*** g97 8/12 pp. 9-12 Guarda dos filhos: o conceito equilibrado ***
Guarda dos filhos: o conceito equilibrado
COM freqüência, o verdadeiro desafio vem depois do divórcio, quando surge a disputa pela afeição e controle dos filhos. O ditado “Quando um não quer, dois não brigam”, nem sempre se aplica. Ãs vezes, para que surja uma disputa, basta que uma das partes seja dominadora e queira as coisas ao seu modo. Uma advogada da vara de famÃlia, de Toronto, Canadá, disse: “Tudo que se relaciona com direito de famÃlia é altamente emocional e mexe muito com os sentimentos.”
Em vez de pensar no que é melhor para os filhos, há pais que continuam a brigar na justiça. Por exemplo, alguns tentaram provar que a guarda deveria ser tirada do ex-cônjuge por este ser Testemunha de Jeová, alegando que isso privaria a criança de ‘ter uma vida normal’.
O ex-cônjuge que não é da sua religiao pode criar uma grande questão Alguns talvez aleguem que a associação e a integração social da criança será restringida se ela decidir não fazer continência à bandeira. Ou outros talvez sugiram que a criança sofrerá danos psicológicos por acompanhar o pai ou a mãe que fala a outros sobre a BÃblia.
Como deve o cristão enfrentar tais argumentos exaltados? Responder à altura e retribuir as farpas não leva a nada. Se o assunto for levado perante um juiz, ambas as partes terão oportunidade de se expressar e de ser ouvidas. à muito importante lembrar-se do conselho bÃblico: “Lança teu fardo sobre o próprio Jeová, e ele mesmo te susterá. Nunca permitirá que o justo seja abalado.” (Salmo 55:22) Por meditar nisso e por aplicar princÃpios bÃblicos, os pais podem, com a ajuda de Jeová, lidar com qualquer eventualidade que envolva a guarda de filhos. — Provérbios 15:28.
Razoabilidade
O importante é ter em mente o que é melhor para os filhos. Se a pessoa é muito exigente, ela pode perder a guarda e seus direitos de visita podem ser restringidos. A pessoa prudente se comporta de forma pacÃfica, lembrando-se do conselho bÃblico: “Não retribuais a ninguém mal por mal. . . . Cedei lugar ao furor. . . . Não te deixes vencer pelo mal, porém, persiste em vencer o mal com o bem.” (Romanos 12:17-21) Seja no tribunal, no escritório de um advogado ou diante de um avaliador de guarda de filhos, os pais precisam tornar sua ‘razoabilidade conhecida a todos os homens’. — Filipenses 4:5.
Ãs vezes acontece que o ex-cônjuge tenta enganar outros apresentando distorções ou situações hipotéticas. à prudente controlar a tendência humana de reagir à altura desses ataques verbais. Saúde, religião e educação são assuntos favoritos que ex-cônjuges usam para fomentar discórdia numa audiência para conseguir a guarda dos filhos. — Provérbios 14:22.
A razoabilidade inclui a habilidade de considerar os fatos e negociar um acordo justo. Nenhuma das partes deve esquecer-se de que, mesmo após o divórcio, os filhos são dos dois. Os pais se divorciaram um do outro, mas não dos filhos. Assim sendo, exceto em circunstâncias extremas, cada parte deve ter a liberdade de agir como pai ou mãe quando está com os filhos. Ambos devem ter a liberdade de expressar seus sentimentos e valores, e levar os filhos para participar de atividades lÃcitas, religiosas ou não, na sua companhia.
Consideremos os possÃveis resultados de uma audiência: (1) guarda conjunta, (2) guarda unilateral e (3) restrições dos privilégios de visita. Qual a diferença entre a guarda conjunta e a guarda unilateral? Como lidar com a situação quando se perde a guarda? E se uma das partes é alguém desassociado?
Guarda conjunta
Alguns juÃzes acham que é importante a criança manter contato com ambos os pais. O raciocÃnio deles se baseia em estudos que mostram que o divórcio dos pais pode ser menos estressante e doloroso para a criança quando os pais conseguem compartilhar a guarda. Em vez de sentir-se abandonada por um deles, a criança se sentiria amada por ambos e se relacionaria com duas famÃlias. “A guarda conjunta é uma maneira de manter ambos os pais envolvidos”, diz um advogado da vara de famÃlia.
