Primeiro, acho que a bÃblia é um romance escrita por seres humanos que, ao escreverem, cometeram falhas de toda a sorte...
Segundo, acho que o "Deus" da BÃblia não está capacitado para ocupar essa vaga, mas.... vamos lá...
Com certeza... por mais que o ser humano quisesse transmitir a idéia de um "Deus" perfeito, seu cérebro de escritor sempre vai deixar algumas gafes pelo caminho...
Vejamos:
Primeiro: Deus disse: “E viu Deus, tudo quanto tinha feito, e eis que era muito bom”.
Só que, dentro desse "Tudo era muito bom" tinha uma serpente, "a mais astuta de todas as alimarias do campo que o Senhor Deus tinha feito." Ou seja, Deus fez uma serpente astuta...
Segundo:
Deus disse: “Crescei, multiplicai e ENCHEI A TERRA”. (Gen. 1: 28)
Só que, depois, planta um Jardim com seus limites e aprisiona o homem nesse Jardim....
Terceiro:
Deus chega para Adão e diz: “toda a árvore em que há fruto de árvore que dá semente ser-vos-ão para mantimento”. (Gen. 1: 29) sem quaisquer tipo de restrições.
Só que depois diz: Oops! Me esqueci!... Adão! Eu lhe disse que você poderia comer de todas as árvores, certo?!... Ã... mas eu me enganei... é TODAS.... como eu já havia lhe dito, mas... é TODAS, MENOS AQUELA ALI QUE ESTà BEM NO MEIO DO JARDIM... (vide cap. 2: 17).
E é exatamente este o primeiro movimento que já começa a despertar perplexidade em nossas almas. Exatamente aqui já começamos a pressentir que essa história não terá um final feliz, pois já se torna clara a intenção do escritor em nos preparar psicologicamente para uma desventura iminente.
Tal e qual aconteceu com Daniel (vide, por favor, neste momento Dan. 6: 4 -15) o pecado foi primeiramente idealizado para que, depois, pudesse ser efetivamente consumado e Daniel lançado na cova dos leões e/ou Adão expulso daquele maravilhoso e perfeito ParaÃso.
Curiosamente, no caso de Daniel, alguém também chegou à esta mesma e exata conclusão: “Jamais acharemos ocasião alguma contra este Daniel, se não a procurarmos contra ele na Lei do seu Deus”. (vide Dan. 6: 5)
O que fizeram então? Mudaram a primeira Lei em uma “nova Lei”, fraudulenta, e (é claro!) mudando-se a lei, muda-se também a sentença decorrente da desobediência à essa “nova Lei”.
Pois certamente, quem cria uma “Lei” fraudulenta, cria, igualmente, a sentença correspondente à “desobediência” a essa “Lei”.
Porque, neste caso, interessa muito mais ao “legislador” a sentença, do que a própria Lei!
Ou seja, a Lei já é elaborada exatamente em função da sentença na qual se espera que alguém fatalmente sairá prejudicado.
Comparemos mais uma vez a lei e a sentença criadas por aqueles homens que queriam prejudicar a Daniel com a lei que, por mero acaso, acabou prejudicando Adão e toda a humanidade.
Ambas foram criadas a partir de uma lei anterior:
“Nunca acharemos ocasião alguma contra este Daniel, se não a procurarmos contra ele, na lei do seu Deus” (Dan. 6: 5).
Ora, na lei do Deus de Daniel estava escrito “não terás outros deuses diante de mim” (Ex. 20: 3).
Já a lei criada com a intenção de prejudicar a Daniel assim dizia:
“Qualquer que, por espaço de trinta dias, fizer uma petição a qualquer deus ou a qualquer homem e não a ti, ó rei, seja lançado na cova dos leões.” (Dan. 6: 7).
A lei originalmente dada ao homem assim dizia:
“Eis que vos tenho dado toda a erva que dá semente, que está sobre a face de toda a terra; e toda a árvore, em que há fruto de árvore que dá
semente, ser-vos-ão para mantimento”. (Gen. 1: 29).
Já a nova lei, dada no “paraÃso”, (só um pouquinho diferente da primeira) dizia assim:
“De toda árvore do jardim comerás livremente”. (aparentemente confirmando a mesma expressão, presumivelmente eterna e imutável, já outorgada anteriormente em Gen. 1: 29)
“Mas da árvore da ciência do bem e do mal, dela não comerás; porque no dia em que dela comeres CERTAMENTE MORRERÃS”. (Gen. 2: 15-16). (Que coincidência! . . .)
