o tempo, pior a depressão”, declara um livro publicado pela Sociedade Médica do Povo. “Embora o distúrbio afetivo sazonal tenha sido associado principalmente a dias sombrios de inverno, em alguns casos tem a ver com ambientes de trabalho escuros, dias nublados ou problemas de vista.”
Qual é a causa da depressão clÃnica? Não se sabe ao certo. Em alguns casos, fatores genéticos podem estar envolvidos. Contudo, na maioria das vezes, as experiências pelas quais a pessoa passa na vida parecem exercer grande influência. Observa-se também que essa doença atinge duas vezes mais mulheres do que homens.* Mas isso não significa que os homens sejam imunes. Muito pelo contrário, calcula-se que entre 5% e 12% dos homens terão depressão clÃnica em alguma época de suas vidas.
Esse tipo de depressão afeta praticamente todos os aspectos da vida. “Ela abala profundamente a pessoa”, diz Sheila, que sofre de depressão. “Corrói a autoconfiança, a auto-estima, a capacidade de pensar com clareza e de tomar decisões. Quando se está no fundo do poço, ela pressiona ainda mais, só para ver se você agüenta.”
Ãs vezes a pessoa pode obter muito alÃvio desabafando seus sentimentos com alguém compreensivo. ( Jó 10:1) Mesmo assim deve-se admitir que, quando fatores bioquÃmicos estão envolvidos, pensamentos positivos por si só não bastam para afastar a depressão. Na verdade, em tais casos, a pessoa não tem controle sobre o humor. Além disso, a própria pessoa pode se sentir tão confusa com a situação quanto os familiares e os amigos.
Tomemos o caso de Paula,# uma mulher cristã que passou por fases incapacitantes de tristeza intensa antes de se diagnosticar a sua depressão. “Ãs vezes, depois das reuniões cristãs”, diz ela, “eu corria para o carro e chorava sem nenhum motivo. A solidão e a angústia que eu sentia eram insuportáveis. Embora tivesse prova suficiente de que tinha muitos amigos que se preocupavam comigo, eu simplesmente não conseguia enxergar isso.”
Algo similar aconteceu com Ellen, que teve de ser internada por causa da depressão. “Tenho marido, dois filhos e duas noras maravilhosas — e sei que todos eles me amam muito”, diz. Tudo indicava que ela não tinha motivos para se sentir infeliz e que era muito querida pela famÃlia. Mas quando a pessoa está deprimida, os pensamentos negativos — por mais descabidos que possam parecer — podem dominar a pessoa.
Não se deve desperceber o forte impacto que a depressão pode ter sobre os membros da famÃlia. “Quando alguém que você ama está deprimido”, escreve o Dr. Golant, “você praticamente vive na incerteza, pois nunca sabe quando a pessoa vai sair ou entrar numa crise depressiva. à possÃvel que sinta um grande vazio — ou até mesmo tristeza e raiva — de que as coisas saÃram do seu curso normal e talvez nunca mais voltem a ser como antes.”
Muitas vezes os filhos sabem quando o pai ou a mãe estão deprimidos. “A criança que tem mãe deprimida se torna muito sensÃvel ao estado emocional da mãe e consegue detectar cada flutuação sutil e cada mudança de humor”, escreve o Dr. Golant. A Dra. Carol Watkins diz que os filhos cujo pai ou mãe são deprimidos têm “maior propensão a apresentar problemas de comportamento, dificuldade de aprendizagem e de relacionamento com colegas. Eles também têm maior probabilidade de serem depressivos.”
Sintomas da depressão profunda*
* Humor deprimido na maior parte do dia, quase todos os dias, por pelo menos duas semanas
* Perda de interesse em atividades que antes davam prazer
* Perda ou aumento significativo de peso
* Dormir demais ou, ao contrário, sofrer de insônia
* Rapidez ou vagarosidade fora do normal no desempenho de atividades motoras
* Fadiga excessiva, sem causa discernÃvel
* Sentimentos de inutilidade e/ou de culpa sem fundamento
* Diminuição na capacidade de concentração
* Pensamentos recorrentes de suicÃdio
Alguns desses sintomas podem também indicar distimia — uma forma de depressão branda, porém mais crônica
* A lista acima se destina a fornecer uma visão geral e não servir como base para autodiagnóstico. Também, alguns dos sintomas podem ser indicativos de outras doenças além da depressão.