Contudo, a Dra. Judith Wallerstein, diretora executiva do Centro para a FamÃlia em Transição, em Corte Madera, Califórnia, avisa que, para que a guarda conjunta funcione, é preciso que os pais sejam cooperadores e a criança seja flexÃvel e tenha facilidade de se relacionar com pessoas. Essas qualidades são essenciais porque na guarda conjunta ambos os pais retêm o direito legal de participar de decisões em questões importantes que envolvem saúde, instrução, educação religiosa e vida social da criança. Mas isso só funciona quando ambas as partes mantêm a razoabilidade em considerar o que é melhor para a criança, em vez de visar interesses pessoais.
Guarda unilateral
O tribunal pode conceder guarda unilateral à quele que, em sua opinião, está em melhores condições de cuidar da criança. O juiz pode decidir que a parte que detém a guarda tome todas as decisões sobre assuntos importantes visando o bem-estar da criança. Com freqüência, o tribunal decide depois de ouvir a avaliação dos assessores — em geral psicólogos, psiquiatras ou assistentes sociais.
Os proponentes da guarda unilateral acham que esta dá maior estabilidade à criança. Quando os pais não conseguem, ou provavelmente não vão, manter uma boa comunicação entre si, muitos juÃzes do tribunal de primeira instância preferem este tipo de guarda. Naturalmente, a outra parte não fica excluÃda da vida dos filhos. Em geral lhe são concedidos direitos de visita, e ambas as partes podem continuar a prover à criança a necessária orientação, amor e afeto.
Privilégios de visita
Na questão da guarda de filhos, é irrealÃstico os pais acharem que há um lado “vencedor” e outro “perdedor”. Pais bem-sucedidos e “vencedores” são aqueles que vêem seus filhos se tornarem adultos maduros, competentes e respeitáveis. O sucesso na criação de filhos não está diretamente ligado à guarda legal. Por acatar as estipulações ordenadas pelo tribunal na questão da guarda, mesmo quando parecem injustas, o cristão mostra ‘sujeição à s autoridades superiores’. (Romanos 13:1) à importante lembrar-se também de que não é hora de competir pela afeição ou lealdade dos filhos menosprezando o outro, numa tentativa de destruir o relacionamento dele com os filhos.
Há exemplos bÃblicos de pais tementes a Deus que, por diversos motivos, foram separados dos filhos. Por exemplo, Anrão e Joquebede, pais de Moisés, pensando no melhor para o seu filho, colocaram-no numa pequena arca flutuante “entre os juncos à beira do rio Nilo”. (Ãxodo 2:3) Quando o menino foi salvo das águas pela filha de Faraó, eles continuaram a confiar em Jeová. Esses pais sábios e fiéis foram recompensados com generosos privilégios de “visita” que foram bem empregados para instruir o menino nos caminhos de Jeová. Moisés cresceu, vindo a se tornar um notável servo do verdadeiro Deus. — Ãxodo 2:1-10; 6:20.
Você nunca está sozinho
O divórcio e as subseqüentes disputas pela guarda dos filhos são experiências emocionalmente desgastantes. Uma união que começou de forma tão promissora se desfez, junto com os sonhos, os planos e as expectativas do casal. Por exemplo, a infidelidade ou abusos extremos podem forçar uma esposa leal a buscar proteção legal para ela e para os filhos. No entanto, sentimentos de culpa e incompetência podem persistir, quando ela pensa no que deu errado ou como o assunto poderia ter sido resolvido melhor. Muitos casais se preocupam com a reação dos filhos ao rompimento da famÃlia. A luta no tribunal pela guarda pode se transformar numa gangorra emocional, que não só coloca à prova a integridade da pessoa que se preocupa com os filhos, mas também a fé e a confiança da pessoa em Jeová. — Note Salmo 34:15, 18, 19, 22.