Deste mesmo e exato modo alguém, então, forçou Adão a uma determinada segunda condição, totalmente diferente daquela para a qual havia sido criado, e ditou-lhe, em seu presente estado de perfeição e inocência, uma “nova lei” já impossÃvel de se cumprir (pois que trazendo a, até então, incompreensÃvel idéia da morte).
E, arrojou naquele Jardim, para tentá-los até que caÃssem, a mesma serpente, cuja presença ameaçadora não tolerou nem mesmo nos céus, e depois que Adão e Eva caÃram, simplesmente os expulsou daquele mesmo lindo Jardim, pelo simples fato de que, “Eis que o homem é como um de nós, sabendo o bem e o mal. (Gen. 3: 22)
Ora, pois, para que não estenda a mão e tome também da árvore da vida e coma e viva eternamente, o Senhor Deus, pois, o lançou fora do Jardim do Ãden, para lavrar a terra de que fora tomado.
Culpando o homem e lançando sobre suas costas toda a responsabilidade de todas as mazelas e desgraças que acometeriam toda a humanidade dali por diante.
Foi um plano perfeito; tenho de reconhecer.
Tomar um homem perfeito em inocência, ingênuo e indefeso; induzi-lo ao erro e inculcar em sua consciência recém chegada ao mundo do conhecimento, toda a culpa e responsabilidade sobre todo o mal que ainda haveria de vir.
Culpa essa que Adão, ainda em sua ingenuidade, passa para seus filhos, para os filhos de seus filhos, até passá-la a toda a humanidade, conforme nós vemos hoje. . .
à muito mais fácil, prático e cômodo culpar um ingênuo do que aquele que tem alguma noção da realidade dos fatos.
à muito mais fácil culpar duas crianças do que dois adultos.
E havendo lançado fora o homem, pôs querubins ao oriente do Jardim do Ãden e uma espada inflamada que andava ao redor, para guardar o caminho da árvore da vida” (Gen. 3: 23-24).
Vemos que, morreram espiritualmente, quando Deus lhes disse: “No dia em que dela comeres certamente morrerás”.
Pois, depois de ouvirem estas palavras, nunca mais tiveram uma vida verdadeira.
Até mesmo a alegria de contemplar o vôo dos lindos pássaros e das borboletas que planavam e saltitavam pelos céus do jardim, se transformava em profunda tristeza quando os pássaros e as borboletas pousavam naquela árvore.
AÃ, imediatamente, mais uma vez, tornavam a lembrar-se daquelas palavras de dor: “certamente morrerás”.
E se espiritualmente morreram no mesmo instante em que ouviram de Deus a palavra “certamente morrerás”.
Fisicamente morreram, não porque “comeram do fruto proibido”, mas, segundo o próprio relato de Moisés, porque lhes foi vedado o acesso à árvore da vida; como está escrito: - Então disse o SENHOR Deus: Eis que o homem é como um de nós, sabendo o bem e o mal; ora, para que não estenda a sua mão, e tome também da árvore da vida, e coma e viva eternamente . . . O SENHOR Deus, pois, o lançou fora do jardim do Ãden (Gen. 3: 22-23). Acho que alguém mentiu aqui . . .
Temos apenas um pequenino problema de ordem técnica:
Não há muito com o que se preocupar . . .
Se Adão e Eva, perfeitos, já não tiveram a menor chance de mostrar, por um segundo sequer, o verdadeiro bem que havia neles, perguntamos, na mais absoluta perplexidade e pavor:
Como humanidade, como seres humanos; crentes ou descrentes; justos ou injustos:
Qual seria a nossa chance atual? Agora, que toda a BÃblia já foi escrita em cima do “pecado original” de Adão e Eva?
Quarto:
Criou o Diabo e em todas as assim chamadas “Sagradas Escrituras” não há um versÃculo sequer dizendo que arrependeu-se por havê-lo criado...
Mas arrependeu-se por ter criado o homem...
etc, etc, etc,...
2006-10-07 17:27:58
·
answer #6
·
answered by Obiwankenobh 2
·
0⤊
0⤋