A imprevisibilidade dos distúrbios bipolares
A depressão clÃnica sem dúvida é um problema difÃcil. Mas quando é acompanhada por perÃodos de euforia, a doença é chamada de distúrbio bipolar.% “A única coisa previsÃvel a respeito do distúrbio bipolar é que ele é imprevisÃvel”, diz Lucia, que tem essa doença. Nas fases de mania, diz o The Harvard Mental Health Letter, a pessoa “pode se tornar insuportavelmente inconveniente e dominadora, e a euforia descomedida e agitada pode facilmente transformar-se em irritabilidade ou raiva”.
Lenore se lembra das suas fases de mania. “Eu tinha uma energia inesgotável”, diz. “Muita gente me chamava de mulher-maravilha. As pessoas diziam: ‘Queria ser como você!’ Em geral me sentia poderosa, como se pudesse realizar qualquer coisa. Fazia exercÃcios sem parar. Dormia só duas ou três horas por noite, mas acordava com o mesmo pique.”
Mas depois de algum tempo, ela começou a se sentir melancólica. “No auge da euforia”, diz ela, “eu sentia uma agitação interna, não conseguia desligar. De uma hora para outra, o meu bom-humor se transformava em agressividade destrutiva. Ofendia alguém da famÃlia sem nenhuma razão aparente. Ficava furiosa, era grosseira e perdia todo o controle. Depois dessa explosão assustadora, de repente ficava cansada, chorosa e extremamente deprimida, me sentindo inútil e má. Ou então recobrava a alegria como se nada tivesse acontecido.”
“Para quem tem distúrbio bipolar, os momentos de estabilidade são muito raros.” — GLORIA
Membros da famÃlia muitas vezes se sentem confusos com o comportamento imprevisÃvel dos que têm distúrbio bipolar. Mary, cujo marido tem distúrbio bipolar, diz: “Ãs vezes fico confusa de ver meu marido alegre e comunicativo e daÃ, de repente, ficar desanimado e se fechar. à muito difÃcil aceitar que ele praticamente não tem controle sobre isso.”
Ironicamente, a própria pessoa se sente igualmente — se não mais — aflita com o problema. “Invejo pessoas que são equilibradas e estáveis”, diz Gloria, que sofre da doença. “Para quem tem distúrbio bipolar, os momentos de estabilidade são muito raros.”
O que causa o distúrbio bipolar? O componente genético é mais determinante do que na depressão. “De acordo com alguns estudos cientÃficos”, diz a Associação Médica Americana, “os membros da famÃlia imediata — pais, irmãos ou filhos — dos que têm depressão bipolar correm de 8 a 18 vezes maior risco de desenvolver a doença do que os parentes próximos das pessoas saudáveis. Além disso, a pessoa que tem alguém na famÃlia imediata com depressão bipolar pode ser mais vulnerável a depressão profunda.”
Diferentemente da depressão, o distúrbio bipolar parece afetar homens e mulheres na mesma proporção. Na maioria dos casos, a doença se manifesta no inÃcio da fase adulta, mas pode acometer adolescentes e até crianças. No entanto, mesmo para os especialistas, não é nada fácil analisar os sintomas e chegar a um diagnóstico correto. “O distúrbio bipolar é o camaleão dos transtornos psiquiátricos. Os sintomas variam de um paciente para outro, e o mesmo paciente pode apresentar sintomas diferentes a cada episódio”, escreve o Dr. Francis Mark Mondimore, da Universidade Johns Hopkins de Medicina. “Ele pode acometer a pessoa com melancolia profunda, desaparecer por anos, e daà atacar novamente — mas com uma euforia desmedida.”
Torna-se claro que os transtornos do humor são difÃceis de diagnosticar, e conviver com eles pode ser ainda mais difÃcil. Mas a situação não é sem esperança.
Casal consultando médico
* Isso em parte talvez possa ser atribuÃdo à suscetibilidade à depressão pós-parto, bem como à s mudanças hormonais na menopausa. E também as mulheres geralmente são as que mais procuram assistência médica e assim recebem o diagnóstico.
# Alguns nomes desta série foram mudados.
% Os médicos dizem que em geral cada estado de humor dura muitos meses. No entanto, observam que alguns apresentam alternâncias de depressão e mania diversas vezes por ano. Em casos raros, a pessoa vai de um extremo a outro num perÃodo de 24 horas.
Publicado em Despertai! de 8 de janeiro de 2004
2006-10-16 16:49:47
·
answer #8
·
answered by Anonymous
·
0⤊
1⤋