O cônjuge inocente que resolve tomar ação porque o outro maltrata os filhos ou por ser vÃtima de abusos extremos — ou mesmo para proteger-se do risco de contrair do cônjuge infiel doenças sexualmente transmissÃveis — não precisa sentir-se culpado ou abandonado por Jeová. (Salmo 37:28) O cônjuge infiel ou abusivo é que violou o contrato sagrado do matrimônio e ‘agiu traiçoeiramente’. — Malaquias 2:14.
Continue a ‘ter uma boa consciência’ perante os homens e Jeová aplicando princÃpios bÃblicos, sendo honesto nos tratos com o ex-cônjuge e mostrando flexibilidade nos acordos de guarda. “à melhor sofrerdes por fazer o bem, se for a vontade de Deus, do que por fazer o mal.” — 1 Pedro 3:16, 17.
Quanto aos filhos, assegure-lhes que o rompimento da famÃlia não ocorreu por culpa deles. Ãs vezes, as coisas simplesmente não acontecem conforme planejamos. Mas a aplicação de princÃpios bÃblicos pode amenizar o impacto do divórcio, incentivando um diálogo aberto e solidário entre pais e filhos. Por exemplo, pode-se fazer isso por se permitir aos filhos uma participação ativa no planejamento da vida familiar após o divórcio. Para ajudar os filhos a se ajustar aos novos esquemas de vida e moradia, é muito importante tratá-los com paciência e bondade, e interessar-se nos seus sentimentos, sendo bom ouvinte.
Como outros podem ajudar
Os pais não são os únicos que podem ajudar a criança quando ocorre o rompimento da famÃlia. Parentes, professores e amigos podem fazer muito para dar ajuda e apoio aos filhos do divórcio. Em especial, avós podem contribuir bastante para a estabilidade e o bem-estar emocional da criança.
Os avós que são cristãos podem proporcionar à criança instrução espiritual e atividades saudáveis, mas precisam respeitar as decisões dos pais sobre educação religiosa, pois são os pais, não os avós, que têm autoridade moral e legal para tomar tais decisões. — Efésios 6:2-4.
Com tal apoio, os filhos do divórcio podem sobreviver ao rompimento do casamento dos pais. E podem continuar a aguardar as bênçãos do novo mundo de Deus, onde todas as famÃlias estarão livres da ‘escravização à corrupção e terão a liberdade gloriosa dos filhos de Deus’. — Romanos 8:21; 2 Pedro 3:13.
[Foto na página 10]
Quem fica com a guarda deve ouvir com paciência quando a criança fala sobre a visita ao ex-cônjuge
[Quadro na página 11]
Corrigindo mal-entendidos
“A lÃngua dos sábios faz bem com o conhecimento”, e o pai ou a mãe cristãos têm uma excelente oportunidade de corrigir mal-entendidos e meias verdades. (Provérbios 15:2) Por exemplo, “as Testemunhas de Jeová aceitam tratamento médico e cirúrgico” para seus filhos, mas a Testemunha que tem a guarda dos filhos se reserva o direito ao consentimento esclarecido, para qualquer procedimento médico. — The Journal of the American Medical Association.
As Testemunhas de Jeová levam a sério sua religião baseada na Palavra de Deus, a BÃblia. Isso as torna melhores pais, mães, filhos, amigos, vizinhos e cidadãos. Os pais cristãos dão disciplina com amor, edificando respeito pela autoridade e instilando nos filhos valores corretos e bem alicerçados. — Provérbios 13:18.
A instrução secular é uma parte importante de educação dos filhos, e as Testemunhas de Jeová querem que seus filhos tenham o melhor que há disponÃvel. —Provérbios 13:20.
[Nota(s) de rodapé]
Veja a brochura Como Pode o Sangue Salvar a Sua Vida? publicada pela Sociedade Torre de Vigia de BÃblias e Tratados.
Veja o livro O Segredo de Uma FamÃlia Feliz, capÃtulos 5-7, 9, publicado pela Sociedade Torre de Vigia de BÃblias e Tratados.
Veja a brochura As Testemunhas de Jeová e a Educação, publicada pela Sociedade Torre de Vigia de BÃblias e Tratados.
2006-10-02 07:06:15
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answer #2
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answered by David 4
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